A Garota e o Lobo escrita por Manusinha Mayara


Capítulo 25
Intromissões


Notas iniciais do capítulo

Para encerrar o fim de semana com chave de ouro! kkkkkkkkkkkk
Espero que estejam gostando!



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Semanas depois...

 

Mia P.O.V

 

A reação de Emily quanto à verdade foi melhor do que eu esperava. Ela não sentia nenhum receio em ficar próxima de Adam e dos garotos, mas também não comentava sobre o assunto, pelo menos não comigo.

Ela almoçava de volta conosco em nossa mesa e enquanto a via rindo das brincadeiras sem noção de Luca e Luan me sentia aliviada por não haver mais segredos.

— Você está bem? – Adam perguntou baixinho em meu ouvido. Como sempre ele estava sentado ao meu lado na mesa. Do meu outro lado estava Emily e de frente para nos Luca, Luan e Lia.

— Porque pergunta? – questiono confusa, encarando-o.

— Esta quieta hoje. – ele responde.

— Estou feliz. – retruco, apontando com o queixo para Emily. 

Adam sorri e me da um selinho leve.

— Você gosta de dançar? – Ele pergunta me surpreendendo com a súbita mudança de assunto.

— Depende da ocasião. Por quê? – respondo desconfiada.

— O baile da primavera está chegando, daqui a duas semanas. – ele diz – Quer ir comigo? – ele pergunta.

Não posso deixar de sorrir, ele pergunta como se não soubesse de minha resposta.

— Fazer o que, acho que mais ninguém vai me convidar. – respondo séria observando sua reação.

Adam percebe que estou tentando provocar e avança com as mãos em direção a minha barriga, fazendo cócegas. Contorço-me rindo alto.

— Você está ficando muito mal criada. – ele diz brincando.

Continuo a me contorcer sem forças para falar.

— Qual a piada? – Lia pergunta interrompendo nosso momento. Todos da mesa nos olhavam curiosos.

— Mia, está fazendo charme para aceitar meu convite para o baile. – Adam respondeu, me soltando.

— Baile? – Emily pergunta, dando uma mordida em seu sanduíche.

— Baile de primavera. Será o primeiro evento social na escola, seu e de Mia por aqui. – Lia respondeu animada.

Emily ficou pensativa ao ouvir sobre o baile. Antes que eu possa questionar o porquê, o sinal toca avisando que já era hora de voltarmos para sala.

Sebastian P.O.V

 

Andando pelo corredor a caminho da sala, podia ver as meninas me comendo com os olhos e cochichando. Toda vez que o baile se aproximava era assim, nunca convidava a mesma garota e todas ficam em expectativa, sem saber quem eu iria chamar.

Quando entrei no laboratório de química, olhei em volta e fui em direção a bancada em que Emily estava sentada sozinha. Ela estava tão concentrada que nem notou minha aproximação.

— Posso ser seu parceiro? – perguntei ambiguamente. Ela me encarou por um momento, enrubescendo, fiquei curioso com esta reação, em que estaria pensando?

— Pode sim. – ela respondeu.

Sentei-me no banco bem a sua frente na bancada e fiquei encarando-a. Ela detestava ser seguida e encarada desta forma, e eu adorava tira-la do serio, porém o professor entrou na sala antes que tivesse atingido meu objetivo.

Realizamos a prática do dia em silencio, ela estava claramente evitando olhar para mim.

Emily e eu estamos levando a sério essa história de amigos, conversávamos bastante sobre praticamente todos os assuntos, por isto o silencio durante está aula ligou um sinal de alerta em minha cabeça, algo a estava incomodando.

Quando o sinal tocou, avisando que já era hora de ir embora, ela calmamente arrumou suas coisas.

— Aconteceu alguma coisa? – resolvo perguntar. Ela finalmente me olhou nos olhos e sem que precisasse dizer nada, entende que fosse o que fosse ela não queria compartilhar, pelo menos não agora. – Ok, não está mais aqui quem perguntou. – digo, e vou caminhando em direção ao corredor.

Fiquei o percurso todo de volta para casa pensando em como essa garota era louca. Acho que estava com TPM ou alguma outra coisa de mulher. Não iria, ou melhor, não queria ficar pensando nela todo o fim de semana, eu não era assim e não iria começar agora, tinha de tomar uma atitude!

 Dando uma olhada rápida no GPS do carro, decidi que uma curta viagem de fim de semana era o que precisava para espairecer. Sempre fazia isto sozinho, mas desta vez queria uma companhia e já sabia quem seria.

 

Adam P.O.V

Eu e Mia estávamos indo ao cinema, um programa típico de casal que ainda não tínhamos feito desde que começamos a namorar. A estrada estava tranqüila, sentia o olhar de Mia sobre meu rosto, porém me obriguei a olhar para frente.

— Sebastian já gostou de alguém a serio? – Mia pergunta de repente. Olho para ela chocado e enciumado por ela estar pensando nele.

— Acho que de você. – respondi secamente.

— Não, eu era parte da competição entre vocês dois. – ela comentou e eu sabia que estava certa. Nos dois já vínhamos nesta disputa há bastante tempo e por tudo, até pelas coisas mais banais brigávamos.

— Não acho que eu seja a pessoa mais indicada para responder, nunca fomos íntimos, mas – começo a dizer e olhando para seu rosto frustrado, resolvo acrescentar algumas informações, mesmo contra minha vontade, não conseguia negar nada a ela – ele sai com varias garotas. Quero dizer que ele não se apega a ninguém, pelo menos não que eu tenha visto.

— Entende. – Mia diz soltando um suspiro frustrado.

— Por que pergunta? – Pergunto curioso.

— Achei que talvez ele e Emily pudessem se entender. Ela parece gostar dele. – Mia responde.

— Eu acho que ele sente algo por ela, não sei se é amor ou só desejo. – retruco pensativo – O fato de ele ter aceitado contar a verdade a ela me fez pensar nisto.

— Acho que você tem razão. De qualquer forma não vou interferir. – Mia diz.

— Acho melhor, ele é complicado, caso fiquem juntos, sua prima terá de ter muita paciência. – retruco.

— Verdade. – Mia diz encerrando o assunto.

Gostava de Emily e o fato de tê-la por aqui deixava Mia bem contente. Sebastian também parecia diferente diante da presença da garota, mais passivo, não arrumava mais brigas na escola, estava concentrado nas aulas. Eu tinha esperança que Emily fosse à garota que iria ajudá-lo a superar os problemas com o pai e mudá-lo profundamente, assim como Mia fez comigo.

Mas isso dependia dos dois e não de nós.

 

Emily P.O.V

 

Sexta à noite e eu arrumando meu quarto, minha vida social estava mesmo um fracasso e a culpa era somente minha. Ouço batidas leves em minha porta, como Mia havia saído com Adam, só poderia ser uma pessoa.

— Pode entrar tia. – digo de dentro do meu closet, aonde pendurava minhas roupas, agora organizadas por cores.

— Oi Emy, o que está fazendo? – ela perguntou curiosa, aproximando-se de mim.

— Organizando meu quarto. – respondi ainda sem olhá-la.

— Programa chato esse. – ela diz divertida e eu aceno minha cabeça afirmativamente concordando – Posso conversar com você um pouquinho? – ela pergunta.

— Claro! O que foi? – pergunto finalmente a encarando.

Mia e sua mãe eram extremamente parecidas. Podia ver em seu rosto que estava preocupada comigo e agora viria com seu interrogatório mais típico, mania que sua filha havia herdado. Não me importava, porque sabia que elas apenas queriam ajudar, que se importavam comigo.

— Vou ser bem direta. Você quer conversar sobre algum assunto que esteja lhe incomodando? Já passou um tempo que esta aqui conosco, você tem se adaptado muito bem, principalmente de umas semanas para cá. Mas sinto que tem alguma coisa te atrapalhando a ser 100% feliz aqui conosco. – ela disse.

Eu gostava muito da forma como era direta, sem rodeios. Por este motivo ela e minha mãe haviam sido melhores amigas, sinceras ao extremo se davam super bem.

— Não tenho como mentir para você tia. – digo carinhosamente – Se trata de um garoto que estou gostando.

O alivio em seu rosto é nítido, ela devia pensando se tratar de algo mais grave.

— É ótimo o fato de você estar gostando de alguém. Eu conheço? – ela pergunta sentando-se em minha cama, parecia uma adolescente agora.

— Sebastian, amigo de Mia. – digo.

Ela abre um sorriso enorme ao ouvir este nome, encaro-a curiosa.

— Ele é lindo assim como pai. – ela diz em explicação. – Já os vi juntos algumas vezes, moram pouco depois da casa do Adam.

— Não conheci o pai dele ainda. – digo. Mas por Sebastian ser um espécime praticamente perfeito fisicamente e como sua mãe era deslumbrante, era de se imaginar que o pai também fosse.

— E qual o problema? Você é linda, ele também, os dois são solteiros, jovens e livres, não estou entendendo. – ela diz séria e começo a rir.

— O problema é que ele quer ser apenas meu amigo, quem dera todo jovem lindo e solteiro quisesse me namorar. – explico dando um sorriso amargo.

— Papo furado. Emy quase todos os caras que chegam com esse papo de amizade querem algo a mais. – ela me explica – Com seus pais, por exemplo, foi assim.

Lembrava-me perfeitamente da história, de como meu pai, amigo de infância de minha mãe, sempre a rodeava, porém nunca se declarava. Até que cansado da monotonia ele roubou-lhe um beijo e minha mãe nunca mais o viu apenas como um amigo.

— Ele é muito indiferente tia, nunca deu a entender que queria algo a mais. – explico, sentando-me a seu lado na cama.

— Lógico, ele esta copiando a sua postura indiferente. Você já deu a entender que gosta dele por acaso? – ela questiona perspicaz.

— Como posso sem saber qual é a dele? – pergunto.

Ela esticou suas mãos, segurou meus ombros e olhou em meus olhos.

— Essa é a questão, você tem de se arriscar. – ela diz convicta – O não você já tem agora você precisa correr atrás de um sim!

Nos duas rimos agora. Seu jeito jovial e confiante, mesmo com todas as dificuldades que passou me impressionava.

— Você sempre tem razão. – digo demonstrando minha admiração.

— Quase sempre. – ela retruca e rimos – Vai por mim, ele que vai sair perdendo se não te der uma chance.

— Obrigada! – agradeço. Sentia-me aliviada por ter compartilhado meus sentimentos com alguém.

— Se precisar de mim, você sabe que pode contar. Agora desça, eu pedi pizza! – ela ordena.

— Vou tomar um banho antes. – Eu aviso enquanto ela se encaminha para a porta.

— Ok, eu não vou te esperar, estou morta de fome. – ela diz e vai embora.

Tomo meu banho tranquilamente, refletindo sobre toda nossa conversa, eu não era boa em fazer joguinhos, teria que falar francamente com Sebastian e torcer pelo melhor.

Visto meu pijama, penteio meus cabelos molhados e desço a escada faminta. Quando chego ao andar debaixo, escuto minha tia cochichando com alguém na porta de entrada. Aproximo-me dela e olho por cima de seu ombro.

Meus olhos se arregalaram pela surpresa.

— Sebastian?! – digo atordoada – O que faz aqui?


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Notas finais do capítulo

O que acharam??
Nem acredito que já está acabando ;(
Bjos



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