Entre o céu e o inferno escrita por Geovanna Machado, Lara A Cavalcante


Capítulo 13
Capítulo 13 – A faca dourada (Miguel)




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Logo que Catherine vomitou a quarta vez, eu retirei o lixo do cesto que ela havia vomitado e o levei para jogar fora, só estava Suzana e Charlie dançando, quando passei ela me encarou, eu revirei os olhos, joguei o lixo fora e voltei para meu quarto, Suzana era gostosa mas me assustava. Logo que entrei no quarto Catherine estava encolhida no canto da cama, me aproximei e me sentei na beirada da cama e comecei a acariciar o seu cabelo.

Eu gosto de você sabia?— Murmurei enquanto ela estava em sono profundo e não queria acorda-la.

Você é tão linda Catherine, tão doce, mas nunca deixa isso transparecer, me preocupo com você, gosto da sua presença é como se estivéssemos conectados em algo grande, obrigado por existir. E não vou te falar isso quando você acordar, vai ficar se achando. _ Sorri estiquei o corpo e beijei o alto da sua testa, ela se remexeu mas continuou dormindo. Escutei Charlie me chamar, pelo sua voz ele parecia desesperado então sai correndo pelo quarto e pelo corredor sem me importar de fazer barulho, quando entrei ele estava caído no chão firmando a mão sobre a barriga que estava sangrando muito e na outra mão havia uma faca dourada, parei na porta o encarando.

Charlie o que aconteceu?

Levei uma facada.

Entrei no quarto e me ajoelhei ao seu lado e segurei sua mão.

Está queimando, porque está queimando? Acho que matei a Suzana

Virei o rosto e o encarei.

O que?— Coloquei a mão sobre o ferimento de Charlie involuntariamente, senti uma descarga de energia passar pelo meu corpo até a minha mão.

O que está fazendo?—Charlie me olhava assustado, então ergui minha mão e não estava mais ferido, perdi o foco da visão, não sabia o que estava acontecendo, voltei a olhar para Charlie ele estava assustado, ambos estávamos.

O que aconteceu?—Era Catherine parada na porta com os braços cruzados e as sobrancelhas arqueadas, Charlie disse que havia caido, não sabíamos  o que havia acontecido, era melhor não contar a ninguém.

Eu já vou Catherine.—Lancei um sorriso leve para ela, levantei e ajudei meu irmão a se levantar.

O que você fez? _Sussurrei pois Catherine ainda estava na porta.

Charlie se sentou na cama e escondeu a faca.

Eu não sei, acho que matei Suzana.—Ele olhou para o pó preto, eu estava confuso, não sabia o que era isso.

Que merda está acontecendo?—Sussurrei mas sabia que Charlie não tinha a menor ideia.

Logo sai do quarto junto de Catherine, encostei a porta e fui em direção ao meu quarto, logo que entrei foquei meu olhar em Catherine, empurrei a porta com o pé. Sentei na beirada da cama.

O que foi Catherine?

Seu irmão está bem?—Ela falou baixo.

Sim, foi só um tombo, bêbados fazem isso.—Menti.

Porque eu estava deitada na sua cama? _Ela foi se aproximando lentamente.

A gente teve uma longa noite de amor selvagem, você não lembra? _Revirei os olhos, céus ela estava brava comigo. Catherine ficou ainda mais branca que o normal.

Você abusou de mim Miguel seu canalha, me embebedou para fazer isso, como pode?—Ela começou a me dar vários tapas, comecei a rir esquecendo um pouco o ocorrido.

Para garota, assim até parece que não gostou.—Segurei seus pulsos e a sentei no meu colo e a olhei nos olhos.

É brincadeira Catherine. _Sorri de lado.

Ela se levantou do meu colo e se sentou do meu lado.

Você é um idiota. _ela grunhiu.

Você não se lembra de nada?—sussurrei, ela havia esquecido do nosso beijo, balancei a cabeça.

Não Miguel, me lembro apenas de você olhando para aquela mulher. _Ela se deitou e tampou a cabeça.

Voltei a pensar no assunto, Charlie matou Suzana e o corpo virou pó, isso era muita loucura. Cocei minha cabeça.

Eu não estava olhando para ela Catherine, antes de você chegar ela se insinuou para mim, pensei que era qualquer uma, mas ela é uma amiga do meu irmão do México, provavelmente os dois fizeram coisas e depois ela veio para cima de mim, eu a olhei com uma certa repulsa. Foi apenas isso. _Levantei e tirei minha calça, nesse momento Catherine voltou a me encarar. Caminhei até o guarda roupa, peguei uma calça solta de tecido a vesti e me deitei ao lado dela.

Catherine, você bebeu muito como se fosse para o inferno e estava se despedindo, eu não deixaria você sozinha porque sua irmã saiu com meu irmão então te trouxe para cá. —Ela me olhava sem piscar.

E depois? —Ela se afastou do meu corpo.

Abaixei meu rosto, ela iria me matar por dizer que ela me beijou. Mas eu não iria guardar isso só para mim. Eu já tinha o que pensar.

Nós nos beijamos Catherine. _Eu fixei meu olhar no dela.

Ela me encarava, não parecia estar com raiva.

E...Você achou ruim?—Ela se sentou e ficou me olhando.

Não, pelo seu estado foi até bom. Mas porque a pergunta?—Ela não se importava tanto assim comigo para ficar preocupada com o que eu achei.

Por nada Miguel, você me deixa muito nervosa.— Ela começou a coçar a cabeça.

Me sentei de frente para ela e segurei suas mãos. Ela estava linda com aquela cara de ressaca. Entrelacei meus dedos nos dela para ela não me bater.

Nervosa? Isso ai é paixão. _Sorri de lado.

Eu vou te matar seu babaca.—Ela tentou se soltar e eu segurei forte suas mãos e a puxei contra meu corpo deixando nossos lábios quase colados.

Mata então. _Ela ficou sem reação, apenas olhando minha boca.

Soltei uma das suas mãos e segurei seu queixo e a beijei calmamente, ela retribuiu apertando meus dedos levemente. Afastei meu rosto do seu e a fiquei olhando.

Vai me matar agora?—Sorri de lado e soltei a outra mão.

Não Miguel, ainda não.—Ela começou a rir, estava um pouco tensa.

Merda, eu tenho uma casa e um compromisso. _Ela encarava o despertador do lado da cama, ela levantou correndo ajeitando seu cabelo em um coque.

Eu te levo na sua casa então.—Levantei, vesti a camisa da noite passada e a deixei aberta.

Não precisa Miguel, esse horário meu pai está um demônio de raiva, é melhor ele não me ver com você. _Ela saiu do quarto eu fui atrás dela, descemos as escadas e a acompanhei até a porta.

Você tem certeza? Posso te levar em dois segundos.—Abri a porta para ela sair.

Sim, obrigado por ter cuidado de mim.—Ela se esticou e beijou minha bochecha e saiu apressada.

Garota doida.—Sorrio a vendo se afastar rápido então fechei a porta.

A casa estava uma bagunça, copos para todo lado, peguei um saco de lixo e comecei a junta-los pela sala, passei pelo sofá e vi Charlie deitado dormindo, sentei na mesa a sua frente.

Charlie acorda, precisamos conversar.—Dei um leve murro em seu ombro.

Porra Miguel não me acorda assim.—Ele deu um murro em minha mão e se sentou.

Catherine já foi, o que aconteceu?

Catherine, dormiu com ela? Meu orgulho.—Ele da de ombros.

Suzana e eu estávamos dançando, então eu não consegui mais por conta de estar bêbado, ela me levou até meu quarto e me deitou, subiu em cima de mim, pensei que ela queria transar, mas apaguei por segundos e quando acordei ela estava com aquela faca dourada e dizendo que ia me matar de pois você, então ela fincou a faca na minha barriga, apenas a ponta mas ai começou uma dor insuportável e minha pele queimava, eu a derrubei e tirei a faca.

Ele dizia olhando para o teto.

Então ela disse “Não seja tímido Charlie, eu sei que sabem quem são” e veio para cima de mim e por impulso cravei a faca no coração dela e ela se desfez em pó na minha frente.

Eu não sabia o que dizer, o que pensar. Meu irmão matou uma pessoa que não era pessoa, eu o curei com o toque e a mulher virou terra. Isso não existe, humanos não são assim.

Precisamos descobrir o que é isso Charlie, essas coisas.—Me levanto ao escutar a campainha, caminho até a porta a mulher de aparente 45 anos se presentou como a diarista, Tyler havia ligado para ela, ela entrou. Expliquei onde ficava cada coisa que ela iria precisar então voltei para meu irmão.

Depois conversamos sobre isso. _Subi as escadas, Charlie veio logo atrás para que a senhora ficasse mais a vontade, cada um entrou no seu quarto e fechou a porta.

Tirei minha camisa e me deitei na cama, peguei meu celular e Catherine ainda não havia dado sinal.

*Quando puder me avise que está viva, estarei aqui esperando e dormindo.

Enviei uma mensagem para ela e deixei o celular de lado, ainda não conseguia acreditar no que aconteceu, isso não poderia ser real. Logo adormeci.


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