13 de Fevereiro de 1966

Ano de 1966, Monte Roraima, local onde trabalhava os garimpeiros contrabandeando pedras de diamantes. Certo dia um dos garimpeiros que trabalhava no Monte Roraima encontra soterrado em uma caverna um diamante cor de rosa, muito diferente dos outros diamantes que já tinha visto em sua vida como garimpeiro. O diamante cabia inteiro na palma de sua mão, tinha um belo brilho ofuscante que fascinava o garimpeiro. Ele então pensou como poderia se dar bem com aquela preciosidade, fugir do garimpo com a pedra preciosa e ganhar uma grande fortuna com o diamante.

 Quando estava prestes a pegar o diamante, percebeu que o mesmo estava bem preso no chão, e para pegar o diamante o garimpeiro teve que fazer muito esforço para puxa-lo. Mas assim que ele consegue tirar o diamante preso no chão, um portal começou a se abrir lentamente no mesmo local que estava o diamante antes, o homem não sabia, mas aquele portal é de uma dimensão chamada Nechankhuk, ou, mais conhecido como Inferno. Do portal liberava-se uma luz que ficava intensa a cada segundo junto ao um som ensurdecedor, que parecia ou lembrava um canal de televisão fora do ar, emitindo um som como um “Piii” bem agudo que aumentava a cada instante, estourando a cabeça de alguns dos garimpeiros que ali trabalhavam, outros conforme olhavam para a luz descuidadamente tinham seus olhos totalmente queimados por aquela forte luz. Junto a todas as vítimas, nem mesmo o garimpeiro que havia encontrado o diamante escapou, recebeu seu castigo por seus pensamentos mesquinhos, morrendo junto com os outros na caverna.
 A intensa luz foi diminuindo lentamente até sumir por completo, e os corpos mortos sem cabeça e sem olhos dos garimpeiros ficaram estendidos pelo chão da caverna. Todos os outros garimpeiros do lado de fora haviam percebido o estranho fenômeno que ocorrerá á minutos atrás, todos comentavam uns com os outros e perguntavam-se o que exatamente havia acontecido de forma tensa, preocupante e confusa. De repente se espantam com o que viam sobrevoando o céu, olhavam espantados e aterrorizados para aquilo que nunca haviam visto antes.
 Tinha cabeça de lobo, com pelos negros; do tronco para baixo era como um corpo de um homem meio forte; em suas costas havia seis asas marrons escuras como de um dragão; seus olhos eram completamente vermelhos; sua expressão era sádica e diabólica. Aquele portal havia libertado um dos demônios mais forte de todo o Inferno, e ele ameaçava atacar todos ali presentes, caso não encontrasse o que queria.
 Os trabalhadores ficaram totalmente desesperados, em pânico com tal ameaça, rezavam para não serem mortos, imploravam por misericórdia. Mas o demônio diz que de nada adiantaria rezarem e implorarem por piedade, que o seu Deus não escutaria suas preces, e assim, ele começou a atacar todos os garimpeiros que corriam em desespero como se estivessem no próprio Inferno.
 Seus membros e cabeças eram arrancados brutamente de seus corpos; seus corpos eram cortados ao meio, ou, pela metade, banhando o solo do Monte com sangue humano das vítimas violentamente mortas. Alguns dos garimpeiros eram atingidos por esferas de fogo do tamanho de bolas de basquete, assim, cruelmente queimados, outros ficavam gravemente feridos, e outros conseguiam escapar, porém, ficaram com alguns ferimentos não tão graves. Até mesmo seus crânios eram estraçalhados pelas mãos do demônio, porém, no meio de tanta matança e pânico, um dos garimpeiros conseguiu fugir e se esconder em um lugar seguro.
 Monstros de todas as formas que puder imaginar saiam através de portais no chão; portais no céu, ajudando a atacar o garimpo do Monte, causando mais caos e destruição.
 O garimpeiro que havia conseguido escapar correu em direção á uma tenda, onde lá estava o seu chefe, Sebastião Ferreira, que é avisado do que estava acontecendo do lado de fora, este garimpeiro era um dos poucos que sabia quem Sebastião era de verdade, o único que podia salvar todos ali presentes. 
 Sebastião Ferreira tinha a aparência de um homem de mais ou menos 50 anos de idade; cabelo branco e curto; usava um chapéu daqueles de aventureiro de cor marrom escuro; estava vestindo com uma camisa social branca com gola; calças compridas de cor marrom escura; e estava sempre com óculos escuros, como se sempre quisesse esconder seus olhos. Ele na verdade não era um homem comum, Sebastião tinha poderes especiais, e poucos dos garimpeiros sabiam deste segredo.

O homem que comandava o contra bando de diamantes do garimpo saiu de sua tenda, correu e correu muito até chegar ao local de trabalho dos garimpeiros, perto da caverna onde o demônio tinha sido libertado, ao chegar percebeu que o demônio procurava por algo, ou, até mesmo alguém. O demônio sentiu a presença de Sebastião, logo, dirigiu seu olhar para ele e disse com uma voz grossa e demoníaca, que daqui a 16 anos Sebastião recrutará um rapaz de 22 anos de idade para ser seu guarda-costas, e ele um dia irá herdar tudo que é de Sebastião, tornando-se milionário, construindo um império para ele. E assim que ele completar 55 anos de idade, o demônio o levara pessoalmente para o Inferno.
 Sebastião nada disse, ele já sabia o que ia ocorrer no futuro, pois havia tido uma visão de um rapaz que mudaria totalmente o destino de tudo, a única coisa que o homem não sabia era o nome deste rapaz. Sebastião resolveu desafiar o demônio, se ele derrotasse todos os monstros que atacavam o garimpo e salvar todos, o demônio iria ter que voltar para o lugar de onde ele saiu. O demônio aceitou na hora o desafio de Sebastião, e ainda riu da cara dele por estar sendo tolo em achar que o derrotaria facilmente, mas Sebastião não temia a nada, seu sorriso era de total confiança, mas logo sua expressão tornou para a seriedade para a batalha; dotado de grande coragem e determinação, não ia desistir tão fácil de proteger tudo e todos; tinha força; ousadia e estava tranquilo, pensava positivamente em que tudo iria dar certo e já planejava o que ia fazer.
 De sua mão surge um tipo de revolver dourado e preto de cano longo, suas balas podiam matar qualquer tipo de criatura e ferir qualquer demônio, apenas Sebastião sabia onde encontrar aquele tipo de armas e até espadas, e ele mesmo fez as próprias balas do revolver. O cabo do revolver tinha pequenos desenhos detalhados de batalhas de anjos contra demônios, o nome da arma era NF616.
 O primeiro monstro que se aproximou de Sebastião, facilmente teve a cabeça explodida por uma das balas da NF616, logo o resto de seu corpo se desintegrou restando apenas um monte de pó. A mando do demônio, todos os monstros ali presentes começaram a correr para atacar Sebastião, mas ele nada temeu á ferocidade dos monstros, foi desviando dos ataques e matando um por um cada monstro que avançava pra cima dele. Carregava as munições da arma enquanto desviava de mais e mais ataques, com movimentos ágeis acertava em cheio cada tiro em cada criatura.
 Todos os monstros de diversos jeitos foram totalmente desintegrados pela poderosa NF616 de Sebastião, mas o demônio ainda não estava satisfeito, com um feitiço fez com que aquele monte de poeira de monstro se juntasse, assim, transformando em um gigante monstro dragão de cor avermelhado, pensando que este Sebastião não conseguiria derrotar.
 Mesmo assim, Sebastião não desistiu, lutou bravamente contra o monstro dragão, mudando de forma sua arma para uma espada medieval dourada com os mesmo detalhes que havia na arma, dessa vez no cabo da espada, e um caduceu feito de prata dos lados da lamina. A batalha foi extremamente tensa, demorou algumas horas até finalmente conseguir transformar o monstro dragão em um monte de pó com um poderoso golpe.
 O demônio furioso por ter sido derrotado, praguejou, dizendo que jamais voltaria para aquele maldito lugar. Sebastião teve que lutar contra o demônio, a batalha foi brava e intensa, estranhamente quando Sebastião golpeava o demônio com a espada dourada, não conseguia feri-lo, não fazia dano nenhum nele, o que deixou Sebastião ainda mais confuso. A luta não parecia ter fim, o homem percebeu que a cada instante o demônio parecia ficar mais forte do que antes, até então, Sebastião acabar sendo ferido no tórax; um corte não tão profundo surgia desde o começo do tórax indo até o começo do abdômen, fazendo uma linha vertical meio que inclinada.
 Achando que era sua derrota, surge um plano em sua mente, só não tinha certeza se o que pensava poderia dar certo, mas não custava nada tentar. Desviou de um dos golpes do demônio, e correu em direção á caverna sendo seguido pelo mesmo que sobrevoava pelo ar, Sebastião tentava aguentar a horrível e intensa dor em seu tórax o máximo que podia, ainda correndo rapidamente até adentrar a caverna. Viu os corpos mortos dos garimpeiros espalhados pelo chão, e um deles segurava o diamante rosa, rapidamente pegou o diamante, procurou um local certo no chão, e assim que achou colocou o diamante rosa ali no centro do chão da caverna.
 O demônio aproximava-se cada vez mais, enquanto isso Sebastião recitava palavras em um idioma desconhecido que aprendera lendo em alguns livros, e destes livros estava várias magias até mesmo uma para abrir o portal do Inferno. O portal abria-se lentamente, o demônio aproximava-se cada vez mais e mais da caverna, desta vez Sebastião temia que não fosse dar tempo, que seu plano falharia e morreria ali mesmo.
 Quando finalmente o portal se abriu por inteiro, o demônio chegou perto o bastante de Sebastião para finalmente destruí-lo. O homem jogou sua espada para longe, desvio do golpe, chutou as costas do demônio o fazendo cair diretamente para dentro do portal, mas ao fazer tal ato, o demônio havia o puxado para que pudesse cair junto com ele, porém, o homem conseguiu se segurar na beirada da abertura do portal.  Enquanto o demônio caia para o fundo daquele portal, gritava para Sebastião que ele voltaria daqui a 47 anos, e que Sebastião deveria guardar tudo o que ele dissera, até que o demônio desapareceu da vista de Sebastião.
 Ele continuava tentando se segurar firmemente na beirada do portal, isso é, se ele conseguisse continuar resistente, ainda sentindo a horrível dor em seu tórax. O portal ia se fechando mais rápido do que quando tinha sido aberto, ele tentava subir de volta, mas quase escorregava e não conseguia subir com tanta rapidez, a dor em seu tórax atrapalhava muito, porém, ele não desistiu e quando o portal estava prestes a fechar e corta-lo pela metade ali mesmo, Sebastião finalmente conseguiu subir de volta para a terra firme.
 O portal de Nechankhuk fechou-se totalmente, o demônio finalmente estava preso de volta á sua dimensão, e Sebastião deitava-se sobre o chão aliviado por ainda estar vivo e ter conseguido salvar o garimpo, sua respiração estava ofegante, e o sorriso era triunfante, tanto que até havia se esquecido da dor em seu tórax. Levantou-se de vagar com a mão sobre o tórax, pegou sua espada a transformando novamente no revolver, guardou-o na cintura, mas antes de sair viu o diamante que agora por mais estranho que parecesse ele não estava preso no chão. Guardou o diamante rosa no bolso e dirigiu-se para fora da caverna onde os garimpeiros sobreviventes saudavam e agradeciam a Sebastião Ferreira por ter salvado suas vidas.
 Desde aquele dia Sebastião foi mais respeitado por muitos, invejado por alguns, e temido por outros. Seu segredo foi guardado em total sigilo, ninguém podia contar ou comentar com alguém sobre tal assunto, ou, poderia ser até mesmo morto.
 Sebastião resolveu esconder o diamante em um local de difícil acesso na caverna, em um lugar impossível de ser achado, mas será que seria impossível mesmo? Bem, mesmo assim ele fez o que queria, esconder a chave que podia libertar o demônio, assim, não ocorreria tal incidente novamente, e desde aquele dia ele ainda recordava do aviso do demônio, até que aquele dia chegasse, ele nunca iria contar ao tal rapaz sobre aquilo.