Faziam meses que Athena havia ordenado a aposentadoria de seus cavaleiros. Os cavaleiros de bronze remanescentes haviam se juntado a Shaina no Santuário para montar guarda, Marin fazia algumas pesquisas sobre a irmã de Seiya (sempre havia lhe intrigado aquele desejo ardente dele de encontrá-la e forte ao ponto de ele confundi-la com ela) e Kiki permanecia em Jamiel estudando concerto de armaduras, melhorando sua telecinesia e aprendendo como era verdadeiramente ser um cavaleiro.

Shun permanecia sozinho na casa das montanhas, admirando sua armadura de Andrômeda, tentando aceitar as vidas que havia tirado e pessoas que havia ferido nas batalhas que teve que enfrentar, lembrava-se de seu mestre e de seus companheiros da Ilha de Andrômeda e lutava contra a profunda tristeza e solidão que a ausência de Ikki lhe fazia e se agravava com seu pingente e aquela tão antiga e bem preservada foto em mãos.

Ikki estava pelo mundo nos últimos tempos. Muitas vezes voltou para visitar Esmeralda, lhe trazer flores e cuidar de sua sepultura e por outros tempos ficou andando por aí conhecendo lugares e pessoas e treinando suas técnicas para não enferrujar e extravasar o nervoso e a tensão.

Hyoga ainda ia com frequência até seu refúgio retirar o peso de seu coração e visitava semanalmente os túmulos de seus mestres e seu grande amigo e companheiro de treinos. Ele não tinha muito o que fazer ali naquela região tão isolada, mas decidiu dar seu melhor fazendo de tudo um pouco e demorando para perceber que os moradores da vila já sabiam que ele não estava bem a tempos.

Shiryu estava sempre com Shunrei em Rozan. Ela cuidava atenciosamente de seus olhos sem cansar e o aguardava sempre que saia para meditar e espairecer – habito necessário para o dragão que ainda não aceitava completamente sua aposentadoria. Não negava que estava feliz naquela paz com Shunrei e seu Mestre, mas também não esquecia seus companheiros, aprendizados e batalhas que sua armadura – mesmo coberta e dentro da caixa – ainda lhe trazia lembranças de longas e sangrentas batalhas em seu tortuoso caminho até ali.

Seiya continuava seu caminho em um cotidiano um pouco monótono. Acordar, se aquecer para não enferrujar, conseguir encarar a armadura de Pegasus sem se abalar, visitar o orfanato e Mino e continuar as buscas por sua irmã. As buscas o deixavam deprimido pela falta de informações e a quebra da rotina com alguma arte das crianças do orfanato ou convite para passear com Mino eram seu único consolo. Ele ansiava pelo dia de rever seus amigos e a deusa a quem jurou dar sua vida.

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Almas eram atiçadas, um selo antigo se rompia, cavaleiros mortos eram ressuscitados violando suas covas de dentro para fora e um negro desejo pela guerra era sentido perturbando a paz novamente. Hades estava a caminho e Athena era seu único e real obstáculo! Ele iria enfrenta-la e ela se preparou para fazê-lo – mesmo estando um pouco desnorteada pelo pouco conhecimento sobre o adversário.

Seus cavaleiros seguiram para estar com ela! Não importava que estavam proibidos de se envolver novamente. Iriam e pronto! Shiryu despediu-se novamente de Shunrei entristecida e já muito preocupada, Seiya foi determinado em busca de Athena para inteirar-se do assunto e se preparar, Ikki veio aos poucos e em seu próprio ritmo frente a nova ameaça, Shun colocou seu colar e decidiu que lutaria até o fim por Athena e ao lado de seus amigos e seu irmão e Hyoga despediu-se de seu vilarejo e caminhou rumo ao próximo desafio com determinação.

A única dúvida que os assolava era se realmente estavam preparados para matar e batalhar novamente. Seus cosmos não reagiam corretamente a seus impulsos de estar ao lado de Saori, ainda assim iriam! Ela precisaria de toda ajuda contra o mal que se aproximava.

Além de tudo, eles a encarariam depois de todo esse tempo junto a seus companheiros para confirmar definitivamente que ela não os queria mais por perto ou se tudo foi uma aposentadoria provisória.