Aconteceu escrita por Alanna Drumond


Capítulo 14
Capítulo 14




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 Rafael deu atenção a um jornalista, e enquanto ele dava entrevista me manteve por perto o tempo todo – com a mão ainda em minhas costas. Do nada, surgiram vários outros jornalistas e eu fiquei um pouco desnorteada. Não conseguia entender nenhuma pergunta que faziam, mas aparentemente Rafael sabia muito bem o que estava fazendo.

— É sempre bom ter esse reconhecimento do nosso trabalho. A “Duarte Advogados” se empenha muito em todas as causas, nossos clientes sempre serão nossa prioridade, e sempre tentamos fazer de tudo para que eles alcancem seus objetivos. São parte de nossa família. Esse prêmio diz muito mais sobre eles do que sobre nós. Graças a eles estamos aqui, só temos que agradecer a confiança e o apoio de cada pessoa que entra no nosso escritório.
— Rafael, onde está a amável Senhora Albuquerque?
— Infelizmente dona Sônia sofreu um acidente e acabou não resistindo, foi uma grande perda para todos nós. Acho que nunca vamos conseguir esquecê-la. Ela era a essência do nosso escritório. Ela unia a equipe e fazia tudo parecer mais fácil. Vai ser e está sendo difícil, mas fazer o nosso melhor para manter sua essência viva, não só em nossas memórias e em nossos corações, mas também no escritório.
— Quem é a bela dama que o acompanha Dr. Duarte?
— Essa, é a senhorita Siqueira, também merecedora dos méritos da noite, pois faz parte da equipe da “Duarte” e que me deu a honra de me acompanhar nessa bela noite. – disse sorrindo para mim e parecia que tinha borboletas no meu estômago.
— Dr. Duarte ela é uma simples funcionária ou é algo a mais?
— Meus caros, em nome da “Duarte” agradeço todo o carinho de vocês, mas temos que nos retirar. Tenham uma boa noite.

 Ele se desviou dos inúmeros de jornalistas e me conduziu ao imenso e luxuoso são onde haveria a premiação. Tínhamos uma mesa reservada, na qual tinha um jogo que jantar maravilhoso. Taças finas e delicadas que fiquei com medo de quebra-las só de olhar. Vários talheres de vários tamanhos diferentes. Sinceramente, eu não via lógica alguma em usar três facas de diferentes tamanhos em um único jantar. Eu iria me sair bem, a experiência no restaurante de Caio, apesar de desastrosa e infeliz, me rendeu bons aprendizados. Rafael cumprimentava algumas pessoas que sorriam para mim e me olhavam de forma intrigante.

 Apesar de a noite ser um conto de fadas, eu me sentia completamente deslocada ali. Não era o meu mundo, minha realidade era bem diferente daquela. Eu estava tendo uma noite como a princesa Cinderela teve, mas eu nunca quis ser princesa, e nunca quis uma noite como aquela. Eu tentei ser a melhor companhia possível para Rafael, e espero ter consigo já que ele estava sorrindo com muita facilidade. Talvez fosse pelo simples fato de ter um milhão de fotógrafos ali e ele querer sair bem na foto.

 Ele recebeu o prêmio e fez um belo discurso. Ele estava nervoso, o seu modo de andar até o palco me disse isso, mas ele estava muito seguro e brilhou enquanto se pronunciava. No final, eu pude perceber que não apenas eu, mas todas as pessoas presentes no salão estavam com os olhos grudados em Rafael. Ninguém ousava piscar. Ele, com seu poder hipnotizador, conseguiu encantar mais de 300 pessoas e mantê-las sob seu comando e poder.

 Rafael desceu as escadas e caminhou de volta à nossa mesa, onde eu o aguardava. Na mão carregava o troféu e no rosto trazia consigo um sorriso triunfante e desconcertante. Ele se sentou ao meu lado e eu tentei parecer não muito nervosa, o que era uma missão quase impossível diante do fato de minhas mãos estarem soando muito.

— Parabéns.
— O prêmio é nosso. Parabéns para você também. Está tudo bem?
— Claro que sim. Por que não estaria? – minhas mãos estavam escondidas em baixo da mesa, não tinha como ele ver que eu estava soando. A não ser que eu estivesse soando em outros lugares que ainda não tivesse percebido.
— Você quase não comeu. – disse apontando pro meu prato que estava intocado e cheio de comidas estranhas que eu nunca vi na vida.
— Estou sem fome – o que não era mentira, afinal comi antes de sair de casa.
— Tem certeza?
— Absoluta.
— Tudo bem então. – disse sorrindo. Ai meu Deus, esse homem tinha que parar de sorrir.


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