Equalize escrita por Emily Chase


Capítulo 13
Tudo na minha cabeça


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Nesse cap eu conto um pouquinho o que aconteceu com a Hanna, que fez com que ela não quisesse nada com ninguém. Achei esse cap fofinho, espero que gostem :)



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Ponto de vista - Hanna

Talvez ter escolhido essa música tenha sido um erro. Talvez voltar pra área da música tenha sido um erro. Erros.

Ver aquele vídeo, ouvir aquela letra... me fizeram voltar pra uma época da minha vida que eu não quero voltar. Não quero lembrar.

*

Tradução da música

Tudo Na Minha Cabeça

Eu te vejo com ela
E isso me destrói por dentro
Acho que eu deveria parar
De pensar em você o tempo todo
Talvez eu precisasse disso
Talvez isso seja um sinal, talvez
Eu não quis enxergar a realidade
Querido, me diga
Cada pequeno olhar na minha direção
Todas as vez em que você queria sair
Você parecia tão interessado
Você poderia me dizer
Foi real ou foi tudo na minha cabeça?
Foi real ou foi tudo na minha cabeça?
Ela é tão bonita
Vocês dois ficam ótimos juntos
Agora é hora de eu seguir em frente
Foi, provavelmente, só uma paixonite boba de qualquer maneira
Mas eu simplesmente não posso deixar de pensar
Que nós, nós poderíamos ter tido algo
Eu realmente não quis enxergar a realidade?
Querido, me diga
Cada pequeno olhar na minha direção
Todas as vez em que você queria sair
Você parecia tão interessado
Você poderia me dizer
Foi real ou foi tudo na minha cabeça?
Foi real ou foi tudo na minha cabeça?
Foi real ou foi falso?
Foi tudo um erro?
Garoto, eu só preciso saber
Foi tudo na minha cabeça, tudo na minha cabeça?
Você alguma vez sentiu o mesmo?
Foi a minha mente apenas pregando peças?
Garoto, eu só preciso saber
Foi tudo na minha cabeça, tudo na minha cabeça?
Cada pequeno olhar na minha direção
Todas as vez em que você queria sair
Você parecia tão interessado
Oh, você poderia me dizer
Foi real ou foi tudo na minha cabeça, tudo na minha

*

Na hora pareceu bom expor uma música de minha autoria que tinha ficado bem produzida, mas...quando eu o fiz, só depois eu percebi que estava fazendo eu me sentir como a 5 meses atrás. Eu estava superando, não estava? Mas foi só ouvir aquela música que tudo voltou como num estalo de dedos.

Eu tentei não transparecer, afinal eu estava na escola. Mas minhas amigas me conheciam bem demais e o Nico estava querendo me conhecer, então digamos que não deu certo.

Estávamos no refeitório, era hora do intervalo. Léo estava fazendo alguma palhaçada que levou todos a rirem na mesa, mas eu estava tão imersa em pensamentos que não prestei atenção.

"Não era pra gente ter terminado, mas o destino quis assim"

"Ele foi o meu primeiro grande amor"

"O meu primeiro grande amor me esqueceu em menos de um mês"

"Eu ainda o amo?"

"Ele alguma vez me amou?"

Era muita coisa de uma vez. Não dava.

— Já volto, gente - eu disse e saí de lá tentando disfarçar meu desconforto e fui procurar um lugar que me desse calmaria.

Encontrei uma parte da escola que era pouco movimentada, depois do campo de futebol. Tinham algumas árvores com cercadinhos lá. Me sentei embaixo da maior delas e fiquei lá por um tempinho. Mergulhei em mais pensamentos...era uma batalha sem final feliz. Quanto mais eu tentava não pensar, mais eles vinham e me faziam lembrar de como eu era feliz e de como a minha felicidade foi embora em tão pouco tempo.

— Oi - ouvi atrás de mim. Virei e era o Nico. Ele estava parado, me observando - Posso me sentar com você?

— Pode - respondi. Ele se sentou ao meu lado.

— Você não está bem...quer conversar sobre isso? - falou ele. Ele não estava mais com aquele semblante brincalhão...estava mais sério.

— Eu tô bem, não se preocupa. - falei. Era mentira.

— Não, não está. Te conheço o suficiente pra saber que não é verdade. Olha, se não quiser conversar sobre isso, tudo bem...só quero que saiba que se quiser desabafar ou algo assim, pode falar comigo. Estou aqui pra ajudar.

Como isso era possível? Um menino que mal me conhecia estava sendo tão legal comigo...eu podia muito bem desenvolver sentimentos por ele, mas o meu coração estava preso no passado.

É difícil se manter forte. Tentei controlar, mas uma lágrima escapou.

— Ei, não chora - ele pegou minha mão, me confortando. - Não precisa falar se for pra ficar assim. Vamos falar de outra coisa. Quer ouvir uma piada?

Sorri.

— Não, acho que posso falar sobre isso - fiz uma pausa - Resumindo, eu namorei um cara por 10 meses. O pai dele é militar e por conta do trabalho, ele teve que mudar de estado. Nós fomos obrigados a terminar por causa disso, por que não achamos que seria fácil sustentar um namoro à distância. No dia que ele foi embora nós choramos, ficamos mal, ele disse que me amava e que nunca ia me esquecer e aquilo era recíproco, sabe? Mas aí ele foi embora e 3 semanas depois ele apareceu namorando outra garota. Cara, aquilo acabou comigo. Me senti traída...parecia que tudo o que ele tinha me falado em 10 meses de relacionamento era mentira.

Respirei fundo.

—Aquela música que tocou na aula...eu fiz pra ele assim que eu descobri que ele tava namorando. Eu achei que seria uma boa ideia passar na aula uma música legal que eu compus, mas ouvi-la me fez voltar no tempo. Trouxe todas as minhas lembranças de volta e isso me deixou mal. Eu não quero voltar no tempo mais, não quero me sentir assim de novo. E por causa desse vacilo dele eu não quero me envolver com ninguém de novo. Pelo menos, não agora.

Ele foi um bom ouvinte. Me observou e foi compreensivo. Só então quando eu acabei de falar que percebi que ainda estávamos de mãos dadas. As soltei e virei de frente pra ele.

— Eu não fazia ideia, me desculpe. Nunca passei por isso, mas imagino que deve ser bem ruim - ele pareceu pensar - Acho que eu devia te dar um conselho, né?

Nós dois sorrimos.

— Não sou muito bom nisso, por que pra homem é um pouco diferente, mas...dê tempo ao tempo e se distraia. É o melhor remédio no momento. Se você gosta de música, investe nisso. E espera. "Aos poucos, tudo volta pro lugar." Já ouviu essa frase? Eu não sei de quem é, mas é perfeita pra situação. E se você precisar de um amigo piadista, pode contar comigo. - ele sorriu ao falar o final. Não pude deixar de sorrir também.

— Obrigada pelo conselho. Acho que mergulhar na música não vai ser tão fácil depois de hoje, mas eu vou tentar.

— Por que? Eu prometo que não vou te subestimar mais.

Nós dois rimos.

— Não e isso, é que...eu meio que criei um bloqueio e só percebi hoje. Sabe, o meu ex era muito envolvido com música. Foi assim que a gente se conheceu, e eu cantava e tocava com ele direto. Depois de tudo o que aconteceu, eu parei de fazer essas coisas...ainda mais em público. Não sei se consigo mais.

— Claro que consegue. Eu posso ajudar, se quiser. Aos pouquinhos você volta. Uma voz dessas a gente não pode perder.

Sorri e encostei minha cabeça em seu ombro. Ele pegou minha mão e assim ficamos até tocar o sinal. Eu precisava colocar a cabeça em ordem, e parecia que conversando com ele eu conseguiria. 


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Notas finais do capítulo



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