It's All About Timing escrita por Nonni


Capítulo 5
Stay.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente!
Nessa OS o Robin é dono de uma empresa multinacional de serviços online e software, casado com a Regina, porém os dois andam afastados. Surge uma oportunidade deles darem uma entrevista juntos, e talvez isso ajude Robin a recuperar a esposa.
A OS ta melhor que o resumo rsrsrs
Boa leitura!



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*Devil Wouldn't Recognize You – Madonna*

 

O movimento caótico da tão famosa Nova Iorque prendia a atenção dos belos olhos azuis que encaravam a cidade através da janela de seu escritório. O homem divagava sobre as exaustivas reuniões que tivera naquele dia. Embora fosse cedo, Robin sabia que não chegaria em casa para o jantar.

Dono de uma das maiores empresas de tecnologia de Nova Iorque, Robin Locksley sempre quis ter uma vida profissional esplêndida. Batalhou muito para chegar aonde chegou e não se arrependia de nada.  Ele se dedicava muito a empresa, e talvez por isso, ela era altamente reconhecida.

Robin era importante, um homem inteligente, rico e bonito. Os cabelos num tom de loiro escuro, já evidenciando alguns fios grisalhos aqui e ali, junto com belos e marcantes olhos azuis e barba por fazer eram detalhes que faziam mulheres caírem aos seus pés. Entretanto, a aliança em seu dedo evidenciava que ele era muito bem casado.

Quando o sobrenome Locksley se juntou com o Mills, fora uma grande noticia. Robin não sabia explicar como deixou aquilo acontecer, mas quando deu por si, tinha se apaixonado perdidamente por Regina Mills, a mulher que o enlouquecia em todos os sentidos. Tudo ficou tão mais fácil quando ela entrou em sua vida, o apoiando e o fazendo tão feliz que ele achou que poderia ficar assim para sempre.

Infelizmente, a vida não é um conto de fadas, e com o passar dos anos, o casal se viu num afastamento e numa frieza enorme. O trabalho fizera isso com eles, e enquanto Robin se ausentava por causa de problemas profissionais, ele fora criando problemas na sua vida pessoal, esquecendo-se que sua esposa o queria e precisava dele, e que sentia falta dele de uma forma esmagadora.

E depois dos longos anos de amor e felicidade, as brigas começaram a ser mais frequentes e os dois eram cabeças duras demais, orgulhosos demais, para sentarem e conversarem. O amor existia, estava ali, mas talvez não por muito tempo.

Fora pensando em tudo isso, e no quanto sua esposa ficaria irritada por ele não chegar para jantar de novo, que Robin se dirigiu até sua mesa, pegando o telefone, preparado para ligar para casa. No entendo, antes que conseguisse discar o número, leves batidas na porta puderam ser ouvidas, apenas para que Killian Jones, seu vice diretor e melhor amigo, entrasse no escritório, logo se sentando no pequeno sofá, colocando os pés em cima da mesa de centro, como se estivesse em sua própria sala.

— Eu tenho uma ótima notícia. – exclamou o moreno de olhos azuis, encarando Robin.

— Não me diga,Killian... - Robin respondeu, baixinho, prevendo que coisa boa não vinha por aí.

— Hoje a tarde eu recebi uma ligação, de uma jornalista da Today Tecnology, e ela queria que eu desse um entrevista comentando sobre como era para mim equilibrar uma empresa e também “equilibrar” uma família... – Killian começou, devagar. – Obviamente, eu expliquei que eu não era casado e que também era o vice diretor, ou seja, que ela precisava fazer essa entrevista com você. – disse, e percebeu a carranca se formando no rosto de Robin.

— Estou esperando a ótima noticia. – Robin disse, irônico.

— Robin, a moça quer uma matéria com você, com direito a capa. E tudo que você precisa fazer é responder sobre como você consegue ser esse super empresário e mesmo assim ter um ótimo casamento. – Killian disse, e Robin soltou um riso irônico.

— Sem chance. – disse.

— Robin...

— Killian, eu disse sem chance. – falou mais uma vez, dando as costas para o amigo e se sentando em sua cadeira.

— Cara, pensa no quanto isso ia ser bom para nós, para você. Não é qualquer entrevista, é uma com direito a capa. Eu entendo que você e Regina não andam muito bem, mas não é como se todo mundo soubesse disso. – insistiu Killian.

Robin bufou, passando a mão pelos cabelos, pensando em como daria uma entrevista falando de algo que ele não fazia a mínima ideia de como pôr em prática?

Era claro que ele amava Regina, e sentia um enorme orgulho de ter uma mulher como ela. Mas o que ele faria para as coisas voltarem a serem como antes? Ele sentia falta de Regina, mas parecia que ele havia se afastado tanto que agora não sabia o caminho de volta.

— Eu vou pensar no assunto, Killian. – disse Robin, querendo por um fim naquele assunto de uma vez.

— Infelizmente para você, eu já aceitei e marquei tanto a entrevista quanto a sessão de fotos para a semana que vem. A Regina tem que participar. – disse, sorrindo, ignorando totalmente a expressão irritada que se formou no rosto de Robin. – Boa sorte! – deu as costas e saiu da sala.

Robin suspirou. Entrevistas e matérias podiam esperar, fora por isso que depois que o vice diretor saiu de sua sala, Robin voltou a cabeça aos negócios.

Mas e sua família, será que poderia esperar também?

***

Se passavam das dez horas quando Robin entrou em seu amplo e luxuoso apartamento, sendo recebido pelas luzes apagadas e silencio. Deduziu que Regina já estava na cama, e foi por isso que seguiu direto até o quarto, encontrando a porta meio aberta e um feixe de luz iluminando o corredor. Ao entrar, silenciosamente, no quarto, Robin deixou os olhos repousarem na esposa, que estava concentrada lendo alguns papeis. A testa franzida e os óculos apenas lhe deixavam mais encantadora. Robin suspirou alto, suspiro esse que chamou a atenção de Regina, que ergueu os olhos para a porta e logo voltou sua atenção para sua leitura, ao perceber que era Robin.

— Um novo manuscrito? – ele puxou assunto, dando alguns passos para dentro do quarto, enquanto afrouxava a gravata. Regina ergueu os olhos para ele, mas não respondeu, claramente sem interesse em conversar com ele. – Desculpe por não chegar a tempo de jantar, eu...

— Deixa eu adivinhar... você ficou em alguma reunião urgente? – ela interrompeu ele, irônica. – Ou será que era algum cliente novo que não podia esperar? Ou a organização de uma viagem de negócios? Por favor, guarde as suas desculpas, pois eu já conheço todas elas. –disse, e Robin baixou os ombros, sabendo que aquilo era o início de uma nova discussão, um caminho que ele não queria seguir.

— Regina, por favor, eu não quero brigar. – ele sussurrou, esfregando a testa. – Você sabe o quanto a empresa é importante para mim, preciso de apoio, não de sermões. – disse, e quando Regina abriu a boca para responder, o topo de uma cabecinha levantou do travesseiro ao lado dela, revelando o rostinho sonolento, semicerrando os olhos para Robin, e logo abrindo um sorriso enorme.

— Papa! – exclamou. Robin sorriu, seguindo até a cama e se sentando ao lado do filho, enchendo-o de beijos, enquanto o menino gargalhava e pedia para o pai parar.

Com toda certeza, a maior conquista da vida de Robin era aquele pequeno garoto, que fazia o coração dele aquecer com poucos gestos. Seu relacionamento com Regina lhe trouxera a coisa mais preciosa de sua vida. Roland. O menininho beirava os 5 anos, e era a alegria da casa e da vida do casal, que apesar de tudo, se uniam sem problemas se o filho precisasse.

Embora estivesse extremamente brava com o marido, Regina se permitiu rir da cena. O coração aquecendo e pedindo para que aqueles pequenos momentos se tornassem mais frequentes.

— Eu estava morrendo de saudade de você, filho. – o loiro falou, depois que parou com o ataque de beijos. O garoto riu, e levou a mãozinha até a barba do pai.

— Eu também. – disse, indo para o colo do pai, abraçando-o.

— E o que você estava fazendo aqui? – perguntou para Roland.

— Tomando conta da mamãe até que você chegasse. – Roland disse, soltando um risinho sapeca em seguida. Robin desviou os olhos para a Regina, flagrando o sorriso no rosto dela. O azul e o castanho se encontraram, e ficaram presos um no outro por alguns segundos, até que a voz da criança no colo de Robin fez os olhares se desviarem. – Você demorou, papa, eu acabei dormindo. – Roland reclamou.

— Desculpe, filho, não foi a intenção. Prometo que vou te recompensar. – ele falou, acariciando as cabeleiras castanhas do mais novo. O garotinho concordou, porque para ele a fala do pai parecia real, mas Regina sorriu irônica, sabendo que Robin não cumpriria a promessa. Roland bocejou e o loiro sabia que estava na hora de o garoto ir para a cama. – Dê um beijo na sua mãe, que eu vou colocar você para dormir. – disse e o menino concordou, engatinhando por cima da cama até a Regina, beijando-lhe o rosto e sussurrando um “eu te amo, mamãe”. Depois, Robin o pegou no colo, Roland escorou a cabeça no peito do pai, mas antes que os dois saíssem do quarto, Regina o chamou.

— Sua empresa é mais importante que isso? – perguntou, e depois baixou os olhos para o manuscrito em suas mãos, não esperando resposta, pois sabia que a mesma não viria.

***

*Na sua estante – Pitty*

— Eu não vou fazer isso, pode esquecer. – fora a primeira coisa que Regina disse depois que Robin lhe contara da entrevista.

— Regina, por favor, é importante. – ele pediu, mais uma vez.

— Não, Robin. – ela disse e o loiro suspirou. – Agora eu entendi o motivo de você ter chegado cedo para jantar hoje. Era puro interesse. – ela cuspiu, os olhos marejando.

— É claro que não! – ele disse, elevando a voz, perplexo com o que ela falara. Era sexta feira e o loiro resolveu ignorar todo o trabalho, e fora para casa mais cedo, com a intenção de ficar com Roland e também conversar com Regina. Depois do jantar, o filho havia ficado assistindo desenhos na sala e o homem puxara a mulher para o escritório, com a intenção de pedir que ela fizesse a sessão de fotos com ele. – Eu vim porque eu estava com saudade dos dois. Eu não sou de ferro, Regina. Gostaria que você parasse de me afastar quando eu tento me aproximar. Nós dois somos ocupados, eu mais que você, mas isso não significa que precisamos brigar sempre que nos vemos. Eu estou tentando. – ele falou.

— Você sabe que não está. Você sabe que pode fazer muito mais. Que pode buscar Roland na escola as vezes, que pode jantar com a gente todo dia. Que pode voltar a reparar em mim. Eu estou tão cansada de brigar com você, eu sinto saudades do homem com o qual eu me casei. Eu quero ele de volta. – ela respondeu, a voz embargando no final.

— Eu estou bem na sua frente, droga! – Robin gritou, se arrependendo logo depois. – Eu não queria ter que fazer essa entrevista, muito menos fazer você bancar a esposa feliz quando você está tudo, menos feliz. – ele falou, agora num tom de voz baixo. – Eu estou tentando, Regina, e pode ser pouco agora, mas pra mim é muito. Eu também sinto falta de você, sinto falta de Roland. E as vezes tudo o que eu queria era pegar vocês dois e ficar longe de empresa e obrigações que eu tenho que cumprir. Mas eu não posso. Não agora. Sei que é pedir demais, mas por favor, apenas pense no assunto. E confie em mim. – ele pediu, sentindo-se horrível por ver as lágrimas caindo dos olhos da morena. Ele se aproximou para secá-las, mas Regina se afastou, fechando os olhos. Antes que qualquer um dos dois dissesse alguma coisa, Roland abriu a porta, com os olhinhos arregalados.

— Por que vocês estão brigando de novo? – perguntou, e Regina virou-se de costas para o menino, limpando as lágrimas e depois seguindo até ele, garantido que não era nada, apenas problemas de adultos sem importância. Robin concordou com ela, tranquilizando o menino. Roland pediu colo para mãe que pegou o garotinho e saiu do escritório, Robin estava pronto para segui-los, mas o celular tocou, apontando o número de Killian. Robin olhou para a porta, por onde sua mulher e filho saíram, e depois olhou para o celular, para o que ele sabia que era um possível assunto profissional. Fechando a porta do escritório e atendendo a ligação, ele sabia que Regina tinha razão. Que ele não estava tentando.

***

Quando o elevador abriu, o casal pode sentir todos os olhares sobre si. Regina estava nervosa. Porque sentia que Robin estava diferente desde a discussão que tiveram no escritório, na sexta à noite. Ele não fora trabalhar no sábado de manha, e nem no domingo, passando o final de semana todo com ela e Roland. Na segunda, ele chegou cedo, um pouco antes do jantar, na terça ele levou e buscou Roland na escola. E embora estivesse mexida com essas atitudes, ela não se deixou enganar com esses gestos, achando que logo ele voltaria a rotina de viver pelo trabalho, mas eles já estavam na quinta e bem, isso não havia acontecido, ainda.

Sabendo que a entrevista não era algo que ele tinha planejado, ela decidiu aceitar participar. Afinal, isso não mudaria nada, mudaria?

Por isso, ela se encontrava indo com ele até o seu escritório, onde a equipe da revista já os aguardava. Parando apenas para cumprimentar alguns conhecidos, ela e Robin não demoraram para chegar ao destino. O loiro abriu a porta do escritório para ela entrar, e a morena se viu perdida em momentos nostálgicos, enquanto observa o escritório em que ela passava muito tempo antes de Roland nascer e até meados de sua gravidez. Quando ela e Robin não tinham tempo para se ver, mas sempre davam um jeito. Ela correndo pro escritório dele para almoçarem, ou ela indo ali depois do trabalho porque simplesmente ficava com saudades dele. Ou quando ela estava de folga na editora, e queria ficar com Robin. Lembrou-se de quando ele ficava com duvidas sobre os negócios e ligava para ela, pedindo sua opinião. Quando os dois se afastaram tanto? Era o que ela se perguntava.

Fora tirada de seus pensamentos por Killian, que veio até ela e a abraçou fortemente, e ela retribuiu o abraço, pois fazia tempos que não o via.

— Meu Deus, Regina, você está maravilhosa! – ele elogiou, sorrindo. Regina sorriu para ele, em forma de agradecimento. Killian olhou para Robin e brincou - Já você, não muito diferente.

A morena passou os olhos pelo local, vendo um pequeno estúdio armado. Uma mulher ruiva, de lindos olhos azuis arrumava uma câmera que estava pendurada em seu pescoço. Uma loira ao lado da mulher arrumava o gravador que Regina imaginou ser para a entrevista de Robin. Killian chamou as duas moças, que vieram na direção do casal e Killian.

— Robin, Regina, quero lhes apresentar Catherine, a jornalista que fará a entrevista. – Killian disse, e a mulher loira apertou a mão de Robin e depois a de Regina, sorrindo. – E essa é Zelena, que será responsável pelas fotos. – agora fora a vez da ruiva, que apertou a mão de Robin e depois a de Regina.

— Wow, você está maravilhosa! – Zelena elogiou, e Regina sentiu as bochechas esquentarem.

— Muito obrigada. – sorriu. Desconcertada, a morena buscou o olhar de Robin, e se surpreendeu ao perceber que ele a encarava com um brilhante sorriso no rosto, os olhos cheios de admiração. Ela chegou a perder o fôlego.

— Bom, se vocês não se importarem, gostaríamos de começar. – Catherine disse, e Robin concordou. – Vamos primeiro tirar as fotos, e depois eu farei algumas perguntas, certo?

— Certo. – Robin respondeu.

Zelena os encaminhou até o lugar onde as fotos seriam tiradas. O lugar escolhido fora o espaço onde se estava a mesa de Robin. O loiro se encontrava com um smoking preto, preso por apenas um botão, sobre uma camisa branca de gola, com um botão aberto, mostrando apenas uma parte do pescoço. Sapatos sociais, também preto, completavam o look. Regina trajava um macacão preto de algodão, com um decote V que ia até um pouco abaixo dos seios, as mangas rendadas e calça reta. Um cinto também preto, com uma fivela prateada que destacava o visual e modelava a cintura da morena, além de saltos da mesma cor.

— Certo, vamos deixar a timidez de lado e agora imaginem que é só vocês dois e a câmera. Tenho certeza que o resultado dessas fotos com um casal tão lindo ficará incrível. – Zelena disse, levando a câmera até os olhos depois de ter posicionado Robin e Regina para a primeira foto. 

*2U – David Guetta feat Justin Bieber*

Robin estava de frente para a câmera, enquanto Regina estava com a cabeça escorada em seu ombro. A mão do loiro circulava a cintura da morena, e a mesma tinha um sorriso no rosto. Clic. Agora ambos estavam de frente para câmera, a mão de Regina depositada no peito de Robin, enquanto ela o encarava. Clic. Robin sentado na cadeira e Regina debruçada atrás dele, enlaçando as mãos no seu pescoço e os dois sorrindo para a câmera. Clic.

— Agora eu quero que você sente no colo do Robin, Regina. – Zelena pediu. Regina obedeceu, e outra foto fora tirada. – Olhem nos olhos um do outro. – a fotógrafa falou, e o castanho mergulhou no azul, o azul no castanho. Pela primeira vez desde que as fotos começaram o mundo realmente parou para os dois, e eles ficaram assim, até que a voz de Zelena fora ouvida novamente. – Ok, ótimo.

Mais algumas fotos foram tiradas, mas o casal parecia estar no automático. Estarem tão pertos novamente, as ações de Robin no ultimo dia, tudo fazia a mente de Regina rodar e rodar a deixando quase tonta.

Robin tirou mais algumas fotos e Zelena por fim encerrou o ensaio, maravilhada com as fotos que conseguira. Quando se sentaram para a entrevista, a jornalista na poltrona e Robin e Regina no sofá, a tensão entre eles era palpável.

— Então, Robin, primeiro eu queria lhe parabenizar pela grande empresa. Da para ver que você é esforçado e batalha para que ela esteja entre uma das melhores. – começou Catherine.

— Obrigada, mas nada disso seria possível sem as pessoas ao meu redor. Killian, Regina, cada funcionário. Todos eles foram e são essenciais para eu estar aqui hoje, falando com você. – Robin respondeu.

— Mas e então, como você consegue? Equilibrar tantas coisas? – Catherine perguntou.

— Na verdade, eu não consigo. – Robin falou, e a sala ficou em silencio total. – As vezes as coisas saem um pouco de controle e eu apenas tenho que continuar. Você sabe, problemas profissionais e problemas pessoais sempre vão ter, nós só não podemos nos entregar. Eu não acho que equilibre as coisas. Eu acho que eu faço o meu melhor pelas duas, as vezes falto em uma, as vezes falto em outra. O essencial é ter pessoas que nos ajudem a segurar as pontas.

— Bom, da para ver que você tem uma esposa dedicada ao seu lado. Conte-nos mais. Como se conheceram? – Catherine disse, rindo, e Robin encarou Regina, que mexia nas mãos que estavam no colo. Robin pegou uma delas entre as suas, levando até os lábios, Regina o encarou, um arrepio um tanto conhecido percorrendo o seu corpo.

— É uma história engraçada, não é? – ele diz, olhando pra Regina, que se permite sorrir, lembrando daquele dia.

— E clichê. – ela comenta.

— Um pouco. – Robin ri. – Envolve uma mulher sem café e um homem sem smoking. Eu tinha um evento muito importante no dia em que nos conhecemos, tinha despedido minha secretária e tive que sair atrás de uma roupa. Lá estava eu, no meio da Times Square, com um smoking na mão, quando uma bela morena esbarra em mim, derrubando o café no meu smoking. A minha sorte foi que ela era muito legal, e conseguiu uma outra roupa pra mim. – Robin disse, olhando para Regina. – Quando eu cheguei no evento a noite, a primeira coisa que meus olhos notaram fora aquela mesma mulher, e bem, era meu dever oferecer uma bebida e talvez chamá-la para dançar, não é? – ele terminou, sorrindo. 

— É uma bela história. – Catherine disse.

— É sim. Regina é a minha estrela da sorte. Sempre foi, e eu soube no momento em que botei os meus olhos nela que ela mudaria a minha vida pra sempre. Não apenas me deixou mais feliz, mais humano, como me presenteou com a criaturinha mais incrível desse mundo. Eu a amo, sempre a amei, e sempre vou amar. – disse, olhando fundo dos olhos de Regina. A morena sentiu os olhos marejarem, a respiração falhar. O que é que ele estava fazendo?

Mais algumas perguntas sobre os negócios foram feitas, perguntas as quais Regina não prestou atenção. O coração batia forte dentro do peito com as palavras de Robin. Quando a entrevista se deu por encerrada, a equipe da revista se despediu e agradeceu, e Killian os acompanhou até a saída. O casal fora deixado sozinho, e o silencio tomava conta do ambiente.

Regina se levantou e começou a andar de um lado para o outro, e Robin a acompanhava com o olhar, esperando que ela falasse, e ele sabia que ela faria.

— Você não pode fazer isso. – ela disse, furiosa.

— O que eu não posso fazer, Regina? – ele perguntou.

— Isso. – ela falou, passando a mão pelos cabelos, as lágrimas já pinicando seus olhos.

— Perceber que eu preciso mais de você e de Roland do que dessa empresa? – ele perguntou, conseguindo a atenção dela. – Eu acho que eu posso fazer isso. Acho que já passou da hora.

— É, você sabe que não pode fazer isso, porque vai começar a não vai conseguir terminar. Você não vai aguentar, vai acabar voltando a trabalhar e quando ver terá se afastado de nós de novo. – ela disse.

— Regina, eu não vou fazer isso de novo. Eu fiz minha escolha, escolhi minha família. – ele disse, levantando-se. 

— Você não pode estar falando sério. – ela sussurrou, as lágrimas já escorrendo.

— Eu nunca falei tão sério na minha vida. – ele disse, se aproximando dela. – Antes de segunda eu não sabia nem o nome da professora do meu filho, Regina. Eu não sabia o que ele fazia na escola, e eu não sabia mais como estava sendo o seu dia, ou nos livros que você estava trabalhando. Eu percebi que prefiro saber disso tudo, que prefiro chegar em casa cedo e ver você cozinhar, ajudar Roland na lição, levá-lo e buscá-lo na escola, do que passar horas trancado nesse escritório. Eu prefiro e quero tudo isso. Quero poder beijar você e amar você, e deuses, eu sinto muita falta disso.

— Você está falando sério mesmo? – ela perguntou, a voz falhando.

— Muito sério, meu amor. – ele disse, se aproximando dela. Robin pegou o rosto de Regina entre as mãos, beijou cada pedacinho que conseguiu, e finalmente beijou-a de verdade, um beijo que os dois ansiavam ha muito tempo. Robin envolveu Regina em seus braços, aprofundando o beijo. Depois se separaram, os dois ofegantes, Robin deixou um beijinho no nariz da morena, que sorriu. – Eu amo você.

— E eu amo você. – ela sussurrou, sorrindo e o beijando de novo. E de novo. E de novo.

— E-eu acho que vou levar você para casa. – Robin falou, ofegante.

— Eu acho que você deve mesmo fazer isso. – ela respondeu, piscando.

— Não precisa falar uma segunda vez. – disse, pegando-a pela mão e a levando para fora do escritório.

Quando Killian voltou para a sala de Robin, estranhou não ter o encontrado ali, visto que tinham uma reunião marcada para dali alguns minutos. Sem se importar muito, ele decidiu seguir com ela sozinho, afinal, ele era o vice diretor, devia servir pra essas coisas.

***

*Younger Now – Miley Cyrus*

A luz da tarde iluminava o quarto, o dia nublado fazendo com que o clima frio se tornasse agradável para o casal entrelaçado um no outro. Regina repousava no peito de Robin, o homem fazendo carinho nas madeixas curtas da mulher.

— Deveríamos ter feito isso há muito tempo atrás. – Robin sussurrou. – Aliás, eu devia ter feito isso há muito tempo atrás.

— Isso não importa, estamos aqui agora. – ela disse, escorando o queixo no peito dele, para conseguir olhá-lo nos olhos.

— Ainda bem, eu não queria estar em nenhum outro lugar. – ele falou, rindo, ela sorriu também.

— Robin! – ela disse, de repente, assustada, levantando-se e enrolando o lençol no corpo.

— O que houve? – ele perguntou, assustando-se.

— Roland! Esquecemos de buscar o Roland! – ela gritou, caminhando em direção ao closet, quando voltou, perdida, encontrou Robin rindo da situação. – Por que você está rindo?

— Regina, eu pedi para Killian pegá-lo. – ele disse, e a morena relaxou os ombros, aliviada.

— Quando você pediu? – ela perguntou.

— Quando você estava dormindo. Pedi para que ele pegasse Roland e o levasse para comer alguma coisa, porque eu e você estávamos resolvendo uns problemas e iríamos demorar. – ele sorriu, piscando para ela.

— Droga, Robin! Que susto! – ela disse, indo até ele e dando um leve tapa em seu braço. Ele a pegou pela cintura e a fez sentar-se em seu colo, dando um leve beijo no pescoço da morena, que sorriu.

— É que eu esqueci de falar, ué, você me deixou ocupado depois que acordou. – ele sorriu, malicioso.

— Tinhamos muito o que recuperar. A culpa não é minha.

— E eu nem disse que era. E nem reclamei. – ele respondeu.

— Será que eles vão demorar ainda? – ela perguntou, mordendo os lábios, com um olhar malicioso.

— Droga, Regina! Não faz isso! – ele reclamou, a puxando para ele.

Eles tinham muito o que recuperar.

***

Algumas semanas depois

Regina abriu a porta de casa e pode ouvir o barulho da TV assim que entrou. Sem nem precisar olhar para a tela, sabia que estava passando O Bom Dinossauro. Robin estava com Roland em seus braços, os dois deitados no sofá, com um balde de pipoca e um copo de refrigerante vazio na mesa de centro. A mulher admirou a cena, feliz por estar vendo isso. Robin se mostrou fiel ao que prometera, e bem, apesar de as vezes precisar se ausentar por causa de empresa, não era mais como antes.

Quando eles perceberam a entrada de Regina, Roland pulou do sofá, parando o filme e seguindo até a mãe, que o recebeu com braços abertos. A morena o encheu de beijos, fazendo o menino gargalhar. Depois seguiu com ele até o sofá, e se sentou ao lado de Robin, que beijou a bochecha dela.

— Senti saudades. – ele sussurrou, no seu ouvido, fazendo-a sorrir.

— Eu também. – ela respondeu, plantando um beijo em seus lábios. Roland deu play no filme e Robin sussurrou no ouvido de Regina:

— Eles são dinossauros que são fazendeiros. – ironizou. – Criam galinhas, acredita? – Regina sorriu.

— Eles tem que comer, sabia papa? – Roland falou, sério pelo pai ter criticado o filme, e Regina gargalhou.

— Com certeza, filhão. Eles tem que comer. – concordou, não querendo aborrecer o garoto. Plantou um leve beijo nos cachinhos de Roland e voltou o olhar para Regina, que estava concentrada, olhando o filme e comendo pipoca.

— Perdi vocês para um filme. Olha que beleza. – ele ironizou, e Regina riu, dando um leve selinho em seus lábios.

— Não seja exagerado.

— É, papa, não seja exagerado. – Roland repetiu, rindo. O menino deitou com a cabeça nas pernas de Robin e os pés nas pernas de Regina e se concentrou no filme de novo.

Robin alternou o olhar entre o filho e a esposa, e ele soube, naquele momento, que ter os dois por perto era tudo que ele precisava para viver. Sem mais opção, ele pegou um pouco de pipoca e concentrou seu olhar no filme também. 


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Me deixem saber o que acharam...
Obrigada Natasha por betar e Jeane e Lau por me ajudarem com alguns detalhes. Um beijo pro SS Squad!
Beijos e até a próxima!



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