Dragões do Norte escrita por Snowfall


Capítulo 24
Magia de Sangue - PARTE UM


Notas iniciais do capítulo

Olá, decidi dividir esse capitulo em duas partes porque quando dei por mim já havia escrito mais do que deveria e não gostei de boa parte.
E para não atrasar a postagem e fazer vcs pensarem que abondonei a fic novamente, resolvi postar a parte que me agradou e no domingo postarei a outra.
Para recompensa-los resolvi que essas duas partes serão maiores do que qualquer outro capítulo.
Agradeço a compreensão e até Domingo.



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“Querido Tio-avô.

Espero que essa carta venha encontrá-lo com saúde. Faz anos desde a minha última correspondência. Mas confio que entenda as circunstâncias de tal silêncio.

Não têm sido anos fáceis. A rebelião já está as portas da Capital. Se era arriscado antes escrever ao senhor, agora se tornou quase impossível.

Sinto que estou pondo-o em perigo, mas não pude me conter. Tinha que compartilhar com alguém a notícia que recebi essa manhã.

Eu estou esperando uma criança. E embora não tenha sabido de sua existência até bem recentemente, tenho certeza que é um menino.

Tenho sonhado com ele.

Um menino de cabelos negros sentado junto a uma Árvore Coração afiando a ponta de uma flecha.

Sei que é o meu filho. Vai se parecer com o pai, mas o sangue do dragão é forte nele. Posso sentir bem aqui dentro de mim nesse exato momento.

Espero que um dia possa conhecê-lo. Pensei em chamá-lo Aemon se me permitir. Sei que não terá como me responder então espero que aprove.

Escreverei quando for possível, contudo não tenho expectativas de que será logo.

Me despeço com esperanças de um encontro um dia e desejos de boa sorte para todos nós.

Sinceramente.

Shaena Targaryen.”

Jon sentava ao lado da cama do tio-avô, lendo a carta da mãe finalmente.  

Quando recebeu a mensagem da Samwell Tarly dizendo que Miestre Aemon queria falar com ele, não esperava ver o velho senhor daquele jeito.

Acamado e delirante.

Não duraria muito tempo. Sam lhe informara que a saúde do Meistre havia se deteriorado bastante nos últimos meses e que fizeram tudo que poderia ser feito.

A idade cobrava seu preço e o tio não viveria muito mais.

Por isso Jon decidiu ficar em Castelo Negro e cuidar do único parente materno que conhecia. Ninguém entendia porque o Rei no Norte se pôs a cuidar do velho Meistre da Muralha. E não podia explicar.

Para sua sorte, como rei ele tinha licença para ser um pouco excêntrico e ninguém lhe questionou.

Lorde Stark entendia e tomou conta de vários assuntos enquanto Jon montava vigília ao lado do leito do Meistre.

Aemon Targaryen viveu muito e carregava o fardo. Seus murmúrios incoerentes falavam de dragões, fogo e alguém chamado Egg.

A cada dia se tornavam mais constantes, e Jon temia que fosse o responsável pela deterioração da saúde do velho senhor.

Alguns meses atrás, trouxera até ele as últimas notícias sobre a Rainha Dragão. Daenerys Targaryen criara uma fama que chegava até os Sete Reinos e Jon esperava que ouvir sobre os feitos dela alegrasse um pouco o Meistre.

Como estava enganado. Na verdade o que conseguiu foi o oposto.

“ – Ela se estabeleceu em Meeren. – terminou sua historia cheia de dragões, correntes quebradas e escravos libertos.

— Um Targaryen sozinho no mundo é uma coisa terrível. - O Meistre sentava-se em uma mesa  depois de comer uma tigela de coalhada de leite de mamute  que Jon insistira que provasse.

— Duvido que ela esteja sozinha, Meistre. Tem a companhia de três dragões, milhares de Imaculados e uns tantos mais que conseguiu atrair enquanto virava as Cidades Livres de ponta à cabeça.

— É sábio o suficiente para saber que pode-se estar sozinho mesmo em meio a uma multidão. ”

Pelo que foi informado, depois dessa conversa o velho homem foi assolado por pesadelos e perdeu contato com a realidade. Jon concluiu que a família ainda era muito importante para Meistre Aemon mesmo que, e principalmente por, seus parentes serem tão poucos e desconhecidos.

Pouco depois disso, Sam lhe escreveu. E que se seguiram foram semanas longas semanas de uma mazela acentuada.

Até que naquele dia, o Meistre acordou incrivelmente lúcido. Pediu café da manhã e devorou uma porção de caldo e pão.

Jon saiu animado para pedir que um banho quente fosse arranjado, pois o enfermo finalmente aparentava alguma melhora.

Mas Tormund acabou por destruir suas expectativas.

— Deve se preparar, Jon. Não vai demorar muito agora.

Naquele dia, ouviu Meistre Aemon contar sua vida inteira. Os olhos desfocados pedidos em lembranças. Ouviu sobre todos que se foram nos longos anos em que estivera sobre a terra.

E os que ainda restavam.

— Um dia Daenerys voltará para Westeros. – disse o tio por fim.

— Suponho que sim. Ela virá pelo Trono de Ferro.

— Ela virá por você – contrapôs o Meistre.

— A Rainha Dragão não me conhece – começava a temer que o outro voltara a delirar.

— Ela retornará para casa. E casa não é um trono ou as paredes de um castelo. É a família. Quando Daenerys chegar, você será a único parente que terá restado a ela.

Meistre Aemon assim como Tormund sabiam que o tempo havia acabado. Que essa melhora súbita era um último suspiro de claridade antes da escuridão.

— Quando ela chegar não pode haver conflito entre vocês.

E com certeza, haveria. A rainha chegaria para tomar os Sete Reinos e Jon governava dois deles.  

— Uma nova Dança dos Dragões só fortalecerá os seus inimigos – argumentou o Meistre adivinhando seus pensamentos. - Vocês dois são o futuro de nossa Casa. Daenerys precisa de um alicerce e você precisa de um aliado sentado no Trono de Ferro quando a Grande Noite chegar.

Jon lembrou-se que argumentos parecidos foram expostos a ele, um pouco mais de um ano atrás.

Na ocasião, estava acampado em frente ao Portão Vermelho as vésperas de assinar o acordo com Tywin Lannister.

“ A Fortaleza Vermelha não era tão impressionante de cima de um dragão. Tão pouco era de alguma defesa para as pessoas que moravam ali. E elas sabiam disso, a julgar pelo estado da capital.

Não havia viva alma nas ruas. A cidade deserta dava a Jon certo alívio. Se tivesse que passar tudo a fogo, o número de vítimas não seria tão grande.

Quanto pousou teve um momento de tontura.

Depois do frenesi que tiveram pelo caminho, os dragões eram difíceis de conter. Valkius desejava ver outro castelo arder. E Morgon ainda estava ressentido.

As tendas do seu exército sitiavam o lugar de alto a baixo. Os estandartes tremeluziam até se perder no horizonte. Todos esperando pelo mensageiro que sairia por aquele portão.

Esperavam por uma resposta do rei. Ou melhor, de Tywin Lannister que se mantinha estranhamente calado diante da ameaça em seus muros.

Mas Jon entendia a demora. Ainda havia muitos desfechos por acontecer. Muito a ser decidido.

Naquela noite ele resolvera reunir seus chefes de guerra.

Em sua tenda recebeu Varla, Toregg, Lorde Umber e Varamyr . Para discutir o que fariam a seguir.

— Os desgraçados esperam nos vencer pelo cansaço – opinou Grande Jon – Ainda não acreditam que possamos usar os dragões contra eles enquanto detém Winterfell.

O que os Lannister custavam a entender era que o destino de Winterfell não lhe importava nem um pouco desde que o inimigo resolvera apontar uma besta para o seu dragão.

— Se não obtivermos nenhuma resposta dos Lannister em dois dias, entraremos na capital – afirmou.

Lorde Umber empertigou-se.                   

— Ainda não recebemos notícias do Norte. Não sabemos o que aconteceu em Winterfell.

— Eu sei o que aconteceu – informou levantando-se – Escreva ao rei lhe informando de nossa intenção. Se ele não concordar com nossos termos, queimarei Porto Real e a morada de qualquer um que se designar aliado à coroa.

Talvez um mês atrás alguém tivesse pensado em objetar, porém Jon mudara seu tom nessa guerra e deixara isso bem claro enquanto caminhavam até a capital.

Quando chegou a sua tenda percebeu logo que algo estava errado.

Ao seu lado Fantasma rosnou, seu pelo eriçando. Puxou Garra-Longa e deu um passo para dentro. Seu lobo se pôs a sua frente.

Em uma cadeira perto da sua mesa estava uma figura encapuzada.

— Não é preciso desembainhar espada, Vossa Graça.

O capuz foi levantado revelando um homem macilento que exalava um forte cheiro de perfume. O odor feriu seu olfato tal como o de Fantasma.

— Quem é você? – perguntou enquanto guardava a espada. Nesses poucos instantes concluiu que o estranho não representava nenhuma ameaça física. Mas manteve-se a distância por precaução.

— Me chamo Varys, a seu serviço.

— Pensei que fosse a serviço dos Lannisters. Como chegou aqui? – Não gostou nem um pouco da facilidade com que a Aranha adentrou seu acampamento.

— Sirvo ao povo, meu senhor – o Mestre dos Sussurros se desviou da pergunta - Da melhor maneira que posso.

— Esse me parece um discurso de alguém cuja lealdade é fluída como as águas de um rio.

— Vossa Graça, pode não acreditar em mim...

— Não acredito – cortou Jon, seja lá qual fosse o objetivo dele ali, tinha certeza que o único interesse que tinha era o seu próprio.

— Pensaria menos de você se acreditasse.

— Por que veio aqui?

A Aranha mantinha as mãos dentro das mangas. Um gesto que tentava passar tranquilidade, mas Jon percebia sua inquietação.

— Não sei se Lorde Stark lhe contou sobre a conversa que tivemos durante a estadia dele nas Celas Negras.

— Não contou.

— Pois não deve saber que cometi um grande erro há dezessete anos. Um erro que custou a vida da sua mãe.

A respiração de Jon prendeu-se em seu peito. Fez tudo o possível para não deixar transparecer suas emoções, mas seu lobo rosnou e deu um passo na direção de Varys.

— Fantasma, junto – tentou transmitir calma ao animal, com pouco sucesso.

A mão alcançou o bolso em que carregava a carta da mãe que ainda não tivera coragem de abrir. Lembrou-se da mulher que encontrara em sonho tantos anos atrás. A mãe que lhe fora roubada.

— Presumo que tenha algum motivo real para ter vindo aqui. Além de remexer em assuntos há muito enterrados.

— Vim à procura de reparação, Vossa Graça.

— Não vejo como possa fazer isso.

— Na verdade não posso lhe oferecer muito, mas tenho algumas informações que possam ser úteis.

— Antes quero que responda uma pergunta.

— Se estiver ao meu alcance.

— O que fará se os Lannister caírem? Para onde vai?

— Acho que quando seria mais apropriado. Os leões cairão, se não por suas mãos, então por outras. Em sua arrogância, se cercaram de inimigos. Vem pavimentando sua ruína há anos.

— O que fará quando esse momento chegar?

O homem o encarou com um sorriso de cumplicidade.

— Como disse, sirvo ao reino. Sempre haverá um lugar para aqueles que buscam o bem do povo.

Ele já havia encontrado um candidato melhor para o Trono de Ferro. Por isso se arriscara vindo até ali.

— O senhor não retornará a Fortaleza Vermelha, não é?

— É bem perspicaz para alguém de sua idade.

— Ainda não disse por que veio.               

— Vim falar do futuro.

O futuro que podia nunca chegar, pensou. Lembrado as centenas de milhares de mortos se levantando no outro lado da Muralha. Uma guerra de cada vez, repetia a si mesmo.

— Seja lá quem for que deseje pôr no Trono de Ferro, não me interessa, Lorde Varys.

— Mesmo que seja sua família?

— Entrei nessa guerra porque os Lannisters resolveram atacar minha família – Uma família de estranhos. Mas mesmo assim eram do seu sangue.

— Falo da sua outra família. A da sua mãe.

— Se deu ao trabalho de vir até aqui para me falar de Daenerys e seus dragões?

Isso surpreendeu a Aranha.

— Ora, meu lorde. O senhor mais do que ninguém sabe como as notícias correm rápido.

— Deveras. Então dever presumir que a Mãe dos Dragões logo se voltará para os Sete Reinos.

— E o senhor, suponho, a acompanhará como um fiel conselheiro.

— Na verdade sempre trabalhei para colocar o verdadeiro herdeiro no trono desde que vi o desastre que era Robert Baratheon.

— O que ainda não explica por que está aqui.

— Desejo lhe fazer uma oferta. O reino se beneficiaria muito de um governante como você.

— O reino se beneficiaria de um longo verão e colheitas abundantes. O resto pouco importa.

— Verdade. E um rei que tenha consciência disso seria de grande ajuda.

— Já sou rei. Sou responsável por mais vidas do que gostaria. Por que acha que eu acrescentaria mais peso ao fardo que carrego?

— Porque é o único que pode. Porque alguém que ver uma coroa como um fardo e não uma fonte de poder é o governante que precisamos.

— A Rainha Dragão sabe que está aqui me oferecendo a coroa pela qual ela luta tanto?

— Um reino precisa de um rei e uma rainha.

— E você assume que ela quer compartilhar – riu-se Jon.

— Daenerys, pelo que me contaram, é sensata o suficiente para reconhecer uma união vantajosa. Por simples adição, seis dragões são melhores que três.

— E essa união seria baseada...?

— No casamento, é claro.

— Quer que eu case com minha tia?

O Povo Livre não casava nem com alguém da mesma tribo. Casar com alguém do mesmo sangue era impensável.

Jon inspirou profundamente, colocando os pensamentos em ordem.

— Creio que esteja a caminho de Meeren, Lorde Varys.

— Sim e gostaria de garantir a rainha que ela tem a lealdade da única família que lhe resta.

— Sou leal ao meu povo, meu lorde. Um sentimento que parece entender. Diga a sua rainha que não tenho interesse no Trono de Ferro.

— Ela esperará que demonstre algum tipo de comprometimento.

Obviamente. A garota achava-se no direto de exigir que todos dobrassem os joelhos diante dela apenas por causa do nome que carregava.

Ela teria que suportar o desapontamento.

— Diga a ela que o Norte está sob minha proteção assim como as Terras do Rio. Quando ela chegar, encontrará em nós inimigos ou aliados. Tudo vai depender dela. Eu não ajoelho.

— Pretende dividir o reino.

— O reino já está dividido, não percebeu? Se a sua rainha for competente o suficiente para uni-lo novamente, será digna da coroa que deseja tanto. Mas para isso precisará de bem mais do que fogo de dragão.

— Lorde Stark governa o Norte, se escolher dobrar o joelho para Daenerys...

— Então a escolha será dele. O meu povo não serve aos Stark. Embora estejamos desse lado da Muralha, não estamos ligados ao Trono de Ferro.

— O que pretende fazer depois que Lorde Tywin ceder?

— Conseguirei a independência dos nossos aliados.

— A rainha não aceitará apenas um fragmento do reino.

— Então ela que conquiste o resto. Mas posso afirmar que dará muito mais trabalho do que quebrar correntes e libertar escravos.

— Seria muito mais fácil se aceitasse o casamento.

— Posso até ter sangue Targaryen, mas um homem do Povo Livre não casa com a tia. A única coisa que posso oferecer a ela é um sobrinho.

— Eu acho que quando o momento chegar, Vossa Graça fará o que for necessário para o bem de todos.

— Acha que me conhece.

— Não, mas conheço governantes. Servi a vários deles. Existem aqueles que sacrificam o povo em seu benefício e aquele que se sacrificam em beneficio do povo. E você é do segundo tipo.

Jon nada disse. Talvez chegasse o momento em que tivesse que fazer algo impensável. E tinha a impressão que esse momento estava próximo.

— Antes de partir, meu senhor. Gostaria de lhe dar um aviso. Lorde Tywin usou boa parte do ouro que cobrou para fazer Margaery rainha em uma transação secreta com a Casa de Preto e Branco em Braavos.

— Acha que contratou um Homem Sem Rosto.

— Sim e não vejo outro alvo possível a não ser vossa graça. Também pagou a mais por um trabalho rápido.

Isso seria um provável problema. Ninguém sobrevivia aos Homens Sem Rosto.

— Obrigado, Lorde Varys por seu aviso.

— Tenho algo que gostaria de lhe oferecer em sinal de boa fé – Ele retirou de um saco que carregava. Uma bainha de pele de lobo se fez ver.

A bainha e o punho da espada eram conhecidos.

— Confio que fará com que Gelo retorne as mãos do devido dono.

— Lorde Stark a receberá – afirmou enquanto pegava a espada.

— Nos veremos em breve meu rei.

— Não creio que seja seu rei, Lorde Varys.

A Aranha riu enquanto se dirigia a saída da tenda.

— Vossa Graça, saiba que apesar de sua relutância você já é rei e não apenas dos selvagens. Quanto mais cedo aceitar isso melhor para os Sete Reinos.

A Aranha deixou sua tenda, sorrindo como se tivesse conseguido tudo que queria com aquela visita. 

Na manhã seguinte, Fantasma matou uma garota que veio servir um chá a Jon.

Não deveria ter mais do quinze anos. Quando entrou em sua tenda, foi derrubada pelo lobo que atacou silenciosamente. O sangue de sua garganta espirrou pelas paredes de peles.

Jon levantou-se rapidamente, e tentou afastar Fantasma do corpo da menina. Seu companheiro ainda rosnava ameaçadoramente, mesmo que a vida já tivesse se esvaído do corpo de sua vitima.

— O que está acontecendo? – Lorde Umber adentrou na tenda com a espada na mão. Atrás dele, Varla puxou uma faca.

— Seu lobo enlouqueceu – acusou ela – Matou Tilda.

Jon olhou assombrado enquanto Fantasma arrancava o rosto da garota. Mais assombrado ficou quando a face inteira se despregou e uma transformação se seguiu.

Onde antes jazia uma garota ruiva sardenta, agora havia um homem de pele negra e cabeça raspada.

— Malditos sejam – esbravejou Grande Jon – Um Homem Sem Rosto.

— Como sem rosto, se ele tem dois? – indagou Varla.

Jon fechou a mão em punho. Esse problema teria que ser resolvido imediatamente. Não teria Fantasma ao seu lado todos os dias, o dia todo.

— Coloque a rosto em um saco e chame um mensageiro. Vou escrever a Lorde Lannister. Também prepare o exército.

— Para a batalha?

— Para voltar para casa.

A mensagem que mandou se resumia a única frase.

“Eu também sei quanto cobram na Casa de Preto e Branco.”

Lorde Tywin se encontrou com Jon no portão no fim da tarde daquele dia.

Uma grande mesa foi de conselho foi improvisada e todos sentaram.

Junto com ele estavam Tyrion Lannister, Rainha Cersei, Oberyn Martell, um Meistre e alguns outros que não pode identificar.

— E o seu rei? 

— Rei Joffrey encontra-se em segurança – respondeu Cersei – A Mão falará em....

— Deixem-nos a sós – cortou Lorde Tywin, e foi obedecido imediatamente.

Jon assentiu a seus homens que também se afastaram.

— Deve esperar, meu lorde, que o próximo assassino que mandar seja bem sucedido porque para cada um que vier a partir de agora e falhar, darei um nome de um membro de sua família para o deus de muitas faces.

Lorde Lannister não demonstrou nenhum tipo de emoção. Mas se recostou na cadeira, com um suspiro.

Pareceu para Jon, que assim como ele, o homem estava cansado desse jogo.

— Depois de pagar, você deve uma vida – esclareceu o senhor - Escrevi à guilda, trocando seu nome por outro.

— É possível trocar?                                                        

— Não sei.

— Saberemos em breve, então.

Jon também se recostou em sua cadeira.

— Chamamos o Meistre para preparar o documento?

No papel, ganhou o Norte e o Tridente. Os Lannisters ganharam a promessa de que enquanto cumprissem o acordo Jon não pegaria em armas contra eles. Ambos ganharam uma paz quebradiça.

— Leve para que o rei assine – ordenou Lorde Tywin ao anão – Quero sete testemunhas presentes.

Jon mandava Lorde Umber como testemunha, quando a Mão comentou:

— Eu tenho uma neta. Não muito mais nova que você.

Jon o encarou.

— Um acordo é melhor firmado com um casamento.

— Parece que essa é a opinião de todos. Mas dessa vez minha palavra vai ter que bastar.

Lorde Umber retornou com a assinatura do rei. Jon e Lorde Tywin também assinaram.

E voltaram para casa.”

Até aquele momento Fantasma não havia matado mais ninguém. Mas Jon temia que isso queria dizer apenas que os Homens Sem Rosto planejavam uma maneira melhor de matá-lo.

Mas tinha coisas maiores para se preocupar. Como o Meistre do qual quase recebeu o nome.

— Ela gostaria que me chamasse Aemon – comentou Jon apertando a carta no punho.

O tio-avô sorriu.

— Sua mãe me conheceu apenas por umas escassas cartas. Mesmo assim éramos família. E por esse simples fato, ela me confiou seu maior segredo. Gostaria que me prometesse que dará o mesmo voto de confiança a Daenerys.

— Não costumo fazer promessas que provavelmente não cumprirei. Para cada história dela libertando escravos, há outras sobre homens crucificados. A loucura corre nas veias dos Targaryen.

— Sangue este que pulsa em você – lembrou o ancião.

— E em muitas ocasiões questiono a minha sanidade.

— Vocês são os últimos dragões. Uma chance é tudo que peço. Conseguir essa promessa de você é a única coisa que posso fazer por ela. E estou cansado de me sentir impotente.

Jon suspirou:

— Está bem, tio. Quando a rainha chegar, darei a ela o beneficio da dúvida. E enquanto isso, se aparecer uma oportunidade, a ajudarei da forma que poder. Eu prometo.

Meistre Aemon sorriu novamente e Jon sentiu-se feliz por dar algum conforto a ele. Sentia que devia isso a mãe.

Na manhã seguinte, Jon o levou para voar de dragão. O Meistre adormeceu durante o voo e não acordou mais. 

Jon usou Valkius para queimá-lo.

Quando Jon voltou a Dádiva, Tormund lhe entregou uma carta de Winterfell contando sobre a derrota de Stannis Baratheon na Baía da Água Negra.

Também naquele dia, Folha dos Filhos da Floresta lhe alertou sobre três sanguessugas jogadas no fogo e o nome de três reis murmurados.

 


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