O Outro Lado do Espelho escrita por Machene


Capítulo 17
Uma Viagem Surpresa




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Cap. 17

Uma Viagem Surpresa

 

Pra tentar retomar o controle sobre Drisa, Salima respira fundo e sussurra palavras de incentivo para si mesma. Contudo, mesmo que mande a tigresa agir diferente, mental ou verbalmente, a fera apenas a fita de forma assustadora. Alguns espectadores sentem a diferença na luta delas em relação à anterior e seus amigos logo ficam aflitos. Em dado momento, Driger senta de frente para a adversária e observa-a dar voltas ao seu redor.

Ninguém compreende esta reação, nem mesmo os competidores. Repentinamente, os brasões liberam luzes coloridas, como ocorreu com Dragoon e Drena, e os beys não se tocam também. A manifestação, porém, dura mais tempo, pois os felinos se encaram por um período comprido. De súbito, a tigresa salta sobre o tigre, que desvia, e o estádio recomeça a tremer. A situação se repete durante alguns segundos.

Hana se levanta do banco das Beautiful Girls e vai até os juízes ali perto. Hiro faz o mesmo, pedindo que seus alunos esperem no mesmo lugar.

Daichi – O que a Salima e o Ray estão fazendo? Por que não estão lutando?

Kenny – Eu acho que o problema é a Drisa! – diz teclando no laptop— Dizzi?

Dizzara – Seu palpite está certo, Chief. A Drisa não quer obedecer a Salima e está liberando uma grande quantidade de energia por conta própria. Se os tremores ficarem mais fortes, o estádio todo vai vir abaixo! – enquanto isso, o técnico deles chega à delas.

Hiro – Hana! – a moça e os juízes o encaram – O que está acontecendo?

Hana – Nós temos que parar esta luta! A situação está ficando perigosa!

Hiro – Sim, eu percebi isto também! A Drisa não quer obedecer à Salima?

Hana – Sim, e já que ela não pode contê-la, todos estão em perigo! – de repente Drisa começa a se debater no ar e o terremoto faz as pessoas fugirem assustadas.

Ray – SALIMA! – ele grita quando a vê descer pelo beystadium destruído – NÃO FAZ ISSO, SALIMA! – Ray escorrega até o fundo da cuia e consegue segurá-la, pelo braço esquerdo e pela cintura, antes de tocar o bey – Você não pode chegar perto agora!

Salima – Ray, eu preciso fazer alguma coisa, senão todos aqui vão acabar saindo machucados! – eles escutam a tigresa rosnando enquanto Driger tenta imobilizá-la – É igual como naquela vez. Eu não consigo comandá-la. Está fora de controle.

Ray – Mas nós não podemos fazer nada! Se você se aproximar, vai acabar ferida!

Salima – Mesmo assim tenho que tentar, ela é minha responsabilidade! – a ruiva tenta se libertar, mas os dois caem para trás com um novo tremor.

Para a sorte de ambos, neste instante vários dos lutadores do campeonato unem-se na arena. Eles formam um círculo ao redor do beystadium e apontam seus disparadores para o centro do caos, enquanto as beyblades ainda estão se atracando. A irmã de Zene, Nadine, e o treinador dos Psykick, Gordo, estendem as mãos ao casal e os tiram de lá.

Gordo – Muito bem, todos juntos! Em três...! Dois...! Um...! Agora!

Todos atiram seus peões ao mesmo tempo, e quando eles colidem com os outros dois um último tremor racha o palco no meio. As feras retornam, permitindo que os seus parceiros suspirem aliviados. Felizmente ninguém saiu machucado, excerto por algumas contusões em Ray e Salima. Brooklyn desce para recuperar as beyblades dos dois e dá à Belina na subida, deixando-a as devolver. Ao receber a sua, a ruiva abaixa a cabeça.

A vontade que tem é de chorar vendo as peças lascadas, que diante dos seus olhos são uma prova de incapacidade como blader. Mesmo assim, ela consegue se controlar.

Goki – Vocês estão bem? Quebraram alguma coisa? – o casal acena em negação.

Salima – Graças a Deus, e a vocês, estamos bem. Obrigada. E eu agradeço a você também, Ray. – ambos sorriem e recebem a ajuda dos amigos para levantar.

DJ Jazzman – Bom, se estão todos bem, qual foi o resultado da luta? – questiona virando-se a Stanley Dickenson, frente aos familiares dos jovens.

Stanley – Depois nós vemos isso. – ele ofega, limpando o suor da testa – Eu posso divulgar o resultado amanhã. Por Deus, não sei como explicarei isto à imprensa... Por favor, certifique-se de que os seguranças mantenham fechadas todas as entradas e saídas até segunda ordem. – o apresentador acena em confirmação e se retira antes de Mariah passar na frente dos companheiros, pondo-se ao lado de Ray e fitando Salima.

Mariah – A culpa disto tudo é sua! Você quase matou o Ray e todo mundo aqui!

Ray – Não fale assim Mariah! Aquilo foi um acidente! – ela balança a cabeça.

Mariah – Não é exagero Ray! Se ela não tem controle sobre a própria fera bit, não devia nem ter uma! Aliás, a Drisa não devia estar com vocês, para começo de conversa.

Márcio – Ei, Mariah, não seja tão dura! Salima não fez isto porque quis!

Salima – Não, ela tem razão. – a moça interrompe, olhando os adultos da família Beyfly – Eu sinto muito. Acho que ainda não estou pronta para controlar a Drisa. – diz entregando a beyblade para Keilhany e saindo correndo do local.

Melissa – Salima! Droga...! Anda meninas, vamos atrás dela! – as Beautiful Girls a seguem e Kailane ainda olha seriamente para Mariah antes de sair, fazendo ela recuar atrás de Lee – Depois a gente fala com vocês! – a loira grita ao pai.

Lee – Viu só o que você fez, Mariah? Não precisava ter dito aquilo!

Alan – Todos viram que foi um acidente. A Drisa não estava no seu normal.

Eddy – Faz sentido dizer que a Salima não devia estar preparada se a fera bit não quis obedecê-la, mas elas trabalharam bem da última vez.

Mariel – Realmente, as feras bit sentem a insegurança ou o medo do seu lutador, contudo eu concordo que o problema aqui não era ela e sim a Drisa.

Charles – Nós avaliaremos isto. – todos se voltam ao homem – Por enquanto, nós conversamos e entramos em um acordo. – ele se refere a todos os adultos presentes ao seu redor e sorri – Temos uma proposta de treinamento para vocês.

Claude – “Treinamento”? De que tipo? – a mãe de Max dá alguns passos à frente.

Judy – A senhora Yamari concordou em ceder a sua mansão em Malibu para que todos vocês passem um tempo treinando entre si e com suas feras bit. – os bladers fitam os adultos e se entreolham com incredulidade.

Diná – Não acredito. Isto é sério mesmo? – os senhores e senhoras confirmam.

Spencer – Qual o objetivo? Nós vamos competir entre nós de novo?

Bruce – Não. – responde o pai de Tyson e Hiro – Vocês se hospedarão na mansão dos Yamari por uma semana, desenvolvendo as suas habilidades e se aproximando das suas feras bit. Nossa intenção aqui é fazê-los ficar mais fortes e conectados com elas, para que nada parecido com o que houve hoje aconteça de novo. Seus treinadores serão Hiro, Hana, Gordo e Nadine. – o quarteto se entreolha igualmente pasmo.

Taro – Claro que esta também é uma ótima chance para se conhecerem melhor. – sorri o pai de Max – Nós manteremos contato o tempo todo, mas ninguém é obrigado a ir, então quando partirem dentro de dois dias só entra no avião quem quiser.

Olinda – Oh, que interessante. – a jovem profere sem expressão – E por que todos foram convidados? Nem todo mundo aqui tinha relação com a família Beyfly.

Zilda – É mais um motivo. Eu tenho certeza de que vocês são talentosos, mas para alcançar um equilíbrio na sua força será preciso mais do que talento. Meus empregados e minha neta cuidarão para que todos tenham uma estadia agradável na nossa casa até se estabilizarem, e quando chegar a hora de partir todos serão enviados de volta pra casa às nossas custas. Acredito que ninguém irá se opor a isso.

Tyson – Mas por que vocês querem nos ajudar? É por causa das feras bit?

Greice – Também. – a mãe de Keilhany apoia o cotovelo direito na mão esquerda e toca um lado das bochechas – Podem considerar isto um presente de reconhecimento.

Sandro – De uma forma ou de outra, vocês agora fazem parte da família Beyfly e podem contar com nosso apoio enquanto quiserem manter esta relação, contanto que se disponham a aceitar nossas orientações. – seu marido completa, então os adolescentes se entreolham novamente e alguns logo sorriem, concordando com a oferta.

Ryu – Agora, seria bom que alguém fosse dar a notícia àquelas garotas. – o avô de Hiro e Tyson olha de soslaio aos Bladebreakers e eles riem, saindo correndo.

No camarim das Beautiful Girls, Salima se encolhe numa cadeira de frente para o luxuoso espelho da penteadeira, com os olhos marejados e vermelhos, e recebe consolo.

Keilhany – Salima, querida, não chore. É de partir o coração ver você assim.

Salima – Não posso evitar! Mariah tem razão, eu sou uma desastrada!

Melissa – Você não deve ligar para o que a Mariah diz, porque não teve culpa no que aconteceu. Ainda está aprendendo a lidar com sua fera bit, então é normal...

Salima – O problema é que o Ray quase se feriu, Melissa! – ela joga o disparador longe – E muita gente correu perigo também, tudo porque eu não controlei a Drisa!

Kailane – Acidentes acontecem, mas não pode deixar isto derrubá-la. Ajudaremos você a treinar e, com o tempo, conseguirá guiar a Drisa.

Salima – Não posso! O que o Ray vai pensar de mim agora? – Diva entrega um lenço para a ruiva e ela enxuga as lágrimas – Quando os meninos e eu éramos membros dos Psykick, eu lutei contra o Ray. Estava fora de mim, tentando dominar uma cyber fera bit que sugou toda minha energia. Eu disse coisas terríveis ao Ray e o fiz desconfiar das minhas palavras, porque prometi ajudar sua equipe a deter aquela organização para salvar os meus amigos. Mesmo assim, ele me defendeu e agora eu retribui colocando-o em perigo de novo. – Melissa bufa e senta em uma cadeira ao lado dela.

Melissa – Ah sim, aquelas feras falsas... Você já se livrou delas garota, então só se levante e dê a volta por cima! Ray não vai te culpar por perder o controle de novo.

Kailane – Escute Salima... – a mais velha segura as suas mãos – Sei que você está passando por uma situação difícil, e não foi só pela pressão de nos ajudar a vencer, mas também por causa dos seus dois grandes desejos. – as moças a encaram com estranheza – Você também quer se sentir útil, assim como o resto de nós, e mais do que tudo deseja ficar com Ray, não é?! – Salima cora instantaneamente e não consegue responder.

Hilary – Salima, é verdade? – a jovem suspira e abaixa a sua cabeça após Kailane soltá-la, balançando os pés por nervosismo.

Melissa – Viram? Eu sabia! Quando digo que duas pessoas devem ficar juntas...!

Diva – Ah vai Melissa, agora não! – a loira maior se cala com um bico – Você tá preocupada com a Mariah? Porque ela é meio pirada.

Salima – Não quero tirá-lo dela, já que a Mariah mesma me confessou que o ama.

Melissa – Não acho que ela o ame. Talvez a Mariah esteja confundindo as coisas e isso seja simpatia. Ou pelo menos amor de irmão, já que eles são amigos de infância. E neste caso ela deveria entender a diferença, considerando que tem o Lee de irmão mais velho, mas o carinho a cegou. É deprimente e muito comum. Agora vejamos... Nós só precisamos de alguém que faça a Mariah esquecer o Ray.

Keilhany – Está mesmo planejando juntá-la com outro garoto só para o Ray ficar livre pra Salima? – Melissa acena em confirmação, fazendo as amigas suspirarem.

Melissa – Não deve ser tão difícil, considerando que ela é bonita e que metade dos nossos amigos são homens. – nesta hora alguém bate na porta do camarim e Max entra – E aí coelhinho! O que faz aqui? – o rapaz enrubesce e as outras a fitam com surpresa – Que foi? Ele não parece um coelhinho fofo? Olhem só estas bochechas! – ela as aperta.

Max – Peraí Meli, isto é vergonhoso! – a loira pausa e se desculpa rindo enquanto o jovem massageia as bochechas – Eu vim aqui avisar uma coisa. Quer dizer, nós. – da entrada surgem Daichi, Kai e Kenny – Tudo bem com você, Salima?

Salima – Sim. – a ruiva tenta melhorar a expressão passando as mãos no rosto.

Max – Bom... Nós temos uma grande novidade! Os nossos parentes conversaram e todos entraram num acordo de nos deixar usar a mansão da família Yamari pra treinar!

Kailane – Como é que é? Que história é esta? – o quarteto explica para as moças a história inteira – Agora eu entendi, mas ainda acho inacreditável.

Kai – Pois pode acreditar. Sua avó parecia muito firme com a ideia.

Melissa – Por que você está grilada, Lane? Esta é realmente a melhor notícia de todos os tempos! Nós vamos ter férias na sua casa com todos os nossos amigos!

Keilhany – Não são “férias”, Meli. Não ouviu que vamos treinar?

Melissa – É o de menos! Digam, vocês aceitaram a proposta, não é?!

Max – Claro. – o sorriso de Melissa cresce e, no instinto, ela traz o rosto de Max para perto dos seios, apertando-o alegremente.

Melissa – Legal! Finalmente nós conseguimos, mostramos do que somos capazes!

Daichi – Acho que vai ser muito divertido mesmo, mas nós temos que sair e nos preparar para a viagem. Acho que eu preciso fazer umas compras.

Diva – Vocês deviam pensar em levar pouca bagagem, porque todas as equipes se responsabilizam sempre em dividir as tarefas quando nos reunimos. Por exemplo, como devem lembrar, os Dark Dragons são sobreviventistas. Eles cuidam de levar uma mala apenas com itens de primeiros socorros em toda viagem, e normalmente a Berta faz os remédios. Eles são naturais e servem para tudo, desde dor de barriga até virose.

Keilhany – Verdade. Nossas famílias economizam muito com conta na farmácia. – todos riem – E a Kalil até sabe fazer tinta com frutinhas silvestres.

Kenny – Uau! Sendo assim, podemos cortar suprimentos médicos da lista.

Diva – E a comida, porque a equipe Soul Cycle sempre carrega muitas refeições.

Hilary – Acho que podemos dividir as tarefas depois então. Nós já saímos, vocês vão na frente. – os jovens notam pelo olhar da morena uma indireta de que elas vão falar com Salima ainda, então três deles vão para a saída, porém Max levanta o braço direito.

Max – Melissa, não tô respirando! – ele relata sufocado e, constrangida, ela o solta pedindo desculpas enquanto o loiro ri, massageando o pescoço – Tudo bem. Ah, o Ray e o Tyson queriam falar com vocês também, mas eles preferiram esperar no corredor.

Salima – Neste caso, vocês podem ir meninas. Eu quero ficar um pouco sozinha. – as amigas se entreolham, percebendo que ela não quer é encontrar com o chinês.

Kailane – Está bem. Depois nos vemos na saída VIP. – a ruiva acena em acordo e o grupo se retira, encontrando com os outros dois Bladebreakers de frente para a porta.

Ray – Tudo bem com a Salima? Eu posso falar com ela?

Melissa – Melhor não, meu querido. Venham com a gente. – ela puxa um braço de Tyson e outro de Ray – Vamos dar uma passadinha no salão principal e procurar nossos amigos. Precisamos combinar umas coisinhas com eles, em especial com o Márcio.

Max – Isto tem alguma coisa a ver com o que vocês estavam falando antes de nós entrarmos? – a loira para e solta os companheiros, virando-se para ele com um sorriso.

Melissa – Oh, então você ouviu. Alguém mais sabe do que ele está falando? – os demais rapazes ficam quietos – Entendi... Quer me ajudar com isso, Max coelhinho?

Max – Eu não sou bom com planos maléficos. – Melissa ri e o puxa desta vez.

Melissa – Não esquenta que eu te dou umas dicas. – os dois riem e vão na frente.

Kai – Devíamos ignorar isso? – Kailane afirma acenando e todos dão de ombros.

Chegando novamente ao salão principal, as equipes começam a comentar sobre a viagem à Malibu. Os familiares dos lutadores não estarão presentes nesta semana e seus quatro treinadores deverão informa-los de todo o desenvolvimento que tiverem. Depois que as famílias e os times se dispersam, com a ajuda dos seguranças presentes no local por conta da imprensa e dos curiosos, as Beautiful Girls esperam Salima na saída.

Elas e Hana convencem os Bladebreakers a irem para seu hotel com Hiro, dando a certeza que se falarão mais tarde. Imaginando que a ruiva e as outras poderão reclamar do plano que arquitetou junto de Max, referente a união de Mariah com um pretendente disponível, Melissa só lhe informa dos detalhes combinados sobre a estadia na mansão Yamari. No dia seguinte é noticiado que o resultado do torneio terminou em empate.

Por suas façanhas no campeonato, os Bladebreakers permanecem com o título de melhor time de beyblade do mundo, mas as Beautiful Girls levam as feras bit sagradas. Alguns fãs não se conformam. As duas equipes, por outro lado, aceitam a conclusão. No dia da partida, o clima de primavera deixa a manhã agradável. O grupo de bladers se apresenta no aeroporto do Rio de Janeiro, e desta vez a quantidade de membros é maior.

Os fãs e repórteres fazem uma enxurrada de perguntas, e a maioria foi respondida em entrevistas aos líderes da família Beyfly. Televisões suspensas nas colunas mostram um programa de auditório, e neste momento, pra surpresa de todos, todas as Beautiful Girls surgem cantando. Hilary e Salima coram pelos comentários dos amigos, elogiando sua performance ao ajudar as veteranas na música que cantaram por diversão dias atrás.

Hilary Duff - My Kind

Célia – Alguém fez um espetáculo de última hora e não avisou os amigos.

Diva – Não estávamos esperando por isso. Era para ser uma entrevista.

Mariam – Quem diria, Hilary e Salima tão podendo! Vocês andaram treinando?

Salima – Por incrível que pareça, não. Só ouvimos umas músicas durante o tempo livre, quando nos hospedamos no apartamento da Hana.

Tyson – O que mais vocês andaram fazendo enquanto não estávamos olhando?

Hilary – Não é da sua conta. – rebate virando a cara, o que causa espanto e risadas abafadas de todos contra a expressão surpresa e aborrecida do garoto.

Chegada a hora de entrar no avião, as famílias dos bladers se despedem e eles se vão acenando para a multidão. A viagem é tranquila, com as pessoas mais informadas relatando aos demais o que encontrarão em Malibu. A princípio é avisado que a mansão Yamari tem vários criados e um ou dois animais de muitos tipos: cães, gatos, coelhos, cavalos, macacos de pequeno porte e até diversos pássaros soltos nas árvores.

Horas mais tarde a maioria acaba dormindo. Os poucos acordados conversam em tom baixo uns com os outros. Kailane toma a liberdade de se levantar do seu assento e ir sentar com Kai, que está ouvindo música de olhos fechados. Ele só os abre ao senti-la puxar o fone de ouvido esquerdo, para saber o que está escutando, e acaba sorrindo.

Kailane – Esta música é tranquila. – diz num sussurro – A melodia me agrada.

Kai – Eu soube que sua banda vai cantar no anfiteatro da cidade.

Kailane – Sim. Nós planejamos isso, já que não pudemos fazer o encerramento do torneio pelo estrago no estádio. O show será transmitido ao vivo daqui a uma semana.

Kai – No final do nosso tempo juntos. – a moça ergue uma sobrancelha e ri – Eu quero dizer, treinando. – o rapaz complementa, virando o rosto corado para disfarçar.

Kailane – Você é bem sociável quando quer, Kai. – ele não consegue esconder seu rubor desta vez e a moça morde o lábio inferior, tentando conter a súbita euforia – Você ficaria chateado se nos separássemos depois desta semana?

Kai – Vai acontecer, não é?! – ela sorri tristemente e acena em concordância.

Kailane – Acho que sim. Mas... Pela primeira vez eu estou feliz de voltar pra casa.

Ambos sorriem e continuam dividindo o fone, sem notarem que Melissa observa a todos com um sorriso malicioso no rosto. A viagem se encerra à noite, com o pouso do avião na imensa propriedade arborizada dos Yamari, no topo de uma alameda.

 

Continua...


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