Como se fosse Inverno e Verão. escrita por Debora Castro


Capítulo 6
6. A voz de meus sonhos


Notas iniciais do capítulo

Que tal mais um personagem para a historia?



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Eu estava desesperada tudo aquilo era verdade, eu era um monstro, eu era aquilo que temia quando criança. Lagrimas começaram a descer pelo meu rosto, elas estavam estranhas, estavam grossas? Mas antes mesmo de eu conseguir passar a mão em meu rosto, ouvi um barulho atrás de mim que me fez levantar de um salto.

— Desculpe-me não queria te assustar.

   Eu conhecia aquela voz, não sabia de onde, mas sabia que tinha ouvido ela antes, tão doce, tão linda, era uma voz que me trazia confiança.

— Você está bem?

  Para falar a verdade eu não sabia se estava bem, mas também não conseguia me mexer ou falar. Ele segurou meus ombros e me fez sentar no tronco que á um minuto eu estava sentada, ele se sentou ao meu lado.

— Você está machucada?

— Que? – Eu falei meio sem entender, confusa com tudo que estava acontecendo, confusa com aquele estranho ao meu lado.

— Olha.

   Ele passou sua mão delicadamente em meu rosto, na hora eu senti um arrepio, mas quando ele me mostrou a mão, pude ver que estava com sangue.

— Eu to sangrando?! – Falei alarmada, sem intender o que estava acontecendo, da onde vinha aquele sangue?.

— Pelos olhos. – Sua voz parecia preocupada.

— Mas como isso pode ter acontecido eu só estava...

— Chorando? – Sugeriu ele, meio confuso também.

— Sim, como você sabe? - Perguntei sem muita importância.

— Eu ouvi você, por isso vim ver quem era.

   Ele pegou um lenço de seu bolso da calça e começou a limpar com cuidado meu rosto, foi quando notei que seu peito musculoso estava nu, no mesmo momento desviei meus olhos da sua pelo morena me voltando para seu rosto, era um rosto bonito, cabelos pretos, quando nossos olhos se encontraram meu coração acelerou e eu também pude escutar que o dele também havia acelerado, era estranho poder ouvir o coração de outra pessoa, seus olhos eram azuis. Ele sorriu para mim e passou as costas da mão direita em minha bochecha.

— Você usa lente? - Perguntou ele tirando a mão de meu rosto.

— Não, por quê? – Respondi no automático sem prestar muita atenção no que ele estava falando.

— Eles estão vermelhos. – Riu ele.

— Droga, ele fica assim às vezes. – Tentei fechar os olhos, para disfarçar, não imaginava que o ocorrido na minha festa poderia se repetir.

— É estranho, mais lindo. - Falou com um sorriso.

— Estranho sim, bonito não.

— O que você ta fazendo aqui sozinha? – Falou ele olhando em volta, tentando mudar de assunto.

— Para falar a verdade, não sei, e você?

— Eu gosto de passear quando tudo está calmo.

— E qual é seu nome? – Perguntei, percebendo que ainda não havia perguntado.

— Jared, e o seu?

— Dayana.

— Você é nova por aqui?

— Sim, cheguei de São Paulo hoje.

— Veio de visita?

— Não, vou morar aqui com a minha avó.

 

  Ficamos conversando por um longo tempo, ele era muito engraçado, eu mais ria do que tudo.

  O tempo começou a ficar mais frio, eu estava com uma blusa bem fininha, o estranho é que eu não sentia frio, sabia que estava esfriando, mas eu não o sentia. Sem perceber meu braço encostou no dele, que recuou com o toque da minha pele fria.

— Se importa? - Perguntou ele oferecendo seu braço para me aquecer, e antes que eu pudesse negar ele já avia me envolvido, me puxou para mais perto de seu peito nu, nossos coração pareciam que estavam em sintonia, pois aceleraram juntos, quando sua pele tocou na minha percebi chocada como a pele dele mesmo sem blusa, estava quente como se ele estivesse embaixo de um sol muito quente.

— Como sua pele é quente. – Comentei.

— É, isso já me preocupou um dia.

— Parece até que está com febre.

— Você não pode falar muito, olha só sua pele, parece gesso e é muito fria. – Observou ele.

— Somos opostos, você quente eu fria.

— Eu o sol você a lua.

— Eu inverno

— É e eu verão. 

— Que horas são? – Perguntei alarmada, notando que já estávamos ali a muito tempo.

— Uma e meia da manhã.

— Caramba nem tinha percebido que já era tão tarde.

— É nem eu, parece que o tempo parou.

— Melhor eu ir, se não minha avó vai ficar preocupada.

— Quer que eu te leve para casa? Pois você pode se perder na floresta e eu já conheço bem aqui.

   Ia ser muito bom ficar com ele mais um pouco, mas era tarde e se minha avó me vice com ele, não sei o que ela poderia pensar.

— Não muito obrigado, vou te ver de novo?

— Talvez na escola, como você vai morar aqui.

— Eu posso não estudar na mesma escola que você.

— Acho isso um pouco impossível, temos poucas escolas por aqui.

— Talvez minha avó, mesmo assim, me coloque em outra.

— Só se ela quiser que você demore um dia inteiro para chegar.

— Te vejo na escola. – Falei rápido.

    Ele saiu rindo, quando eu não pude mais velo fui andando bem devagar, até que não sei como senti o perfume da minha avó, então comecei a correr, quando percebi já estava na porta da casa de minha avó.

— Vampiro também tem suas vantagens. – Ri entrando na casa.

***

     No dia seguinte desci e fui preparar meu café, minha avó não tinha descido ainda, então tomei o café sozinha, e deixei o dela pronto em cima da mesa, ao terminar fui para sala assistir um pouco de TV.

— Querida vou te matricular na escola hoje.

 Eu dei um pulo do sofá ao ouvir minha vó, quando a olhei estava descendo a escada ainda de pijama.

— Bom dia vó.

— Bom dia, mas tem uma coisinha, na frente das pessoas me chame pelo nome Ok?

— Claro, Miranda. – Falei ironicamente.

— Afinal eu não tenho cara de ser sua avó, outra coisa, você vai ir dirigindo para escola, pois é um pouco longe e não tenho muito tempo pra te levar e buscar todo dia.

— Mas eu ainda não tenho idade vó.

— Eu dei um jeito, fiz uma autorização para você poder dirigir.

— Então eu vou usar o seu carro?

— Não, como não dei nada de aniversario para você vou te dar um carro.

— Nossa, obrigada. – Falei surpresa e animada.

— Amanhã você começa a estudar.

— Como à senhora tem certeza que vai conseguir uma vaga?

— Na verdade, duas vagas, mas eu tenho meus truques.

— Duas?

— É.

— Pra quem é a outra?...

Minha vó já estava sentada na mesa tomando café.


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Notas finais do capítulo

Agradeço muito quem está acompanhando, por favor não deixem de falar suas opiniões. Que acharam do Jared?



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