Sweetest Devotion escrita por Amante Adorável


Capítulo 1
One


Notas iniciais do capítulo

Apenas uma ideia louca onde Rick se vê cara a cara com a notícia de que o filho de Glenn Rhee, o rapaz que ele não pode salvar, nasceu.

Reaprendendo a gostar da minha escrita, então, por favor, sejam misericordiosos e não me matem. Obrigada Arthur pela ajuda!



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‘’Eles estão bem’’

Foram essas palavras pronunciadas por Michonne que deixara o líder de Alexandria atônito.  Permanecera estático em sua cadeira, banhado pela luz amareladas das velas que tremulavam em alguns cantos da sala. O mundo lhe roubara o ar dos pulmões e tudo congelou ao seu redor. Seu peito fora atingindo por um misto de dor e culpa, como uma pequena bola de neve que, aos poucos, ia atingindo um tamanho gigantesco.

Rick queria gritar. Ele deveria gritar, porém não fora o que fizera e, em seu silêncio, o líder de Alexandria ouvia o relato da namorada.

‘’Tudo ocorreu com segurança. Ela foi incrível, forte e sabe, sentira pouca dor. Não demorou muitas horas... ‘’ enquanto relatava, a samurai mantinha nos lábios um pequeno sorriso, seus olhos que não escondiam a esperança que sentia com isso, focavam um ponto qualquer no tapete à sua frente. ‘’ Ele veio berrando aos quatro ventos como o homenzinho forte que é... ‘’um curto silencio se prosseguiu, Rick não encontrara palavras e sua namorada, parecia catatônica de uma felicidade desconhecida. Por fim, completara: ’’Ambos estão bem e... vivos!’’

Outro silencio acometera a casa, deixando-os cada um em seu mundo. Paul chegara há pouco tempo e logico, estava ansioso para espalhar essa pequena notícia. Ambos estão bem e vivos. Essas palavras eram repetidas em sua cabeça, como se alguém lhe sussurrasse ao pé do ouvido. Um calafrio tomara conta de seu corpo, partindo do fim da espinha até os últimos fios de seus cabelos. Eles estão bem e vivos, mas ele não está aqui para ver isso.

Levantara de subido e rumou seu corpo até a janela. Pela vidraça embaçada, o ex-policial observava o breu deixado pela escuridão da noite, iluminado somente um pouco pela luz clara e fraca da lua. Pela mesma vidraça, observava seu miserável reflexo. Seu rosto parecia ainda mais cansado, seu corpo ainda mais gasto. A culpa de arrancar a felicidade completa dessa notícia consumindo-o aos poucos, Rick não saberia como reagir diante dela. Estranhamente, ele que jurara não se esconder de nada e nem de ninguém, agora queria fugir e não a vê-la nunca mais.

‘’Você sabe que a culpa não foi sua’’ como se reconhecesse o que pensava, Michonne falara com cautela.

‘’Ele me salvou’’ afirmara entre os dentes. ‘’Mas eu não pude salva-lo’’

‘’Rick, não tínhamos como prever isso’’ redarguiu, incerteza se o namorado a ouviria. ‘’Ela jamais o culpara por isso, nem você nem Daryl. Não foi sua culpa’’

Michonne não entenderia. Fora ele quem o salvara, o livrara da morte fatal. Fora ele quem o dera a oportunidade de reencontrar sua família, de estar com seu filho novamente e de seguir em frente. Sentira o calor do outro corpo esquentar o seu, os braços negros da samurai lhe rodearam o pescoço e seu rosto fora refletido logo ao lado do seu. Ela estava tentando conforta-lo, mas Michonne jamais entenderia. Fora Glenn quem lhe dera a vida, mas ele não pode fazer o mesmo pelo rapaz.

→←

Suas pernas o levavam escada a cima, visto que sua mente entrara em outra dimensão. O sol adentrava pelas janelas e o ambiente, casualmente cheirando a lavanda, cheirava outro perfume. O silêncio apesar de normal, parecia outro, imposto pela presença de alguém. Subia as escadas com medo, de que ela lhe olhasse e tudo fosse transmitido nesse olhar, a raiva, a culpa, a injustiça. Ele queria que ela o olhasse assim, então todo seu sofrimento tomaria um motivo.

No fim do corredor, a porta trancada fizera seu sangue congelar e Rick sentiu-se fraco por alguns segundos. Entretanto, continuara seus passos incertos até estar parado diante da maneira escurecida. Tomara folego e com o punho, batera levemente três vezes e adentrara ao ouvir uma ordem clara para que entrasse.

 Maggie estava sentada na cama, não como alguém que acabara de parir uma criança –mesmo que essa fosse sua situação – mas Rick acreditara que sua aparência seria de uma mãe cansada. Entretanto, a líder do alto do morro estava bem, certamente acabara de sair do banho, suas roupas estavam limpas e seus cabelos ainda molhados. Ao encontrar seu olhar, a mulher sorria e o ex-policial engolira em seco antes de sorrir também.

‘’Olá’’ ela começou.

‘’Olá’’ respondeu.

‘’Não perdoaria se você não viesse nos visitar’’ falou calma.

Rick não respondera nada. Agradecera que Maggie aceitara seu silêncio muito bem.

‘’Você está bem?’’ se esforçou para prosseguir essa pergunta.

‘’Esgotada, mas bem!’’ replicou. ‘’É uma transformação e tanto na minha vida, apenas tentando ingerir tudo isso’’ seus olhos ganharam um brilho melancólico e Rick se culpou ainda mais.

Glenn é quem deveria estar aqui com ela, não ele. Rick era um assassino e aceitara bem este fardo, mas não quando lhe era empregado à morte de seus amigos. Ainda assim, tinha que lidar com a compaixão e o carinho daquela mulher.

‘’Mas eu vou ficar bem’’ ela falou, olhando-o de cenho franzido como se entendesse o furacão de pensamentos que destruía sua cabeça.

O líder de Alexandria assentira com a resposta e então um grunhido se fez presente. Rapidamente o olhar de Maggie mudara, sua feição ganhara um novo ar, muito mais feliz, muito mais encantada. Ela largara as roupinhas que dobrava e rumara até o canto do quarto, onde somente agora Rick notava que jazia um berço.

Sem dizer uma única palavra, ela tirara de lá o pequeno pacote e acalentara-o em seus braços. Rick observava a cena em completa taciturnidade, parecendo que somente agora a informação de que aquela mulher de pouco mais de 24 anos acabara de se tornar mãe, num mundo devastado e esquecido por Deus.

‘’Hey, temos uma visita’’ ela falou baixinho, se aproximando de Rick.’’ Esse aqui foi o cara que nos salvou, baby’’

Com isso, seu mundo chegara ao chão. Sem questionar sua vontade, a morena depositou o bebê em seu colo, a descendência asiática presente logo de cara. Os olhinhos eram minúsculos, mas espertos e curiosos. Castanhos escuro e azul claro se encontraram e ambos tentavam ingerir a ideia, presença um do outro. Rick segurara muitas crianças em sua vida, por Deus ele próprio tivera dois filhos, mas segurar o filho de Glenn parecia algo impossível demais para ele.

‘’Você não deveria se culpar’’ Maggie pronunciou. ‘’Glenn foi um herói e sempre será, seu nome vai ser lembrado e Hershel saberá quem seu pai foi. É triste ele não estar aqui e eu sofro por isso, mas precisamos seguir em frente. Vivemos em um mundo ruim, as pessoas irão morrer, Rick, você não pode se culpar por cada amigo que perde.’’ Nesse momento, o policial a encarava nos olhos. ’’Eu não o culpo pelo que fez, eu o agradeço por nos salvar, por salvar a ele.’’

As pessoas ainda eram bondosas, sejam com assassinos ou não. Maggie jamais entenderia o sentimento que albergava em seu coração, mas saber que ela não guardara nenhum remorso sobre isso deixava-o mais leve. Viveria sobre sua bondade.

‘’Hershel é?’’ questionou, olhando divertido para a menina que assentira de volta, com um sorriso nos lábios.

Outro grunhido fora emitido e a atenção dos dois fora direcionada para o pequeno embrulho ainda rugoso nos braços do policial. O pequeno rapaz se remexera, mas logo se acalmara e um formato de sorriso formou em seus lábios finos.

‘’Ele gosta de você’’ a mãe afirmara.

Então Rick decidira que viveria o suficiente para mostrar a Hershel o quão grato é ao seu pai.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Não se esqueçam de comentar!
Até!



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