Um Anjo Protegido escrita por Moolinha


Capítulo 2
Capítulo Dois


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta, meus amores! Eu ia postar antes, mas infelizmente o TCC pegou aí tomou todo meu tempo. Enfim, prometo voltar a postar frequentemente!
Adivinhem quem é a da capa :p

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— Acorde! Acorde! — Alguém gritava e pulava euforicamente em cima de mim. Resmunguei algumas palavras que nem eu sabia o significado delas de tão sonolenta que eu estava.

— Vamos! O almoço está na mesa. Todos estão te esperando! Venha, acorde.

Era Ana. A pequena garotinha de três anos que pulava em cima de mim, tentando me tirar do meu profundo sono.

— Ana! Ana! — Ouvi a voz de Louise num tom de censura. — Vá lá para baixo. Ela já vai acordar.

— Lou Lou, eu quero ficar aqui e acordar minha irmã. — Resmungou, fazendo um bico.

— Certo. Você vai ver ela em poucos minutos. Agora vá. Depois vamos andar de cavalo, que tal?

Depois que ouvi os ligeiros passos de Ana sobre o assoalho e aporta se fechando, uma mão se repousou no meu ombro, sacudindo-me um pouco,

— Ei, já são quase duas da tarde!

Levantei-me num pulo e me sentei na cama, piscando várias vezes.

— Porque eu dormi tanto?

— Bem, eu não sei. — Ela sorriu. — Por que você não me responde? — Propôs ela.

— Eu não sei...

Eu não sabia mesmo. Apenas me lembro do meu sonho, de Jimmy dormindo comigo e das últimas lágrimas que desciam do meu rosto.

— Ah, não importa. — Ela deu de ombros. — Eu, Jack e John vamos cavalgar e depois nos refrescar numa cachoeira. Você vem?

Reparei a roupa dela e vi que ela estava se habituando na vida no campo. Claro que são apenas férias, mas Louise havia deixado as mini-saias e os sapatos de plataforma de lado e os trocado por uma bota de couro escura com batas xadrez.

— Certo. Me dê alguns minutos que eu já desço.

Louise saiu do quarto e eu abri uma pequena fresta da janela. Espionei o que cada um estava fazendo: Ana jogando milho para as galinhas no terreiro, meu pai conversando com meus avós, Louise e John discutindo e Jack colocando as celas nos quatro cavalos.

Assim como o passado da minha mãe me perturba, eu tinha dúvidas sobre Jack. Ele estava diferente comigo. Tantas coisas aconteceram durante os últimos meses que ele se tornou quieto, ausente, o que causou uma certa distância entre nós. Mas como eu disse que o conheço muito bem, eu estava errada. Não conheço, mas percebo que ele está escondendo alguma coisa de mim e de toda a família. E que de qualquer jeito, eu vou fazer questão de descobrir.

Num minuto fui capaz de vestir meu jeans escuro, que se ajustava perfeitamente no meu corpo, minha camisa xadrez e minhas lustrosas botas marrom. Não comi nada e não falei com ninguém quando acordei. Fui diretamente para o celeiro — onde Jack estava — para conversar com ele.

— Bom dia, Jack. — Eu disse, colocando meu chapéu na cabeça.

— Pra você também. — Respondeu para mim, mantendo sua atenção nas celas que ele estava em suas mãos.

— Hm. — Caminhei até ele, colocando o freio na boca do cavalo. — Alguma coisa aconteceu com você, ou, anda acontecendo?

— Não. Que perguntas ridícula.

Fiz uma careta discreta. Ele estava tão ignorante.

— Você está estranho...

— Isso é o que você acha. — Ele me interrompeu, subindo em seu cavalo baio. — Ande, John e Louise nos esperam.

— Droga. — Rosnei, encostando a espora levemente na barriga do meu cavalo, fazendo-o cavalgar.

Realmente não faço ideia de quanto temos cavalgamos em silêncio. Digo, em relação a mim e a Jack. Porque John e Louise foram tagarelando e discutindo o caminho todo, enquanto eu e Jack não dissemos uma única palavra. Ele estava tão mal-humorado, ignorante e nunca me tratou dessa maneira, o que me causou uma certa chateação. Como eu já disse, eu o conheço como a palma da minha própria mão e posso afirmar que há alguma coisa errada com ele.

— Jack?

Ele não respondeu.

— Jack? — Perguntei outra vez.

— Fala.

— Você está bem? Está tão diferente...

Ele me ignorou. Não disse uma palavra, não olhou para mim. Deixou seus olhos na direção da estrada e apenas continuou do jeito que estava. Irritada, passei na frente dele e fiquei perto de Louise, ouvindo seu bate-boca com John.

Depois de umas duas horas, finalmente chegamos na cachoeira. Não era nada do tipo de ver, ficar maravilhada e dizer “oh Meu Deus, é a oitava maravilha do mundo”, mas também não era um simples brejo com vacas atoladas. Era uma imensa cachoeira, com pedras e uma vegetação viva cercando toda a área.

— É só isso? — Perguntou Louise.

Olhei para o poço com a água mais ou menos clara e pude me lembrar claramente que no meu passado, eu já passei tardes ali me banhando.

— Pensei que fosse algo mais emocionante. — Disse ela, outra vez.

— Se não gostou, volte sozinha, Lou Lou. — John sorriu para ela, provocando-a como sempre fazia.

Ela fechou a cara e ficou quieta do meu lado. Eu não estava afim de nadar e de fazer nada. Fiquei apenas observando os garotos nadarem e pularem de pedras.

Num mero minuto, enxerguei Jack numa das pedras mais altas da cachoeira. Era pequena e muito alta. Embaixo, bem na direção em que ele provavelmente ia pular, havia uma outra pedra bem maior, que qualquer um podia enxergar.

— Ele vai se machucar. — Murmurei, observando atentamente cada movimento dele.

— É perigoso. — Completou Louise.

Mesmo assim Jack não deu a mínima. Parecia teimoso e rebelde. E eu tinha ampla razão, porque se ele pulasse, provavelmente iria ficar sem o movimento das pernas ou nem vivo ficaria. Era realmente muito, muito perigoso.

— John! — Gritei, preocupada.

— O quê? — Ele perguntou, perto da margem da cachoeira.

— A pedra! — Apontei para ela.

John percebeu o perigo diante de seu irmão e olhou fixamente para seu irmão.

— Jack! Não pule.

— Qual o problema? — Ele olhou para a pedra, parecendo não se importar com nada.

— Há uma pedra aqui embaixo. Você está cego?! — A voz de John pareceu irritada. — Você pode bater a cabeça ou coisa pior, mas vai se machucar seriamente se fizer isso.

— Vocês estão preocupados demais. — Sorriu cinicamente, fazendo a pose do super-homem.

— Certo. Faça o que você quiser. Mas eu não vou chamar a ambulância quando sua cabeça explodir! — John reclamou, saindo da água.

— Jack! — Gritei, tentando impedir toda essa palhaçada pela última vez. — O que diabos você tem na cabeça? É suicídio! Não pule.

— Ah, me deixa em paz... — Gritou de volta, nos ignorando totalmente.

— Ele acha que pode voar. — John balançou a cabeça negativamente e ao mesmo tempo, espirrando as gotículas de água que saiam do seu cabelo molhado.

Achei, por um breve momento, que Jack estivesse surdo e cego. Primeiro, porque eu, Lou e John implorávamos para que ele parasse e, segundo, porque se ele pulasse, poderia dizer adeus a sua vida.

E ele pulou.


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