Já passara das onze horas da manhã e Maynard despertava da solitária noitada que teve, sua cabeça latejava muito e ele já não se lembrara de nada que tinha acontecido. Começou a levantar lentamente e percebeu que tinha dormido no velho tapete que cobria o buraco de seu assoalho.
Deu seus primeiros passos, mas não abriu os olhos. Suas pálpebras pareciam pesar uma tonelada. Quando achou que estava mais disposto, olhou a sua volta e ficou perplexo. O impossível aconteceu.
     Pinturas apareceram como por encanto aos olhos dele. Eram seis desenhos, pintados em perfeito estado, e com as características dos que ele costumava fazer quando ainda tinha sua individualidade como artista.
     A primeira tela era uma paisagem noturna, uma casa atrás de um lago congelado. Aquele, apesar de sua beleza, não chamara tanto a atenção de Maynard.

A segunda era algo abstrato, parecido com pedaços de um espelho com um rosto refletido, pedaços que tinham um efeito de ilusão de ótica no qual vinham na direção do observador. Esse era a cara do pintor, excelente na sua opinião. Na terceira tela, se encontrava uma caricatura de um homem muito feio. Tão feio que Maynard resolveu ocultá-lo colocando a primeira pintura na sua frente.

A quarta pintura era muito intrigante. Tratava-se de uma coruja também abstrata, com olhos negros, penas vermelhas e brancas e um sorriso irônico em um fundo totalmente preto.Mesmo assim ele não se impressionara tanto com a imagem.
     A penúltima imagem, uma das mais alegres que o rapaz já vira. Uma plantação de trigo, com crianças correndo contentes, ao redor de um espantalho. Por mais bizarra que fosse era extremamente feliz e ele gostou muito dessa.
      Já a última era um retrato de uma adorável moça com roupas do século XIX elegantemente sentada em uma poltrona vermelha.
        Ele gostara de todas as pinturas, mas não tinha ideia de como as pintou. Só sabia que eram imagens que ele tinha feito, só podiam ser.