Era uma vez, em uma terra muito distante, tipo, distante mesmo, provavelmente nem está nos mapas de hoje em dia, e talvez nunca tenha estado em mapa nenhum. É uma terra tão distante que me surpreende que existam pessoas ali, porque o sinal de Wifi é um lixo.

Nessa terra viviam nossos três protagonistas, Newton, um garoto nanico que adorava jardinagem. Jim, um adolescente alto e mal humorado, que vivia fugindo das aulas pra procurar pedras com formatos bizarros. E Neal, uma garota com uma mãe que não batia muito bem da cabeça e não sabia que "Neal" era, na verdade, um nome masculino.

Nossos três protagonistas estavam sentados em baixo de uma árvore de folhas azuis, muito comuns por aquela terra, quando Jim viu algo brilhando no meio de sua coleção de pedras. Ele pegou a menor e mais sem graça da pilha, sentindo a mesma vibrar e brilhar novamente.

— Ok, o que raios aconteceu com essa pedra? - perguntou Neal, confusa. - E por que raios você está tocando nela?

Neal adorava usar a palavra "raios", mas isso não vem ao caso no momento.

— Solta logo esse troço antes que ele te mate, uma pedra que brilha não é exatamente o que eu chamaria de normal. - Newton comentou, aproximando-se um pouco mais da pedra.

— Eu soltaria, mas está presa na minha mão! - Jim gritou, desesperado. - ME AJUDA AQUI, NEAL.

A garota tentou puxar a pedra da mão do garoto, sem efeito nenhum. Tentou se soltar, gritando uma palavra que eu preferia não repetir aqui, porque tem crianças lendo isso.

— AGORA TÁ GRUDADA NA MINHA MÃO TAMBÉM. - exclamou.

— E EU NÃO QUERO FICAR GRUDADO COM UMA LOUCA COM NOME DE GAROTO PRA SEMPRE. -Jim reclamou, desesperado.

— NEWTON FAZ ALGUMA COISA. - gritaram em uníssono, encarando o menor, ansiosos.

— Quem resolveu mexer na pedra brilhante esquisita e provavelmente muito perigosa não fui eu, o que vocês querem que eu faça? - murmurou, irritado. - Eu ainda nem sei fazer equações de segundo grau direito, o que eu vou fazer com uma pedra desconhecida?

— PEDE AJUDA!

— Mas vocês ainda podem andar, por que VOCÊS não pedem ajuda?

— PEDE AJUDA LOGO DEU DESGRAÇADO. - Neal gritou, tentando bater no garoto, que se esquivou para longe.

— Credo, isso é o que? TPM? - perguntou, rindo.

— Sim. Eu acordei mergulhada numa poça do meu próprio sangue, você não quer que eu faça seu dia terminar do mesmo jeito. - lançou um olhar mortal para o menor, que desfez o sorriso, se afastando.

— Ok, ok, ajuda. - respondeu, correndo para o curandeiro da aldeia. - Tio, eu preciso de ajuda, dois amigos meus pegaram numa pedra brilhante bizarra, e agora ele estão presos um o outro, e se eles se matarem eu vou ser uma testemunha ocular, o que não seria nada legal, então eu queria saber se o senhor pode ajudar.

— Não, não posso, e não quero que passem isso pra mim.

E eles estão grudados até hoje.