Never Be Alone escrita por Miriã Melo Lima


Capítulo 1
Parte I


Notas iniciais do capítulo

Estava atualizando minha playlist esses dias e escutando bastante musicas de bad, hahaha
E essa musica do Shwan mexe bastante comigo, vendo um vídeo aleatório no youtube tive a brilhante ideia de tentar incorporar em uma historia Scorose, então cá está, a primeira parte.
A próxima (o fim) postarei no sábado!
Aproveitem a leitura, deixem um comentário com suas considerações e não esqueça de acompanhar/favoritar.
Beijo, ótima leitura.



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Era um momento de transição de extrema importância. Estávamos finalmente dando adeus a nossa infância e entrando de vez para vida de adultos, não que os últimos meses já não tenha sido uma amostra grátis do que nos espera lá fora, levando em conta que o sétimo ano em Hogwarts é a coisa mais aterrorizante que enfrentei na vida, até agora, e eu sabia que muito em breve está minha conclusão iria mudar drasticamente, no entanto, agora, caminhando pelo Castelo silencioso que fora meu lar... Minha casa por longos sete anos, era impossível não imaginar que aquele seria um dos momentos mais difíceis da minha vida.

Aqui, foi exatamente, aqui, em Hogwarts que nossas vidas começaram a deslanchar, alçamos voos, aprendemos feitiços, encontramos nossos verdadeiros amigos, reafirmamos ainda mais nossos laços familiares e alguns até encontraram o amor... Vivemos tantos momentos diferentes que seria impossível mensurar quais deles foram os crucias.

Suspirei, sentindo o aperto em meu peito aumentar gradativamente na medida em que me aproximava da Torre de Astronomia. Lembro-me das pessoas perguntarem constantemente agora, o que faríamos quando saísse dali, e à medida que isto me deixava eufórica, me amedrontava também.

Não que não soubesse o que gostaria de fazer ao abandonar Hogwarts, entretanto, a incerteza ainda andava lado a lado com meus medos. Quer dizer, quando somos pequenos as pessoas costumam nos perguntar o que gostaríamos de ser quando crescer... E as respostas sem duvidas são as mais sinceras e criativas – medi bruxos, jogador de quadribol, estilista de moda, heroína – Merlin, era sonhos realmente grandes...

Agora, no entanto, se nos perguntassem o que faremos com nossas vidas, saberíamos dizer algo mais real e concentro mesmo tudo ainda sendo uma hipótese – um desejo – que pode ou não dar certo. Não da pra saber certo? Não é como se pudéssemos realmente adivinhar o futuro, tudo poderia dar muito certo ou muito errado, dependendo do ponto de vista e da situação.

E eu poderia enganar o mundo inteiro ao discursar algo em cima daquele estupido palco, lindamente decorado, no Salão em que breve viveríamos nossos últimos momentos como alunos daquele Castelo, entretanto, por dentro, tudo estaria lentamente ruindo dentro de mim.

E não, não tinha nada haver com a indecisão de uma profissão ou da saudade imensa que sentia daquele lugar – mesmo sabendo que isso me fazia ainda mais triste naquela madrugada – meu real motivo de tristeza havia me deixado sozinha na Sala Precisa há meia hora.

Com os olhos – aqueles benditos olhos, encantadores e atormentadores – inundados de lagrimas, em uma incerteza visível, se aquela realmente seria a decisão mais apropriada.

É era, muito embora, não quisesse dizer que não deixaria de nos causar tristeza.

Scorpius e eu havíamos de fato terminado, algo que ironicamente nunca havia oficialmente iniciado. Pouco mais de um ano, escondido de todos que realmente não nos importávamos, compartilhando apenas entre pouquíssimos amigos escolhido a dedos, para saberem daquele segredo inusitado. Não que ele e eu fossemos inimigos declarados, ou qualquer coisa do tipo! Não, na verdade estava mais para desconhecidos.

Meros desconhecidos. Scorpius era até o meio do sexto ano apenas o melhor amigo do meu primo – Alvo Potter – e filho de Draco Malfoy. Sabíamos quem era o outro, mais éramos indiferentes à presença constante que ironicamente compartilhávamos por conta da nossa amizade com Alvo. Até que em algum momento, a indiferença deu lugar à atração... E a atração nos levou a caminhos bem mais complicados do que gostaríamos. Não tinha nada haver com complicações externas, ou qualquer outra do tipo, na verdade, o termino deu-se exatamente pela importância que um dava ao outro.

Precisávamos naquele momento trilhar caminhos diferentes... Tínhamos muitas coisas para viver ainda e embora meu coração apaixonado insistisse em contrariar, era o momento certo para darmos um fim naquilo.

Scorpius muito em breve ingressaria no Departamento de Aurores juntamente com Alvo e Zabini, enquanto estaria embarcando para Alemanha para estudar Defensoria Bruxa, e de alguma forma, sabíamos que se ficássemos juntos nunca estaríamos completamente inteiros com nossos objetivos.

Não. Definitivamente não. Scorpius e eu compartilhávamos de algo muito, muito mais forte do supúnhamos, eram fogo e gelo, contrastando constantemente. Intensos demais, divergente demais, confusos demais, despreparados demais.

— Em algum momento... A gente vai se encontrar, Rose. —  Ele garantiu, enquanto seus braços se emolduravam em volta do meu corpo em um aperto forte.   — E se você ainda me quiser, bem, estarei te esperando de qualquer forma. Eu não preciso dizer você sabe, não sabe? —  Ele encarou os meus olhos, com aquele olhar intenso, que sempre me fazia questionar minha própria sanidade por ser tão facilmente atraída e convencida por eles.

— Eu sei. — Respondi baixinho, sabendo que aquele era a forma discreta de Scorpius dizer que me amava. Ele sabia que naquele momento ouvir aquilo diretamente só complicaria ainda mais nossa intenção de deixarmos um ao outro livre.

Quando seus braços lentamente me soltaram, relutantes, vislumbrei o brilho das lagrimas cintilar em seus olhos cinzentos e, seguirei as minhas próprias lagrimas, para derruba-las somente quando estivesse longe do seu julgamento. O frio pareceu mais intenso no momento que ele deu dois passos para trás, tomando coragem para impor distancia e naquele momento descobrir que o mundo sem os braços dele para me guiarem seria muito desafiador...

— Seja feliz. —  Scorpius sussurrou devagar, caminhando para porta. —   Vou esperar por você, Rose, juro que vou, quando estiver pronta, quando estivermos prontos... Estarei esperando.

Assenti lentamente, virando-me de costas para deixar com que as lagrimas fluíssem livremente pelo meu rosto, me negando a ver o exato momento em que Scorpius finalmente se fora da minha vida, ele fechou a porta muito delicadamente sustendo o ensurdecedor silencio que se formara naquele lugar.

Depois de chorar por algum tempo provavelmente mais longo do que havia previsto, caminhei em direção a Torre de Astronomia, para pela ultima vez, para comtemplar a espetacular paisagem que era aquele lugar à noite e senti a nostalgia me abater no exato momento em que soube que nunca mais seria a mesma depois daquele dia.

Não mais... Suspirei.

E deixei que o dia transcorresse como deveria ser... Brindei com minhas companheiras de dormitório, encontrei-me no Salão Principal com todos da família para compartilhamos da ultima refeição que faríamos juntos como alunos da escola, andei pelas salas de aulas muito lentamente, trazendo a memoria momentos que aconteceram em cada uma delas, despedi-me dos colegas, organizei meu malão. Vesti-me como mandava o figurino, deixei que Lily e Dominique me aprontassem para o grande final da noite.

Quando formos colados todos em filas, separadamente pela casa a qual pertencíamos, trocando olhares e os últimos momentos com todas as pessoas que conhecíamos na vida, senti o peso da despedida me abater e uma ou duas lagrimas rolaram. Abracei muitos amigos naquela noite. Enxuguei algumas lagrimas e me mantive forte.

Quando finalmente chegou o momento do discurso, senti todas minhas extremidades suar... Porque havia esquecido completamente que tinha responsabilidade de preparar um estupido texto emocionante... Que fizesse todos chorar e que marcasse ainda mais aquela noite, porem, estive tão absorta em minha própria tristeza e decisões que havia passado completamente despercebido.

Aproximei-me do palco, sentindo minhas mãos tremerem um pouco, mais pelo nervosismo da noite do que qualquer outra coisa me colocando diante de todos os familiares dos alunos – dos meus, de Scorpius – e suspirei.

— Provavelmente vocês devem estar esperando um discurso muito bem elaborado, emocionante e cheio de palavras bonitas... Mais preciso ser sincera aqui, eu realmente havia me esquecido, que minha turma  — olhei para os meus colegas da grifinoria, todos sorrindo. — haviam me escolhido para isso e, bem, não preparei realmente um discurso... Quer dizer, não um meu, com minhas próprias palavras, já que estive nas ultimas horas dando adeus para tudo àquilo que vivi durante longuíssimos sete anos neste castelo. —  Pausei calmamente, percebendo o olhar desconfiando que Minerva direcionava-me naquele momento. — Vocês devem entender, já passaram por isso também. —  Desta vez falei diretamente para os pais que estavam ali, para os homens e mulheres que haviam formado família, mais que um dia, tiveram assim como eu e todos os outros, darem Adeus a Hogwarts e tudo que ela nos ofereceu. — Então bem, vou adaptar um texto que sempre mexeu muito comigo de uma autora trouxa:

— Aos cinco anos nos perguntaram o que queríamos ser quando crescêssemos e dizíamos coisas como: MediBruxo, Ministro da Magia ou, no meu caso, uma heroína. — Conseguir ver meu pai e minha mãe rirem naquele momento, enquanto não desviavam sua atenção. — Aos dez voltaram a nos perguntar e dizíamos: Jogador de Quadribol, Aurores ou, no meu caso, professora de Hogwarts. Mas agora que somos maiores, querem uma resposta seria, então que tal esta: Quem por Morgana sabe? Não é o momento de tomarmos decisões rápidas, é o momento de cometermos erros, de tomar o trem errado e se perder, de apaixonar-se frequentemente. De se formar em Adivinhação porque é impossível fazer carreira nisto —  desculpe professora. De mudar de ideia e voltar a mudar porque não há nada permanente... Assim, depois de cometer todos os erros que puder... Algum dia, quando nos perguntarem o que queremos ser, não teremos que adivinhar... Nós saberemos. 

Ouvi as pessoas aplaudirem e sai do palco com a sensação dever cumprindo e com a dormência permanente em todo meu corpo. Era oficial, havíamos finalmente nos formado em Hogwarts.

 

                                **********************

 

Sempre que me permitia pegar aquela pequena caixa escondida na prateleira mais alta do meu guarda roupa, e abri-la deparando-me com milhares de momentos registrados em fotografias, aquelas lembranças ainda tão nítidas em minha memoria retornavam de novo e de novo. Como se fosse para me torturar, lembrando-me que em algum lugar de Londres, Scorpius ainda estava sozinho me esperando — ou pelo menos esteve até este momento.

Embora tivéssemos mantido algum contanto durante os meses seguintes, aos poucos e muito lentamente, formos percebendo que o destino sempre prevaleceria nos desencontrando constantemente. Era triste, porém, muito esperado.

Talvez tenha doído tanto naquela noite exatamente por isto, porque sabíamos que no momento em que saíssemos de Hogwarts – nosso lar e refugio – estaríamos perdidos um do outro para sempre.

Obviamente aquela estupida sensação de esperança, aquela a qual se matem fincada dentro de suas estranhas, lhe impulsionando muito delicadamente a ter fé, sempre estivera firme dentro de nossos corações —  do meu.

Agora, no entanto, já sabia que se tratava de algo inútil, depois de quase cinco anos, Scorpius finalmente havia seguido em frente: ele estava noivo de sua companheira de trabalho no Departamento de Aurores, Sofia Bergantin – mestiça e famosa pelas suas linhas de investigações, sempre a prova de erros.

Encarei a fotografia em que estava em minhas, observando o sorriso bonito que Scorpius ostentava enquanto seu rosto se encaixava em meus ombros e seus braços circulavam minha cintura, no exato momento, em que Lily havia clicado a foto.

Sorri, sentindo uma lagrima solitária rolar, perguntando-me qual seria o momento que seria capaz de seguir adiante, assim como ele havia feito. Porque me sentia ridiculamente presa ao passado e aos sentimentos que ainda nutria tão assiduamente por Scorpius.

Funguei, puxando a respiração ao passar os olhos pelas cartas que guardava ali, tantas palavras bonitas... Tantas promessas foram feitas naquelas folhas, tantas duvidas embaralhadas nas estrelinhas de todas elas.

Permiti-me ler algumas delas, revivendo os momentos e sentimentos que vivi quando as recebia durante todo aquele tempo na Alemanha, enquanto me dividia entre o curso e estagio e o trabalho de meio período que havia arrumado. Aquelas cartas era sempre o ponto alto das minhas semanas, me faziam ter força para lutar pelos sonhos que compartilhei com ele em algum momento de nossas vidas, me faziam ver a luz na escuridão, sempre que pensava em desistir.

Com o coração apertado de saudade e uma dor já a muito conhecida, recoloquei as cartas dentro da pequena caixa verde e observei por mais algum tempo nossas fotos juntos, sorri, guardando-as novamente na prateleira mais alta do guarda roupa onde era seu lugar desde muito tempo.

Antes de voltar a viver a vida que havia escolhido, decidi escrever uma ultima carta para Scorpius:

 

 

Querido Scorpius,

Scorp, e o momento de escrever o que nunca fui completamente capaz de lhe dizer...Ainda que seja tarde demais, escrever sobre meus sentimentos  — em uma carta que provavelmente nunca será enviada, —  que você não vai ler nunca, meus coração tem tido dificuldades extremas de assimilar as novidades, parece que estou constantemente sufocada pela dor, e como se estivesse algo queimando constantemente dentro de mim... Consegue imaginar?

Como e sentir seu peito queimar constantemente o tempo todo? Sem nem ao menos conseguir segurar as lagrimas independente de onde esteja ou com quem esteja... Você sempre me dizia... Para tentar falar sobre meus sentimentos certo? Assim, de alguma forma, podemos obter alivio!

Só desta vez quero ser inteiramente sincera com você, Scorpius, gostaria de ter sido mais corajosa em relação ao nosso relacionamento!

Gostaria de ter tido coragem suficiente para lutar por mim, por você, por nós. Poderíamos ter feito dar certo, não?

Sentíamos tanto um pelo outro que nada seria capaz de diminuir ou limitar-nos. Eu deveria ter implorado pra você ficar... Devia ter desistido de vir morar na Alemanha e ter estudo em Londres, enquanto dividíamos um apartamento, uma vida... Um amor.

Deveria ao menos ter sido forte para enfrentar o mundo por nós, tinha que ter lhe falado sobre meus anseios — assim como você sempre costumava sussurrar suas duvidas sobre mim — deveria ter te oferecido mais, muito mais, Scar.

Seria estupidez da minha parte se não assumisse o quanto errei com você... Que tomei todas as decisões erradas desde o primeiro momento... Que tentei contornar as rupturas que nosso frágil relacionamento tinha... Com medo do futuro, da incerteza, da desilusão.

Muito embora nenhuma desilusão fosse maior do que ter que lhe dar com as consequências das minhas próprias escolhas... Do meu próprio caminho.  Olhando para trás agora, consigo entender que abrir mão de você no momento que me recusei a lutar por nós, na noite da formatura e em todos os meses seguintes em que sempre tentávamos nos encontrar e as coisas pareciam nunca baterem... Que loucura não? Perceber todas as idiotices que cometi exatamente no momento em que você finalmente deixou de esperar!

No meio da dor e a incerteza, posso afirmar que mesmo sentindo tanto, não consigo desejar menos do que você possui agora, você realmente merece toda a felicidade do mundo, Scorpius.

Espero sinceramente que seu futuro seja tão brilhante quanto você realmente merece...

Não se preocupe em responder, sinceramente não espero respostas... Ou talvez sim, talvez a pequena faísca de esperança que ainda me resta se apegue a probabilidade de você ainda se importar o suficiente para me responder, nem que seja apenas para dizer que podemos ser amigos.

Talvez... Embora, não importa onde esteja, ou com quem esteja, ou o que esteja fazendo... Eu vou sempre, com toda força, verdadeiramente, completamente, amar você.*¹ (Você ainda se lembra?)

Com amor e carinho, Rose Weasley.

— Você deveria enviar. —  Dominique resmungou, depois de alguns minutos em completo silêncio lendo e relendo a carta.

— Talvez. — Mordisquei os lábios, sentindo meu coração acelerar um pouco. —  Acho que talvez seja melhor queimar, como cogitei no momento em que resolvi escrever... Quer dizer, não seria cruel deixa-lo sentir-se culpado? Ou sei lá, com pena?  — Ri nervosa. —  Não, definitivamente não.

— A escolha é sua de qualquer maneira, mas nunca será capaz de esquecer que não fizera nada para mostra-lo como ainda se sente, depois de todos esses anos.

— Quer saber... — murmurei lentamente. — Você tem razão, já deixei o tempo passar, ele merece saber disso, por tudo que vivemos no passado.

Levantei-me rapidamente, pegando a carta movida pela coragem instantânea que sentia naquele momento e enviei a carta. Estava feito.

Poderia voltar para minha vida agora. Esquecer aquele passado e seguir adiante.


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Notas finais do capítulo

*¹ Referencia ao trecho do filme: "Simplesmente Acontece."
Temos referencia ao Crepúsculo também, no discurso modificado da formatura!

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