Nero DD Dark Diamond - Primeira Saga escrita por Samuel Stanford


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Postei 3 capítulos da história no dia 11/07 e postarei um capítulo para cada dia da semana, pois, nos outros sites em que coloquei eu já postei 6 capítulos. Então, aguardem e boa leitura!



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13 de Fevereiro de 2013

 José Alfredo Medeiros, é um empresário milionário, dono de uma rede de lojas de joalherias chamada Império, por causa do suposto nome da empresa, às vezes ele é apelidado de imperador. Recebeu um título de comendador do governo, e assim, também apelidado de Comendador por alguns, os mais íntimos, como por exemplo, amigos ou familiares, o chamam apenas de Zé, ou, Zé Alfredo.
 Tem 53 anos de idade; seu cabelo era grisalho com alguns fios ondulados, e alguns outros poucos fios eram um pouco espetados, seu cabelo era meio estilo de George Clooney e Richard Gere, meio armado e arrumado e chegava a cobrir a nuca. Tem barba e bigode; a íris de seus olhos eram de cor castanhas. José Alfredo costuma sempre se vestir com roupas pretas, sua cor preferida; terno; camisa social com gola; calça social; sapatos, tudo de cor escura.
 É um homem bem sério, não é muito do tipo brincalhão e nem do tipo bobo, que vive rindo o tempo todo e contando piadas, aliás, ele é péssimo em contar piadas, claro que o comendador tinha seus momentos de bom humor, porém, às vezes sempre costuma manter uma expressão rígida e séria. Não é de temer nada, tem uma personalidade forte e encara qualquer coisa, qualquer problema de frente com coragem, pois fraquejar não é seu estilo. Irrita-se facilmente, e também pode ser mandão, teimoso, ambicioso e orgulhoso.

O Comendador nunca foi milionário desse jeito, quando tinha 22 anos de idade, teve que se mudar para casa de seu irmão mais velho Evaldo, no Rio de Janeiro, a procura de emprego, porém, os tempos em que ele ficou na casa do irmão acabara se apaixonando por Eliane a esposa de Evaldo, se envolvendo em um caso as escondidas com a mesma. Um dia José Alfredo dissera para Eliane que eles deveriam fugir juntos, no começo Eliane não achou boa ideia, mas depois concordou com o plano, os dois escreveram um bilhete contando toda a verdade para que quando Evaldo chegasse do trabalho pudesse ler os bilhetes. Zé Alfredo havia combinado com Eliane de se encontrar às 4 horas na estação, mas Cora irmã de Eliane havia descoberto o plano dos dois e principalmente que Eliane estava grávida, Cora convenceu a irmã a não fugir por causa do filho que ela iria ter, rasgou o bilhete e disse para Eliane mentir para Evaldo sobre o caso que não passava de uma mentira do irmão dele. Após isso, Cora foi até a estação mentindo que Eliane não queria mais saber dele, José Alfredo não acreditando muito resolveu ligar para Eliane para saber toda a verdade, mas quando a moça atendeu, não dissera nada. Essa situação toda fez com que ele decidisse nunca mais aparecer na vida deles, e que sairia pelo mundo a fora.
 Foi assim que Zé encontrou pela primeira vez Sebastião Ferreira, Cora e ele estavam tão perto que o homem acabou escutando quase toda a história. Sebastião pediu para que José Alfredo lhe contasse toda a história, e se ele gostasse e se comovesse com a história lhe daria um emprego. A história realmente comoveu o velho homem que levou José Alfredo até o Monte Roraima, onde deu a ele o trabalho de ser seu guarda costas. Sebastião acaba sendo morto por um garimpeiro bandido, o mesmo antes de partir deu todo o seu dinheiro para José Alfredo, pedindo para que fosse até Genéve na Suíça ao encontro de Maria Joaquina Braga. Essa mesma mulher prometera á José Alfredo que o tornaria um homem rico. O tempo foi passando, Zé Alfredo foi crescendo no ramo dos diamantes até tornar-se o comendador que é hoje.
 O Monte Roraima agora era como sua zona de conforto, de relaxamento, um dos seus lugares preferidos, onde às vezes podia ficar longe de alguns problemas. Não que ele fosse fugir o tempo todo de seus problemas, mas de vez em quando ele tinha que ter seus momentos de relaxamento e tranquilidade.
 
 Dia Treze de Fevereiro de 2013, José Alfredo visitava seu maravilhoso Monte Roraima, como sempre fazia. Às vezes ficava observando o horizonte perto da ponta do Monte, ao lado do que parecia ser um tumulo de pedras com uma cruz de madeira cravada nas pedras, na cruz estava escrito o nome de Sebastião Ferreira. Ali perto daquele tumulo, ele rezava baixinho segurando um rosário de cor preta como de costume, rezava por Sebastião que foi enterrado ali mesmo naquele local. Agradecia muito por ter encontrado-o, e por ele ter sido generoso em dar a sua herança para ele.
 Às vezes ele ia até uma caverna que existia por lá, é como se fosse seu esconderijo secreto, e lá guardava algo muito precioso que só ele sabia o que era e onde estava escondido. E foi neste dia em que algo muito esquisito aconteceu.
 Ele dirigiu-se normalmente até a caverna que tinha um espaço grande por dentro, após adentra-la, aproximou-se para perto da parede, onde puxou uma pedra solta. Havia uma média gruta e dentro dessa gruta estava escondido o diamante rosa, ofuscante e de tamanho que cabia na palma da mão.

Há vinte e cinco anos atrás, um dos trabalhadores do garimpo chamado Antônio havia encontrado o mesmo diamante rosa soterrado em local de muito difícil acesso, mesmo assim, conseguiu tira-lo de onde estava. E em troca de uma excelente quantia de dinheiro, entregou o diamante nas mãos do Comendador, que até hoje esconde essa preciosidade. Desde aquele dia quando Zé Alfredo colocou as mãos naquele diamante e se maravilhou com o brilho que tem, ele considera como um talismã da sorte, acreditando que aquele diamante o fazia ficar cada dia mais poderoso, mais rico, á cada ano que passava. O comendador ás vezes era meio supersticioso, acreditando que o tal diamante trazia muito sorte.
 Tudo corria normalmente até aquele momento, mas ao tocar no diamante rosa, uma intensa luz surgiu cobrindo todo o local. A luz era tão forte que Zé teve que colocar o braço tampando os olhos por alguns minutos, e quando a luz finalmente diminuiu até desaparecer por completo, ele pode abrir novamente os olhos.
 José Alfredo estava confuso, ainda não tinha entendido o que havia acabado de acontecer ali, perguntava-se de onde aquela luz deve ter saído, desconfiava do diamante, mas além do diamante ser bem brilhante e ofuscante, não podia produzir uma luz tão forte como aquela de agora pouco. Ao virar-se de costas se surpreendeu com o que viu a sua frente, era uma pessoa parecida com ele, porém, essa mesma pessoa tinha algumas diferenças:
 Seu cabelo era do mesmo estilo que o do comendador, só que era bem mais preto, os fios do cabelo eram um pouco mais bagunçados; também tinha barba e bigode como o Comendador. As íris de seus olhos eram bem vermelhas, aquele seu olhar parecia conseguir seduzir qualquer mulher que olhasse para eles, além de ter um olhar diabólico, tenebroso e assustador. Era tão charmoso quanto o Comendador; sua pele era um pouquinho mais clara que de José Alfredo; sem dizer que a pessoa que estava à frente de Zé Alfredo aparentava ser 10 anos mais novo que ele. O Comendador media 1,81 de altura enquanto o outro media 1,90 de altura; além disso, Zé Alfredo não era tão magro e nem tão forte, e já o outro parecia um pouco mais forte na estrutura física.
 Estava usando as mesmas vestes que o Comendador, apenas camisa social de gola e com as mangas dobradas até a altura dos cotovelos; calça comprida social e sapatos, da mesma cor que as roupas de Zé. José Alfredo sempre usa um anel prateado com uma pedra ônix negra no dedo anelar da mão direita, e a pessoa a sua frente usava o mesmo anel no dedo anelar da mão esquerda só que com uma pedra vermelha como sangue.
 Era como se José Alfredo estivesse vendo seu reflexo em um espelho que colocaram ali, mas ao mesmo tempo em que era idêntico a ele, também era diferente.

 - What the hell? – Se perguntou o Comendador olhando surpreso.

 - É um prazer conhece-lo, Comendador José Alfredo Medeiros!

 O homem idêntico ao Comendador, mas com olhos vermelhos tinha um sorriso maldoso e perverso em seu rosto.

 - Quem é você? E como sabe meu nome? – Perguntou Zé ficando desconfiado.

 - Bem... Eu tenho muitos nomes, como por exemplo; diabo, satã, demônio, coisa ruim, o cão, e etc... Mas pode me chamar apenas de Nero.

 - Nero?! – Comendador já estava mais desconfiado ainda. – Você falou demônio? Então quer dizer que demônios existem mesmo? E como? Por que você se parece comigo?

 José Alfredo já estava quase a ponto de achar que aquilo tudo não passava apenas de um sonho, um sonho maluco, só que ele não estava se lembrando de ter ido dormir antes. Estava quase aliviado, dizendo pra ele mesmo que aquilo era apenas um sonho louco com ele mesmo numa versão mais demoníaca, quando Nero diz algo que o deixa mais surpreso.

 - Não, isso não é um sonho. E não lhe darei explicações! – Afirmou Nero chegando bem perto do Comendador.

 Zé estava ainda mais surpreso do que antes; meio que de boca aberta, estava quase acreditando que aquilo era real, mesmo que outro lado seu dizia que era apenas um sonho doido, impossível de ser real.

 - Finalmente consegui te encontrar e sair daquele lugar! Não aguentava mais ficar em Nechankhuk.

 - Nech... O que?

 - Nechankhuk é o Inferno. Sabe por que vim até aqui, Comendador?

 Comendador nada respondeu, apenas ficou em silêncio olhando sério para Nero.

 - Vim pra te infernizar, tortura-lo e fazer o que quiser com você! – Falou Nero com um olhar malicioso.

 - What...?

 Agora Zé Alfredo estava ficando confuso, não estava entendendo mais nada do que estava acontecendo, aquilo tudo parecia muita loucura. Fechava os olhos e os abria novamente tentando acordar, mas ele não estava saindo dali, e agora suas suspeitas de que tudo era real estavam apenas aumentando cada vez mais.

 Mas antes... – Nero interrompeu a frase por um momento para golpear o estomago do Comendador. O golpe foi tão forte que fez Zé cuspir sangue, perder o fôlego e soltar o diamante rosa de sua mão. Então, Nero pode terminar sua frase. -... Irei me divertir um pouco antes de começar os meus planos. – E sorriu diabolicamente, em seus dentes, seus caninos eram afiados como dentes de um lobo.

 Zé Alfredo ajoelhava-se com as mãos sobre a barriga resmungando e fechando os olhos de tanta dor que sentia. Recuperou o fôlego lentamente, e limpou o sangue de sua boca. Aquele golpe foi como se fosse uma pancada de uma luva de boxe feita de aço e ferro.
 Enquanto o Comendador tentava aliviar-se da fortíssima dor no estomago, Nero pegou o diamante rosa que estava caído no chão e o observou com admiração.

 - Este diamante... – Nero olha para o Comendador com um sorriso perverso. -... Agora é todo meu!

 Zé olhou com fúria para Nero após escutar aquela frase, ninguém podia tocar em seu talismã, e ninguém o levará para longe dele. A raiva era tanta que Zé trincava os dentes, até se esqueceu da dor e levantou-se rapidamente avançando impulsivo para cima de Nero. O homem de preto golpeou o rosto do demônio com um belo soco de direita. Nero nem mesmo sentiu o golpe, apenas virou o rosto para o lado na hora do golpe, e voltou a olhar para Zé Alfredo que segurava a mão em uma expressão de dor.
 Nero deu uma curta gargalhada, colocou o diamante no seu bolso e no mesmo instante deu um golpe de direita e outro de esquerda no rosto do Comendador em uma velocidade surpreendente, e o mesmo deu um chute no tórax fazendo Zé Alfredo voar para trás, batendo as costas contra a parede da caverna, aquelas dores que ele estava sentindo já eram provas o bastante de que ele não estava sonhando. De repente, o Comendador sentiu Nero levanta-lo pelo pescoço, logo em seguida apertando com toda a força o fazendo ficar bem sufocado.
 Comendador tentava recuperar o diamante guardado no bolso da calça de Nero, mas era enfocado cada vez com mais força pelas mãos do demônio.

 - Não posso morrer... – Pensava José Alfredo que ficava cada vez mais com falta de ar. -... Preciso... Recuperar meu diamante...!

 - Você quer brincar, Comendador? Então vamos brincar!

 Zé o olhava com muita raiva, não conseguia mais aguentar o sufocamento, tudo começou a escurecer em sua volta até ele apagar por completo.

 José Alfredo acorda ainda dentro da caverna, caído sobre o chão de pedra, para o seu alivio ainda estava vivo, porém, sentia-se diferente além das dores em seu pescoço e estomago. Levantou-se de vagar e olhou em direção a gruta onde sempre guardava seu diamante cor de rosa, dirigiu-se até a gruta para ver se o diamante ainda estava lá, mas para sua infelicidade encontrou apenas um papel escrito ‘’Otário! Com amor: Nero’’.

 - O-O que...?! Mas que mother fucker! – Praguejou Zé, com muita raiva, amassou, e rasgou o papel em pedaços enquanto resmungava furioso, e por fim jogou os pedaços de papel ao vento.
 Então era tudo real mesmo, o demônio idêntico a ele realmente existia, e havia acabado de roubar seu diamante. Ele pensava em tudo que aconteceu enquanto saia da caverna.
 Josué, 51 anos de idade, cabelo castanho escuro e curto; a íris de seus olhos eram de cor castanho escuro, seu olhar era misterioso e ao mesmo tempo atraente; possui barba rala e bigode bem aparado e baixo. Tem o corpo fisicamente um pouco forte; parece ser um homem sério, mas também confiante e leal. Suas vestes são uma jaqueta azul marinho; camisa branca com gola; calça jeans marrom escura e botas da mesma cor que a calça.
 O que se sabe sobre ele é que foi contratado por José Alfredo após diversas provas de lealdade. É piloto de helicóptero, segurança, investigador privado, entre outras funções, sempre obedecendo às ordens do Comendador. Josué é fiel ao homem que lhe paga um excelente salário e não vê problema nenhum em estar à disposição dele dia e noite.
 Josué esperava pelo Comendador perto do helicóptero, enquanto bebia uma de suas bebidas preferidas, chimarrão. Foi quando avistou algo diferente, parecia ser um rapaz, porém, bem reconhecível. Quando o tal rapaz chegou mais perto, Josué não acreditou no que estava vendo a sua frente, a aparência do Comendador estava totalmente mudada.

 - O que foi Josué? – Perguntou Zé Alfredo estranhando a reação em que Josué olhava para ele.
 
 - O-O que aconteceu com você, Comendador...? Está... Diferente. - Falou Josué com um olhar apreensivo.

 - Como assim diferente?

 - Espera só um instante. – Diz Josué entrando no helicóptero pegando um espelho de lá de dentro.

 Zé sentia-se meio diferente, um pouco mais leve, olhava para baixo e percebeu que estava um pouco mais magro.

 - Oxente, emagreci de repente...? – Perguntou Zé para sim mesmo, ele também percebera que sua voz também havia mudado um pouco.

 Após Josué pegar um pequeno espelho, ele aproximou-se do Comendador, e perguntou:

 - Está pronto para ver isso?

 - O que? Ver o que, Josué?

 O motorista e também amigo de José Alfredo vira o pequeno espelho para ele, mostrando o seu reflexo. Naquele mesmo instante Zé meio que ficou perplexo ao ver sua aparência, ele estava mais jovem, seu cabelo continuava do mesmo estilo só que agora era de castanho; sua barba estava meio rala e ele não podia mais fazer aquelas voltinhas nas pontas do seu bigode como costumava fazer; as roupas ainda eram as mesmas. Agora seu corpo físico estava um pouco mais magro, por isso ele havia percebido que estava se sentindo meio diferente, e que sua voz havia mudado um pouco. Mas ele se perguntava como aquilo podia ser possível de acontecer? Como ele conseguira voltar a ser jovem novamente e assim do nada? Sua mente já estava confusa até demais.

 - Eu... Voltei a ter 22 anos? – Perguntava Zé ainda perplexo, e também desacreditado no que estava vendo.

 - Como isso aconteceu, Comendador?

 José Alfredo contou tudo o que havia ocorrido dentro da caverna, do aparecimento de um demônio com a mesma aparência que a dele chamado Nero, mas não contou nada sobre a existência do diamante.
 No começo foi difícil para Josué acreditar, mas conforme Zé contava e observando bem para aparência do amigo, Josué foi acreditando na história que o mesmo lhe contou.

 - Então... Deve ter sido este mesmo demônio que deve ter feito isso com o senhor.

 - Sim, talvez... – Diz Zé meio que concordando com o que Josué acabara de dizer, com o dedo indicador sobre os lábios e expressão pensativa.

 - Isso é impressionante. – Falou Josué surpreso com o ocorrido.

 - O problema é que também não sei onde aquele demônio possa estar... E se ainda está por aqui.

 - Ele está! – Disse uma misteriosa voz feminina vindo por trás de Zé Alfredo.

 José Alfredo vira-se devagar, ele já havia escutado aquela voz antes, tão familiar, a sua frente estava uma moça de cabelos negros e compridos numa mistura de fios lisos e ondulados; era da mesma altura que ele; seu rosto era como de uma delicada moça; expressões delicadas e pele bronzeada, muito bela. O rosto daquela moça era bem familiar para José Alfredo, a única diferença é que a íris de seus olhos eram douradas, e ela se vestia como uma guerreira amazona, roupas prestas e uma bainha com uma espada nas costas.

 - Eliane...? – Ele olhava para ela com surpresa, estava até meio pálido por vê-la ainda mais no Monte, e seu coração estava acelerado.
 
 Sem resistir, ele acaba abraçando a moça com toda a força, estava até meio que feliz por poder ver Eliane novamente, mesmo que aquilo era pra ser impossível de acontecer. Porém, aconteceu tanta coisa nesse dia, que quase nem se importava mais.

 - Er... Desculpe-me, mas não sou exatamente a Eliane que você conheceu...

 Zé Alfredo soltou a moça bem devagar a olhando confuso, e diz:

 - Como não? É claro que é ela! Nunca me esqueci desse rosto. – Mesmo ele estando confuso daquele jeito, no fundo estava feliz em poder rever seu antigo amor, mesmo tendo casado com outra mulher, mas por que Eliane apareceria agora e ali, ainda mais jovem?

 A moça sorriu calorosamente para ele e respondeu:

 - Nero parece com você, e nem por isso você é ele. – Ela suspirou.  – Na verdade, sou a versão demônio da Eliane.
 
Zé ficou um tempo em silencio tentando digerir o que havia acabado de escutar, aquilo só podia ser alguma brincadeira feita pelo Nero.

 - Versão demônio? Da Eliane? – Falava Zé Alfredo ficando bravo e desconfiado. – O que você quer? Me matar também?

 - Não! Jamais! – Afirmou ela olhando fixamente nos olhos dele. – Eu quero apenas ajuda-lo...

 - Me ajudar? Mas você é um demônio!

 A moça demônio nada disse por um tempo enquanto Zé Alfredo olhava para ela bem sério.

 - Eu juro a você que só quero te ajudar... – Ela olha bem séria e com expressão de confiança para ele. -... Se eu quisesse mesmo mata-lo já teria feito isso desde a hora que nos encontramos! Eu não sou igual ao Nero, ou, aos outros demônios!

 Zé respirou fundo e soltou o ar devagar pensando bem no que ela tinha dito.

 - Posso mesmo confiar em você? – Perguntou Zé ainda desconfiado da moça demônio.

 - Sim, claro que sim!

 - Então prove!

 - Tudo bem! – Afirmou ela. – Eu vou te provar que sou uma demônio diferente e que quero apenas ajuda-lo. – Falou ela em tom firme e sincero.

 - All right... E por que você quer me ajudar?

 - Bem... É uma longe história... – Responde ela abaixando a cabeça. – Mas... Um dia prometo que lhe conterei tudo! – Falou reerguendo a cabeça olhando nos olhos de José Alfredo novamente, dessa vez ao olhar novamente para ele a moça corou.

 Lá no fundo realmente Zé estava adorando rever Eliane, mesmo que fosse outra versão dela.

 - Me expliquem, o que é uma versão demônio de alguém?

 - Dizem que um humano que foi muito mal em vida, ou, que fez algum tipo de pacto, é morto por um especifico demônio escolhido, mas nem sempre segue esse padrão, e assim que a alma desse humano vai para o inferno pode optar em se tornar um só com o demônio que o levou ao em vez de ser torturado, isso é se o demônio aceitar a proposta. Dependendo dessa união, as personalidades misturam-se, porém, uma das duas personalidades humana ou demônio pode predominar mais forte que o outro.
 Humanos também podem virar demônios se beber sangue de um demônio, mas depende muito de qual demônio for. Algumas almas mais raras conseguiram virar demônio sem união, ou, sangue, ou seja, por conta própria. – Explicou ela.

 - Hum... Isso agora é moda no Inferno, é? – Falou Zé com um sorriso brincalhão.

 - Ah, bem... – Suspirou ela. – Eu não sei exatamente quando foi que isso começou.

 - Ah, tudo bem, Eliane.

 - Tem outro detalhe... Versões demônios mudam o nome. – Ela sorriu timidamente. – Prazer, me chamo Ellen.

 - Oh, nada contra, mas eu poderia chama-la apenas de Eliane...? Se quiser... - Fala Zé Alfredo um pouco sem graça.

 - Tudo bem. Como quiser Zé. – Disse ela subindo e descendo os ombros com as mãos para trás e sorrindo nada incomodada em ser chamada por seu nome de quando era humana.

 Estava tudo tranquilo quando Zé e Ellen escutaram uma voz atrás deles, o Comendador fechou os olhos com uma expressão de “De novo? Mais um? ’’, os dois olharam para frente vendo um homem todo encapuzado, Zé ficou pensando se não seria Nero dentro daquela roupa.

 - Quem é você? – Perguntou José Alfredo olhando desconfiado e ficando meio na frente de Ellen.

 - Pode me chamar apenas de... – Ele tirou o capuz revelando seu rosto. -... N!

 José Alfredo olhou para Ellen e ela olhou de volta para ele.

 - Ele está com você? – Perguntou Zé olhando de volta para o tal N ainda olhando com suspeita.

 - Não...

 O homem tinha o cabelo preto, curto e com fios penteados para trás; a íris de seus olhos eram castanhos avermelhados; e tinha cavanhaque. Na parte de trás da sua roupa havia o símbolo de um olho desenhado.

 - Você é o Nero disfarçado, não é?

 - Por que acha que sou o Nero?
 
Comendador analisava bem o homem a sua frente, o jeito que aquele homem sorria o fazia lembrar-se de Nero, até o olhar dele o fazia lembrar-se daquele maldito demônio.

 - Ah... Por você querer que o chame apenas de N...

 - Nero não é o único que tem o nome que começa com a letra N.

 José Alfredo olha para Ellen com expressão de quem levou uma bela patada, e voltou a olhar para N.

 - Eu sei como você pode recuperar seu diamante rosa. – Falo N aproximando-se de José Alfredo.

 - O-O qu... Como sabe do meu diamante? – Comendador olhou para onde Josué estava, o mesmo se encontra dentro do helicóptero arrumando algo, então, não deve ter escutado a menção do diamante. Mesmo confiando em Josué, ele não queria que o mesmo também soubesse da existência da pedra preciosa. – Se você não é mesmo o Nero, como sabe do meu diamante rosa?

 N tocou no ombro de José Alfredo olhando fixamente em seus olhos numa expressão séria.

 - Meu caro, Comendador... Eu sou um Mago!

 Ellen olhava em silencio para o homem com ar de misterioso, ela sabia que não era mesmo o Nero, demônios reconhecem bem um aos outros.

 - Ele está dizendo a verdade, Zé... – Falou Ellen ainda olhando para o homem.

 - Certo...! – Zé tirou a mão de N de seu ombro, e percebeu que o mesmo usava luvas negras que apareciam apenas os dedos. – Como faço para recuperar meu diamante?

 - Lutando contra Nero, com isso.

 N tirou de seu bolso um colar e colocou na palma da mão de José Alfredo, o homem de preto olhou bem para o colar, o pingente era uma rosa dos ventos com um olho de íris lilás fluorescente no centro da rosa.

 - O que? Um colar? – Zé ficou meio sem entender como aquilo ia ajuda-lo.

 - Coloque-o e seus poderes se libertarão. – Disse N com um sorriso e os dedos das mãos encostados uns nos outros.

 Zé Alfredo quando via aquele sorriso sempre acabava lembrando-se de alguém maligno, ficou olhando para o cujo que dizia ser um mago com uma expressão bem suspeita.

 - Pode confiar em mim. Não estou mentindo.

 Zé virou-se para Ellen e Josué que veio até eles ver o que estava havendo, ele olhou para o colar com uma expressão bem pensativa e voltou a olhar pra Ellen e Josué, ele não sabia se aquilo podia ser verdade ou não. Então, o mesmo perguntou á Josué e Ellen:

 - O que vocês acham? Devo colocar esse colar e ter poderes especiais? Acham que pode ser verdade?

 - Bem, Comendador. Aconteceu tanta coisa hoje, que eu não sei, pode ser até verdade, acho que não custa nada tentar. – Respondeu Josué.

 - Acho que você deve tentar Zé. Talvez não tenha outra alternativa. – Ellen respondeu série e confiante.

 Zé suspirou tentando ficar confiante colocou o colar em seu pescoço, após, estavam todos em silencio, o comendador esperava por algo, mas nada aconteceu.

 - Ah... Então? – Ele olhou para N meio confuso.

 O homem que dera o colar a ele estalou os dedos. Por um momento Zé achava que explodiria no momento em que o mesmo estalou os dedos, porém, nada havia acontecido ainda. Ele olhou para Ellen e depois para N dizendo:

 - Mas não aconteceu nada!

 - Está vendo isso? – N mostra um tipo de pirâmide com olho segurando na palma de sua mão. – Olhe fixamente para esse objeto, imagine que está subindo, se concentre bem e não tire o olho dele!

 Zé Alfredo nada disse, ficou em total silêncio olhando fixamente para o tal objeto por algum tempo. Passado alguns minutos ele forçava os olhos como se estivesse se esforçando, a íris de seus olhos mudaram do castanho para um lilás fluorescente repetidamente. Logo a pirâmide com olho desenhado foi subindo para o alto, até que Zé fechou os olhos respirando ofegante, e o objeto voltou para a palma da mão de N.

 - Hum, foi bem... Mas precisa de um treinamento. – Ele apontou para Ellen. – Sei que vai treina-lo excelentemente para a luta. – Sorriu e virou-se de costas para ir embora, mas antes de dar um passo Zé Alfredo interrompeu.

 - Espera! E você?

 N virou-se para olhar o Comendador, e com um sorriso malicioso respondeu:

 - Ainda nos veremos algum dia. – Virou-se de costas novamente caminhando com a mão levantada como despedida. – Até outra vez!

 Ellen e Zé olhavam para o misterioso homem desaparecendo através de um estranho portal. Zé suspirou e olhou para Ellen com expressão de quem não entendeu muito bem o que acabou de acontecer, foi esquisito.

 - O que ele fez afinal?

 - Parece que ele liberou seus poderes psíquicos ocultos através desse colar.

 Zé respirou fundo e soltou o ar devagar tentando acalmar os ânimos para poder continuar seguindo o rumo dessa história maluca.

 - Era só o que faltava, eu ficando igual a um personagem de filme de super-herói! – Ele virava o rosto para o lado com um sorriso nervoso e expressão desacreditada naquilo tudo. – Por favor... Já é demais.

 - Você quer seu diamante de volta, não quer? – Falou Ellen em um tom bem baixinho. – Ou preferiria pegar sem nada e acabar morrendo?

 - Acho que sem super poderes, eu conseguiria derrotar Nero do mesmo jeito. – Disse ele soberbo.

 Ellen cruzou os braços olhando bem séria para José Alfredo e falando:
 
— Isso é sério, Comendador! Nero é realmente o mais poderoso de todo o Inferno, e muito, e muito perigoso! Você acabaria sendo morto!

 - Morrer... Isso nunca vai acontecer! – Diz ele bem sério.

 Ellen ficou em silencio olhando para ele esperando para ouvir mais alguma coisa, enquanto ele pensava bem sobre o que Ellen tinha lhe dito. Nero realmente pode ser muito poderoso para um humano sem poderes, ou, sem uma arma especial para derrota-lo, e para piorar ele estava com seu talismã mais precioso, o diamante rosa.
 Como o Comendador estava com bastante raiva de Nero, talvez, com tais poderes especiais que recebera ele conseguiria pegar de volta seu diamante, e seria ótimo ficar mais forte que o próprio demônio, mesmo que esse negócio de super poderes seja algo esquisito para ele e coisa de filmes.
 
Suspirou com olhos fechados, olhou para Ellen e disse:

 - Tudo bem! Eu vou aceitar. E isso por que quero derrotar aquele demônio de uma vez por todas, e também é pelo meu Império!

 Ellen sorriu e assentiu positivamente com a cabeça.

 - Todo imperador tem seu próprio poder especial. E estou falando de um imperador e verdade, você não é só um simples humano com muito dinheiro, imperadores são escolhidos e você foi escolhido! O Imperador dos diamantes.

 De inicio daquela explicação Zé Alfredo ficou muito surpreso, mal esperava por uma revelação como aquela, era muita coisa pra ele saber, era muita informação. Ele havia adorado saber que era um imperador de verdade, sua expressão mudou rapidamente para uma de quem já sabia daquilo.

 - Mas disso eu já sabia! – Afirmou ele em postura de orgulho.

 Ellen o olhava com as sobrancelhas arqueadas e com expressão de quem fingia acreditar. Após, ela começa a gargalhar, e Zé sério diz:

 - Qual é a graça? É verdade, eu já sabia que eu realmente era um imperador de verdade!

 - Aham, sei. - Diz ela com sorriso irônico. – Claro que sim. – Virou-se de costas começando a caminhar. – Agora vou indo.

 - O que? Só isso?

 Ela parou o caminhar virando-se para olhar Zé Alfredo.

 - Vá para casa e descanse bastante. – Aconselhou. – Amanhã, iremos nos encontrar bem cedo para começar um treinamento. – E desapareceu do local antes de Zé dizer mais alguma coisa.

 - Treinamento? Realy? – Ele estava desacreditado que a versão demônio de seu primeiro amor iria ser sua mentora. – E nem disse onde vai ser...

 José Alfredo deu um suspiro, virou-se caminhando até o helicóptero pensando em todos os incidentes que ocorreram naquele dia, parecia loucura tudo aquilo. Nisso Josué pergunta em duvida:

 - O que fará quando chegar em casa, Comendador?

 - Pensei em não aparecer por lá por um bom tempo, até que minha aparência volte a ser como era antes, mas... Acho que mudei de ideia, irei contar tudo o que aconteceu para todos e você está de prova.

 - O que? Vai contar a verdade? – Espantou-se Josué. – Tem certeza absoluta disso, Comendador? Todos ficarão assustados.

 - Esse é objetivo, Josué. Mas vai ficar tudo bem. Let’s go!

 Josué adentrou no helicóptero preparando para dar ignição, e antes de José Alfredo entrar no helicóptero, olhou bem para a paisagem do Monte Roraima enquanto o vento batia nos fios castanhos de seu cabelo, sua expressão era séria e ao mesmo tempo de orgulho. Esperava pela aparição de Nero, e caso o demônio aparecesse, o enfrentaria ali mesmo naquele local, porém, nada ocorreu, apenas o silencio misturado aos sons dos pássaros.

 - EU VOU TE DERROTAR NERO! VOCÊ VERÁ!— Gritou Zé para que Nero onde estivesse pudesse escutar. - EU VOU VENCER!

 Adentrou no helicóptero que logo deu partida do Monte Roraima, sobrevoando o céu sobre as nuvens e as maravilhas do Monte, voltando para casa. No helicóptero, Zé Alfredo pensava em seu diamante rosa e se ele encontrasse Nero novamente, a primeira coisa que faria seria acabar com ele de uma vez só. Zé estava muito confiante em lutar contra o demônio, e impaciente para recuperar logo o seu precioso diamante rosa, mas derrotar Nero não será fácil como o Comendador está pensando.




 14 de Fevereiro de 2013

 Rio de Janeiro, 14 de Fevereiro, José Alfredo estava de volta á sua casa. Seu carro que também era totalmente preto até mesmo as janelas eram bem escuras, chegou ao estacionamento da garagem do prédio em que morava. Ele entregou a cópia da chave de seu aposento para Josué, assim, o mesmo poderia entrar e verificar se havia alguém na sala ou outro cômodo da casa, caso não houvesse poderia entrar tranquilamente.

 - Certo, Comendador, irei verificar. – Falou Josué saindo do carro.
 
Após a saída de Josué, o Comendador ficou esperando bastante tempo por ele dentro do carro, olhava ao redor da garagem começando a estranhar a demora e até mesmo ficando preocupado. A garagem do edifício estava completamente silenciosa, sem sinal de outro carro chegando ou saindo, e foi quando José Alfredo começou a sentir uma presença esquisita, mas parecia que já havia conhecido antes. Saiu do carro olhando ao redor, mas não havia nada nem ninguém, ele estranhou mais ainda ao perceber que sentia menos a presença do lado de fora, pensava se não estava ficando louco, então, voltou para dentro do carro e surpreendeu-se quando sentiu que a presença havia ficado mais forte. Ele olhou lentamente para o lado, sua expressão não demonstrava tranquilidade, queria entender o que afinal era aquela presença, pois não havia ninguém ao seu lado no banco, e não parecia ser a presença de um espírito, parecia ser algo ou alguém que tinha acabado de conhecer.
 Resolveu dirigir a mão até a coisa invisível que estava ao seu lado, no começo resetou, mas resolveu tomar coragem e seguir em frente, era mais fácil perguntar quem estava ali, mas com certeza obteria resposta nenhuma. Sua respiração estava ofegante, sentia uma grande tensão, quando de repente tomou um susto.

 - Comendador...

 - Que susto, Josué! – Falou ele ao ver Josué abrindo a porta do carro.
 
 - O que houve comendador? Parece assustado com algo.

 Ele estava mais impressionado com a tal presença que já parecia ter conhecido antes, mas não conseguia ver quem era, ou o que era aquilo. Ele suspirou, sua expressão mudou para uma mais séria e ao mesmo tempo nervosa, tentando esquecer a tal presença e respondeu:

 - Não é nada! E até parece que eu tenho medo de alguma coisa, não tenho medo nem do próprio diabo...!

 - Pode ter certeza que tem, Comendador! – Disse uma voz dentro da cabeça de Zé Alfredo.
 
Os olhos dele meio que se arregalaram na hora, olhou para os lados, e voltou a olhar para Josué perguntando:

 - Disse alguma coisa, Josué?

 - Eu não disse nada, Comendador... Você está bem mesmo?

 - Esqueça! Vou para meu aposento.

 Zé olhou para o lado novamente, parecia estar olhando nos olhos de alguém mesmo não havendo ninguém ali. Abaixou o olhar, então, saiu do carro para finalmente entrar em sua casa.


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Notas finais do capítulo

Avisando novamente, o personagem Nero que aparece nesse capítulo não tem nada haver com o ator que interpretou o Comendador, coloquei o nome Nero nesse personagem por causa do ator, mas não que eles sejam a mesma pessoa. Aliás, Nero se chama apenas Nero, ele não tem sobrenome e nem a mesma vida do ator.
Vocês sabem por que o Nero deixou o Comendador com 22 anos de idade novamente??? Contarei no capítulo 7!



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