Algo dentro de mim implorava para não fazer isso, era loucura, eu sabia que era, mas uma parte muito maior precisava disso, precisava desse momento.

— Muito obrigada Thais, apesar da situação, apesar  da maneira que nos encontramos, é tão bom te ter por perto.

— Depois que você se casar eu irei te visitar. – Brincou ela. – Então Michael já falou com Jared?

— Sim, estou tão nervosa.

— Que horas você terá que estar lá?

— Quinze para meia noite, será que conseguirá bloquear o rastreio de Jared?

— Acredito que não terá problemas, não sou a Bruxa mais forte, mas sou ligada a natureza, se ele estiver na floresta sem duvidas conseguirei.

— Isso parece tão errado.

— Acredite, não é. Apesar de perigoso.

— Você vai assim de pijama? - Perguntou Fernanda.

— Não pensei nisso.

— Sem problemas, posso te emprestar o meu vestido azul.

Logo me veio a mente o vestido azul que mamãe avia dado a Fernanda para seu aniversario de 16 anos que não ocorreu, era longo de um tecido leve, justo na cintura.

— Mas você nunca o usou.

— Não tem problema, acho que nunca vou usa-lo mesmo, o trouxe com a esperança de usar na festa de Michael, mas já que não usei, sei que não vou usar mais. - Então foi até seu quarto e voltou com o vestido, era mais bonito do que me lembrava, avia visto apenas uma vez e no corpo de Fernanda.

Quando o vesti fiquei surpresa com a imagem que via no espelho, estava linda, meus cabelos soltos se realçavam em ondas leves.

— Esta linda. – Falou Fernanda. - E pode ficar para você, desde que compramos esse vestido cresci, agora fica meio entranho na altura da canela.

A hora tinha chegado, estava despedaçada, essa talvez seria a última vez que o veria. Tudo já estava planejado, vovó, Michael e Jhony iriam passar a madrugada caçando, tirando Michael, os outros dois não sabiam do plano. Eu estava muito nervosa, ficar esse tempo todo afastada dele me doía muito.

— Você terá que sair agora ou a magia não funcionará. – Falou Thais me levando a porta.

— Tudo bem, estou indo.

— Boa sorte. – Falou Fernanda logo que chegamos à porta.

— Obrigada.

Assim que meus pés tocaram a floresta, corri o mais rápido que podia, nunca avia corrido assim, meus cabelos voavam em direção do vento, que mal sentia em minha pele, arvores eram meros vultos em minha volta, cheguei ao penhasco com facilidade, era nosso lugar, antes mesmo que eu parece, pude vê-lo, estava lá me esperando, me olhando, com aqueles lindos olhos azuis.