Sebastian P.O.V

Naquela manhã acordei com uma vontade insuportável de tocá-la. Ali juntos no chuveiro, Emily me beijou de uma forma que me deu esperanças de que sentia o mesmo. A água gelada ainda jorrava sobre nossos corpos, mas não nos importávamos mais.

 Ela levantou o olhar de nossas mãos que haviam se juntado novamente e me encarou, pude ver seu desejo ali. Deslizei um dedo pela palma da mão dela e a acariciei, ela estremeceu. Sorri ao perceber que meu toque realmente mexia com ela. Soltei sua mão e subi com a minha por seu braço.

 Não queria forçar nada, Emily era livre para me interromper e se afastar, mas não foi o que ela fez, pelo contrário, quando meu dedo roçou levemente na lateral de seu seio, ela estremeceu novamente e com sua mão livre agarrou meu outro braço.

— Emily – eu sussurrei, empurrando-a para trás até ela estar encostada novamente na cerâmica fria da parede, encostei minha testa na sua - Sei que somos amigos e vou entender se não quiser mais que isso, mas preciso que seja clara, estou lutando para manter o controle aqui com você.

Ela soltou uma risada descrente, desviando o olhar para o chão. Ela não percebia o quanto era tentadora, ainda mais com sua camiseta que agora estava transparente por estar molhada.

Estiquei minhas mãos e segurei seu rosto, fazendo com que me encarasse.

— O que acontece se você perder o controle? – ela pergunta em tom de desafio. Agora foi minha vez de rir, Emily estava me provocando e eu não estava nem um pouco a fim de me segurar.

— Vai descobrir... – digo, aproximando-me para mais um beijo.

Emily P.O.V

Tinha de me lembrar de provocá-lo mais vezes pensei quando nos separamos depois do longo beijo, ambos agora sem fôlego. Eu o queria muito, mas tinha de ser racional, era a primeira vez que ficávamos juntos e nem sequer uma declaração eu havia escutado ainda. Decidi não facilitar para Sebastian.

 - Será que agora posso ter um pouco de privacidade? – perguntei insolente. Sebastian me olhou de maneira surpresa, era óbvio que ele esperava algo a mais.

— Sério isso? – ele perguntou. Acenei a cabeça afirmativamente, tentando conter o riso olhando sua expressão chocada. – Você vai me enlouquecer desse jeito Emy! – ele diz saindo do Box.

— Você vai sobreviver. – digo empurrando-o de leve para fora do Box. Sebastian revirou os olhos, mas não insistiu, saiu calmamente pela porta.

Soltei um profundo suspiro, tentando acalmar meus hormônios. Banho frio, era disto que precisava para não me entregar a ele tão facilmente. Apesar de não saber Sebastian já havia conquistado meu coração há algum tempo, eu tinha certeza que quando me entregasse a ele, seria completamente sua. Não podia me arriscar a sofrer tanto sem antes saber suas verdadeiras intenções.

Mia P.O.V

Adam parecia extremamente relaxado ali sentado na grama tagarelando com seus irmãos, imaginei como seria legal se fizesse parte de sua família. Todos eram bem unidos, não havia conflitos do tipo que vivenciei com meu ex-padrasto.

Era sábado à noite e eles haviam preparado um churrasco em família.

— Admirando seu namorado? – Lia perguntou irônica. Virei meu rosto e encarei sua expressão divertida.

— Sua família para falar a verdade. – responde com sinceridade. – vocês parecem que se amam muito. – digo agora encarando seus pais. Eles estavam sentando sozinhos em uma mesa mais ao canto, abraçados. O pai de Lia dizia algo no ouvido de sua esposa, e ela sorria de volta amorosamente para ele.

Já havia notado que o amor entre os membros casados desta família era recíproco. Os pais, irmãos e cunhadas de Lia pareciam se amar muito mesmo. As esposas não apenas haviam aceitado todo o amor destinado a elas, como devolviam na mesma intensidade a seus maridos.

— Toda família deveria se comportar desta forma. – Lia retruca – Deveria ser natural. – Ela conclui.

Reflito sobre suas palavras e sei que tem razão. Talvez por vir de um lar conturbado minha percepção sobre como deveriam ser as famílias estivesse um pouco deturpada.

 Adam aproximou-se e sentou ao meu lado, nos encaramos e vi um pouco de ansiedade em seu olhar.

— O que foi? – perguntei curiosa. Com o canto do olho observei Lia levantar-se e ir embora, dando-nos dando um pouco de privacidade.

Adam abriu um largo sorriso e fez suspense antes de falar.

— Você poderia fazer parte desta família amorosa se quisesse. – ele diz, deixando-me confusa.

— Como assim? – pergunto.

— Podemos tornar nosso namoro em algo mais sério. – ele responde com um sorriso triunfante ao observar meu choque.

Sério isso? Adam estava realmente me propondo em casamento?

Meu choque não me permitia dizer uma palavra sequer.