Crônicas do CasteloBruxo - Interativa escrita por Bulminho


Capítulo 6
Capítulo 5 - Torneio das Casas


Notas iniciais do capítulo

Oi! Tá, esse episodio é um pouco mais monótono, mais sobre as aulas que eles recebem, a introdução do Torneio das Casas, que é bastante diferente do que vemos em Hogwarts, além de algumas outras revelações. Enfim, espero que gostem do episódio de hoje c:

(Prometo que a trama principal vai começar em breve, juro. Só esperem eu terminar de construir completamente as tramas secundárias.)



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—A Maldição Imperius? – Helena exclamou. Um dos monitores olhou-a com o canto do olho. –A Maldição Cruciatos e a Maldição AvadaKedrava, a resposta era óbvia! – Ela fingiu para despistar os olhares dos alunos.

Ela empurrou Hugo até um canto vazio e olhou de relance para as chamas que pairavam ao ar indicando o horário.

—Temos dois minutos para você me explicar tudo... – Ela sussurrou.
—Ok, ok! – Hugo começou. –Na entrevista ele disse que ele não pretendia amaldiçoar, apenas usar um feitiço de desarmamento, mas um dos Anjos Negros estava com uma varinha apontada para ele, e num ato de desespero ele usou a maldição da morte. Mas na entrevista ele diz que claramente nenhum Anjo o percebeu ali até ele usar a maldição da morte. Além disso, ele diz que ele tinha sido ameaçado por um Anjo Negro mais cedo e que tinha usado um Crucio contra ele. –
—Tá, mas o que faz você achar que foi uma Maldição Imperius, e não uma alteração de memória? -
—A descrição que o repórter deu: Olhos fundos, cansados, voz lenta e arrastada! -
—Tá, e quem colocou isso nele? -
—Eu não sei... Será que o repórter? -
—Duvido muito. – Helena disse. –Todos os prisioneiros são colocados sob extrema vigilância durante a entrevista. -
—Bem, é o seguinte, vamos investigar isso mais tarde. Não conte nada pro Heitor, vamos pra aula de Feitiços logo. –

—==-

Se havia algo em que Heitor era falho era em feitiços.

Accio Travesseiro!— A turma falou em uníssono. Enquanto a maioria dos travesseiros voou em alta velocidade para a mão dos feiticeiros, alguns travesseiros voaram para o rosto, mas a varinha de Heitor simplesmente soltou um raio que voou por toda a sala.

—Sua varinha não está respondendo ou você não está entendendo a teoria? – Tiago perguntou para Heitor na saída.
—Eu faço a teoria certa, eu juro! -
—Faça com a minha varinha. – Ele a entregou para Heitor.
Accio Travesseiro! – Um dos travesseiros se moveu levemente.
—De fato, o movimento e a pronuncia está certa. Talvez sua varinha esteja errada ou quebrada, não? -
—Não, mas ela funcionou do mesmo jeito na loja do Empório das Varinhas. -
—Bem, talvez precisemos marcar uma reunião com a Profª Carmem. Talvez nesta quarta de manhã? -
—Por mim está ótimo, professor. -
—Então está marcado. Sei que com a varinha certa será um ótimo aluno. – Ele disse simpaticamente. Tiago era um dos professores favoritos de Heitor, e também dos outros alunos. Cobrava o suficiente, nem de mais, nem de menos. Além disso, era extremamente educado.

—==-

O trio saiu correndo da aula de feitiços ao descobrir que teriam de estar no jardim em cinco minutos para a aula de Trato de Criaturas Mágicas. Ao chegar ao jardim, quase atrasados, encontraram todos esperando em frente á uns grupos de Caiporas, que como Hugo havia suspeitado, estavam caçoando de alguns alunos agora que não havia responsáveis por perto.

Passados poucos segundos, os Caiporas fizeram um gesto pedindo para que os alunos os seguissem. Eles seguiram pelo caminho entrando na floresta cada vez mais. Tudo ficava cada vez mais escuro quando eles chegaram numa vasta clareira. No centro do lugar havia uma gaiola coberta.

—Boa tarde. – Uma voz empoeirada disse. –Bem vindos á classe de Trato de Criaturas Mágicas. – Assim que a voz começou a falar os alunos foram deixados sozinhos quando os Caiporas correram para longe. –Perdoem-nos. Curupiras são os inimigos naturais dos Caiporas. –

Todos pareciam confusos quando viram; Um homem se esgueirava como uma serpente pelas árvores, como se suas mãos possuíssem uma cola natural. Era o Professor Ruivo, e Heitor percebeu agora seus dentes de baixo afiadíssimos, marcas em suas bochechas e os olhos estreitos. Os pés eram virados para trás, como o de um curupira. Poderia ser...

—Eu sou o professor Tomás, e sou um híbrido de humano e curupira. – O professor se aproximou dos alunos lentamente, deixando suas pegadas na direção contrária que andava. –Eu estou aqui para ensinar uma das matérias mais renomadas do Castelobruxo, o Trato das Criaturas Mágicas. Irei ensina-los os truques de um Magizoólogo e, talvez, verei vocês se tornando renomados estudantes do tema. –

Ele se aproximou da cela coberta e cheirou por alguns segundos antes de se virar novamente para a turma.

—Hoje, nós iremos analisar cada um dos animais mágicos que representam as casas. – Ele puxou a tenda revelando quatro criaturas dividindo uma cela.

A primeira era uma serpente enorme que pegava fogo. Era um boitatá.
A segunda criatura era parecidíssima com o professor Artur, porém os cabelos cobriam todo o corpo e sua pele era laranja. Era um completo Curupira.
O terceiro animal era um humanoide rosa com cara estreita e lisa e com um buraco na cabeça, era um boto.
O terceiro parecia uma combinação de cachorro com ser humano com corpo peludo e dentes afiados. Ele carregava correntes no braço e possuía apenas uma perna, era, de fato, um saci.

—Os boitatás surgem nas enchentes, quando as serpentes se afogam. Dos seus cadáveres, surge um espírito de fogo eterno. Os curupiras nascem quando um ser humana choco um ovo de galinha. Um boto surge do cruzamento dos botos rosa durante sextas feiras de lua cheia. Alguém quer tentar acertar como é o nascimento de um saci? –

Diego levantou as mãos.

—Um saci surge da morte de um ser humano quando se prendem correntes em seu braço. Ou seja, um saci é criado, na maioria das vezes, de propósito. –
—Exato, senhor... -
—Hugo Arthur. -
—Como sabe de tantos detalhes sobre sacis? -
—Era desejo de o meu bisavô me tornar um. Meu pai, porém, negou. Disse que a existência de um saci é como existir como um espírito vagante. -
—Exatamente. Sacis existem, mas ao menos tempo não. Eles vivem ao comando de quem possuir seu gorro. Se ele possuir, estará sempre procurando um novo mestre. Por isso são seres tão controlados pelo Governo Mágico. Bruxos das Trevas podem usa-los como armas. –
—E os outros? – Uma aluna questionou.
—Os boitatás são como serpentes. Sempre procurando pela próxima presa e colocando fogos em florestas para atrair bombeiros trouxas. – O professor explicou. –Os Curupiras são seres indígenas e nômades. Formam pequenas tribos e sempre estão se movendo pelas florestas. Eles tem plena consciência de que não podem ser vistos por trouxas, por isso vivem escondidos. – Ele continuou a explicar. –E os botos costumam tomar suas formas humanas e atrair mulheres para o mar. Eles matam-nas e as levam para a comunidade de sereianos mais próxima. -
—Sereianos? – Uma aluna questionou.
—Sim. Eles se utilizam nos recursos dos sereianos em troca de carne humana. – Ele disse. –Bizarro, não? –

—==-

A noite finalmente chegou e todos esperam ansiosamente pelo inicio do Torneio das Casas. As mesas estavam cheias, enquanto o resto do complexo estava deserto, exceto pelo faxineiro, Chico. Os professores estavam todos ali, o professor Tiago comendo um peixe  selvagemente, a professora Sara olhando-o pelo canto do olho. Os rumores eram que os dois tiveram um relacionamento antigamente que não deu certo quando Tiago soltou salvar uma mula-sem-cabeça na floresta, e o animal queimou um grande setor da floresta.

 Aurélio se levantou e bateu o garfo na taça, fazendo um barulho estranhamente alto. As quatro mesas circulares se calaram completamente, mas era possível ouvir um grande grito de ânsia vindo de cada um dos alunos.

—Boa noite. – O diretor começou. –Hoje estaremos começando o Torneio das Casas. Para os alunos do primeiro ano que ainda não conhecem, funciona assim: Á cada primeira segunda-feira de cada mês, cada casa receberá um enigma que terão que solucionar para participar da segunda parte do desafio. No dia 28 de cada mês, vocês terão que realizar a segunda parte do desafio. Enfim, se sua casa vencer o desafio do mês, vocês ganham cem pontos. Além disso, teremos os jogos de Quadribola, que sempre acontecem aos sábados de manhã quando acontecem. Cada jogo vencido rende cinquenta pontos. Garanto que entenderão melhor de acordo com o andamento do ano. Se vocês descumprirem uma regra da escola, perdem 10 pontos ou podem ser recompensados por professores ganhando 10 pontos. Bem, eu irei dar 50 pontos para cada casa para inaugurar o torneio. – Ele bateu palmas e sobre cada mesa um “50” apareceu escrito em um fogo extremamente vermelho. –Agora, a Profª Alma dará á vocês o enigma de Fevereiro. –

A professora Alma se levantou, a excitação estampada em sua face jovial.

—Boa noite! – Ela disse, tímida. –Bem, as casas que resolverem o enigma até domingo poderão seguir para a segunda fase do desafio da semana. O enigma é o seguinte:

“Meus irmãos são invocados
Eu apenas nasço nas águas escuras
Misturadas com sangue dos assassinados
Apenas um feitiço pode matar
Aquele que irá se levantar”

—Lembrando que os professores ou monitores não podem ajudar e que a segunda parte do desafio só poderá ser realizada por alunos do terceiro ano para cima. Os outros podem ajudar á solucionar o enigma. – Alma terminou e sentou-se. Aurélio ficou em silêncio, indicando o fim do anúncio, e todos os alunos começaram a gritar, alguns tentando ouvir o que a outra mesa dizia.

—Temos até o dia 28! Não precisam se estressar... – Uma aluna dos Botos disse.
—Alguém tem irmãos que podem ser invocados? Seria um bruxo das trevas? -
—Claramente o texto se refere á um boto! -
—Porque apenas acima do terceiro ano? Seria algo perigoso?! -
—Dizem que o Voldemort podia invocar os Comensais da Morte!!!  É isso! -
—Eu tenho esta teoria de que... –

A comida surgiu e as pessoas só começaram a comer muito tempo depois, os burburinhos prendiam muito a atenção de todos. Heitor estava confuso, seu cérebro tentando pensar, mas nada saia dele. A mesa de Helena, os Curupiras, estavam extremamente animados. Os boitatás estavam extremamente pensativos, os Botos sussurravam suas teorias e os Pererês haviam praticamente desistido. Se antes o que dominava era o silencioso grito de ânsia, agora predominava o grito silencioso de curiosidade.

Após as comidas desaparecerem do centro da mesa, aos poucos, todos se levantaram. Hugo, Heitor e Helena saíram juntos do templo principal.

—Eu tenho uma ideia do que pode ser... – Helena disse.
—O quê? – Hugo tentou extrair a informação.
—Eu não sou idiota. -
—Ei, vocês! – Era Angela. –Eu preciso falar com ele. – Ela apontou para Hugo.
—Eu? – Hugo levantou a sobrancelha.
—É, eu sei, uma pessoa que não é fracassada querendo falar com você, surpreendente. – Angela disse. Helena abriu a boca para rebater, mas Heitor a puxou para longe.
—Tá, então... -
—Fala logo. – Hugo disse.
—Olha, eu sei que seus pais têm comandado a defesa dos pais do Heitor e... -
—Eu não vou te passar informações. – Ele disse, se virando para os amigos, mas Angela o puxou pela mão.
—Eu não quero informações. – Ela disse. –Mas eu quero dar informações. -
Hugo levantou as sobrancelhas.
—Eu não sei se eu posso fazer isso, mas enfim, eu e o Heitor temos algo em comum, odiamos o Diego. – Ela disse. –Minha mãe morreu e os pais do Diego se propuseram a ajudar-nos a descobrir o motivo. Eles simplesmente abandonaram o caso uma semana depois... – Ela murmurou. –Se eu puder os fazer perderem esse caso, eu farei. -
—Ótimo o que você quer falar? -
—Eu me estou em silêncio até agora porque meu pai não quer que eu espalhe que eu vi o crime. Mas eu vi. -
Hugo arregalou os olhos.
—Eu estava lá, dentro da loja de pets, comprando a Chanel, minha gata, e eu vi tudo. Os Anjos amaldiçoando o Heitor e... foi horrível. Todos da loja estavam desmaiados e eu perdi meu pai na multidão. Eu estava espiando pelo canto da janela e eu vi o exato momento. -
—Você conseguiu ver? Tudo?!! -
—Sim! O Heitor estava se contorcendo quando o pai dele saiu de uma loja. Um dos Anjos puxou a varinha da roupa e apontou para a cabeça do pai, e então, ele revidou, ele não tinha tempo para simplesmente desarmar alguém! -
—Então ele realmente pensou antes de agir? -
—Sim. Mas não foi o que a entrevista deixou a entender... – Angela sussurrou.
—Olha, eu tenho algumas teorias sobre isso. Mas eu não posso te contar agora... – Ele viu que os Caiporas iam em direção aos dois. –Amanhã nós conversamos melhor, eu, você e a Helena. -
—Ótimo... – Ela sorriu e deu um tapa na cara de Hugo. –Agora você tem uma desculpa para o porquê de ter falado comigo. –

Hugo foi embora e o tapa ardeu a madrugada inteira.


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