O Amor da Lua escrita por Ryusth Lunyia


Capítulo 10
Dois inimigos, um só objetivo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Estou de volta! ^^
Hoje não tenho recados, pra dar, então boa leitura!



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  Nevra e Leiftan tentavam a todo custo convencer Miiko de não lutar contra os humanos, eles precisavam de um plano para enfraquecê-los. Era loucura querer bater de frente com o desconhecido.

   - Miiko, pela milésima vez você não pode fazer isso! – o vampiro tentava acompanhar o passo da raposa.

   - ... – ela então para de andar para soltar um suspiro derrotado. – E o que você quer que façamos? – seu olhar suplicava por uma saída daquele inferno.

   - Vamos nos juntar com os outros e pensar numa saída, algo que não precisemos lutar com eles, ao menos por agora. – ela assentia com a cabeça, estava com os pensamentos funcionando a essa hora e a raiva não a impedia mais de pensar.

   Para o vampiro aquilo era um grande avanço. Correndo pelos corredores ele então chama cada líder para se reunir na sala do cristal. Enquanto caminhavam, Ezarel repara no rosto aflito de Astaroth.

   - Aconteceu algo brutamontes? – ele debochava, mas o mais velho sequer ligava para os insultos.

   - É claro que tem um problema, Rosemary desapareceu. – tanto o vampiro quanto o elfo paravam de andar, eles estatizaram com a informação.

   - Está preocupado com ela? – o elfo voltava a sua habitual cara de deboche.

   - É claro que estou, junto com ela Eclaire também desapareceu! – um rosnado por entre os dentes. Astaroth bagunçava os longos cabelos azuis. – E se os humanos as tiverem pegado? E se algo pior acontecer?!

   - Vamos informar a Miiko.

 

 

 

(...)

 

 

 

   Já era quase horário de almoço quando Eclaire havia adentrado a pequena casa na floresta. A casa era pequena, porém aconchegante e bem convidativa a qualquer um que passasse ali.

   - Você tem certeza que vai dar certo? – ela perguntava a mulher sorridente ao seu lado.

   - É claro que vai minha querida! Bom se não der nós tentamos de novo. – o sorriso se alargava, a esperança era com certeza a última que morria.

   - Tia, você sabe que não precisa disso, eu já aprendi a ver com a magia de som.

   - Oras, eu sou uma bruxa, e não me sinto obrigada de fazer isso. – a bruxa de cabelos brancos tinha um olhar terno para a garota que considerava como uma filha. – Você sabe que eu apenas quero o seu melhor, e farei de tudo para conseguir.

   - Eu sei, só não quero dar trabalho.

   - É a minha garota. – ambas sorriam. - Agora beba.

   Eclaire bebia a mistura que a bruxa lhe entregava, confiava nela cegamente já fora ela que a ajudara por tanto tempo. Alguns segundos se passavam e nada do efeito esperado acontecer.

   - Nada, nenhum efeito.

   - Droga. – um suspiro derrotado, cansado passava a impressão de humilhação. – Eu realmente pensei que poderia curar sua cegueira...

   - Não tem problema titia, algum dia a senhora vai conseguir.

   - Ah! Eu lembrei de outra poção!  Quer tentar?

   - M-Mas eu preciso voltar para a guarda. – a bruxa desviava o olhar e soltava um estalo com a língua. Era obvio que não gostava nada da ideia da garota ficar na guarda de Eel.

   - Você praticamente se esqueceu de mim desde que entrou pra essa guarda...

   - Titia não fale assim. – a garota ria da manha que sua “tia” fazia. – Tudo bem então eu fico.

   - Yes! – ela comemorava já arrumando os frascos para preparar a poção.

 

 

 

(...)

 

 

 

   - TITIA VOCÊ ME DISSE QUE IA SER RÁPIDO! – a garota se assustava ao olhar pela janela e constatar que havia passado o dia inteiro fora.

   - Mas foi rápido! – ela fazia bico contrapondo a mais nova. – Você provou 10 poções num dia, isso é um Record pra mim!

   - Eu tenho que ir, o pessoal da guarda deve estar preocupado.

   - Que faixa azul e essa no seu tornozelo? – a bruxa perguntava intrigada com a faixa que nunca vira a garota usar.

   - Longa história, depois eu te conto titia. – Eclaire depositava um beijo na bochecha da bruxa para logo se despedir aos gritos enquanto corria pela floresta para que chegasse ao QG antes dos portões estarem trancados.

   Enquanto ela corria barulhos vindos da direção do QG a atormentavam. Por um instante ela vê Ashkore correndo na direção oposta. Ela sequer pensa duas vezes antes de ir atrás dele.

   - ASHKORE! – ela gritava. Conseguia ouvir o som asqueroso que seu ferimento fazia, isso estava a perturbando. Quando consegue alcançá-lo ela se sente ser puxada.

   O mascarado a puxava para de trás de uma árvore e tampava sua boca, esperava que ela não fizesse barulho enquanto alguns poucos guardas de Eel o procuravam. Sua respiração estava ofegante, o peito parecia que iria quebrar seu peito de tão forte que batia contra ele.

   - Ashkore, você está ferido, o que aconteceu?

   - Não quero que se envolva nisso.

   - Mas...

   - Volte para o QG, negue qualquer associação comigo e eles não lhe machucarão, logo eu volto para te buscar. – antes mesmo que Eclaire conseguisse confrontá-lo sobre o que estava acontecendo ele já havia desaparecido.

   Imaginando o pior ela corria para Eel o mais rápido que conseguia. Já estava ficando sem fôlego devido ao desespero, e no instante que entrou pelos portões viu o pânico instalado. Pessoas correndo de um lado para o outro, gritos e ordens indecifráveis por todos os lados.

   No meio daquela confusão Astaroth avistou Eclaire perdida na entrada do QG, correu até ela e a abraçou forte agradecendo ao Oráculo por cuidar dela.

   - Você está bem? – ele indagava aflito.

   - Estou, mas... O que está acontecendo?

   - Um homem mascarado invadiu o QG, destruiu a sala de forja, boa parte da biblioteca e quase chegou a sala do grande cristal.

   - Ashkore? Não ele não faria isso, eu... Eu sei que não.

   - Você o conhece? – Astaroth tentava não perder a calma, não ajudaria em nada causar frustração e pânico em mais uma pessoa.

   - Sim. Bom... Mais ou menos, mas eu sei que ele não faria isso. Por favor, não conte a ninguém que o conheço, não quero que ninguém se machuque.

   - Tudo bem, manteremos isso em segredo por hora. – ele respirava fundo tentando se acalmar, ela sorria em agradecimento e o abraçava. – Vamos voltar e tentar acalmar o resto do pessoal, estão todos preocupados com o seu sumiço.

   Eles caminhavam de volta a sala do cristal, por onde passavam controlavam o pânico o diminuindo gradualmente. Claro que nenhum milagre ocorrera para o pânico acabar, mas a situação se acalmou consideravelmente coma ajuda de todos os líderes da guarda.

   Era de madrugada quando a reunião entre todos os líderes acabou, como prometido Astaroth ia em direção ao jardim com uma tigela cheia de morangos para conversar com Eclaire.

   - E então? Vai me contar onde esteve hoje? – ele a olhava esperando uma resposta. Estava exausto, mas não a apressaria.

   - Eu fui ver minha tia.

   - Tia?

   - Ela não é minha tia de sangue, mas cuidou de mim por um bom tempo e me ajudou com muita coisa. – uma pausa para que ela ponderasse o que dizer. Conforme lhe contava a historia o sorriso voltava gradualmente aos seus lábios.

   Ela contava sobre como aprendeu a ver pela magia de som, quem lhe dera esses poderes e como a bruxa que cuidara dela era boa e gentil. Estava animada com tudo o que já tinha vivido com ela.

   - Então ela queria curar sua cegueira?

   - Sim, mas de novo foi uma tentativa falha.

   - Entendo... – Astaroth tinha tantas perguntas em mente, mas conseguiu pronunciar apenas uma. – Rosemary estava com você?

   - A tia Rose? Não, eu não a vejo desde que ela saiu na madrugada anterior.

   - Ela saiu de madrugada?

   - Sim, pensei que era para alguma missão então não a perguntei nada.

   - Certo. – ele dizia se levantando enquanto bagunçava os cabelos loiros. – De qualquer forma, obrigado por explicar tudo baixinha. Te vejo amanhã, boa noite.

   - Boa noite, tio Astaroth.

   Poucos minutos depois e Eclaire se encaminhava para entrar no quarto com Valkyon, ele juntamente com Nevra e Ezarel sabiam que ela era ligada a uma bruxa, mas nunca a questionaram sobre isso com medo de lhe trazer saudade ou sentimentos ruins. De alguma forma eles entendiam que não era um assunto muito agradável para a loira.

   Quando entro no quarto não precisou dizer mais do que “fui visitar a bruxa que cuidou de mim”, o faeliano apenas assentia com a cabeça para logo em seguida pegar no sono.

   No dia seguinte Miiko arrumava algumas coisas na biblioteca para a reunião que teria com Leiftan, não podiam ficar de braços cruzados, tinham que enfraquecer aos poucos a organização inimiga para poderem realmente atacar, mas no instante que entrou na sala do grande cristal pode ver uma mensagem de Cassandra.

   - Leiftan! – ela gritava enquanto velozmente atravessava os corredores da guarda. No pedaço de pergaminho estava a mensagem que a guarda da Cruz enfrentaria os Illuminatis numa de suas bases, contrariando as ordens de Miiko e assim desfazendo a aliança entre eles.

   O pessoal do QG estava fraco devido ao ataque do mascarado na noite anterior e enfrentar diretamente o inimigo que ainda era desconhecido era implorar para serem destruídos em batalha. Conversando com apenas Astaroth, que fora o único líder que a raposa encontrara, ela o informava do ocorrido.

   O que não sabiam era que Eclaire os estava escutando atrás da porta. Não que isso fizesse seu feitio, mas aconteceu da conversa lhe chamar atenção quando estava prestes a bater na porta para conversar com Miiko como de costume.

   - Ela deixou alguma informação? – Astaroth perguntava analisando cuidadosamente as feições de sua superior. Não estava demonstrando mas estava mais do que nervoso.

   Justo que Eclaire queria proteger estava envolvido com o ocorrido do dia anterior, os humanos haviam abandonado Eel e agora agiriam sozinhos em uma missão suicida, praticamente ninguém estava sabendo disso e quando a noticia se espalhasse uma enorme confusão se alastraria, e pra piorar uma das integrantes da sombra, justo a mais experiente e habilidosa estava desaparecida.

   Ninguém tinha qualquer noção de onde ela poderia estar. Não havia pistas ou qualquer rastro para seguirem. Estavam em maus lençóis e não tinham a menor ideia de como sair de tudo aquilo.

   - Eles nos deixaram algumas informações que descobriram alguns dias atrás, caso quiséssemos ajudar.

   - E onde fica o esconderijo deles?

   - Antes da vila de Handu, numa pequena toca que leva para um local subterrâneo.

   - Entendido, partirei logo.

   Astaroth estava com os pensamentos embaralhados, saia da sala confuso. Deveria agir, mas como? Por onde deveria começar? A raposa que continuava na sala tem sua atenção voltada para a alma do cristal que se manifestava.

   - Oráculo! – ela reverenciava-a.

   - Cara kitsune, o que pretende fazer em relação a tudo isso? – sua feição era calma, a voz tranquilizadora.

   - Pretendo lutar, farei de tudo para que o povo de Eel não sofra.

   - E tem certeza de que essa é a decisão certa?

   - E-Eu... – a raposa hesitava, tinha medo de pensar que aquela era a resposta certa e na realidade ser a pior opção que ela poderia escolher. Por alguns minutos ela pensava no que deveria fazer antes de responder ao Oráculo. – Sim, eu sei que essa é a resposta certa. Se vamos cair, cairemos juntos protegendo nosso lar!

   A convicção agora se fazia presente, afugentando todo o medo da líder da reluzente. O Oráculo sorria, estava depositando todas as suas forças na raposa. Após um breve aceno de cabeço ela se fundia com o cristal atrás de si, deixando novamente Miiko sozinha na sala.

   Por outro lado o líder da Obsidiana estava acompanhado de seus melhores soldados. Com discrição o azulado explicava qual era a missão deles e como a executariam. Deveriam partir em poucos minutos se quisessem alcançar a guarda da cruz e impedir que um massacre acontecesse.

   - Não comentem com ninguém, não devemos criar pânico. – ele ordenava.

   - Entendido. – os quatro homens respondiam em uníssono.

   - Pânico já não basta ontem. – Astaroth dizia num suspiro, passando a mão na nuca como se tal ato fosse ajudá-lo a conter o stress que sentia.

   Não mais do que dez minutos e o pequeno grupo estava no portão de Eel, já se dirigindo para onde a guarda da cruz estava.

   Astaroth tinha o olhar fixo em seu objetivo, sussurrava as palavras como uma jura.

   - Vamos parar a guarda da Cruz, nem que isso custe nossas vidas.

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Qualquer dúvida ou erro me avisem e eu respondo :3
Vejo vocês em breve! o/



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