Defensores de Paris 2 - As Joias Perdidas escrita por Blue Blur


Capítulo 15
Seu passado te condena


Notas iniciais do capítulo

Após o reencontro, Jacqueline começa a estudar na mesma turma de Chloé. Mal sabe a filha do prefeito que o que devia ser um belo reencontro entre duas amigas vai se tornar uma experiência onde ela deverá confrontar os pecados que cometeu num passado não muito distante.



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No dia seguinte Marinette estava se arrumando para ir para a escola. Depois de já estar vestida, a garota mestiça acabou olhando de relance para o livro dos Miraculous. Quando o Mestre Fu morreu ficou decidido que objetos importantes relacionados aos Miraculous ficariam divididos entre os heróis. Marinette ficou com o livro e Diego com o Miraculous da Mariposa. Marinette pegou o livro, sentou-se na cama e começou a folheá-lo aleatoriamente, seu olhar mostrando que sua cabeça estava divagando. Tikki percebeu aquilo e foi conversar com Marinette.

(Tikki): Marinette, aconteceu alguma coisa?

(Marinette): Hã? Ah, não foi nada não Tikki, é que eu só estava pensando naquela foto que o Diego mandou ontem. Eu devo estar meio distraída, porque só agora eu me toquei que eu já tinha visitado aquela garota e eu agi como se nem a conhecesse, hehehe. Acho que o estresse está afetando minha memória, hehehe.

Tikki sabia que Marinette não estava rindo por achar aquilo engraçado e sim por estar nervosa. Antes de ser Ladybug, Marinette ainda era uma menina como as outras. Toda essa bagunça envolvendo civis com superpoderes e dois vilões atrás dessas joias era bem estressante, e Tikki sabia disso. A pequena kwami começou a fazer uma “mini-massagem” na cabeça de sua amiga humana.

(Tikki): Você está tensa, não está, Marinette? Eu sei, eu também acho estressante tudo isso que está acontecendo, mas você está se saindo muito bem.

(Marinette): Obrigada Tikki. Sabe, talvez não fosse tão difícil se ainda tivéssemos o Mestre Fu do nosso lado. Mas ele...

(Tikki): Foi muito triste a perda do Mestre Fu, ele esteve ao nosso lado em todos os momentos, nos bons e nos maus. Mas tinha que ser assim. Ele já tinha vivido muito, sofrido muito, feito muitos sacrifícios. Ele merecia descansar, entende?

(Marinette): Eu entendo... bom não vamos mais ficar pensando nisso, vamos alimentar pensamentos positivos.

(Tikki): É assim que se fala, Marinette!

(Marinette): Obrigada por essa conversa, Tikki. Já sabemos de cinco das joias, ainda faltam mais cinco. Não posso fraquejar agora, afinal, eu sou a Ladybug! Sempre a melhor!

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Adrien já estava quase pronto para ir ao colégio, já estava vestido e só tinha que arrumar suas coisas, porém Natalie já havia cuidado disso e entregou-lhe a mochila já pronta.

(Adrien): Obrigado, Natalie.

(Natalie): Tenha um bom dia, Adrien, e... tome cuidado, eu tenho visto as notícias sobre aquela mulher-pavão e o homem-águia e não consigo deixar de me preocupar com você.

(Adrien): Não se preocupe Natalie, eu vou ficar bem. Até porque vamos dizer que eu tenho certa intimidade com a Ladybug.

(Natalie, sorrindo): É bom escutar isso.

(Gabriel): Vamos filho, nossa condução nos aguarda. Natalie, cuide de tudo até eu voltar.

(Adrien): Tchau Natalie, tenha um bom dia.

Natalie ficou observando enquanto a limusine ia embora para o colégio François Dupont. Ela deu um sorriso enquanto entrava de volta para a mansão, ao se lembrar da drástica mudança de Gabriel. Agora Gabriel agia como um pai de verdade: se preocupava em como tinha sido o dia de Adrien, como era sua vida social, ele comparecia a alguns eventos do filho (não em todos, até porque ele ainda era um cara ocupado), inclusive Gabriel havia dado uma certa aliviada na agenda do filho, permitindo-lhe passar mais tempo com os amigos.

Antes de cuidar dos afazeres como secretária, Natalie parou para admirar o belo quadro que Gabriel tinha feito de sua esposa e colocado na parede da sala.

(Natalie): às vezes eu me pergunto onde você está, Amélie. Se você pudesse ver como o Adrien está você se orgulharia dele. Ele é uma pessoa maravilhosa, assim como você.

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Diego já estava no colégio esperando pelos colegas dele. Ele estava na sala de aula mexendo no celular enquanto a aula não começava. Como havia alguns colegas dele já na classe, ele achou que não seria boa ideia conversar com Tuggi, por mais que tivesse vontade de discutir a tal “missão” com ela. Enquanto isso, ele pesquisava no celular informações sobre a amiga de Chloé, Jacqueline Gagnon, e por sinal as informações na internet não eram poucas.

(Diego, falando baixo): Interessante, nossa garota é filha de uma das maiores famílias do ramo de cosméticos. A família Gagnon é amiga de longa data das famílias Agreste e Bourgeois, o que explica a intimidade que ela tem com meus dois amigos. Alguns anos atrás ela foi morar em Madrid, na Espanha porque sua família viajou a negócios, mas parece que agora eles têm uma nova filial aqui e ela veio para ficar. Pelo contato que eu tive ontem com ela acho que não sou o mais indicado para abordá-la a respeito do brinco, acho que eu devia pedir para o Adrien ou a Chloé...

(Tuggi, escondida no bolso do suéter): Diego, poderia não falar desse jeito?

(Diego): Por quê?

(Tuggi, rindo): Todo esse seu negócio de “nossa garota”, “abordar” e stalkeamento faz você parecer um daqueles coronéis malvadões de filmes planejando uma operação militar.

(Diego, revirando os olhos): Tuggi, isso não é hora para piadinhas, acabamos de encontrar a 5ª joia perdida e temos que recuperá-la antes que caia nas mãos de Inuwashi ou Le Paon.

(Tuggi): Vixe, então para de jogar conversa fora e continua pesquisando aí!

(Diego): Mas eu já estava pesquisando, você que me atrapalhou!

(Tuggi): Hihihi, relaxa aí, Dieguito! Eu hein?

Quando Diego estava se preparando para voltar à sua pesquisa, ele viu Chloé entrando com Jacqueline na sala, um pouco atrás estava Sabrina. Estranhamente Jacqueline sentou-se no lugar que originalmente era de Sabrina e Chloé, aparentemente, teria ignorado isso se Sabrina não tivesse falado nada.

(Sabrina): Errr Chloé, a sua amiga sentou no meu lugar.

(Jacqueline): Óbvio que eu sentei, como você disse, eu sou amiga dela, ou melhor dizendo, melhor amiga.

(Sabrina): Escuta, errr... qual é o seu nome mesmo?

(Jacqueline): Todo mundo que tem dinheiro para comprar um perfume decente sabe qual é o meu nome, se você não sabe eu é que não vou dizer.

Sabrina estava extremamente desconfortável com a postura arrogante e debochada de Jacqueline. Chloé também se sentia assim, mas não fazia nenhuma intervenção mesmo presenciando a cena toda, o que incomodava Diego.

(Diego, pensando): Por que você não está fazendo nada, Chloé?

(Sabrina, aflita): Chloé, diz para ela que esse aí é o meu lugar, nós sempre sentamos juntas!

(Jacqueline): Você vai mesmo preferir a presença dessa nerd tosca do que a minha, sua amiga de infância?

Chloé se sentiu horrível naquela hora, desde que ela foi “reformada” ela decidiu que trataria melhor não só a Sabrina, mas todos os seus colegas de classe. A atitude de Jacqueline fazia Chloé se lembrar dos seus dias de menina esnobe e metida, mas a pior parte é que ela simplesmente não conseguia se impor contra a postura de Jacqueline porque a amizade que elas tinham parecia não permitir que Chloé criticasse sua amiga.

(Chloé, com a consciência pesada): Sabrina, procura outro lugar para sentar, a Jacqueline é que vai ficar aqui a partir de agora.

(Sabrina): Mas Chloé...

(Chloé, um pouco ríspida): Agora!

(Sabrina, triste): ... Eu devia saber que você estava falando da boca pra fora quando disse que ia mudar.

(Jacqueline): Não liga para ela, você merece amizades melhores do que uma coitada molambenta como aquela.

Mas a verdade é que as palavras de Sabrina acertaram com força no coração de Chloé. Embora tentasse disfarçar, Chloé estava se sentindo muito mal por não ter conseguido se impor contra a postura de Jacqueline.

(Chloé, pensando): Será que era assim que o Adrien se sentia quando eu agia de forma tão grosseira e arrogante?

Mas Diego não percebeu a culpa que Chloé sentia. Embora não tivesse feito nada, o rapaz mexicano se sentiu bastante revoltado com a postura de Chloé. Em sua cabeça ele já imaginava mil e uma coisas para confrontar Chloé assim que tivesse uma oportunidade.

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O intervalo acabou chegando e com isso a oportunidade que Diego queria para confrontar Chloé. O cara saiu da sala rapidamente, sem nem falar com Marinette ou Adrien, parecia mais um caçador atrás de sua presa. Tuggi, mesmo escondida no suéter dele, percebia a tensão no ar e tentou acalmar as coisas antes que ele fizesse alguma coisa.

(Tuggi): Diego, escuta, eu sei que você está revoltado, mas se acalma, a Chloé é sua amiga, é sua parceira heroína, não sua inimiga! Por favor, não faça nada que vá magoar ela, seja educado.

Diego parou um pouco, respirou fundo, depois sorriu e olhou para sua kwami dentro do bolso de seu suéter.

(Diego, relaxando): Tem razão, obrigado Tuggi. Eu estava meio tenso mesmo, sabe, eu tenho um problema sério, seríssimo mesmo com certos tipos de pessoas. Aquelas que se julgam grandes demais e gostam de pisar nas menores são algumas delas. Mas você tem razão, a Chloé não é assim, pelo menos não mais. Se eu conversar com ela, talvez eu possa resolver isso.

— Você chama isso de perfume? Chamar esse troço fedorento de inseticida seria um desrespeito aos inseticidas!

A voz era de Jacqueline, que para variar estava atormentando outra vítima, dessa vez era Rose Lavillant. Mais uma vez Chloé estava presente, incomodada, é verdade, mas sem fazer nada a respeito.

(Rose, magoada): Mas da última vez o príncipe Ali tinha gostado tanto... eu até fiz algumas mudanças para melhorar...

(Jacqueline): Melhorar? Por favor! Qualquer coisa é melhor que isso! O Príncipe Ali só falou essas coisas meigas porque ele tem um coração enorme e queria ser bondoso com pobre coitada como você!

(Rose, quase chorando): Se é assim, você bem que podia aprender com ele a ser assim.

(Jacqueline, empurrando Rose): Como é que é, sua pobretona? O que você disse?

(Tuggi, vendo tudo): Ah não, eu não quero nem ver!

Com a fúria e determinação de um touro vendo o pano vermelho sacudindo à sua frente, Diego avançou quase que correndo na direção das três garotas, com mais ou menos metade da classe testemunhando a cena. Porém Jacqueline não percebeu nada e continuou humilhando Rose, dessa vez mostrando um frasco de perfume masculino Gagnon.

(Jacqueline): Aprenda, plebeia, isso é perfume para um príncipe. Eau Céleste Gagnon, uma deliciosa fragrância à base de frutas cítricas, jasmim e âmbar. É perfeito para ocasiões...

A propaganda de Jacqueline foi interrompida quando Diego chegou chegando: com uma cara amarrada, demonstrando toda sua revolta pela conduta de Jacqueline e pela omissão de Chloé, o garoto deu um tapa na mão de Jacqueline, fazendo-a derrubar o perfume. O frasco se estilhaçou ao cair no chão, espalhando o líquido cor de âmbar pelo chão.

(Diego, com raiva): Não precisamos dessas porcarias que sua família produz, sua filhinha de papai metida!

(Jacqueline, transtornada): Você tem ideia do que acabou de fazer, seu bruto? Era um perfume de 200 euros!

(Diego): Da próxima vez eu vou pegar um de 500 euros e jogar na tua cara, que nem você faz com esse seu discursinho de “Ai, olhem pra mim, meu papai faz perfuminhos! Eu sou muito melhor que vocês! ”

Todo mundo estava surpreso com a atitude de Diego. O escândalo que Diego e Jacqueline estavam fazendo havia chamado inclusive a atenção de Marinette e Adrien.

(Nathaniel): Caramba, o Diego ficou pistola mesmo!

(Alix): Esse mexicano tem fibra, pena que não tem juízo. Será que ele sabe a dor de cabeça que isso vai causar para a família dele? 200 euros!

(Adrien, chegando junto com Marinette): O que está acontecendo?

(Nino): Rapaz, o Diego simplesmente perdeu a cabeça! Ele viu a aluna nova, Jacqueline, humilhando a Rose e tomou as dores dela!

(Chloé): Diego, o que raios significa isso?

(Diego): Eu que tenho que te fazer essa pergunta, Chloé! O que raios significa isso? Você vê essa esnobe metida que você chama de amiga tratando todo mundo como lixo e não faz nada? Você não tem um pingo de ética na cabeça?

(Jacqueline): Escuta aqui, quem você pensa que é para falar assim com a...?

(Diego): Você cala a boca que eu não estou falando contigo!

(Chloé, com raiva): Escuta aqui Diego, eu não sei o que raios deu em você, mas você não pode sair por aí desrespeitando...

(Diego): E você? Me admiro de você! Por que raios você ficou assistindo tudo isso de braços cruzados, Bourgeois? Hein? Por que você não fez nada?

(Marinette): Mas o que deu no Diego? Por mais revoltante que tenha sido a postura dessa garota, ele está totalmente descontrolado!

(Alya): Ah amiga, quem dera um Diego antes para botar um freio na Chloé quando ela nos perturbava toda hora!

(Marinette): Alya, isso é sério! O Diego só falta bater na menina!

Chloé sentiu aquelas palavras hostis penetrarem como lanças em seu coração. A garota simplesmente não conseguia encarar Diego nos olhos porque, apesar do rapaz mexicano estar sendo extremamente rude, grosseiro, hostil e violento, ele tinha razão sobre o comportamento dela. Antes Chloé sempre se mostrava como alguém decidida, alguém que sabia se impor diante de qualquer pessoa. Foi só Jacqueline aparecer que de uma hora para outra Chloé começou a se submeter aos abusos de sua amiga, com medo de iniciar uma discussão e perder a amizade.

Mas talvez Diego não estivesse com tanta razão assim: esquecendo-se totalmente do conselho de Tuggi, Diego estava descontrolado, vociferando palavras hostis e ofensivas para Chloé, que não estava mais aguentando aquilo.

(Chloé, envergonhada): Eu, eu não... quer dizer...

(Diego): Você sempre soube se impor com todo mundo, e quanto aquela perfumista francesa, espanhola, sei lá, de meia pataca aparece, você simplesmente vira a cachorrinha de estimação dela? É assim que você quer provar para todo mundo que mudou seu comportamento, Bourgeois?

(Chloé, magoada): Diego, para! Para com isso! Eu não vou aceitar esse tipo de desrespeito vindo de...

(Diego): Não venha me falar de desrespeito, sua hipócrita! Não gosta do jeito que eu falo? Esse é o tratamento que eu guardo para patricinhas mimadas, fúteis, esnobes, imbecis e arrogantes que não valem o chão que pisam!

Chloé perdeu o controle e deu um tapa no rosto de Diego, depois se virou e saiu correndo antes que alguém a visse chorando, sendo seguida por Jacqueline. O grupo que acompanhava tudo aquilo se dividiu: a maioria estava aplaudindo e ovacionando Diego pela coragem em confrontar Jacqueline, Sabrina estava meio triste ao ver sua “ex-amiga” tão aflita daquele jeito. Marinette e Adrien estavam quase que horrorizados ao verem o amigo, tão calmo e sereno, destilar toda aquela raiva de forma impiedosa sobre a filha do prefeito.

(Rose): Diego... obrigada...

(Diego): De nada, Rose...

Diego saiu do meio daquela aglomeração e voltou para a sala de aula. Ao se sentar em seu lugar, tirou os óculos e afundou o rosto nas mãos. Tuggi saiu do bolso do suéter e foi conversar com seu amigo humano. A expressão de Tuggi possuía um misto de tristeza e decepção.

(Tuggi): Diego... o que você fez?

(Diego): Eu confrontei a Chloé e a Jacqueline... eu ajudei a Rose... eu fiz o que pessoas boas fazem quando presenciam uma injustiça como aquela... mas por que eu não me sinto bem?

(Tuggi): Aquelas palavras ruins que você disse para a Chloé... elas magoaram, sabia? Até mesmo eu fiquei magoada, mesmo não sendo para mim.

(Diego): Céus, o que deu em mim? O que foi que eu fiz? Aquelas palavras eram para a Jacqueline, não para a Chloé.

(Tuggi): Você devia falar com a Chloé, sabia? Se desculpar por ter sido tão grosso com ela.

(Diego, triste): Não, sem chance! Ela nunca mais vai querer olhar na minha cara, eu sou um péssimo amigo! Eu chamei ela de patricinha fútil, mimada, esnobe... como é que eu pude ser tão cruel com ela? Eu peguei todo um passado morto e enterrado e joguei tudo na cara dela.

(Tuggi): A Chloé não estava se sentindo bem com o que a Jacqueline estava fazendo. Você devia ter conversado com ela, não ter despejado todas aquelas palavras horríveis sobre ela.

(Diego): Eu sei... depois de tudo o que passamos juntos, como amigos... como heróis... a Chloé provavelmente nunca vai me perdoar depois de eu ter desenterrado o passado daquele jeito.

— Diego?

Uma voz feminina havia chamado o nome dele. Era sua namorada, Lila Rossi, que estava no grupo enorme que presenciou toda a ação de Diego e ao ver a forma tão hostil como ele agiu sabia que não devia estar nada bem.

(Lila): Diego, você está bem?

(Diego): Não Lila, eu não estou bem. Eu perdi o controle e disse todas aquelas coisas horríveis pra Chloé. Eu estou tão arrependido. Pior, todo mundo me viu dizendo aquelas coisas horríveis! O que é que meus amigos vão pensar de mim.

(Lila): Vão pensar que você é um bom rapaz que se ergue para defender aqueles que precisam.

(Diego): Eu não defendi ninguém, eu só fiz atacar, e ataquei da maneira mais covarde que alguém poderia atacar.

(Lila): Isso não é verdade, você foi o único que teve coragem de se levantar para defender a Rose, enquanto todos ficavam apáticos ao que acontecia. A sua indignação era compreensível, até porque a Chloé jurou que iria mudar e, no final das contas, mostrou que compactuava com tudo aquilo.

(Diego): Mas ainda assim não justifica o que eu fiz com ela. Ela estava extremamente desconfortável com aquela situação e eu não percebi nada antes de jogar sobre ela aquela torrente de palavras hostis.

(Lila): Mas agora está feito, a única coisa que você pode fazer é tentar consertar. A primeira parte, reconhecer seu erro, você já fez, agora você deve procurar a Chloé e se desculpar por tudo.

(Diego): Mas ela não vai querer falar comigo, não depois do que eu fiz.

(Lila): Se ela for mesmo sua amiga, ela vai querer conversar com você e ajeitar as coisas, da mesma forma como nós dois fizemos... meu gafanhotinho.

Diego deu um leve sorriso e Lila começou a lhe beijar o rosto, fazendo-o rir ainda mais, porém a troca de beijos foi interrompida quando Marinette e Adrien entraram na sala com feições preocupadas.

(Diego): Marinette?

(Marinette): O diretor Damocles quer falar com você, Diego.

(Adrien): Ele disse que, embora bem-intencionado, você agiu de forma muito errada ao quebrar o perfume da Jacqueline e agora vai ter que pagar. 200 euros.

(Diego, engolindo em seco): Meu Deus, meus pais vão me matar quando souberem!

(Lila): Escuta Diego, não se preocupe, eu vou te ajudar a pagar. Só conserte tudo, está bem?

(Diego): Eu vou tentar, mas eu não queria ter que envolver você nisso.

(Lila): Diego, você fez tantas coisas por mim, tanto como amigo quanto super-herói, chegou minha hora de retribuir.

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A poeira daquele incidente foi baixando pouco a pouco: Diego foi chamado à diretoria, a Lila ajudou a pagar a conta (rapaz, isso que é namorada!), o garoto mexicano foi prometido de castigo por seus pais, e por aí vai. Embora a classe toda comentasse sobre o que havia acontecido, o resto do dia correu quase que normalmente.

Depois da aula Jacqueline e Chloé voltaram para o hotel Le Grand Paris. A herdeira da família Gagnon tentou de todas as maneiras conversar com sua amiga, mas era inútil. Chloé simplesmente se fechou em seu quarto e não quis falar com ninguém, nem mesmo com seu mordomo, amigo íntimo dela. Jacqueline sentia um misto de tristeza pelo estado de sua amiga de infância e raiva pelo fato do Diego ter deixado ela nesse estado.

(Jacqueline): Aquele idiota do Diego! Olha o jeito que ele deixou minha amiga! Ah, mas de jeito nenhum que eu vou ficar parada vendo minha amiga se afundar espiritualmente só porque um zé-ninguém foi ríspido com ela! Tem que ter alguém que possa animá-la! Ah, já sei!

Jacqueline começou a digitar um número de telefone e iniciou a chamada, segundos depois ela ouviu uma voz masculina do outro lado.

— Alô, aqui é Adrien Agreste, quem gostaria de falar?

(Jacqueline): Adrien, oi, aqui é a Jacqueline! Escuta, eu preciso conversar com você, é sobre a Chloé, ela está muito mal!

(Adrien): Eu imaginei, depois daquela discussão com o Diego na frente de todo mundo ninguém ficaria bem.

(Jacqueline): Pois é, aquele bruto conseguiu deprimir minha amiga. Eu não aguento ver ela naquele estado. Eu pensei, ela gostava tanto de você que talvez você, ou melhor, nós poderíamos animá-la! O que me diz? Que tal se nós sairmos juntos hoje à noite, como amigos?

(Adrien): Olha, eu não sei não.

(Jacqueline): Por favor, por favor, por favor!

(Adrien): Me passa pra Chloé?

(Jacqueline, batendo na porta do quarto de Chloé): Chloé, Chloé, ligação para você!

(Chloé, chateada): Me deixa Jacqueline, eu já disse que não quero falar com ninguém!

(Jacqueline): Mas é importante! É da escola!

Sem nenhum ânimo, Chloé atendeu a ligação. É óbvio que sua reação mudou totalmente ao ouvir quem estava do outro lado.

(Adrien): Oi Chloé?

(Chloé): Adrien? Mas como? A Jacqueline disse que era da escola e que era importante!

(Jacqueline): Ué, o filho da família Agreste é importante e é da sua escola, não?

(Chloé): Quer parar com isso?

(Adrien): Para com quê?

(Chloé): Não, não é você, é a Jacqueline! Escuta, por que a Jacqueline foi te incomodar? Seja qual for o motivo, eu te peço mil desculpas!

(Adrien): Não é incômodo nenhum, Chloé. A Jacqueline me contou o quanto você ficou triste e eu queria te animar. O que me diz de nós sairmos hoje à noite, como amigos?

(Chloé): Errr... sair? Nós dois? Mas o que a Marinette vai pensar disso? Tipo, vocês são namorados!

(Adrien): A Marinette pode ir com a gente também, afinal, somos todos amigos. É um passeio de amigos. O que me diz?

(Chloé): Bem, eu... eu...

(Adrien): Olha Chloé, vai ser bom para você. Eu sou seu amigo e não gosto de saber que você está tão triste.

(Chloé): Obrigada por se preocupar comigo, Adrien. Tudo bem, eu vou.

(Adrien): Beleza, nos vemos às 19:30, está bem.

(Chloé): Combinado, até lá. *desliga o telefone*

(Jacqueline): E aí, o que o Adrien falou?

(Chloé, sorrindo): Você foi incomodar o Adrien só porque me viu triste?

(Jacqueline): É isso o que as melhores amigas fazem. Além disso, o Adrien é nosso amigo de infância, é claro que ele toparia fazer isso por você.

Chloé deu um sorriso. Jacqueline tinha seus defeitos, isso era claro, mas aquela preocupação que ela tinha era legítima. Ela de fato se importava com Chloé e faria o que pudesse para vê-la sorrir, até mesmo dar um jeito de arrastar o Adrien de sua agenda lotada de compromissos para um passeio entre amigos.

Mas o que Jacqueline não sabe é que o Adrien tem como melhores amigas a filha do prefeito e a filha de empresários do ramo de cosméticos, mas a namorada dele era filha de um padeiro.


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Notas finais do capítulo

Rapaz, escrever esse capítulo foi muito louco: No início eu estava meio sem inspiração e decidi escrever algumas cenas de desenvolvimento psicológico para alguns personagens que eu achei que precisavam. Mas quando eu fui escrever o ato da escola eu peguei sugestões de minha amiga MusaAnônima12345 e aliei com uma ideia que eu tive. O resultado foi INCRÍVEL!!! Quem ler vai adorar!

Falando nessa minha amiga, queria agradecê-la por acrescentar uma personagem tão legal ao enredo. Até então meus capítulos seguiam um padrão de "um capítulo de desenvolvimento, um de confronto", num padrão bem tokusatsu mesmo, mas essa personagem vai ser suficiente complexa para tomar três capítulos e se tornar recorrente na história. Eu garanto que vocês vão amar odiar essa riquinha esnobe, huehuehue!

Não se esqueçam de deixar seus comentários, sugestões, teorias e, se desejarem, umas fichas de personagens. Gosto quando meus leitores participam da história junto comigo. Garanto que muitas surpresas ainda aguardam vocês em Defensores de Paris 2, e uma das melhores chegará em breve.



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