Recomeçar escrita por Flower


Capítulo 24
Último Capítulo — Parte 04


Notas iniciais do capítulo

CARAMBAAAAA estou bem animada que estejam gostando dos capítulos. ♥

*Observação: Esse capítulo ele tem referências de "Licença para casar", um filme de comédia que amo e usei como base para criar o capítulo. Claro, há uma grande diferença do filme, apenas algumas falas são iguais. Então, se tiverem tempo e curiosidade essa comédia romântica é bastante legal.*

Eu fiquei de postar um ainda na noite passada, mas estive fora e ficou um pouco complicado. Mas! MAS! Irei postá-lo agorinha. Lembrando que ainda há mais dois capítulos antes do grande último capítulo. Ok?

Sem mais delongas, boa leitura. ♥



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Sexto mês de gestação – MATERNIDADES E SEUS CORREDORES SOMBRIOS

O último mês foi um pouco confuso, quase perdi minha vida na nossa primeira aula de Pilates, confesso que a professora com sua roupa de ginástica apertadíssima estava me dando certo mole, mas nada que a indiferença resolvesse. Logo, Felicity não concordou em dar-lhe a indiferença, pelo contrário, tudo que ela queria naquele momento era colocar suas mãos nos longos cabelos lisos negros da instrutora e arrancar fio por fio.

Ou seja, o Pilates não deu muito certo.

Então decidimos apenas que Felicity me acompanharia em algumas aulas de musculação pelo menos dois dias durante a semana. Foi bastante divertido tê-la me acompanhando em minha academia.

Mas no sexto mês de gestação as atividades precisam ser mais cautelosas, então resolvemos apenas visitar clínicas de maternidade para conhecer mais sobre como é o processo da internação até a concepção do bebê durante o parto. O exército americano diz que conhecer o território torna a invasão mais fácil e a garantia de um resultado positivo é maior. Dessa forma, estamos vestindo pijamas cirúrgicos de cores distintas enquanto seguimos uma enfermeira um pouco falastrona demais que está nos guiando até a ala da maternidade.

Felicity está com o pijama de uma cor rosa claro como um algodão doce e eu estou vestindo um azul bebê. As toucas em nossas cabeças também torna tudo bastante divertido.

— Bem-vindos à Maternidade de Starling City onde nascem mais de cinco mil bebês por ano. Quase oitenta bebês por semana e nunca trocamos nenhum! Exceto uma vez... — a enfermeira para no meio do corredor instantaneamente. — Em nossa defesa eram quadrigêmeos, não se tem como dar conta de quatro bebês com a mesma carinha.

Essa enfermeira fala tão rápido que consegue ser mais acelerada que as sinapses de meus neurônios enviando as informações para meu cérebro.

Felicity está assustada.

Segurando minhas mãos tão fortemente que meus dedinhos devem estar avermelhados.

— Vocês têm certeza que estão preparados? — ela pergunta ansiosa.

Olhamos assustados um para o outro e antes que possamos responder, a enfermeira continua a tagarelar.

— Moça você deveria ter pensado nisso antes, qualquer coisa era só ligar as trompas que os problemas estariam resolvidos. Sem cocô sujando toda a casa e choro durante a madrugada... E o sexo? Vocês podem se esquecer do sexo, isso não existirá mais!

Que merda é essa?

Estou ficando realmente perturbado.

Viemos aqui para ter uma perspectiva de como será o parto e nossa vida depois que o bebê nascer e não para sermos atormentados por uma enfermeira que fala tão rapidamente que nos atropela com suas malditas palavras.

Outro enfermeiro se aproxima de nós caminhando pelo corredor. — Uma mulher dando a luz fica estaticamente nula enquanto os médicos e as enfermeiras assistem de camarote a escancarada...

— Virginia Both coloque luvas agora, não somos entregadoras de pizza... Oh meu Deus! — a enfermeira falastrona repreende uma das assistentes.

O enfermeiro intrometido continua. — Um parto pode durar de horas a vários dias.

Minha boca e de Felicity entreabre em choque à medida que passamos por uma sala de partos com vidros transparentes em que uma mulher está com suas pernas abertas cobertas por um lençol de tom esverdeado enquanto grita ferozmente.

A força que faz para expelir o bebê é tão grande que as bochechas de seu rosto parecem pegarem fogo.

— Sem falar dos últimos meses de prisão de ventre até chegar a grande hora! É claro que existem anestésicos, por isso que deve ser decidido desde o início do Pré-Natal com seu obstetra como será o parto! — a enfermeira falastrona volta a se manifestar.

Paramos em frente a outro quarto em que está havendo uma tentativa de parto, a mulher está sentada com o que parece o pai do bebê ao lado segurando uma de suas mãos. E em questão de breves segundos essa mesma mulher solta um grito estrondeante nos fazendo tremer de susto.

Felicity esconde seu rosto em meu peito.

— E vou logo falando, prepare-se para mudar de ideia quando estiver começando a sentir a dor de verdade.

A enfermeira belisca o braço de Felicity.

— Ai! — ela geme.

— Uma mulher dando a luz não sente nem isso. — a enfermeira dá de ombros.

— Nossa eu não sabia que... — Felicity inicia algumas palavras quando volta a gemer por um pisão em seu pé dado pela enfermeira. — Aaai!

— Muito menos sentirá isso! — a enfermeira volta a nos guiar pelos corredores.

O enfermeiro me dirige a atenção. — Está achando fácil?

— Fácil? — me pergunto incrédulo.

— Alguns homens ficam traumatizados e nunca mais conseguem olhar para suas esposas. Sexualmente falando!

Não há essa possibilidade meu rapaz.

Mesmo que essa melancia saia por entre as pernas de Felicity, nada fará diminuir o desejo que sinto por ela.

Ossos do ofício.

Ele continua. — Dizem que para um homem o nível de dor igual seria a retirada do testículo pela cabeça!

Puta que pariu.

Meu testículo sendo arrancado pela cabeça?

Isso doeria muito.

A enfermeira para frente à Felicity que está com seus olhos arregalados e suas mãos trêmulas ao redor de meus dedos. — Está preparada, minha flor?

Felicity olha para a enfermeira por alguns longos segundos até que volta a destinar sua atenção para mim. As suas mãos que estavam começando a suarem frio se soltam das minhas e com passos em velocidade ela segue pelo corredor até que eu a perca do meu campo de visão. Olho para os dois enfermeiros parados como duas plantas sem compreender nada, tirando-os de minha frente.  

Eu passei por isso há uns anos, mas em minha concepção não existia todos esses passos para que a mãe viesse a gerar o seu bebê. Para mim, chegávamos no dia marcado ou escolhido pelo bebê, corríamos para o hospital e pronto, o bebê saía de dentro de sua casinha para o mundo. Era assim, pelo menos foi assim quando recebi William.

No entanto, fazendo questão de acompanhar Felicity em todas suas atividades rotineiras como “A mamãe do ano” acabo de descobrir que não é tão fácil assim como um passo de mágica. Tudo deve ser exatamente calculado para que no dia do parto ocorra tudo como o esperado, passar pelos corredores assistindo mulheres gritarem de dor ao fazerem força para darem a luz e seus maridos ao lado chegando a desmaiar também por sentir a mesma dor, acredito que foi um pouco longe demais para Felicity.

Ela deve estar temerosa.

Corro em sua direção procurando-a por todos os lugares da clínica de maternidade, quando a encontro sentada em um dos bancos confortáveis de espera próximos a uma máquina de refrigerantes automática.

— Meu amor... — seguro em suas mãos que ainda estão frias, seu olhar está atônito.

— Não estou certa disso. 

Ela sussurra ao dirigir seus olhos levemente avermelhados para mim.

Partindo meu coração.

— O que está dizendo?

— Eu não sou como essas mulheres que acabamos de vir. Elas são fortes como leoas! — ela suspira resgatando o ar de seus pulmões.

Sento-me ao seu lado, segurando suas mãos nas minhas. Eu quero aquecê-las novamente livrando-as do frio que as envolve.

— É assustador... Eu penso nisso todas as noites, simplesmente porque não tenho um bom histórico com partos. Na verdade, eu também a entendo! Mas, por favor, não deixe que esses monstros sejam maiores do que nós.

— Você acha que consigo? — uma lágrima escorrega por um de seus olhos.

— Mês passado você quase arrancou fios do cabelo de uma professora de Pilates com suas próprias mãos... Acha mesmo que não dará conta de um simples parto? — a arranco um sorriso.

— Mas e se...

Travo seus lábios com os meus em um beijo ingênuo, impedindo que continue sua frase.

— Não há essa hipótese meu amor... Nosso bebê nascerá saudável assim como sua mãe, apenas confie em mim.

A aconchego em meus braços, encostando levemente meus lábios em sua testa.

As batidas de seu coração estão mais tranquilas.

Eu a resgatei.

— Eu confio.

Agora quem está mais calmo sou eu.

Porque confiamos um no outro.

Confiamos que irá dar certo.


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Notas finais do capítulo

EU AMO ESSES DOIS. Essa coisa de "casal" é tão linda entre eles, ainda mais vendo o mesmo na própria série... É muito gratificante, depois de tanto tempo esperando ♥

HAHAHAHA ENFIM, espero vocês nos comentários e assim que finalizar o oitavo mês de gestação, eu retorno com um novo capítulo e também para responder aos comentários. ♥ xoxo



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