Assim que o beijo terminou ela o olhou, mas dessa vez não sorriu, estava absorta em pensamentos, apenas se levantou e foi em direção ao salão de festa e sentou-se à mesa.

—Tori? – Perguntou Sam, mas não obteve resposta, a morena parecia estar viajando em outro mundo.

—Terra chamando magricela? – Tentou mais uma vez estralando os dedos na cara da outra, que pareceu despertar.

—Hã?! Você disse algo? – Ela falou tentando parecer o mais normal possível.

—Não, você parecia está viajando, está estranha mais do que o normal. – A loira riu.

—Haha, até parece que você é a pessoa mais normal desse mundo, não é Puckett?

—Ah finalmente você está sendo “você”, já estava achando que você tinha sido raptada e foi substituída por um clone mais gentil e amigável, pelo amor de Deus não nos assuste assim. -Sam falou e fez Freddie rir, Tori fez uma careta, porém logo riu também e Freddie falou.

—Você está diferente Tori, Sam comentou comigo, fico feliz em saber que você tomou a iniciativa de uma trégua. – Ele disse com sinceridade, era difícil de acreditar, pois a morena não os deixava em paz.

—Uma atitude precisava ser tomada, eu confesso que está complicado, mas acho que daqui para frente tudo vai ficar mais fácil, eu espero. – Ela sorriu tentando disfarçar que não estava confortável com o assunto, atitude que não passou despercebido por Sam.

—Ok, sabemos do motivo de tudo isso, enfim está legal desse jeito, por mais estranho que seja. – Disse a loira tentando dar o assunto por encerrado.

—Sam, você lembra de como a gente se conheceu, até nos damos bem naquele dia, e eu achei que seríamos amigas e eu conseguiria mudar esse seu estilo, que eu particularmente acho desleixado. – Ela disse rindo e tomando um gole de seu champanhe.

—É, até você pirar pelo Freddie e pode tirar seu cavalinho da chuva, no meu guarda-roupa ninguém mexe. – Ela disse levando tudo na brincadeira.

—Eu nem tento mais, sua irmã esta tentando desde que se entende por gente, se ela não conseguiu não seria eu, uma mera mortal, que conseguiria querida.

—Meninas, o papo está bom, porém eu vou tirar a loira mais bonita dessa festa para dançar. – disse Freddie já se levantando e estendendo a mão para Sam.

—Até mais Tori, hey cadê o Brad? Vi vocês saindo, mas só você voltou. - Perguntou a loira já de pé.

—Deve estar lá fora, acho que já já ele volta. – Falou sorrindo e disfarçando o incomodo que era ver a mão de Freddie ao redor da cintura da loira. Sam sorriu e logo foi junto ao Freddie para a pista de dança, Tori olhou ao redor e procurou por Carly mas não a encontrou. As coisas que Brad tinha dito ainda rondava sua cabeça e aquele beijo lhe deixou tão confusa. “Será mesmo que devo esquecer Freddie e Sam, o que vou ganhar depois que eles não estiverem mais juntos?” – Ela pensava enquanto bebia mais champanhe.

Tori

Ele ainda não tinha voltado do jardim, o que será que ele deve estar pensando depois que sair sem dizer nada? Porque Brad tinha que vir com aquele papo e bagunçar tudo?!

Sam e Freddie dançavam juntos, pareciam tão felizes.

—Será que vale mesmo a pena?! – Eu já estava com esse pensamento e depois de tudo que o Brad me falou, só me deixou mais confusa. Eu não queria ser assim, Sam parece ser legal e eu sei que ela é, eu a conhecia antes do Freddie aparecer e eu descobri que ela era completamente apaixonada por ele, e ele parecia gostar dela, todo mundo via isso e foi por isso que eu praticamente pulei nele.

Quão patética eu fui! Me tornei uma pessoa vulgar, queria tanto tê-lo, me apaixonei assim que o vi e claro que foi um amor platônico, desde então eu e Sam viemos trocando farpas. Mas agora, ela que está com ele, ela que dorme com ele, e eu? Bom, eu apenas tenho que aceitar que perdi. Claro que eu ainda o amo, porém o que posso fazer agora?!

Brad finalmente voltou, eu estava com vergonha, sai sem dizer nada, ele deve estar pensando a quão imatura foi minha atitude. Até que ele puxa cadeira e senta de frente pra mim.

—Para de fugir mulher chata. – Ele disse apenas isso, que cara sem noção, fiquei irada.

—Chata é a senhora sua mãe.

—Não fale assim da sua sogra, ela é uma pessoa tão doce. – Ele riu e bebeu o champanhe que tinha trazido.

—Duvido muito, para ter parido um ser como você acredito que ela deve ser igual a você.

—Por isso mesmo, ela é gentil, doce e amável, você vai ver. Ela vai te adorar. – Ele disse como se realmente eu fosse conhece-la, como se fossemos nos tornar uma família linda e feliz.

—E o que te faz pensar que eu vou conhece-la?

—Meu deus, quando você vai parar de ser tão implicante? – Ele parecia bravo, mas o cara ta querendo “ficar” comigo, eu não quero ser o brinquedo de ninguém.

—Não é implicância. Brad, olha para nós dois, você acha que temos idade pra amizade colorida? Eu quero um relacionamento, e até pouco tempo eu achava que esse relacionamento seria com o Freddie.

—É por isso mesmo que eu quero ficar com você, eu achava que meu relacionamento seria com a Sam, mas não, ela está com ele e eu não posso fazer nada em relação a isso. Tori tirando essa situação toda, eu gosto de você, de verdade.

—Gosta? Você se arriscaria, porque eu não quero ser “uma” na lista de alguém.

—Gosto, e você  não vai ser apenas uma na minha lista, aliás não vai existir isso de lista, só não assumo assim de “gritar para o mundo” porque vai ser muito repentino, mas vamos dar certo, você só precisa me dizer Sim, para mim e para você mesma, então o que você  me diz?

Olhei em seus olhos, parecia tão sincero, o que eu tenho a perder não é mesmo?

—Sim, mas se você aprontar comigo, eu juro que vou embora e você nunca mais vai ver sequer a cor dos meus olhos. – Ele sorriu e levantou, quando ia me levantar chegou a hora dos noivos saírem em lua de mel.

Todos foram em direção a saída, encontrei com Sam e Freddie e eles olharam em direção da mão de Brad que rodeava minha cintura e eu achava aquilo tudo muito estranho.

Samantha

Não creio que a magricela— quer dizer Victoria, estava com Brad, isso sim é novidade, por mais que eu não goste dela, quando Carly voltar vou marca de sair para saber de cada detalhe de tudo isso.

Ela parecia envergonhada com a aproximação dele e de fato Brad consegui ser bem “inconveniente”. Porém não dei tanta importância para isso.

Carly estava falando com alguns convidados e Gibby falava com seus pais, logo Spencer se pôs ao nosso lado, ele tinha os olhos marejados e não é para menos, realmente o casamento da minha amiga tinha sido emocionante.

Ela veio em nossa direção, sorria como nunca sorriu antes, não vejo a hora de ter meu momento.

—Amiga, muito obrigada por estar aqui, você não é só minha melhor amiga, é minha irmã. – Ela me abraçou e eu senti como se nossa vida passasse diante dos meus olhos, do dia em que nos conhecemos na pré-escola até agora.

—Eu seria incapaz de não estar aqui, e quando você voltar, não quero saber se você esta casa, quero uma noite de garotas, e isso inclui você Tori. – A morena me olhou surpresa, eu nunca deixei Tori participar dessas coisas e quando ela ia eu evitava estar por perto, mas como eu prometi uma trégua, estou aqui sendo a boa moça.

Ela nos olhou surpresa e sorriu.

—Hey, temos mesmo que marcar para sairmos só nós três, até porque temos que conversar sobre certas coisas que eu reparei não é mesmo senhorita Victoria? – Falou Carly apontando para a aproximação de Brad.

—É uma longa história que com certeza vocês vão ficar sabendo. – Ela disse e logo abraçou Carly.

Todos se abraçaram e Gibby e Carly entraram no carro, seguiriam para casa e logo depois para o aeroporto, passariam a lua de mel na Grécia, era o sonho de Carly visitar as praias gregas. Spencer chorou no meu obro por quase 30 min. Freddie conversava com um grupo de colegas que eu não sabia ao certo quem eram, e Tori e Brad sumiram, aparentemente foram embora. Logo depois de Spencer parar de drama ele foi procurar algo para beber.

Freddie parecia entretido na conversa, Carly não me falou que convidaria essas pessoas, acredito que sejam conhecidos do Gibby, fui até ele.

—Freddie, está ficando tarde, acho melhor eu ir embora? – Eu disse assim que cheguei até ele, ele tirou a atenção de seus amigos e me respondeu.

—Ainda é cedo, tem certeza que quer ir?

—Tenho, estou cansada. -Disse insistindo em ir, de fato eu estava destruída.

—Antes de você ir que eu quero te apresentar alguns amigos meus. – Ele falou e eu olhei para o grupinho que estava ali, eram 5, um casal, uma garota que parecia estar sozinha e dois rapazes que aparentavam ser irmãos.

—Esse é Mark, um dos acionistas de lá da empresa e Lillian, sua esposa. -Cumprimentei os dois com um aperto de mão.

—Eu já te vi por lá, você é a secretaria do Freddie, não é? – Apenas acenei que sim e sorri.

—Esses são Derick e Elliot, os irmãos mais idiotas que você vai conhecer. – Todos riram e o tal do Derick falou.

—Só não sou mais idiota que você. – Freddie riu, eles pareciam ser amigos a bastante tempo, eu só não sabia que eram tão próximos, Freddie nunca falou deles, eu não queria estar preocupada, mas admito que estou com a “pulga atrás da orelha”. E por fim Freddie apresentou uma loira, siliconada e alta, nossa de cara eu já não fui com a cara dessa garota.

—Essa é a Ashiley, uma amiga. – Se todos são amigos dele, porque ele especificamente ressaltou que ela era amiga dele.

—Prazer em conhece-la Sam, o Freddinho fala muito de você. – Freddienho? Serio isso?

—Hum, e vocês se conhecem de onde? Quer dizer, é que eu nunca vi vocês juntos. – Perguntei, e Freddie pareceu não gostar disso.

—Bom, a gente também nunca viu Freddie com você, acho que porque ele sai muito com a gente, normalmente saímos para baladas e festas no sábado a noite. – A Ashiley respondeu e voz dela me causava náuseas.

—Não importa de onde nos conhecemos, somos amigos e faz tempo que não os encontro, mas enfim você está cansada, vamos embora. -  Ele sorria, mas eu sabia que ele estava bravo, eu sei que antes do Freddie se reaproximar ele tinha uma vida boemia, eu sabia que ele saia as sextas-feiras e só voltava na segunda já para trabalhar com uma cara de ressaca.

Fomos em direção ao carro dele, mas antes de ir me despedi do Spencer que já estava um pouco alterado devido ao álcool. Já no carro íamos em direção ao apartamento dele, o silencio reinava no carro, isso não é bom, eu queria saber mais sobre aquilo e ele definitivamente não queria tocar no assunto.