Crônicas do CasteloBruxo - Interativa escrita por Bulminho


Capítulo 5
Capítulo 4 - Vânia, a Verdadeira


Notas iniciais do capítulo

OI! Tá o capítulo tá saindo um dia mais cedo, mas isso a gente releva. ENFIM, esse episódio foi basicamente se você botar um pouco de humor, drama, maldições, pegação e varinhas numa batedeira e depois servir numa mesa para vinte e quatro, e sim isso foi muito especifico.

Enfim, hoje eu tô com sono então ignorem qualquer coisa sem sentido que aparecer nas notas iniciais e finais e de preferência também ignorem o título, enfim, espero que gostem c:



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Helena havia acabado de estourar sua poção porque não conseguia parar de olhar para o professor. Ela, Heitor e Hugo decidiram fazer grupo, pois logo perceberam que as mesas seriam dividas em quatro. Herbologia e Poções foram assim, portanto, provavelmente, as outras também seriam. Quem era o quarto? Bem, o trio deixava o destino decidir; Em Herbologia havia sido Fernanda Mastarna, uma aluna dos Curupiras.

Hugo logo percebeu que a aula de poções se tornaria, porém, algo meio incômodo. Helena deu um jeito de estragar sua poção, e levar também as poções que estavam sendo preparadas em seu lado, e a companheiro do trio era a que todos chamavam de “Repetente” ou de “A Menina de Hogwarts”, mesmo que ela já tenha explicado diversas vezes que não estava repetindo porque não tinha habilidade, mas por outro motivo. A garota era grossa, quieta e nunca mostrava nenhum tipo de simpatia com o trio.

—Você poderia parar de olhar para o professor Artur. – Hugo comentou quando eles andavam pelos corredores da instituição. –Parece até que ele usou um feitiço Estupefaça em você. -
—Eu vi muito bem como você olha para a professora Esmeralda quando ela passa no corredor... – Helena retrucou, o que fez Hugo corar.
—Podem parar de brigar? Temos aula de varinhologia em quinze minutos. -
—Urgh... – Helena reclamou. –A única parte boa da aula é que só teremos ás segundas... -
—Ei, Heitor! – Era Diego correndo em direção ao trio. –Posso falar com você? -
—Bem... Eu tenha varinhologia, eu realmente preciso ir... -
—Por favor, não vai durar mais que dois minutos! -
—Ok... Encontro vocês lá, guardem lugar e não deixem a Garota de Hogwarts pegar a quarta posição! –Heitor saiu de perto dos dois e se juntou á Diego.
—Olha Heitor, eu sei que o que aconteceu entre nossos pais é complicado, e agora você deve estar queimando de raiva, mas eu quero pedir para que essa rivalidade não passe para nós. – Diego estendeu a mão. –Colegas? -
—Claro! – Heitor apertou a mão. –Que bom que concorda em não brigarmos. -
—Sim. É bom ver que você, de fato, tem um bom coração. Mesmo com tudo isso acontecendo entre nossas famílias você ainda consegue perdoar e esquecer. -
—A briga entre nossos pais foi meio estúpida, mas já passou. Nem lembro mais o motivo! -
—Espere... você ainda não sabe... – Diego percebeu algo, e levantou sua sobrancelha direita.
—O que eu não sei? – Heitor mudou um tom de voz para um tom mais sério.
—Meu pai está comandando as acusações contra o seu. -
Heitor riu ironicamente por um momento.
—Já entendi... Você quer que eu seja seu amigo para poder pegar informações minhas e do meu pai, não é? -
—Não! Heitor, eu nunca faria... -
—Sim, faria! O meu pai estava me protegendo de uma maldição imperdoável, você acha que ele é realmente culpado? -
—Não, mas... -
—Então, para de encher o saco! – Heitor socou a parede, chamado a atenção de todos em volta, mas rapidamente aquela atenção se dissipou em burburinhos entre os alunos que cruzavam o corredor.
—Me desculpa... -
—Com licença! – Heitor empurrou Diego para o lado e seguiu para a sala de Varinhologia.

Porque Diego, sabendo da situação de seu pai, tinha que questiona-lo logo agora? Logo quando estava, finalmente, deixando esta situação um pouco de lado, finalmente sentindo seu peito queimando de alegria por estar perto de Heitor e Helena? O coração de Heitor queimava de ódio como uma Chama Inapagável como as que eram acesas nos archotes pendurados nos corredores do castelo.

Finalmente ele chegou ao Edifício Auxiliar da direita, no último andar, onde ficava a sala de Varinhologia. A professora não se encontrava em sala, Hugo e Helena acharam uma mesa logo na primeira fila.

—Quem vai ser o quarto membro? – Heitor se juntou á eles.
Helena deu de ombros.
—Não sabemos, mas aparentemente a sala já está cheia. Será que tem alguém atrasado? – Hugo indagou.
—Provavelmente... – Heitor confirmou, quando a professora Carmem entrou na sala e se posicionou em frente á classe, em silêncio, esperando que todos se sentassem.

Madame Carmem parecia muito mais séria e rígida agora em frente á uma classe do que parecia no Empório das Varinhas. Ela encarou a turma inteira e parou seus olhos na mesa do trio.

—Onde está a quarta pessoa, Sr. Arthur? – Ela disse, encarando Hugo.
—Não sabemos professora. -
—Provavelmente uma atrasada. – Ela reclamou. –Bem, alunos, bem vindos á Varinhologia. Neste curso vocês aprenderão a arte da criação de Varinhas. O objetivo de vocês? No final do bimestre deverão apresentar-me uma varinha funcional. Vocês terão dois tempos de aula comigo toda segunda-feira, portanto, um deles será usado para o ensino e outro para a prática. – Ela pousou seus olhos sobre a turma. –E eu gostaria anunciar que é a primeira vez que estou dando aula para minha filha. Quer dizer, é a primeira vez que eu dou aula em vinte e cinco anos, mas nunca dei aula para um parente. E, bem, para ninguém aqui reclamar, durante todo esse ano, eu guardei a memória do nome, aparência, personalidade, sequer qualquer lembrança que eu tenho da minha filha. Deste jeito, não poderei dar mais atenção para ninguém. – Ela puxou do bolso um frasco com um fiapo prateado dentro. –Isto, é uma memória. E ela não voltará para minha cabeça até Novembro. –

Heitor olhou de relance para Helena, e os olhos das garotas lacrimejavam. Hugo olhava asperamente para Professora Carmem quando ela escreveu no quadro as palavras “Núcleos de Varinhas”.

—Os núcleos mais utilizados no Brasil são os de Escamas de Boitatá, Dente de Cuca e Cabelo de Iara. – Ela escreveu os três itens no quadro. –Mas também podem ser usados Folhas de Vitória Régia, Unha de Curupira, Pelo de Cauda de... – Quando ele continuou á falar, uma aluna entrou na sala respirando pesadamente. –Á quem devo as honras? –

A garota olhou para a professora, para a classe, para o quadro negro, para o chão e finalmente encarou o trio. Se sentou ao lado de Helena e puxou o seu exemplar de Varinhologia Para Iniciantes.

—Angelina Marcolino. – Ela suspirou.
—Então, Srta. Marcolino, devido ao atraso, gostaria de perguntar, qual é o núcleo da varinha que lhe vendi? -
—Dente de Cuca. -
—E o que isso significa? -
Angelina nada respondeu.
—Saiba que sua casa não perdeu pontos porque o Torneio das Casas só começa hoje á noite. – Madame Carmem voltou para a frente da classe. –Alguém pode informar á Srta. Marcolino o que uma varinha de Dente de Cuca significa? –

Com um movimento súbito, Helena levantou a mão. Sua mãe fez um gesto para que a garota respondesse.

—Uma varinha de Dente de Cuca é uma varinha normalmente boa para feitiços domésticos, como Accio, Reparo, Aguamenti, Lumos, Nox , Pack, etc. – Helena disse.
—Ótimo. Novamente, você apenas não ganhará pontos porque o Torneio ainda não começou. – Madame Carmem disse, e Heitor sentiu uma sensação melancólica vinda de Helena. –Como eu ia dizendo... –

Por mais 45 minutos Madame Carmem continuou a explicar as ‘personalidades’ de cada núcleo de varinha. Á marca do fim do primeiro tempo e entrada do segundo, Madame Carmem apontou a varinha para um armário e levitou máquinas parecidas com máquinas de costura, e pousou-as em frente aos alunos.

—É claro que seria muito fácil se vocês simplesmente escolhessem como fazer. – Madame Carmem disse. –As configurações da varinha serão sorteadas. – Madame Carmem disse e passou em cada uma das mesas, colocando as varinhas sobre as máquinas e murmurando algo.

Quando finalmente chegou na mesa de Heitor, pousou a varinha na máquina do garoto e murmurou “Sortares...”. Um papel rompeu da ponta da varinha e caiu em frente á maquina.

—Não perca este papel. – Madame Carmem advertiu seguindo para a máquina de Hugo. Heitor olhou o papel com atenção.

“Álamo Branco, Núcleo de Cabelo de Iara, 12 cm e levemente elástica”.

Heitor não fazia ideia do que tudo aquilo significava.

—==-

No dia seguinte á Edição Matinal do “O Ancião” chegou ás mãos de Hugo. Ele era um pouco deixado de lado em sua mesa, seus únicos amigos estavam em casas diferentes da sua. Ele acariciava seu gato Teddy, que vezes tentava agarrar um prato d’ouro, mas Hugo o impedia. Na primeira página, “O Ancião” parecia um tabloide: noticias absurdas e propagandas espalhafatosas. As noticias de verdade se encontravam nas últimas páginas na área chamada de “Novidades!”.

Marcos Galardo dá entrevista exclusiva: “Faria Novamente.”

—Claro que faria. – Hugo murmurou para si mesmo. Começou a ler a entrevista e quando chegou na quarta pergunta cuspiu o café novamente na xícara, causando uma cara de nojo da garota ao seu lado e só percebeu que soltara Teddy quando ele atacou o prendedor de cabelo de Heloísa, uma colega sentada na ponta da mesa.

—==-

Helena estava na metade do caminho á sala de feitiços quando foi interceptada por Hugo.

—Oi, você viu a reportagem d’ “O Ancião” hoje? -
—Eu vi, Helena, você talvez não entenda o quanto aquilo é importante. -
—O que você quer... -
—Você sabe que meus pais são advogados do pai do Heitor, e eles têm me mandado noticias sobre o caso para mim depois que souberam que eu era amigo dele. E eles estão super felizes que eu tenho feito amigos na escola, inclusive, eu queria pedir obrigado para você por me aceitar na sala do barc... -
—RESUMA, HUGO! -
—Claro, claro! Eu acho que o pai do Heitor está sob a Maldição Imperius! –

—==-

Ariel subia as escadas em direção é sua aula de feitiços. Mas é claro, estava mais perdida que saci em clube de pessoas de duas pernas, foi parar no andar dos monitores. As paredes eram decoradas com uma série de papeis indicando as regras que devem ser seguidas, e aparentemente cada corredor deveria ter uma estátua para enunciar as responsabilidades de um monitor.

—Um bom monitor aplica advertências até á amigos próximos... – Uma estátua de uma antiga diretora da Instituição anunciou.
—Ah, cale a boca. – Ariel murmurou para si mesma.

Ela, de fato, não conseguia achar a escada. Tudo aquilo parecia um grande corredor, mas tinha certeza que isso se devia ao fato de não ter “apresentado as devidas identificações para a estátua de Drázio, O Dócil” ao entrar no andar e que ali deveria ter algum tipo de feitiço.

Ela virou a esquina do corredor e teve a visão mais horrenda de sua vida, algo que tinha certeza e desejava que nunca visse novamente.

Arabella e Erick se agarravam num canto, os cabelos bagunçados e se beijando apaixonadamente. A blusa de Bella praticamente caída, enquanto a blusa de Erick estava, estranhamente, amarrotada.

—Acabaram as sessões, crianças? – Ariel disse, e Bella olhou para ela e ajeitou a blusa. Erick largou rapidamente e Ariel viu o rosto do irmão vermelho e suado. –Saia daqui, Arabella. –

Bella deu uma última olhada para Erick, e Ariel viu um pequeno sorriso em sua face, antes da britânica sair daquele corredor e desaparecer no labirinto que era aquele andar.

—Olha... -
—Cale a boca, e me ouça por uma vez! – Ela gritou. –Aquela garota já te negou uma vez e te magoou por todo o verão, e agora quer voltar aos beijos e abraços? -
—Ariel, eu juro que foram só... -
—Urgh, a sua braguilha está aberta. – Ariel olhou para outra direção enquanto Erick ajeitava o cinto e fechava o zíper. –Vocês poderiam pelo menos fazer isso no banheiro, não? -
—Olha, eu fui aplicar uma advertência e ela se jogou para cima de mim, abriu meu zíper e eu fui no momento e então... -
—Eu não preciso dos detalhes, Erick! – Ariel disse, enojada.
—Era só uma estratégia dela para não conseguir advertência e... -
—Bem, não foi bem assim. – A estátua de Vânia, a Verdadeira disse. –Você ofereceu para ela um pouco de “romance”, para não dizer aquela coisa escrúpula que você disse, em troca de não aplicar a advertência. -
—Obrigado, Vânia! – Ariel disse. –Ei, Vânia, bem podiam pedir para te levar para a sala dos curupiras. Enfim, foco! Eu vou tentar esquecer o que aconteceu aqui, ok? Só me prometa que não vai mais acontecer. -
—Eu juro. Olha, ela realmente é uma pessoa que eu gosto e... -
—Erick... Urgh... – Ariel não acreditava que iria falar aquilo. - Um bom monitor aplica advertências até á amigos próximos! –

—==-

A noite caia e era hora do banho. Todos seguiam para as suas salas comunais para se arrumarem para o jantar, onde finalmente seria iniciado o Torneio das Casas. Erick entrou pela porta do curupiras fincando a lança no peito esquerdo da estátua na porta da casa, que instantaneamente se moveu.

Ao entrar, o garoto viu uma bagunça total, era a hora de mostrar que ele realmente merecia o posto de monitor. Quando a bagunça abaixou ele teve a visão mais horrenda de sua vida, algo que tinha certeza e desejava que nunca visse novamente.  Ariel e a estátua de Vânia, a Verdadeira, conversavam num canto da sala comunal.


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Notas finais do capítulo

Vânia, a Verdadeira: http://imgur.com/a/v5LCJ

Espero que tenham gostado e digam se pelo menos deram uma risada, tentei dar um pouco mais de humor neste capítulo, especialmente no final.

~~Beijos do Bulminho



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