Por quem vale a pena se sacrificar escrita por Alice Alamo


Capítulo 3
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo é um laço em um tênis, uma cereja no bolo, a base para finalizar o esmalte rsrsrsrsrs
Traduzindo, ele é apenas o fim, algo bonitinho para concluir a fic. Eu pensei em fazer junto do cap 2, mas eram climas diferentes, então, preferi postar separado mesmo que ficasse um capítulo curto.
Espero que gostem



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Sasuke acordou no exato momento em que o chackra de Sarada começou a se movimentar pela casa. Naruto estava com a cabeça sobre seu peito, os braços possessivamente em torno de sua cintura. Tentou se mover, em vão, e coçou os olhos preguiçosamente. Demorou mais de dez minutos até que conseguisse acordar o outro e convencê-lo a se levantar.

Lavou o rosto, e Naruto entrou no banho enquanto ele ia à cozinha para fazer o café da manhã para a filha. Sarada estava sentada à mesa, os cabelos molhados recém lavados, com a cabeça deitada sobre os braços. Sasuke sorriu, passou a mão pelas mechas negras do cabelo dela em um carinho suave e riu baixo do resmungo sonolento que recebeu como resposta.

Colocou a mesa, para três, o que não passou despercebido pela filha. Colocou água para o chá e colocou o arroz para cozinhar. As frutas haviam sido cortadas na noite anterior, para que assim ganhassem tempo naquela manhã. Quando a panela de arroz apitou, indicando o fim do cozimento, Naruto apareceu à porta.

— Bom dia, Nanadaime — Sarada o cumprimentou educadamente, embora o sono não a deixasse erguer a cabeça para o olhar.

— Já te pedi para me chamar de Naruto — ele choramingou. — Bom dia, Teme!

Sasuke bufou e espiou pelo canto de olho o sorriso aberto que Naruto lhe dirigia. Pegou as três tigelas na mesa e serviu as porções de arroz enquanto Sarada enfim se levantava e colocava as mangas e os morangos no centro da mesa. Ah, e o tomate! Não pode se esquecer do tomate!

Naruto os observava, um tanto constrangido, e sorriu sem graça quando Sasuke depositou uma porção de arroz à sua frente junto com uma xícara laranja de chá. Riu baixo pela cor e sentiu a mão de Sasuke em seu queixo, obrigando-o a erguer a cabeça na direção dele. Arregalou os olhos pelo leve encostar de lábios e, quando Sasuke se afastou, engoliu em seco ao se virar na direção de Sarada. Contudo, ela apenas separava os hashis, como se não houvesse visto ou se importado com o que acabara de acontecer.

— Itadakimasu — ela falou quando Sasuke enfim se sentou para o desjejum.

Comeram em silêncio, fosse pelo sono de um, pelo constrangimento de outro ou pelo jeito de ser do terceiro. Naruto achou graça de como toda a rotina matinal de Sasuke e Sarada era combinada. Enquanto Sarada retirava a louça suja, Sasuke guardava o que sobrara da comida; enquanto ela saía para buscar uma escova de cabelo, ele se sentava no sofá à espera, pronto para penteá-la quando ela se sentasse à sua frente; enquanto Sasuke fazia uma trança simples nos fios longos, Sarada conferia o equipamento, as armas e os pergaminhos espalhados no chão.

— Pronta? — Sasuke perguntou quando ela terminou de colocar as armas na mochila.

— Sim.

— Então vamos, dattebayo! — Naruto sorriu, sendo o primeiro a abrir a porta.

Chamaram atenção, metade do bairro e da vila parou o que fazia para assistirem ao Hogake sair da casa de Sasuke e caminhas pelas ruas com ele logo cedo. Ignoraram, quer dizer, Sasuke ignorou, porque Naruto nem ao menos parecia notar ou se importar com algo que não fosse Sasuke e o fato de estarem andando com as levemente entrelaçadas. Sarada, como sempre que estava ao lado do pai ou da mãe, erguia a cabeça, orgulhosa, como se desafiasse a qualquer um a questioná-los ou interrompê-los naquele momento.

Na entrada da vila, ponto de encontro para a saída do time à missão, viram facilmente Konohamaru gritando qualquer coisa com Boruto enquanto Hinata ria e Himawari conversava com Mitsuki. Naruto diminuiu o passo, e Sasuke apenas lhe dirigiu um último olhar, sem parar de andar. Era hora de Naruto dar a palavra final, decidir-se e lidar com as consequências.

— Tio Sasuke! — Himawari sorriu e acenou ao vê-lo.

Sarada franziu o cenho e, como sempre acontecia quando seu ciúme se manifestava levemente, ela se aproximou ainda mais do pai, buscando a mão dele e fingindo que aquele velho hábito adquirido nos primeiros anos de Sasuke na vila já havia morrido e que, naquele momento, era só porque estava com vontade.

Como sempre, Hinata sorriu gentil, cumprimentando-os e perguntando a Sarada sobre a missão de Sakura. É claro que aquilo era uma desculpa, uma conversa inútil que daria tempo a Boruto para conversar com o pai mais distante deles.

Naruto respirou fundo, os demais continuaram conversando e agindo como se não soubessem o que se passava, e Naruto foi grato por aquilo.

— E então, velho? — Boruto chutou uma pedra no caminho. — Estão juntos? — indagou com o cenho mais franzido que o normal.

— Sim, Boruto, estamos... juntos — respondeu, tentando soar firme, ignorando o deboche de Kurama que resmunava a respeito da criação cheia de lacunas de seu primogênito.

Boruto fez uma careta e balançou a cabeça, sem entender o que aquilo significava.

— Não quero — respondeu, baixo, magoado, encarando Naruto nos olhos. — Você já não tem tempo para mim e Hima, como vai fazer isso com ele agora?   

— Sasuke não será um problema, Boruto...

— Não — Boruto riu, nervoso. — Você é o problema, sempre colocando todos e qualquer um na nossa frente!

Naruto não se exaltou. Kurama se calara, e a conversa com Sasuke na noite anterior o fez sorrir minimamente ao se aproximar do filho e puxá-lo repentinamente para um abraço.

— Eu disse que resolveria e que te daria uma resposta, eu fiz. Agora, confie em mim mais uma vez. — Afastou-o para mirá-lo diretamente nos olhos, tão azuis quanto os seus. — Eu prometo, Boruto, quando você voltar da missão, tudo será diferente. Você vai ver, acredite em mim.

Boruto o afastou e estalou a língua no céu da boca enquanto se recusava a olhá-lo. Suspirou, fechando os olhos e erguendo o punho na direção de Naruto.

— É uma promessa, velho, não quebre.

Naruto sorriu, aliviado e contente, de forma como o filho há tempo não via. Os punhos se bateram e, ao longe, Hinata colocava a mão sobre o peito e trocava um olhar terno e tranquilo com Sasuke.

* * *

Não era tão fácil assim largar o posto de Hokage. Os conselheiros quiseram a cabeça de Sasuke no segundo seguinte que Naruto lhes disse sua decisão. É claro que, àquela hora, Sasuke estava muito bem protegido com Kakashi, terminando de verificar alguns documentos que asseguravam a legitimidade da renúncia de Naruto.

Antes que a notícia se espalhasse, Naruto achou justo avisar os amigos próximos e aqueles que seriam afetados por sua decisão. Escreveu cartas para Sakura, Gaara, os kages aliados, visitou Iruka, conversou com Tsunade e perdeu horas sob a chuva sentado na grama diante do túmulo de Jiraya. Diferente do que pensava, não era dor que sentia. Quando se perde um sonho, quando ele escapa lentamente pelos seus dedos, quando alguém o toma de você, é quase insuportável a dor que irradia do peito. Entretanto, não era isso que Naruto sentia ali...

Mesmo meses depois da sua decisão, ao fechar os olhos e respirar fundo, sentia-se pleno, uma onda gostosa de felicidade e alívio entrava por seu nariz, dividia-se na traqueia, ganhava os pulmões e era carregada para cada parte do seu corpo pelo sangue. E, ao expirar, somente o que restava da amargura era expelido. Tinha transformado seu sonho em um fardo, ou talvez ele sempre tivesse sido um e ninguém a não ser Sasuke tivera coragem para lhe dizer.

Riu consigo mesmo ao encarar o pôr do sol, parado sobre o telhado do prédio do atual Hokage... Deveria ter ouvido Tsunade quando, ainda pequeno, ela disse que não queria ser Hokage por dar muito trabalho. Sábias palavras...

Mas tudo bem, afinal, sonhar, crescer e se decepcionar faz parte do amadurecer. O que importava mesmo era conseguir se erguer novamente, reposicionar-se nos trilhos e seguir adiante com tudo o que tinha conquistado e almejando novas metas. Seu relacionamento com Sasuke estava ótimo, havia até mesmo conseguido colocar uma aliança dourada, a muito custo, na mão dele! Consegui tempo para ficar com Himawari e Boruto, cumprira sua promessa, e odiou-se durante as primeiras semanas ao reconhecer o quanto tinha perdido do crescimento de suas crianças. Revezava-se com Hinata assim como Sakura e Sasuke faziam, uma vez que a ex esposa voltara a fazer missões. E tudo estava bem, tão bem que, às vezes, pegava-se abraçando Sasuke, rindo ou chorando de medo de aquilo não fosse real.

— Naruto?

Virou a cabeça ao ouvir a voz do marido. Sasuke estava parado à sua direita e Sakura à esquerda com um sorriso animado.

— Pronto para voltar à ativa, baka? — ela perguntou ao vestir as luvas de combate. — Kakashi-sensei já liberou nossa missão, por muita insistência de Gaara-sama, que exigiu que fôssemos nós a escolta-lo até a Vila da Chuva. Time sete novamente... parece tão irreal... — Ela riu, suave.

— Sim, time sete, todos dele. Estou ansioso — admitiu, eufórico. — Mas não podemos deixar o Kazekage esperar, não é? Vamos lá, dattebayo!

Uma adrenalina o percorreu dos pés à cabeça. Ele virou-se novamente para ver o sol terminando de se pôr e sorriu, tão radiante, tão sincero, que Sasuke soube naquele momento que, mesmo que Naruto um dia o deixasse e partisse seu coração, teria valido à pena. Por aquele sorriso, por Naruto, por aquela felicidade, valia à pena sacrificar cada minuto da sua vida...


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Notas finais do capítulo

Reviews?
Recomendações? Curtiram?
Eu queria colocar um lemon, mas a fic estava num clima muito sóbrio para isso, não senti aquele "chamado", entendem? Então não foi dessa vez, mas prometo postar outras ones com nosso amado lemon ♥



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