Ryudan - a História de Um Monstro escrita por Dantas


Capítulo 3
Capítulo 3 - O Laboratório


Notas iniciais do capítulo

Bom, pessoal, não pude esperar as notas finais para escrever algumas palavrinhas.
Gostaria de pedir desculpas por abandonar a fic... Mas eu tinha perdido a inspiração, e graças a review do Ryu, eu decidi voltar a escrever.
Espero que vocês gostem da leitura.



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O Laboratório não parecia ser uma grande coisa, visto de fora. Uma construção bem simples, aparentando ser antiga, mas bem cuidada. Por dentro, ele era enorme. Havia uma mesa no centro, que se extendia por quase toda a sala em que Enzo fazia seus experimentos. Livros, substâncias químicas e amostras se encontravam em prateleiras nos cantos. Percebia-se uma tecnologia de ponta, da qual só um ótimo Criador poderia ter criado.

O dia acabara de amanhecer. Os primeiros sons matinais podiam ser percebidos no ambiente. Enzo acordara cedo naquele dia. Trazia consigo um mapa do Laboratório, que havia encontrado em uma prateleira, frascos de ácido e fogos gregos. Estava pronto.

Ao tocar na maçaneta que o levaria ao segundo andar do Laboratório, a pele de Enzo eriçou-se. Sentiu uma leva brisa adentrar por uma janela do Laboratório, e sentiu um imenso frio na barriga. Uma gota de suor pingou de sua testa. Ele sabia que um segredo da Humanidade agurdava do outro lado. Sem hesitar mais, e tomado por sua ansiedade, Enzo abriu a porta.

No primeiro instante, parecia uma parte comum do Laboratório. Estava meio bagunçado e tudo mais, mas haviam vestígios de que ali, algum dia, ocorreram experimentos científicos. Uma lousa com equações e fórmulas estava quebrada ao meio. Uma mesa estava na sala, que era envolta por cortinas. Mas aquela parte do Laboratório era tremendamente maior do que a qual Enzo trabalhava.

O Criador resolveu ir até a mesa e analizar o que encontrava. Lá, além de papiros e anotações antigas, ele encontrou um livro com uma capa bem dura, e uma frase na frente, que dizia:

"Só leia se você não tiver uma alma. Própria."

- Sinistro... - Enzo mostrava todos os dentes no sorriso, em sua ansiosidade - O diário de Zenit.

Enzo olhou para aquela caveira, estampada na capa. Os olhos da ilustração pareceram brilhar. Enzo sentiu sono... A mandíbula da caveira começou a se mover... Ela sussurrava... Pronunciava com uma voz fraca e moribunda...

- Leia o livro, Criador. Leia. Eu sinto um futuro grandioso em suas mãos.

Enzo piscou e deu uns socos na cabeça. Apesar do que ocorrera, ele não estava com medo do livro. Abriu-o sem hesitar.

"Eu sou Zenit Soarie. Fiz coisas que nenhum ser humano já vez, e rezo aos deuses para que nunca nenhum outro faça. Neste diário, relutantemente as cito, pois preciso recorrer a alguém. Não aguento mais guardar isso para mim. Mas, por favor, não seja tolo a ponto de seguir meus passos. Eu lhe suplico."

- Pobre velho...

Enzo estava tão focado na leitura que não percebeu o leve ruído que aconteceu, próximo a ele.

"Descobri como reproduzir a vida. Não de uma forma sexual, claro. A partir de uma doação. Essa é a chave. Uma vida por outra."

- Legal...

Passos leves poderiam ter sido ouvidos, se Enzo não estivesse tão concentrado. Um leve tintilhar de armadura também. Mas, como um Lorde não fala em Frenesi, Enzo não ouvia em seu estado.

"Comecei meus experimentos tentando passar a vida de um ser para outro, com plantas. Cogumelos, para ser exato. O resultado foi surpreendente: algo que eu gostaria de chamar de Esporo Venenoso. A vida de um cogumelo, passado a outro morto resultou nesse monstrinho, que tinha um único instinto: comer e beber sangue. Mais tarde, fui mais longe. Transferi a vida de alguns doentes da cidade para máquinas, afim de lhes proporcionar um corpo saudável. Mas a mente não aguentou a transfusão, e o resultado formou meus amigos Remover. Abaixo, estão meus métodos"

Enzo leu tudo espantado. Fazia muito sentido! Os cálculos, as deduções e os resultados... Até que o Criador começou a sentir um cheio muito forte. Em parte pelas substâncias e seus resultados lá contidos, e algo mais... Sangue. Era de sangue o cheiro. O Criador finalmente ouviu um ruído e viu uma movimentação das cortinas, próximas à mesa, mas retomou sua leitura; não pôde resistir à tentação de ler as próximas linhas.

"E finalmente, passei os limites da falta de dignidade humana. Assassinei dezenas de jovens para montar um corpo ideal. Todos os órgãos eram os mais saudáveis. O rosto era lindo. Os músculos, fortes. Peguei o cérebro do garoto mais inteligente da cidade. O coração mais puro... E finalmente, apliquei as substâncias no corpo, e dei a vida. Um garoto fantástico. A princípio, ele se mostrou muito eficaz em me servir. Dei a ele um nome. Errende Ebecee. Ele era inteligente e prestativo, mas depois de alguns dias, algum tipo de efeito colateral aconteceu. Ele começou a ficar mais agressivo, mais faminto, não falava mais..."

Ao ler isso, Enzo fechou o livro. Percebeu uma movimentação na penumbra, e uma Espadachim surgiu. Ela era alta e bonita, com cabelos que beiravam o roxo. Seus olhos, que pareceram ser castanhos um dia, estavam frios e sem vida. Dela emanava uma fumaça estranha. A garota sacou uma espada de uma mão, e começou a andar em direção a Enzo.

- Garotinha, você está perdida? O que faz neste lugar? Quem é você?

- Eu sou... Egnigem Cenia.

Sua voz era fraca, e amedrontadora. Depois de falar, o passo da menina pareceu acelerar.

- Menina, largue essa espada. Está tudo bem, não vou te machucar.

Ela não parou. Quando a distância entre o fio da lâmina e o pescoço de Enzo não era maior que um metro, a Espadachim investiu contra o Criador. Enzo desviou-se e reagiu.

- Bomba Ácida!

As reações químicas e as explosões trouxeram um novo aroma ao ambiente. Enzo ouviu novos passous, ruídos e outros barulhos.

- É melhor eu sair daqui.

Ele voltou pelo estreito corredor, abriu a porta e deu uma última olhada para trás. Nas sombras, ele viu vários pares de olhos, espreitando. Sem mais pressa, ele entrou pela porta de volta ao primeiro andar de seu Laboratório.

_

No outro dia, Enzo não se preocupou em acordar muito cedo. Na verdade, ele foi acordado. Ouviu batidas na porta do Laboratório. Alguém estaria o visitando?

Levantou-se da cama e foi até a porta. Quando abriu, viu que era um Lorde quem batia. Ele estava montado num belíssimo Peco Peco. Alto, imponente, o Lorde tinha feições de um jovem, mas seus cabelos grisalhos e suas insígnias provavam que era um aventureiro experiente. Atrás dele, mais ou menos uma dúzia de Cavaleiros, todos desmontados.

- Olá, Criador. Gostaria de informar que agora a cidade de Lightalzen possui uma polícia municipal. Eu sou Lorde Seyren Windsor, líder da patrulha que você vê.

- Interessante... - Disse Enzo.

- Gostaríamos também de avaliar se o seu Laboratório é seguro e se há alguma ameaça para a população.

- Entrem, por favor.

Seyren Windsor desmontou de seu Peco Peco, mas nem o amarrou. Deixou o animal a porta, que não fugiu quando teve oportunidade, mostrando o treinamento do animal.

Assim que a patrulha toda estava dentro do Laboratório, Enzo chamou Seyren para uma conversa, isolado dos outros.

- Lorde Seyren, na verdade, tenho um problema que gostaria que você resolvesse.

- Pode falar, Criador... Como eu deveria chamá-lo?

- Enzo. Bom, é que, existem alguns... monstros... que estão no segundo andar do Laboratório. Eu gostaria de saber se é possível...

- Não diga mais nada. Vamos, mostre-me as escadas e vamos cuidar de alguns monstros. Rapazes, saquem as espadas, temos inimigos pra combater!

Houve um tilintar de armas e gritos de guerra.

Enquanto Seyren posicionava seus Cavaleiros, Enzo preparou algumas coisas para, novamente, ir ao segundo andar. Nunca entendeu por qual motivo, mas pegou o diário de Zenit e levou-o consigo.

O grupo adentrou no Laboratório. Passaram pelo corredor estreito, até chegar na mesa e nas cortinas. Mas nada havia ali. Apenas o cheio fétido do sangue.

- E então, Criador?

- Sigam-me.

Enzo se arriscou e tomou a frente. Ele queria mesma vasculhar o resto do Laboratório, e o fato de ter uma parulha acompanhando-o poderia ser positivo.

E ainda existia o terceiro andar...

Depois de alguns passos, eles começaram a ouvir, bem distante, barulhos constantes. E uniformes. Parecia alguém correndo. O som ficou cada vez mais alto, e cada vez mais próximo até que... parou. Ninguém ouviu mais nada, mas todos sabiam que, o que quer que fosse, estavam bem à frente.

- Cuidado, meus Cavaleiros, vamos avançar com cautela e...

Antes do Lorde Seyren pronunciar o resto da frase, uma Gatuna saltou das trevas e envenenou um Cavaleiro. A patrulha logo reagiu.

- Impacto de Tyr! Brandir Lança! Perfurar!

A Gatuna caiu, sem vida.

- Cuidado, eles tem flechas! - Gritou alguém no fundo, e na mesma hora, várias flechas começaram a atingir o Cavaleiro.

- Cavaleiros, sigam-me! Venha, pela esquerda!

O grupo disparou. Por onde passavam, pareciam ver seres humanos, mas todos eles atacavam. Enzo reconheceu uma Espadachim... Egnigem Cenia, que ele havia conhecido mais cedo! Como ela está viva? Depois, ao lado dela, ele viu outra, exatamente idêntica.

- Eles conseguem se multiplicar... - Enzo falou.

- Vamos, por aqui! Achei uma porta aqui, perto deste lixo!

Enquanto os Cavaleiros brandiam seus escudos tentando aparar os ataques a distância de Arqueiros e Magos, Seyren abriu uma porta que se encontrava acima de uma montanha de entulho.

- Entrem!

O grupo correu para dentro. Apenas Enzo hesitou.

- Uma... porta?

- Venha, Criador! Não temos tempo!

- Mas não deveria ter uma porta aí... Não tem nada no mapa...

- Você vem ou não?

Enzo entrou. Logo depois, parou para analizar o local. Haviam tubos de ensaio gigantes, capazes de comportar um homem, quebrados. O chão estava, em certas partes, com vestígios de magia, queimado em um lado e congelado logo do outro. Um material rosa escorria em uma das paredes... E pra todos os lados, haviam corredores estreitos com abismos profundos aos lados!

O Criador tentava processar tudo que acontecia. Onde era aquele lugar? Mas foi justamente logo em sua frente que ele encontrou a resposta.

Um "3" enrome estava pintado no chão, com tinta branca.

- E então, Criador, que lugar é esse?

Enzo fraquejou por um momento. Depois, com determinação e sem tirar os olhos do "3", se pronunciou:

- Senhores. Sejam bem-vindos ao terceiro andar do Laboratório de Somatologia.


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Notas finais do capítulo

Aí está, o capítulo 3! o/ - Pessoal, tanta coisa aconteceu desde que parei de escrever. Meu Mestre já está no nível 99, boladão *-*, vou deixar aí um print de um Asura de 450k, sem Canto de Batalha nem Dança Cigana :p
http://img168.imageshack.us/img168/9449/screenthor005.jpg
A coisa mais chata é que o The Legend Of Zelda não joga mais woes... O povo foi desanimando e o líder desanimou com o clã... Mas geral ainda joga, e ainda somos muito amigos ^^
Espero que todos apoiem a continuação da série Ryudan - A História, como me apoiaram no passado.
Abraço, Dantas



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