Aprendendo a Amar escrita por Moon Queen


Capítulo 7
Fúria cega


Notas iniciais do capítulo

E a próxima chegou mais rápido do que o esperado, espero que compense minha demora. Aproveitem o capítulo!
Um beijo, um brigadeiro.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/737398/chapter/7

Annabeth tivera cuidado ao se preparar para receber os convidados naquele almoço de família, mas já devia ter imaginado que ia ser assim. A mais de meia hora a conversa principal se centrava nos inúmeros herdeiros que o casal deveria ter, quando o assunto se iniciou ela corou fortemente e Percy quase se engasgou com o suco. Por sorte Hera não estava presente, ou a situação seria pior, aquela mulher tinha o dom de constranger as pessoas. Mas enquanto ela não estava, Sally e Atena cumpriam bem o seu papel encomendado vários netinhos, isso com o total apoio de Poseidon e Frederick. A situação para um casal comum já era em si constrangedora, mas eles nunca tiveram relação alguma, aquela porta ainda os separava durante a noite. Mas seus pais não sabiam disso e continuavam a discutir o número perfeito de herdeiros. O mais jovem casal só pode respirar aliviado, quando a porta se fechou levando as visitas embora.

—Eu não aguento nem mais um almoço como esse. - declarou Annabeth exausta.

—Eu também não, parece que eles só conhecem um único assunto. - disse revoltado.

—Ao menos a vovó não estava aqui. -falou aliviada.

—Seria bem pior. - concordou. - Mas para compensar esse almoço horrível eu tenho uma surpresa.

 -O que é?- indagou curiosa, mas ao ver ele negar com a cabeça ficou emburrada. - Me conta, por favor!

—Não. - sentenciou. - Mas você vai adorar.

— Não vou adorar se não sei o que é. - chantageou.

— Você parece uma criancinha fazendo isso. - insinuou provocante. - e eu tenho certeza de que você vai gostar.

—Duvido. - rebateu convencida.

—Não duvida.

—Duvido.

—Não duvida. - finalizou e antes que ela pudesse falar ele continuou. - Eu aposto! 

—O que você aposta, Sr. Jackson?- questionou convencida.

— Se eu perder você pode me pedir qualquer coisa. - viu os olhos dela brilharem. - Mas se eu ganhar você vai ter que cantar e tocar uma música para mim.

—Não. - negou, não cantaria para ele nem pensar, quase ninguém a ouvia tocar.

—Está com medo?- indagou, esse era o maior ponto fraco dela.

—Nunca! E eu aposto. - disse firme, logo em seguida selando a aposta com um aperto de mão. - Agora qual é a surpresa?

—Não seja tão impaciente! Você vera logo, logo. Está no escritório.

—Espero que esteja pronto para perder!- zombou.

— Veremos querida, veremos... - disse, tomando um dos braços da mulher como fez no dia anterior e a puxou até o escritório. - Feche os olhos.

Ela fechou os olhos impaciente, por que ele tinha que ser tão misterioso? Ouviu o ranger da porta ao ser aberta e sentiu quando ele tampou seus olhos com as mãos e começou a guia-la para dentro.

—Por precaução. -sussurrou ao tapar seus olhos.

Annabeth estremeceu com o hálito quente próximo ao seu rosto.

— Agora pode abrir. - informou, retirando as mãos que tapavam sua vista.

Quando ela abriu os olhos não soube para onde olhar, estavam lá todos os seus livros, todos enfileirados perfeitamente.

— Então você adorou?- perguntou inocentemente.

— Sim! Eu adorei! Mas como, quando?- questionou confusa, uma movimentação tão grande ela teria visto.

— Katie me ajudou em tudo. - informou- E o fato de você estar ocupada com o almoço ajudou um pouco...

Ele mal teve tempo de terminar de falar, por que Annabeth se jogou emocionada nos seus braços, ele só pode retribuir apertando firmemente o corpo da mulher, sentiu o aroma doce dos seus cabelos e descansou a cabeça em cima de um dos seus ombros.

— Por que você faz tudo isso?- perguntou ainda abraçando-o.

— Por que eu gosto de te ver sorrir. - informou. - Você deveria ver o seu sorriso, é a coisa mais bonita que eu já vi.

Ela sentiu os olhos marejarem, e deixou que algumas lágrimas molhassem a camisa do terno caro.

— Como eu posso te agradecer por tudo isso. - perguntou em um sussurro.

— Você pode cantar para mim, eu soube que você canta muito bem. - respondeu usando o mesmo tom. - Não bata em mim, mas eu adorei que você perdeu a aposta.

Percy sentiu quando ela sorriu, e quase reclamou alto quando ela se soltou do abraço, ela deu um beijo estalado em sua bochecha. E ele se perdeu nos olhos cinzentos daquela mulher, tudo nela parecia chamar sua atenção, aproximou o rosto lentamente e viu quando ela fechou os olhos, pareciam compartilhar os mesmos sentimentos.

Quando seus lábios estavam quase se tocando, a voz de Katie pode ser ouvida, fazendo com que ambos se afastem atrapalhados e constrangidos.

— Pode entrar. - disse Percy meio irritado.

— Senhora! O senhor Grace esta lá em baixo e quer falar com a senhora.

— Mas o que será que ele quer?- perguntou Annabeth mais para si mesma, e se encaminhou para sala.

Depois de algum tempo Percy olhou para Katie confuso, só agora percebeu a expressão assustada da garota.

—Senhor, ele parece estar com muita raiva.

E isso foi o suficiente para que Percy corresse para baixo, torcendo internamente para que aquele homem não fosse burro o suficiente para encostar na sua esposa.

***

— Onde a Thalia está? Você deve saber onde ela se escondeu, ela te conta tudo não é?- gritou irritado.

— Senhor eu não sei onde ela está eu nem sabia que ela tinha ido embora. - se defendeu.

— Ela mandou você mentir não foi, mas é claro que você sabe onde ela está! - rebateu, e segurou fortemente no braço dela.

— Senhor, está me machucando. - disse assustada, seu braço já começava a doer.

— Eu só vou te soltar quando você me responder, onde esta aquela irresponsável!- disse furioso.

— Você vai soltar ela agora mesmo. - disse Percy entrando na conversa. - AGORA!

—Ela vai me responder primeiro!

Percy quase tremia de fúria, Annabeth tinha os olhos arregalados de puro medo, só conseguiu soltar um grito aterrorizado ao ver os dois homens brigarem. Depois de toda a gritaria, Katie veio correndo e encontrou uma Annabeth em transe. Ela parecia estar fora de si, tremia enquanto via seu marido acertar um soco potente que fez o rosto de Zeus virar devido a força.

— Vá embora, e não se atreva a tocar de novo na minha esposa! Não volte nunca mais a pisar na minha casa!- gritou exaltado.

Viu o homem cambalear ate a saída, e fechou a porta com força.

—Senhor, a senhora Annabeth!- chamou Katie.

Só então Percy viu o assombro no rosto da esposa, abraçou o corpo trêmulo da mulher e permitiu que ela derramasse as lagrimas no seu terno.

— Vou leva-la para o quarto!- informou, segurando a esposa como um bebé e começando a subir as escadas.

Deitou-a na cama, e ficou um pouco com ela, até que ela pareceu se acalmar. Ele levantou-se para sair do quarto.

—Fique. - foi só o que disse.

E foi tudo que bastou para que Percy a aconchegasse em seu peito.

—A Thalia foi embora. - ela sussurrou. - E eu não sei onde ela está. 

—Vai ficar tudo bem. - respondeu Percy. -Thalia é durona.

—Eu fiquei com medo. - confidenciou. - Por um momento achei que ele fosse me bater.

Percy apertou os punhos só por imaginar a cena.

—Eu o mataria. -declarou simplesmente.

Ela não pareceu levar a sério a declaração, e forçou um sorriso.

— Mataria por mim?-perguntou.

—Eu faria muitas coisas por você. - sentenciou.

— Eu não mereço você. - disse um tanto envergonhada.

—Eu que não mereço você. - rebateu, mas ela não pode ouvir por que o sono a levou. - Eu não sei o que sinto por você, mas é uma coisa muito forte.

Era o começo de alguma coisa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu não soube muito bem fazer esse momento, por isso receio que não tenha ficado tão bom. Um esclarecimento para tirar as duvidas: A Annie estava neste estado de transe por causa do medo, a história se passa a algumas décadas, então acho compreensível essa reação aterrorizada da nossa Annie. Espero que tenham gostado.