Os dias estavam ficando mais frios com a chegada do inverno. Pessoas, carros, ruas ... sumiam e ressurgiam no meio daquele denso nevoeiro que descia naquela manhã sobre o vilarejo, marcando o início dessa estação tão fria, porém, agradável pra turma under.

Pela janela do quarto, ele admirava este fantasmagórico espetáculo na companhia do fiel escudeiro que também apreciava esta obra de arte. Aos poucos, após sentir a presença das musas, foi cerrando as cortinas da janela para rabiscar algumas linhas.

Quem por fora olhava a casa situada na entrada do vilarejo, imaginava a sua história,  presente em cada detalhe da arquitetura, e a sua riqueza cuidadosamente organizada pra garantir o bem estar e aconchego dos poucos moradores daquela antiga casa.

Nessa manhã fria, ele executava uma belíssima canção, sendo acompanhado pelo canto dos pássaros empuleirados na árvore do quintal da velha casa. Isso, em verdade, era um encanto que deixava um dia frio de inverno tão agradável quanto uma manhã de verão.

    Tais muito inspirava seus dias naquele vilarejo, vivendo entre os demais moradores. Não tinha muita vivência entre eles, mas as musas preenchiam esses espaços com suas belas e prazerosas presenças entre um verso e outro, entre um canto e outro.

A cada nota ferida, sua alma recebia a energia d'algum livro disposto ao redor do cômodo. Em poucos instantess, já sentia se  preparado pra iniciar a escrita de alguns versos pra compor uma poesia que pretende ler daqui a pouco no sarau do parque.

Assim, em sintonia com a musa, iniciou a escrita dos versos na caderno disposto na escrivaninha. Já era hora, porque, em breve, tinha que estar pronto pra sair. Ao longe, as rua, as casas ... sumiam e ressurgiam numa visão sobrenatural - como num sonho.

Como não queria chegar muito atrasado no encontro, esperando curtir o máximo com a turma de preto do vilarejo, vestiu rapidamente o sobretudo, colocou o rascunho no bolso e iniciou a caminhada de meio hora rumo ao parque do vilarejo pra curtir outro sarau.