Defensores de Paris 2 - As Joias Perdidas escrita por Blue Blur


Capítulo 8
Surge a Águia Dourada


Notas iniciais do capítulo

De posse de uma das pérolas de Ladybug, o veterano de guerra Gérard Uderzo torna-se um super-herói informal, realizando resgates e prendendo pequenos bandidos. Porém, a joia chama a atenção de um novo vilão, em posse de um Miraculous desconhecido.



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Era mais ou menos 20:00-20:30 na praça da Torre Eiffel, os quatro heróis já haviam discretamente retornado às suas formas civis. A conversa com Gérard Uderzo os deixou pensativos. Todo aquele papo de “abandonem esse lance de super-heróis, isso não vai fazer bem para vocês” era algo que estava intrigando eles, e que criaria um ambiente propício para discussões.

(Marinette): Aquelas coisas que o senhor Uderzo falou... eu tenho pena dele. Ele passou por tanta coisa, eu entendo agora porque ele falou aquelas coisas rudes para Alya.

(Adrien): Nós não podemos dar ouvidos a isso! Nós fomos escolhidos para possuir esses Miraculous com um propósito, não podemos abandonar nossa missão!

(Diego): Que missão, Adrien? Nós já derrotamos Hawk Moth, devolvemos o Miraculous dele ao mestre Fu. Acabou, só o que tem são essas joias soltas por aí. Essa é nossa missão? Recolher joias?

(Chloé): Diego, você se esqueceu de que aquela exposição foi atacada por uma gangue de bandidos?

(Diego): Mas isso foi um simples caso de ladrões de antiguidades. É trabalho da polícia solucionar esse tipo de coisa.

(Marinette): Diego tem razão. Desde a derrota de Hawk Moth não existe motivo para continuarmos agindo. Basicamente, nós é que ficamos procurando piolho em cabeça de cobra.

(Chloé): Marinette, que história é essa? Nós somos super-heróis, não podemos deixar as pessoas na mão, Paris conta conosco!

(Diego): Para você é fácil falar, Chloé, você não foi parar numa cadeira de rodas por uma fratura na coluna vertebral. Não fosse por mim, não existiria mais Ladybug.

(Adrien): Francamente, vocês se esqueceram do que o Mestre Fu falou? São joias com superpoderes! Um garoto usou uma dessas para criar monstros de tinta guache e tem um veterano de guerra usando isso para recuperar sua juventude! É sério que vocês estão cogitando em desistir? No duro?

Enquanto os quatro amigos discutiam sobre isso, em um lugar mais afastado, Alya estava gravando um vídeo ao vivo no Ladyblog sobre o novo “herói” de Paris, com quem ela conversou.

(Alya, visivelmente aborrecida): Pessoal, aqui é Alya Césaire, administradora do Ladyblog. Sabem aquele vídeo que eu postei mais cedo, sobre o super-herói musculoso com quem eu conversei mais cedo? Pois é, a verdade é que ele não passa de um cretino...

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Jacques Olivier estava passeando no carro com sua mãe. Ele estava com o celular na mão assistindo a transmissão um tanto revoltada de Alya.

(Alya, no vídeo): ...para o senhor Gérard Uderzo, ser super-herói não é “trabalho para garota”. Para ele, Ladybug e os parceiros dela não passam de palhaços, e que fazer heroísmo não se resume a ficar “balançando um ioiôzinho mágico por aí e fazendo umas poses legais”.

(Jacques, pensando aborrecido): Ah, seu cretino, eu queria ver se você teria coragem de falar essas coisas na cara da própria Ladybug!

(Charlotte, séria): Chega Jacques, devolva meu celular.

(Jacques): Mas mãe, eu estava assistindo...

(Charlotte): O Ladyblog, o site que te levou a fazer as loucuras que você fez. Eu te emprestei porque você tinha dito que precisava falar com seus colegas sobre um trabalho. Você já falou?

(Jacques): *suspiro* sim, mãe.

(Charlotte): Ótimo, agora devolva meu celular. Você ainda está de castigo por conta do que fez, lembra?

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No esconderijo de Yamasaki, ele assistia atentamente ao vídeo gravado por Alya, em busca de informações para sua caçada.

(Alya, no vídeo):  …Eu queria que esse anabolizado ignorante, metido a super-herói, dissesse quantas vezes ele já derrotou akumatizados ou criminosos de alto nível para vir falar mal de nossa heroína preferida!

(Yamasaki): Interessante, o vídeo é ao vivo. Está sendo gravado agora mesmo da praça da torre Eiffel. Nosso alvo deve estar lá.

Éffys parecia estar apreensiva, ela queria de toda forma convencer seu mestre a não se transformar, queria prolongar o inevitável o mais rápido possível.

(Éffys, angustiada): Mestre, nós ainda não temos certeza se o brinco que este homem carrega realmente tem alguma ligação com seus poderes, nós devíamos...

(Yamasaki): Aquele homem apareceu quatro vezes ainda hoje, e em todas as filmagens amadoras ele aparece usando aquela joia! Não tem como ser coincidência, e mesmo que seja, ele deve saber algo a respeito. Nós dois sabemos, Éffys, só há um jeito de descobrir!

(Éffys, angustiada): Está bem, mestre.

(Yamasaki): Éffys, reluza como ouro!

A kwami entrou no anel dourado de Yamasaki e o transformou. Yamasaki usava uma armadura dourada e imponente, com a aparência de uma águia. Era toda dourada, com exceção das penas que ficavam nas asas, que eram azul-marinho. Seu elmo lembrava a cabeça de uma águia, e suas mãos e pés possuíam garras como as da majestosa ave. A única coisa do corpo de Yamasaki que dava para ver eram seus olhos, vermelhos como rubis.

(Yamasaki): A partir de agora, eu serei conhecido como Inuwashi, a Águia Dourada!

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A discussão entre os quatro amigos continuava acalorada na praça da torre Eiffel. Enquanto conversavam, Marinette interrompeu a discussão quando avistou uma coisa no céu.

(Marinette): Gente, olha aquilo no céu!

(Adrien): Tem um objeto de ouro voando... e ele está vindo para cá!

Os quatro saíram correndo quando o objeto de ouro aterrissou bruscamente, criando uma zona de impacto que assustou todo mundo. Do meio da fumaça, Inuwashi se levantou e começou a bradar.

(Inuwashi): Onde está aquele novo super-herói? Ele tem uma das Pérolas de Ladybug! Eu exijo que ele me entregue, ou todos aqui sofrerão as consequências!

(Diego): Acho que vou chamar esse cara de Reforma da Previdência, porque com isso vai demorar um pouco mais para a nossa aposentadoria heroica chegar.

(Chloé): Vamos mostrar para essa galinha o que acontece com quem mexe com nossa cidade!

(Marinette): Eu vou tentar fazer aquilo que Tikki me ensinou para usar a Pérola dos Mistérios.

Marinette colocou apenas um dos brincos do Miraculous e o outro brinco ela colocou a Pérola dos Mistérios. Tanto ela quanto seus parceiros já estavam transformados

(Ladybug): Eu não estou sentindo nenhuma diferença.

(Inuwashi, avistando os heróis): Ah, aí está você, Ladybug!

(Chapolin Colorado): Aí Goldar, caso não tenha notado, aqui é Paris. A Alameda dos Anjos fica do outro lado do oceano, nos EUA.

(Inuwashi): Depois de tantos séculos, chegou a hora do acerto de contas! Morram!

Inuwashi deu um salto e atacou com sua espada, instintivamente, Ladybug ergueu o braço e criou um escudo que bloqueou o golpe de Inuwashi.

(Chat Noir): Maneiro!

Queen Bee arremessou seu pião como se fosse uma bala, acertando o elmo de Inuwashi. O vilão cambaleou, mas sem mostrar quaisquer outros danos. Queen Bee tentou acertar uma voadeira, mas Inuwashi agarrou o tornozelo dela e a arremessou para trás. Chat Noir e Chapolin Colorado pegaram suas armas e deram um golpe certeiro nas costas do vilão, que não sentiu nada.

(Inuwashi): Isso é o melhor que vocês podem fazer.

Inuwashi deu dois socos ao mesmo tempo no rosto dos dois heróis. Ladybug, vendo que a coisa estava feia, usou novamente o poder da Pérola dos Mistérios e criou um chicote. O chicote ela enroscou na perna esquerda e o ioiô foi no braço direito do vilão, ela começou a puxá-lo para desequilibrá-lo.

(Inuwashi): Boa tentativa, joaninha.

Inuwashi começou a bater suas asas, voando a uma pequena distância do chão. Ele agarrou o ioiô e o chicote e começou a girá-los no ar, fazendo a heroína pintada girar a uma velocidade vertiginosa para depois ser arremessada. Nesse meio tempo o chicote se dissipou no ar.

(Chat Noir): Aguenta aí, milady, eu vou te pegar!

Ladybug praticamente se estatelou em cima do Chat Noir. Enquanto isso dois indivíduos em especial observavam a luta.

(Alya): Ah meu Deus, é um vilão novo! *começa a gritar* LADYBUG, ACABA COM ELE!!!

(Gérard, pensando): Menina idiota, para de gritar, vai chamar a atenção do vilão!

(Inuwashi, se virando para Alya): Então você é uma fã devota da Ladybug, não é? Pois eu odeio ela!

(Ladybug, irritada): Você não se atreva a encostar na minha amiga!

Novamente ela joga o ioiô e enrosca no pescoço de Inuwashi. Tudo o que ela consegue é irritá-lo, o cara é tão robusto que quase nenhum golpe surte efeito contra sua armadura. Ainda assim, Ladybug insiste e puxa o ioiô, estrangulando Inuwashi, mas ele responde dando um puxão no ioiô e atraindo a heroína para dar um murro poderoso na barriga dela. Sentindo como se todo o ar de seu diafragma tivesse sido arrancado, Ladybug enverga e cai aos pés de Inuwashi.

(Gérard, observando tudo): Essas crianças... estão se arriscando enquanto lutam uma batalha de adultos... enquanto isso, eu estou me escondendo... inconcebível!

Antes de Inuwashi golpear Ladybug, que ainda está caída, ele agarra novamente o pião que Queen Bee arremessou contra ele e também percebe que Chapolin Colorado deu um salto e está prestes a atacar com a marreta. Ele pega o peão, ainda girando, e joga no peito dele. Sorte de Diego ter o poder da não-letalidade, porque a queda também foi feia.

(Chapolin Colorado): Mesmo não sendo letal, isso ainda dói pra cacete!

Tudo aquilo foi uma distração para que Chat Noir pudesse salvar Ladybug. Inuwashi já tinha percebido, mas pouca diferença fazia para ele.

(Chat Noir): Ladybug, você está bem?

(Ladybug): *gasp*, *cof* atrás de você!

(Inuwashi): Gatinho esperto, muito esperto mesmo.

(Chat Noir, irritado): Fica longe dela!

Ele tentou esticar o bastão para acertar o elmo de Inuwashi, que parecia ser seu único ponto fraco, mas o vilão usou sua asa esquerda para bloquear, depois cravou as garras de suas mãos nas laterais do tronco de Chat Noir.

(Inuwashi, rindo): É tão irônico ver um felino caindo perante uma ave. Parece que o predador está se tornando a presa.

(Gérard, ainda observando tudo): Inconcebível... o que eu estou fazendo aqui parado? Eu devia estar lutando também... dane-se se esta joia sugar até minha última gota de vitalidade...

Pequenas nuvens de vapor emergiam do corpo de Gérard enquanto a Pérola que ele carregava voltava a brilhar suavemente.

(Queen Bee): Aguenta firme, Chat Noir!                    

No meio de suas asas, havia uma bainha de onde Inuwashi tirou uma enorme espada de ouro e apontou para a heroína listrada. Distraída ao parar bruscamente, Queen Bee nem teve tempo de reagir quando um punho dourado a atingiu praticamente no ouvido, fazendo-a cair dura e bater a têmpora violentamente no chão. Diego ficou furioso ao ver aquilo.

(Chapolin Colorado): Seu covarde!

Bater com a marreta biônica na barriga da enorme águia de ouro não surtiu muito efeito e ainda fez ele levar uma mãozada na cara. A luta estava indo de mal a pior, com os heróis tomando uma surra enquanto Inuwashi mal suava. Alya estava o tempo todo assistindo aquilo e se mostrava bem aflita.

(Alya, aflita): Anda Ladybug, levanta logo!

— MWAHAHAHAHAHA!!! NÃO SE DESESPEREM, SABEM POR QUÊ? PORQUE EU VIM PARA O RESGATE!!!

A voz retumbante foi ouvida por um monte de gente, incluindo Alya e Inuwashi. Gérard havia novamente usado o poder da Pérola da Ladybug para voltar à sua forma mais jovem e musculosa. Novamente lá estava ele, com a calça listrada azul e branca, o capacete militar, os longos cabelos ruivos, o peitoral e braços musculosos e as correntes enroladas em sua barriga, tanto para passar imponência quanto para ocultar seu ferimento.

(Gérard): Ei, frango empanado, quer dizer que você acha legal bater em crianças? Por que não pega alguém do seu tamanho?

Com uma velocidade incrível, Gérard correu até Inuwashi e lhe acertou vários socos na cara. Inuwashi bloqueou outro soco com suas asas, mas acabou levando um na barriga.

(Inuwashi, pensando): Grrr, esse cara é mais forte do que pensei, tenho que acabar com ele logo!

(Gérard, pensando): Urgh, mesmo machucando esse bicho com meus socos minhas mãos parecem que vão quebrar!

Inuwashi aproveitou uma brecha e cravou suas garras em Gérard, depois o arremessou contra um carro que estava bem afastado.

(Gérard, pensando): Pássaro maldito, o lugar onde você colocou essas garras era meu ponto fraco!

O vilão era muito forte, e Ladybug já havia notado isso. Reunindo seus parceiros, ela resolveu pensar numa nova estratégia.

(Ladybug): Aquele vilão é muito forte! Como a gente derrota ele?

(Chat Noir): O único ponto fraco que achamos nele foi a cabeça, mas acertá-la é difícil pacas. Nenhum de nós tem capacidade para enfrenta-lo num combate corpo a corpo.

(Queen Bee): Vou usar o meu poder especial para chamar meu soldado abelha. Talvez ele possa dar um jeito naquela águia de ouro.

(Ladybug): Boa ideia, faça isso Queen Bee.

(Alya): Ladybug, espera!

(Ladybug): Alya, o que você está fazendo aqui? Vá para um local seguro!

(Alya): Você não pode ir assim de cara e coragem lutar com aquele bicho! Ele é muito forte!

(Ladybug): Se eu não for, ninguém mais vai, Alya! Agora vá para um lugar seguro!

(Alya): Isso é loucura, ele pode machucar você! Eu não quero que aconteça a mesma coisa que aconteceu quando aquele akumatizado quebrou sua coluna!

Ladybug notou que Alya parecia estar quase à beira de chorar. A heroína sabia o quanto Alya gostava dela, tanto com quanto sem a máscara, mas não havia como evitar, alguém teria que deter Inuwashi.

(Ladybug): Isso não vai acontecer Alya, mas eu não posso lutar direito se eu ficar preocupada com você. Vá para um lugar seguro, prometo que volto pra te ver quando tudo acabar.

Apesar de concordar com a cabeça, o coração de Alya dizia outra coisa. Assim que o quarteto de heróis saiu de perto, ela foi atrás. Dessa vez, não apenas para registrar algo no Ladyblog, Alya sentia que precisava fazer algo para ajudar sua heroína favorita.

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Inuwashi foi saindo da praça da torre Eiffel e indo para a rua, atrás de seu alvo. Enquanto marchava, deixava um rastro de destruição, cortando postes com sua espada e derrubando-os em cima dos carros, isso quando ele não esmurrava o capô de alguns carros. Gérard, capenga e cheio de ferimentos, foi em direção a Inuwashi para continuar lutando.

(Gérard, pensando): Parece que eu estou mesmo ficando velho, e joia nenhuma muda isso.

Inuwashi marchava em direção ao veterano de guerra, e acabou ignorando um carro que veio a toda velocidade de uma das ruas. A porta se abriu e Charlotte saiu de revólver na mão.

(Charlotte): Jacques, saia do carro e vá para um lugar seguro!

Dito isso, a comissária de polícia bolou um plano para distrair o vilão. Ela apontou o revólver e deu três tiros, que logicamente não fizeram efeito mas chamaram a atenção de Inuwashi. Charlotte virou para a esquerda e saiu em disparada, dando graças a Deus por não estar de salto alto.

(Inuwashi, voando baixo): Acha mesmo que vai fugir de mim?

O plano de Charlotte de distrair Inuwashi deu certo, o vilão dourado nem teve tempo de reagir quando o soldado-abelha de Queen Bee se jogou contra ele e ambos começaram a rolar pelo asfalto.

(Queen Bee): Hora do Round 2.

Jacques ia observando todo o caos que ia se formando, seus olhos se fixaram quando viu Alya correndo por aquele campo de batalha em busca de um lugar para se esconder. Jacques já estava abrigado dentro de um prédio comercial, mas não hesitou em sair correndo para salvar a garota. Quando chegou perto o bastante, se jogou sobre ela, bem a tempo de evitar que a espada de Inuwashi, que passou voando após ele ser atingido por um murro do soldado abelha de Queen Bee, acertasse a morena.

(Alya): Jacques?

(Jacques): Sem tempo para conversar Alya, você tem que vir comigo para um lugar seguro!

— Socorro! Socorro!

Várias pessoas estavam presas dentro dos carros espalhados pela pista, tudo culpa de Inuwashi. Suando freneticamente, Jacques se viu em um dilema entre obedecer sua mãe e manter a si mesmo e Alya protegidos, ou desobedecer Charlotte e partir para o resgate.

(Alya): A gente tem que tirar essas pessoas daqui!

(Jacques): Eu peguei a espada daquele feioso! Vamos logo!

Usando a espada, Jacques começou a arrombar as portas danificadas dos carros e a tirar as pessoas lá de dentro.

(Alya): Ali, naquele táxi, tem um velhinho chinês preso ali!

Jacques correu para abrir o táxi, mas tomou um susto ao ver Inuwashi partindo para o ataque.

(Inuwashi, voando numa investida): Devolva minha espada, moleque!

Chat Noir pulou nas costas dele e usou o Cataclismo em uma das asas de Inuwashi, fazendo ele se estatelar no chão. O vilão estava tendo uma baita dor de cabeça tentando derrotar os heróis agora que eles haviam usado o soldado-abelha de Queen Bee, some isso ao fato de que ele estava sem espada. Jacques voltou sua atenção para o táxi e soltou o taxista e o velhinho chinês.

(Jacques): Vamos senhor, nós temos que ir!

Jacques, Alya, o taxista e o velhinho chinês foram até o prédio comercial onde o garoto estava antes. Ele estava meio lento por carregar uma espada de ouro, bem pesada

Enquanto isso, Charlotte também dava duro tentando salvar as pessoas, até que ela viu que seu filho havia desobedecido suas ordens e ficou apavorada.

(Charlotte, apavorada): JACQUES, SAI DO MEIO DA RUA!!! LARGA ESSA ESPADA!!!

Os gritos histéricos de Charlotte chamaram a atenção de Inuwashi, que se livrou dos quatro heróis que o atacavam e avançou correndo contra Jacques.

(Chapolin Colorado): A gente não vai alcançar o Inuwashi antes dele pegar o garoto, ele é rápido demais!

(Queen Bee): Jacques, corre!

Jacques não quis correr, ele já estava com a espada na mão. Imaginou que era só dar um golpe que feriria o vilão gravemente. Ledo engano: o vilão facilmente desviou o golpe em espeto que o garoto tentou dar, deu um chute que derrubou Jacques no chão e, com a espada em mãos, se preparou para empalar o filho da comissária de polícia.

(Charlotte, desesperada): JAAAAAAACQUES!!!

Inuwashi desferiu o golpe, mas alguém havia se jogado na frente antes, ninguém menos que Gérard. Ainda em sua forma musculosa, Gérard viu a espada dourada atravessar seu peito e sair pelas costas, a centímetros do rosto de Jacques.

(Gérard): Eu devia mesmo ter ficado no asilo de veteranos.

Inuwashi pegou o brinco que estava com Gérard, e usou os poderes da joia para regenerar sua armadura. “Você não vale meu esforço, moleque”, foi a última coisa que Inuwashi disse antes de sair voando. Charlotte correu para abraçar o filho inconsequente.

(Charlotte, transtornada): JACQUES, O QUE EU DISSE SOBRE VOCÊ FICAR NO MEIO DA RUA??? EU PENSEI QUE ELE FOSSE TE MATAR!!! MAS QUE DROGA, VOCÊ ME DEIXOU TÃO AFLITA!!!

Chorando profusamente, a comissária de polícia abraçou seu filho com muita força, enquanto Jacques não dizia uma única palavra.

(Jacques): Você vai me deixar de castigo de novo, não vai, mãe?

Antes que Charlotte respondesse, um pequeno grupo de pessoas se aproximou, entre eles estava o mesmo velhinho chinês de antes.

(Charlotte): Quem são vocês?

(Velhinho Chinês): Nós somos as pessoas que seu filho resgatou durante a batalha. Não fosse pela bravura dele, poderíamos estar mortos. Ele realmente teve a quem puxar.

(Alya, sorrindo): Você é um herói, Jacques.

— Charlotte, Charlotte, você está bem?

A voz era do detetive Nakajima, que havia pegado uma viatura e dirigido ao local assim que ficou sabendo de tudo.

(Masato): Charlotte, eu fiquei sabendo do ataque. Você está bem, não machucou nada?

(Charlotte, sorrindo): Não Masato, está tudo bem, obrigada.

(Masato): Eu vou te escoltar até sua casa, não se preocupe.

(Charlottte, sorrindo): Obrigado, detetive.

Se por um lado Charlotte ficou bem, por outro não se podia dizer o mesmo sobre Gérard. Sem a joia da Ladybug para regenerá-lo e com um baita ferimento no peito, ele morreu assim que Inuwashi havia tirado a joia e ido embora. Pior: ele não só estava morto, como estava tão envelhecido que mais parecia uma múmia! Queen Bee estava do lado dele, visivelmente transtornada. Sua expressão facial misturava tristeza, choro e pânico.

(Queen Bee, transtornada): Eu... eu conversei com ele hoje de manhã! Agora... ele está morto! Ele foi morto por aquele brutamontes!

(Ladybug): Queen Bee, se acalma.

(Queen Bee, transtornada): Como você pede para eu me acalmar? Olha o estado em que ficou o senhor Uderzo? O que aquele maníaco de ouro vai fazer com a gente?

Queen Bee estava tão transtornada que começou a puxar os próprios cabelos, algo que ela jamais faria em sã consciência. Seus amigos perceberam que a coisa estava bem feia mesmo!

(Chapolin Colorado): Queen Bee, me escuta! QUEEN BEE!!! Olha para mim e respira fundo.

Queen Bee se acalmou, respirou fundo, e o parceiro dela continuou.

(Chapolin Colorado): Agora me escuta bem, Chloé. Enquanto nós estivermos unidos, nada vai acontecer que não possamos resolver. Está bem?

(Queen Bee, mais calma): O-Obrigada, Diego.

O mesmo velhinho chinês de antes se aproximou dos quatro heróis, ele tinha um semblante muito sério no rosto.

(Velhinho chinês): A coisa está pior do que eu imaginei. Ladybug, use seu poder para consertar os estragos, depois eu quero os quatro se encontrando na minha academia de yoga.

(Chapolin Colorado): Desculpe, mestre Fu, mas meus pais vão ficar umas feras comigo se eu não voltar para casa imediatamente. Pensando bem, acho melhor todos nós voltarmos para nossas casas.

(Mestre Fu): Está bem, jovem Diego, você tem razão. Então me procurem amanhã quando puderem.

(Chat Noir): Nós faremos isso.

(Ladybug): Mas agora, antes de mais nada... MIRACULOUS LADYBUG!!!

Os estragos causados por Inuwashi foram consertados graças ao poder de Ladybug, mas naquela noite os quatro heróis voltaram para suas casas bastante preocupados. Havia algo muito grande acontecendo, e aquilo estava deixando eles bem assustados.

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Diego já estava em casa, de pijama, pronto para dormir, mas foi só ele fechar o olho que ele sentiu uma coisinha pequena pulando em seu rosto.

(Diego): O que foi, Tuggi?

(Tuggi): Acho que antes de dormir, você deveria ler um bom livro para relaxar.

Tuggi estava segurando o antigo livro de histórias, ainda no embrulho de presente, que o avô de Diego escreveu. O rapaz deu um leve sorriso ao segurar o pacote e lembrar do quanto gostava das histórias que seu avô contava.

(Diego, rasgando o pacote e abrindo o livro): Parece que já faz uma eternidade desde que meu avô contou essas histórias. Eu adorava elas.

Diego abriu o livro e começou a ler. Pouco a pouco, o sorriso de Diego foi dando lugar a uma expressão de seriedade.

(Diego, sério): Tuggi, tem algo errado, isso aqui não é o livro de histórias que meu avô costumava ler. Isso parece ser... sei lá, uma mistura de diário com enciclopédia. O que é isso, Tuggi?

(Tuggi): É o livro que seu avô escreveu à mão, para servir como guia para todos aqueles que utilizassem o Miraculous do Gafanhoto Vermelho futuramente. Eu o ajudei nisso, contando todas as aventuras que eu vivi com meus antigos mestres.

(Diego): Você teve outros mestres além de mim e de meu avô?

(Tuggi): Todo kwami teve vários mestres, eu não fui exceção. A primeira mestra da minha irmãzona Tikki foi uma garota do Egito Antigo.

(Diego): Eu não acredito nisso!

Diego foi folheando o livro, com extrema curiosidade, vendo vários nomes e retratos falados de pessoas que tiveram alguma relação com os antigos Chapolins Colorados.

(Diego): “Míguel Horácio y Beltran. Conhecido fora da lei do velho oeste, tinha uma filha chamada Rosa Beltran...” A Rosa Rumorosa! Esse cara aqui é o Racha Cuca do seriado!

(Tuggi): Continua lendo!

(Diego): “Ruben Martinez de la Tijuana, perigoso pirata caribenho. Foi derrotado por um dos antigos detentores do Miraculous do Gafanhoto Vermelho após liderar uma revolta entre a tripulação do navio dele...”. Mas essa aí era a história do pirata Alma Negra, que meu avô me contava!

(Tuggi): Para de ficar parando! Lê sem interromper!

(Diego): “Alexia Richenza, viveu no período da Idade Média, era uma temida bruxa, mãe de um conhecido saqueador. Não hesitava em usar seus poderes para satisfazer seus próprios caprichos e os de seu filho! ”. Aí, eu já vi essa personagem no programa do Chapolin! Ela era a...

(Tuggi, impaciente): Bruxa Baratuxa, eu sei disso Diego, fui eu que ajudei seu avô a escrever esse livro e o seriado.

(Diego): “Conde Terra Nova, seu nome verdadeiro é desconhecido. É acusado de vários crimes como, falsidade ideológica, ocultação de patrimônio, tráfico de influência e roubo de artefatos valiosos”... Tá bom, Tuggi, já chega, você me deve uma explicação!

(Tuggi, impaciente): O quê? Não, continua lendo, ainda tem a melhor parte!

(Diego, sério): Tuggi, por que raios o livro de histórias infantis do meu avô está cheio de biografias de personagens fictícios como se eles fossem reais? Tá dizendo que o Racha Cuca, o Alma Negra, a Bruxa Baratuxa, a Rosa Rumorosa, esse pessoal todo existiu de verdade?

(Tuggi): Bom, não é uma coisa que se diga “puxa vida, eles eram exatamente desse jeito, imagem escarrada e cuspida”, mas sim, eles existiram.

(Diego): Impossível! Eles eram personagens fictícios do seriado do Chapolin Colorado!

(Tuggi): Não Diego, seu avô os tornou fictícios. Ele temia que, caso as pessoas acreditassem que o Chapolin Colorado era o portador de um Miraculous, inimigos tentariam roubar a joia e usar em benefício próprio. Imagine o desastre: bandidos que levam tiros e não morrem, terroristas sobrevivendo a explosões...

(Diego): Entendi.

(Tuggi): Com medo disso, ele foi transformando o Chapolin Colorado em um boato à medida que o tempo foi passando. O que começou como um herói de verdade se converteu em um personagem de ficção.

(Diego): Mas se meu avô queria que ninguém mais soubesse que o Chapolin Colorado era real, então porque eu estou com o Miraculous dele agora mesmo?

(Tuggi): A intenção dele, na verdade era manter o Miraculous em posse do Mestre Fu, o guardião legítimo. Ele escreveu o livro para o caso de, um dia, o Chapolin Colorado se tornar novamente necessário. Além disso, quando eu conversava com ele, era quase como se soubesse que você seria o próximo herdeiro. Foi por isso que ele guardou o livro consigo e pediu para que Francisca lhe entregasse pessoalmente.

(Diego): Peraí, minha avó sabe sobre o Miraculous? Sobre você? Sobre tudo isso? Como isso é possível? Eu achei que era para ser um segredo.

(Tuggi, embaraçada): Não vou mentir, tenho um pouco de culpa no cartório. Eu devia ter sido mais discreta enquanto brincava com o bebezinho Miguel.

(Diego, guardando o livro sob o travesseiro): Tuggi, esse livro é muito importante. Amanhã mesmo eu vou leva-lo para o Mestre Fu. Vamos dormir agora, boa noite Tuggi.

(Tuggi): Boa noite, mestre.


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Notas finais do capítulo

Bem, aqui está, mais um capítulo. O final foi a melhor parte, porque quem leu a oneshot "Memórias de Tuggi" certamente notou as peças se juntando nessa fanfic. Eu disse que as oneshots seriam importantes para essa fanfic, não disse? Pois é, aguardem mais peças se ligando futuramente.

A história pode ficar um tempinho sem receber novos capítulos porque eu não estou recebendo mais comentários dos leitores, principalmente das minhas duas leitoras favoritas. Vocês não estão gostando? Querem que eu melhore algo? Deem suas sugestões, elas são importantes para mim. Se puderem, também mandem suas teorias, vou gostar de ler elas.

Há uma cena em que o Chapolin Colorado chama o Inuwashi de "Goldar". O vilão Goldar, de Power Rangers, foi quem me inspirou a criar esse personagem.