— Eu vou me declarar hoje, Tikki. Não aguento mais guardar esse sentimento dentro de mim. — Disse a azulada.

— Tem certeza, Marinette? Você não disse que ficava muito nervosa perto dele e mal conseguia falar uma frase com sentido?

— Sim, eu tenho certeza. Preciso dizer o quanto ele é importante para mim. — A menina andava em direção ao loiro, mas uma garota que ela não conseguia ver o rosto falava com seu amado. Marinette aproximou-se, para ouvir melhor a conversa.

— Eu te amo, Adrien. — Disse a desconhecida.

— Eu também te amo. — Falou o modelo. A azulada deixou uma lágrima cair quando o casal selou seus lábios com um beijo.

Marinette acordou, levantando-se de súbito da cama, e suspirou: era apenas um pesadelo. A menina passou as mãos pelo rosto e enxugou o rastro úmido que uma lágrima havia feito em sua bochecha. Sentiu que aquilo tinha sido tão real, como se tivesse acontecido, ou pior, como se fosse acontecer. Ainda pensando nisso, a azulada se preparou para ir ao colégio, desceu as escadas e cumprimentou seus pais. Como estava atrasada, não conseguiu tomar seu café da manhã em casa, então pegou alguns croissants que Tom lhe ofereceu para comer mais tarde.

Tentou entrar na sala de aula sem ser vista, mas, exatamente no momento em que chegou, a professora de ciências disse seu nome, pois estava fazendo a chamada. Marinette respondeu "presente" e a mulher reclamou de seu atraso. A azulada sentou-se ao lado de Alya e desejou-lhe um "bom dia", depois disso, não trocou mais nenhuma palavra com a amiga até o sinal anunciar o intervalo. A menina mal prestou atenção nas aulas, só conseguia pensar em seu sonho, nos significados que ele poderia ter. Será que realmente estava na hora de se declarar para o amor de sua vida?

As duas caminharam até o pátio e a azulada ofereceu alguns croissants para a amiga.

— O que aconteceu com você, Marinette? Está muito quieta e distraída hoje.

— É que… eu tive um pesadelo muito estranho. Eu não me declarava, uma garota chegava primeiro e o Adrien se apaixonava por ela. — As duas observaram o loiro, que conversava com Nino e Kim.

— Nossa! Isso deve ser um sinal.

— Foi exatamente o que eu pensei. — A menina encarou seu amor secreto novamente e viu que uma garota de outra turma se aproximava dele. — Ah, não acredito! Já está acontecendo! O que eu mais temia se tornou real! — A azulada colocou sua cabeça no ombro da morena.

— Relaxa, a garota está falando com o Kim, para de drama. — Marinette suspirou.

— Mas, de qualquer maneira, acho que já passou da hora de me declarar para o Adrien.

— Sério? — A menina assentiu — Isso é muito bom! Já preparou o que vai falar?

— Não, eu ainda vou pensar nisso. — As duas continuaram conversando até escutarem o sinal tocar. As aulas continuaram normalmente, sem interrupções de nenhum vilão. Marinette viu o loiro sair do local, conversando com Nino. Ela gostaria de se declarar antes que fosse tarde demais, como aconteceu em seu sonho, mas tinha medo de ser rejeitada ou de não conseguir dizer para o menino que é apaixonada por ele.

— O que foi? — Perguntou Alya, assim que viu o semblante preocupado de sua amiga.

— Nada. — Mentiu — Vamos? — A morena assentiu e as duas foram para suas respectivas casas.

Assim que chegou, a azulada cumprimentou os pais e foi para seu quarto. Sabine percebeu, pela expressão da filha, que tinha algo errado e subiu as escadas.

Marinette escrevia em seu diário, quando escutou batidas na porta.

— Pode entrar. — Disse a menina.

— Oi.

— Oi, mãe. — Forçou um sorriso.

— Nem tente disfarçar, o que aconteceu?

— É que… eu tive um pesadelo e ele pareceu muito real. — Sabine escutava a filha, em silêncio — Não sei se você já percebeu, mas… eu sou apaixonada pelo Adrien.

— Sim, eu já percebi. Na verdade, acho que todo já percebeu. — A azulada riu.

— Menos ele. Bom, pelo menos é o que eu acho. Enfim, sonhei que eu não me declarava e ele se apaixonava por outra pessoa. Acho que esse sonho quer me dizer que não posso mais perder tempo guardando meus sentimentos dentro de mim. Eu realmente quero, e muito, dizer a ele o quanto eu o amo, mas… — suspirou — acho que não vou conseguir.

— Você já se dá por vencida, sem nem ao menos tentar?

— Mas… e se ele não me amar? E se já tiver namorada? E se eu pagar o maior mico? E se… — a menina foi interrompida.

— E se ele aceitar seus sentimentos? E se também for apaixonado por você? E se ele disser que quer estar ao seu lado? Viu a diferença de pensamento? Pare de perder tempo pensando que não vai conseguir e tente, porque, se não tentar, nunca vai saber o que ele sente por você.

— Mas… o que eu falo? Eu não posso simplesmente chegar e dizer: "então… eu sou apaixonada por você."

— Uma declaração de amor não precisa de palavras bonitas, mas de sentimentos sinceros. Você deve dizer o que realmente sente por ele, deve ouvir seu coração. — A menina sorriu.

— Obrigada, mãe, você é incrível! — Marinette abraçou Sabine e as duas permaneceram em silêncio durante alguns segundos.

— De nada, filha. Boa noite!

— Boa noite! — Depois que a mais velha saiu do quarto, a azulada deitou-se sobre a cama e ficou pensando nas palavras da mãe. — Ouvir meu coração. — Sussurrou para si e depois adormeceu.

A menina escutou seu despertador tocar e se levantou, abrindo a janela e observando os raios de sol invadirem seu quarto.

— Bom dia, Tikki.

— Bom dia. — Disse a kwami, espreguiçando-se.

A azulada arrumou-se, desceu as escadas e, como ainda estava cedo, tomou o café da manhã com seus pais. Em seguida, despediu-se e andou até o colégio, encontrando Alya e Nino. A menina viu Adrien sair do carro e, sem perceber, continuou encarando o menino, até que seus olhares se encontraram e ele sorriu. O loiro aproximou-se do grupo de amigos e desejou um "bom dia" a todos. Logo, o sinal anunciou o começo das aulas.

Novamente, Marinette estava distraída, lembrando dos poucos momentos que passara sozinha ao lado de Adrien. Será que ele sabia ou, pelo menos, imaginava que era o amor secreto dela? Quando menos esperou, ouviu o sinal do intervalo. A menina saiu da sala de aula com sua amiga e andou até o pátio.

— Então… quando você vai se declarar? — Perguntou Alya.

— Não sei, eu… quero muito, mas… — A azulada ficou em silêncio.

— Mas… — A morena repetiu as palavras de Marinette, fazendo a mesma suspirar, enquanto refletia sobre a adversidade que estava criando para seu problema e lembrava das palavras de sua mãe no dia anterior. — Pare de pensar nesse "mas", Marinette! Apenas… diga o que sente.

— Obrigada, Alya. — As duas continuaram conversando até o sinal anunciar o fim do intervalo.

A menina conseguiu prestar um pouco mais de atenção no que a professora dizia, mas sua mente gritava "Adrien". Imersa em seus pensamentos, ela ficou muito tempo encarando o loiro, este acabou percebendo que estava sendo observado e virou para trás, seus olhos se encontraram novamente e os dois sorriram, mas este momento durou poucos segundos, pois Caline Bustier começou a explicar a matéria nova, fazendo o modelo voltar a sua posição inicial e dar atenção para a professora de literatura. Marinette continuou perdida em seus devaneios, até ouvir o sinal tocar.

— É agora, Marinette! — Disse para si mesma. — Adrien? — A azulada chamou.

— Sim? — Respondeu o loiro.

— Eu… preciso falar com você. — Gaguejou.

— Pode falar. — Marinette percebeu que os olhares de alguns alunos estavam voltados para os dois.

— É que… é meio pessoal, então… poderia me esperar na porta da escola, depois que todos saírem?

— Claro.

Depois que os alunos foram para suas casas, o menino avisou ao seu motorista que deveria buscá-lo dez minutos depois do horário que ele sempre ia e chamou a azulada.

— O que queria me dizer? — Perguntou o modelo.

— Bom, eu… eu tentei dizer isso de diversas formas, mas… nunca consegui. Pensei que não fosse o momento certo, que ainda precisava de tempo e… eu não encontrava nenhum jeito de te contar. — A menina suspirou e recebeu um olhar confuso do loiro — Adrien, eu… sou apaixonada por você. — Ele a encarou, surpreso — Sei que muita gente te diz isso, mas meu amor não é egoísta, não quero me aproximar de você para ganhar fama ou ser invejada, meu amor é verdadeiro, não me apaixonei porque você é o modelo, filho do estilista, mas porque é capaz de se molhar em uma tempestade e emprestar seu guarda-chuva para uma garota que arrumou confusão e te julgou sem nem te conhecer e… você é simplesmente a pessoa mais incrível que eu conheci. Eu… eu te amo, Adrien.