A Lua e o Dia

Leitora: Quantos anos você tem?

Eu: Muito velho para escrever fanfics.

Leitora: Imaginei.

Eu: ....

Foi engraçado, mas que doeu, doeu.

Brincadeira, leitora. Pode mandar mensagens quando quiser, principalmente depois de ler essa aqui.

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Vamos tentar algo novo, hoje.

Permitam-se dar uma pausa em tudo o que está ocorrendo e, por alguns minutos, vamos voltar ao início.

Vamos rever o primeiro ano da princesa de Mewni na Terra.

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Dia 01

Não foi necessário muito esforço para convencer o diretor a receber a nova aluna no meio do semestre.

O baú de ouro oferecido tão generosamente pelos pais da mesma cumpriu sua ação persuasiva, como esperado.

Também não foi necessário que se convencesse o melhor aluno da escola a acompanhar a jovem princesa, mostrando todas as dependências do lugar.

Desde que se entendia por gente, Marco Diaz só havia tido olhos para apenas uma única garota.

Até conhecer a princesa de Mewni.

Linda, de cabelos longos, pele pálida e macia. Era baixa para a idade, mas compensava com mau humor e ousadia.

Seu lado externo com certeza não refletia seu interior furioso. Já havia conseguido fugir de dezenas de internatos. Não seria um planetinha atrasado como a Terra que a impediria de faze-lo de novo.

 Não importava o quanto fofo o jovem em sua frente parecera.

Em fato, eles passaram algum tempo se encarando. Ambos com um misto de curiosidade e uma atração magnética que nenhum deles sabia explicar.

....

— ....Senhor Diaz, fui claro?

A voz rouca do professor trouxe ambos de volta a realidade, acabando com o flerte não-verbal.

— O que? Ah, sim. Mostrar a escola. Entendi.

Corando, ele estendeu a mão, com um leve tremor, na direção da princesa. Ele estava muito mais nervoso do que aparentava.

— Meu nome é Marco.

Por sua vez, ela o cumprimentou com um aperto de mão forte, ainda que as palavras de sua mente pareciam ter ido dado uma volta e a tinham deixado na mão.

— Eu... É.... Princesa de Mewni.... Eu....

— Tenho que te chamar de majestade ou....

— Full Moon. Pode me chamar de Full Moon.

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Dia 217 — Madrugada

Duzentos dias foi o tempo que levou para a princesa mudar a vida dos habitantes de Echo Creek para sempre.

Marco não era mais o mesmo rapaz tímido de antes. Ele não sabia bem o que havia sido, se fora a convivência com Full Moon ou ter que enfrentar dragões e monstros. Mas ele estava mudado.

Mais confiante. Mais forte.

Incrivelmente mais tímido. Do contrário, já teria dito o que sentia a ela antes. No entanto, ele perdia tantas oportunidades de se declarar na mesma proporção em que matava unicórnios arruaceiros.

Ou seja, diariamente.

No 217° dia, contudo, haveria algo diferente.

Seria a última oportunidade de revelar o que sentia desde o primeiro dia.

Como prometido, o namorado de Full Moon estava vindo para a Terra. Iriam fugir juntos, para muito longe.

Se não fosse a intromissão ensandecida de Janna Ordonia e Evelyn Vandallos, talvez a história aqui contada fosse bem diferente.

Graças aos Céus que existam Sex Shops abertas 24hs.

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— Mas o que é isso?!?!?!

Num susto, Marco tentou dar um salto rápido para fora da cama, que o levou a um tombo certo de cara no chão.

E o motivo do acidente era claro: ele estava acorrentado pela perna na estrutura da cama. Mas não com correntes. Era uma algema felpuda e rosa, designada especificamente para ser usada em certos tipos de fetiches sexuais.

— O que vocês pensam que estão fazendo?!

Janna e Evelyn olhavam congeladas para a cena. Era suposto ser algo simples algemar Marco enquanto dormia.

— Ajudando você…. – Argumentou Evelyn, meio sem graça devido ao tombo do rapaz.

— Isso é para o seu próprio bem, Marco! – Afirmou categoricamente Janna.

— É mesmo?!

— Bom.... Pro nosso também. Não podemos deixar a Full Moon ir embora. Ela é a melhor coisa que já nos aconteceu!

Marco respirou fundo antes de continuar, já que socar as duas era moralmente errado.

Nem tanto, já que deveriam ser umas cinco da manhã. Mas ele se sentiria culpado depois.

— E o que você ganha me algemando na minha cama?

— Vamos prender vocês dois aqui.  E só vão sair quando você admitir o que sente.

Com sorte, ela não vai querer ir embora.

O rapaz se sentou no colchão, ainda algemado.

Estava claro que, assim como ele, as duas tiveram sua vida mudada pela presença da princesa. Se jeito forte, se estilo de liderança confiante inabalável.

A capacidade de destruir demônios e goblins e ainda preservar intacto o esmalte das unhas.

Full Moon causara um grande impacto nelas – principalmente em Evelyn – que adotara para si o apelido MoonFan13.

— Se o seu plano era me trancar com ela, como traria ela do quarto dela até aqui?

Janna virou seu olhar para MoonFan. Como resposta, ela tirou um saquinho do bolso esquerdo do casaco cor de rosa.

— Vocês iam drogar a Full Moon?! Qual é o problema de vocês?!

— Ah, que isso! – Disse MoonFan – É só Rufilin. O bastante para traze-la até o seu quarto. Inofensivo.

Marco a fitava com austeridade e uma vontade inabalável de cometer homicídio.

Ela sentiu o olhar e começou a suar frio.

— Bom, quase inofensivo.

Rufilin = Boa noite Cinderela.

Se beber, não case!

....

— Olha, eu entendo o lado de vocês. Não querem perder a melhor amiga.

— Ela não é só nossa melhor amiga. Ela é tudo pra gente. A Full Moon nos levou para andar em cima de águias gigantes!

Ela fez o pessoal da escola parar de zoar com a Evelyn! E quem mais assistiria filmes de terror até as três da manhã comigo???

— Eu faço isso com você também!

— É, mas é diferente....

— Como pode ser diferente?!

— Você tem um pênis, ué. Não é a mesma coisa.

Controlando sua voz interna que gritava incessantemente por sangue, Marco olhou com firmeza para as duas.

— Acredite, se dependesse de mim, ela nunca iria embora. Discutimos sobre isso.

Brigamos, até. Eu a amo. Mas ela está decidida. Ela ama ainda mais o namorado.

Eu sinto muito.

— Não podemos desistir! – Berrou MoonFan – Ela nunca desistiu da gente!

— Eu sei, eu sei. Mas não é o caso de desistir. Ela não quer ficar! Nunca quis! Não podemos fazer nada! Não podemos....

Então, de relance, um pensamento fugaz veio à mente do rapaz.

Francamente, ele se sentia mal por não ter pensado isso antes.

— A não ser.... Droga!

Escutem, desde que ela chegou aqui, o que todos querem da Full Moon?

— Não sei – Disse Janna – O número do telefone, dormir com ela, saber onde ela mandou tingir os cabelos de branco....

— A varinha – Respondeu MoonFan.

— Exato! A droga da varinha! Toda a criatura mágica só veio até aqui para tentar roubar a varinha.

— Com exceção da Cabeça – Pônei....

— É – Marco concordou com a cabeça – Essa aí só vem para roubar a minha sanidade. Mas todo o resto vêm pela varinha. E se o namorado dela for só mais um que quer poder?

— O que você quer dizer – Indagou Janna.

— Que temos que estar preparados, para o pior. Nunca se sabe.

Evelyn, você ainda faz aquelas aulas de cerâmica?

— Faço....

— Janna, ainda faz aquelas aulas de pintura a óleo?

— Querido, eu poderia falsificar um Picasso.

E poderia mesmo. Já havia tentado. Mas essa é outra história.

— Ótimo. Eu tenho um plano. Mas temos que correr. Ela vai partir da cobertura da escola, as nove em ponto. Temos pouco tempo. E preciso que vocês me soltem.

Enquanto Evelyn abria as algemas, Marco explicava seu plano passo a passo.

Janna se sentia orgulhosa de saber que, depois de tantos anos convivendo com Marco, ele havia aprendido algo com ela sobre vandalismo e furtos juvenis.

Quando cada um já saia sua parte na tarefa, só restava dois pontos a serem esclarecidos.

— Como vocês invadiram minha casa?

— Não invadimos – Explicou Janna – Seus pais nos apoiaram, totalmente.

Eles querem muito que a Full Moon seja nora deles.

— Sério?

— Olha, desde que não seja eu, eles provavelmente topam qualquer uma....

Marco deu de ombros. Parecia algo que os pais dele realmente teriam dito.

— E onde vocês conseguiram essas algemas?

As duas se entreolharam e nada responderam.

Se ele não tinha conhecimento que existem Sex Shops abertas 24hs, não seriam elas que contariam.