O liquido girava devagar, criava um redemoinho, pequenas bolhas subiam, viajavam rápido como se sua existência fosse infinita, como sua sede de descobertas, o que seria esse mundo que gira rápido, mas quando chegavam na borda explodiam.

O homem sentado na cadeira de bambu, pensava que uma bolha é apenas uma consciência presa, uma hora ela se libertará e irá ver que faz parte de algo maior, ela é o ar, ou uma bolha maior ainda, que envolve um pedaço de terra.

Outra pessoa dirá uma bolha é uma bolha e nada mais. Miguel é um desses onde uma bolha não é mais nada que isso. Miguel não mudará de opinião e morrerá muito feliz, no colo de sua amada, em um hospital qualquer.

Joana está respirando fundo agora, mas está muito longe de toda essa discussão, inclusive nunca conhecerá Miguel. Joana vive na Angola, ela ama a música, ela tem lábios escuros e um sorriso lindo e como ela ama a música. Joana pode ser a pessoa mais feliz da Terra, basta ouvir uma música. Seu sorriso encanta até o meu coração.

Eu não sou um deus da morte, mas eu trago a morte; assim como também não sou um deus da felicidade, mas trago a felicidade... Eu sou o tempo, sou tudo e nada. Eu vejo tudo, desde chá girando devagar desafiando a minha velocidade á efemeridade do sorriso de Joana.

Por ser o tempo eu vejo tudo, vejo como esquecer de sorrir, faz um coração bater por menos tempo, que um beijo antecipado pode ser um fim bonito e agradável.  O que eu sou se não a construção de várias consciências entorno de uma ideia, só sou vivo por você estar me lendo, dedicando um pedaço da sua história para poder pensar em mim e me manter mais um tempo vivo.

Eu sou o seu tempo e sua consciência, o que você faz comigo? Me dá sorrisos ou me parte o coração ?