Survivor escrita por mybdns


Capítulo 3
Capítulo 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/738570/chapter/3

Depois do que houve no CDC, dirigimos em direção ao Forte Benning, mas o trailer de Dale pifou e tivemos que parar.

— Vamos precisar de roupas novas. – Carol disse.

— Vamos procurar algo que nos sirva então. – Lori falou e nós começamos a revirar os bagageiros dos carros abandonados.

— Ed nunca me deixaria usar uma roupa dessas. – Carol comentou, pegando uma blusa vermelha nas mãos.

— Ele está morto, Carol. Nunca mais ele vai mandar em você, ou te bater. – eu disse.

— Walkers. – Dale gritou. – olhamos para trás e uma legião de mortos vivos estava se aproximando. Nos abaixamos e escondemos debaixo dos carros. Eles eram muitos. Passamos momentos de tensão, não podíamos nos mexer, nem falar nada. Um deles tentou pegar a pequena Sophia, mas a menina fugiu para dentro da mata. Rick não pensou duas vezes e correu atrás dela.  Logo, os walkers desapareceram e nós pudemos sair debaixo dos carros.

— Sophia... – Carol disse. Ela estava desolada.

— O Rick irá encontrá-la. – Lori tentou confortá-la.

— Julia, fique perto de mim, ok? – Jake disse para a menina.

— Iremos nos organizar para procurar por Sophia. – Daryl disse. – alguém chama o playboy, ele pode ser útil.

Dale sorriu e chamou Jake.

Nos dividimos e adentramos a mata a procura da garota. Estava quente, e nós estávamos cansados, mas tínhamos que nos doar ao máximo por causa da Carol. A noite caiu e não encontramos Sophia. No dia seguinte retomamos as buscas, mas de novo, não tivemos sucesso. Shane, Rick e Carl decidiram ficar para procurar mais e nós voltamos para a estrada. Estávamos quase chegando quando uma garota montada em um cavalo nos alcançou.

— Lori Grimmes?

— Sou eu.

— Sou Maggie Greene e seu filho está ferido venha comigo. Os outros podem ir a leste, La tem uma estrada de chão que leva até a minha fazenda. – Lori montou no cavalo e as duas se afastaram. Todos nós ficamos atordoados com a noticia. Chegamos à estrada já de noite. Avisamos aos outros e decidimos passar a noite ali. De manhã cedo seguimos para a tal fazenda.

Era um lugar muito bonito, cheio de árvores e animais. O dono da fazenda, senhor Greene era um veterinário e estava tentando salvar a vida de Carl, que fora baleado por um morador da fazenda. Estacionamos nossos carros e montamos nosso acampamento ali. Nos organizamos e fomos buscar por Sophia.

— Maggie? – eu chamei.

— Oi Anne.

— Será que eu poderia deixar a Julia aqui?

— Claro, ela pode ficar com a Beth. Não se preocupe, sua irmã estará bem.

— Ela não é minha irmã, mas é como se fosse. – sorri e fui com Jake buscar pela menina.

— Anne, me desculpa.

— Jake, eu já te desculpei.

— Eu ainda te amo.

—Não estamos aqui para discutir a relação que tivemos um dia, Jake. Estamos aqui para encontrar a Sophia e levá-la até a mãe dela. Depois a gente fala sobre isso.

— Você ainda acredita que essa garota está viva?

— Jake...

— Pois eu acho que ela não está! Que estamos dando murro em ponta de faca é isso que eu acho. Eu trabalhava na unidade de vitimas especiais e você sabe qual a probabilidade dessa garota estar viva? Quase nenhuma.

— E se fosse a Julia? Você falaria isso também?

Jake parou e suspirou.

— Faça isso pela Carol. E pense um pouco mais positivo, por favor.

— Nós estamos tentando sobreviver ao fim do mundo, Annelies. Não tem nenhum motivo para pensar positivo.

Virei para trás e vi um walker se aproximar de Jake. Peguei minha faca e a cravei na cabeça dele.

— Te devo uma.

— Talvez se você parasse da falar e prestasse mais atenção...

Jake me olhou feio e nós continuamos a busca. Já estava anoitecendo quando voltamos para a fazenda Greene.

— Encontraram alguma coisa? – Maggie perguntou.

— Nada. Onde está o Shane?

— Foi com o Otis buscar alguns equipamentos para operar o menino.

— É tão grave assim?

— É.

Shane conseguiu pegar tudo o que o senhor Greene pediu, mas Otis foi atacado por walkers. Felizmente, Carl estava fora de perigo.

— Onde está o Daryl? – perguntei.

— Saiu sozinho para procurar Sophia. – Julia respondeu.

— Ninguém foi com ele?

— Você sabe como ele é. – Glenn disse.

Voltei para minha barraca e conforme as horas iam passando, eu ficava mais preocupada com Daryl. Foi quando eu resolvi ir atrás dele.

— Anne, o Daryl é um caçador. Ele sabe sobreviver no meio da floresta como ninguém aqui sabe. Ele vai voltar. – Dale disse.

— Mas e esse ele estiver ferido? Ou se Deus o livre, algum walker o atacou.

— Vaso ruim não quebra, já dizia minha mãe. – Dale disse.

— Anne, você não vai sair sozinha no meio dessa floresta. – Jake falou.

Suspirei e fui para a varanda. Jake foi atrás.

— Você está legal? – ele perguntou.

— Só estou preocupada com o Daryl.

— Vocês são...

— Não. Não somos nada.

— Mais você gosta dele?

— Como assim, Jake?

— Você está apaixonada por ele. Eu não sou idiota.

— Ele é só um... amigo, Jake. Não coloque abobrinhas na sua cabeça.

— Tudo bem. Eu tô com saudades de você, Anne.

Fui para o banheiro e tomei um banho quando estava saindo, escutei um tiro e fui correndo para o lado de fora.

— O que foi isso? – Julia me perguntou assustada.

— Um tiro. – Jake respondeu e correu para ver o que era.

No fim, Andrea pensou que Daryl era um walker e atirou nele. Felizmente, a bala o atingiu apenas de raspão. O senhor Greene o levou para dentro e cuidou dele. Daryl estava muito ferido.

Lori e Carol fizeram um jantar de agradecimento a tudo o que Hershel e sua família estavam fazendo por nós. Mais tarde, fui ver como Daryl estava.

— Oi. – eu disse.

— Ah, é você?

— Que bom te ver também, Daryl. – ironizei.

— O que você quer?

— Saber como você está se sentido.

— Ótimo. – debochou.

— Porque você tem que ser assim?

— Assim como?

— Afastar todas as pessoas que gostam de você ou que querem o seu bem.

— E você gosta de mim?

— Gosto, apesar de você ser um estúpido, babaca e ignorante.

— Não estou aqui pra te agradar.

— não estou pedindo pra você me agradar.

— Já falou tudo? Eu estou com dor de cabeça.

— Quer saber? Vai se ferrar. – eu disse, elevando a voz e saindo do quarto.

— O que houve? – Glenn perguntou, mas eu passei reto por ele. Fui para a barraca de Jake e entrei. Ele estava deitado, sem camisa. Jake continuava irresistivelmente lindo. Suspirei e me deitei ao seu lado.

— Oi baixinha.

— Não queria te acordar.

— Não estava dormindo. Houve algum problema?

— Não. – sorri. – também estou com saudades de você e quero transar.

— Não precisa pedir duas vezes. – ele sorriu e me beijou. O ato fora intenso, mas eu já não conseguia sentir amor pelo Jake, como eu sentia tempos antes. 

No outro dia, Glenn nos comunicou que o celeiro da fazenda de Hershel estava cheio de walkers. Os Greene achavam que havia cura para a epidemia e que aqueles ainda eram seus entes queridos. Depois de muito conversar, Shane decidiu, por ele mesmo acabar com os walkers. Foi para o celeiro e abriu a porta. Logo, uma dúzia de mortos vivos saiu de lá e os rapazes começaram a atirar. Quando pensávamos que todos haviam sido exterminados, uma criança apareceu.

A criança era Sophia.

Carol correu, mas Daryl a impediu de chegar até a garota. Rick deu um passo para frente e atirou na cabeça dela.

Voltamos para o acampamento atordoados. Julia estava chorando, Carol em estado de choque e o senhor Greene incrédulo.

— Foi horrível, Anne. – Julia disse.

— Eu sei meu bem. Eu sei. – tentei confortá-la. – você quer ficar sozinha?

— Quero.

— Tudo bem. – dei um beijo em sua testa e fui para fora.

O senhor Greene havia sumido, Rick e Glenn foram atrás dele. Decidi caminhar um pouco pela fazenda, pra colocar a cabeça no lugar. Tudo aquilo era desgastante. Perdíamos pessoas toda hora e íamos perder mais. Até não sobrar ninguém. Sentei perto de uma árvore e comecei a chorar. Chorei como nunca havia chorado em minha vida. Lembrei de minha família e me dei conta de que eles não existiam mais.

— O que você tem? – Daryl perguntou.

— Não tenho nada.

— Isso é por causa da Sophia?

— É por causa de tudo, Daryl. Eu estou cansada de ver pessoas morrendo, eu não agüento mais isso. Olha, se Deus esta se vingando de nós, ele está fazendo um puta trabalho bem feito.

— Não adianta se revoltar agora.

— Eu nunca mais verei meus pais, a minha avó. Eu nunca mais terei minha vida de volta. – ele se sentou do meu lado.

— Você não está sozinha, garota. – ele disse.

— Porque está sendo legal?

— Você está desesperada. E o babaca do seu ex não está nem ai, ele só quer te comer.

— Prefiro que seja assim. Porque você está afastado do grupo?

— Esse grupo está rachado. O Shane e o Rick estão a ponto de se matar, o Dale e a Andrea estão a toda hora discutindo. Prefiro ficar sozinho.

— Então, fique sozinho. – me levantei e cruzei os braços.

— Você está insuportável esses dias! O que aconteceu? Está de TPM? Falta de sexo?

— Cala a boca. – eu o empurrei e fui para a barraca. De longe, vi Lori vomitando. Me aproximei para ver se ela estava bem. – Lori?

— Oi Anne.

— Você está legal?

— Agora eu estou.

— Posso te perguntar uma coisa?

— Pode.

— Você está grávida?

— Ninguém mais precisa saber disso.

— Como quiser. Se precisar de alguma coisa, eu estou aqui.

— Obrigada, meu bem.

Glenn e Rick conseguiram encontrar Hershel num bar, porém eles foram atacados e trouxeram um refém. Puseram o garoto no celeiro e o deixaram lá.

— O babaca falou que eles são um grupo de trinta. Se eles nos atacarem, vão matar os homens e com as mulheres vocês sabem. – Daryl disse.

— Como você conseguiu arrancar isso dele? – perguntei.

— Eu dei meu jeito. – ele sorriu.

— Então, como vai ser? – Shane perguntou. - Temos que matá-lo.

— Pelo amor de Deus, ele é um ser humano! – Dale disse.

— Ou ele ou nós. Vocês que escolhem. – Shane disse.

O período que se passou a seguir foi todo para decidirmos o que fazer com aquele moleque. Rick então decidiu matá-lo, mas não conseguiu. Então, o menino desapareceu e Shane chegou dizendo que ele o atacou.

— Melhor vocês ficarem aqui dentro de casa. – Jake disse.

— Nós vamos atrás dele. – Rick falou e os rapazes adentraram a mata.

As cenas que se seguiram foram dignas de Hollywood.

Dale fora atacado por um walker e Daryl o matou. Em seguida, milhares de walkers invadiram a fazenda Greene, e quanto mais nós atirávamos, mais deles apareciam.

— Anne, vá para a caminhonete com a Julia. – Jake gritou. Logo depois, ele foi atacado. – Eu amo vocês duas.

— Jake! – Julia disse, aos prantos.

— Vamos Julia! – eu puxei seu braço e nós corremos para a caminhonete.

— Eles pegaram o Jake!

— Eu sinto muito, meu bem, mas nós precisamos ir.

Dei partida na minha caminhonete e acelerei. Eu estava tremendo e chorando. Meu corpo estava coberto por sangue. Pegamos a estrada e chegamos juntos ao cemitério de carros. Decidimos seguir em frente, mas logo a gasolina de praticamente todos os carros acabou.

— Onde nós iremos ficar? – Julia me perguntou.

— Eu não sei meu amor. Mais vai dar tudo certo.

— Nós não podemos ficar aqui com esse monte de walker a solta por ai. – Hershel disse.

— Eu estou tentando manter esse grupo unido, não vamos nos separar.

— Não podemos ficar aqui. – Lori disse.

— Escutem aqui. Quem quiser ir, que vá! Eu tive que matar meu melhor amigo para manter esse grupo a salvo – Rick esbravejou e todos nós nos olhamos. – ninguém? Então é o seguinte: nós iremos ficar juntos e unidos. Isso não é mais uma democracia.

Naquela hora, esperar era tudo o que tínhamos a fazer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Survivor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.