Defensores de Paris 2 - As Joias Perdidas escrita por Blue Blur


Capítulo 12
Adeus Mestre


Notas iniciais do capítulo

Após cair doente por consequência de ceder seu Miraculous a um sucessor e abdicar de sua longevidade, Mestre Fu confia aos heróis de Paris algumas últimas palavras de sabedoria e conselhos para eles, bem como um aviso sobre os novos heróis que se juntarão a eles.



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Jacques estava sentado em sua cama, com a minúscula tartaruga flutuando diante dele. O garoto estava um pouco pálido, sem saber exatamente como reagir a tudo aquilo. De forma impulsiva, o garoto avançou com tudo e agarrou o pequeno ser com toda a força que tinha.

(Jacques, sério): De que planeta você é? Quem é você? Quem é o seu mestre? Vocês planejam uma invasão?

(Pequeno ser): Mestre, eu não faço ideia do que você está falando! Meu nome é Wayzz, eu sou daqui da Terra mesmo e, tecnicamente, você é o meu Mestre agora!

Jacques se acalmou um pouco e largou Wayzz, mas ainda se mostrava desconfiado.

(Jacques): Para de me chamar de “mestre”, meu nome é Jacques.

(Wayzz): Como queira, mestre Jacques.

(Jacques, revirando os olhos): A propósito, o que raios você quer comigo, seu... seu... jabuti, tartaruga, cágado... O que você é afinal?

(Wayzz): Eu sou um kwami.

(Jacques): Ah bom... o que é um kwami?

(Wayzz): Sou um ser às suas ordens, eu lhe darei superpoderes para combater o vilão Inuwashi, que atormenta nossa cidade.

(Jacques, sério): ... tá bom mãe, isso não tem graça. É alguma lição de moral que você gostaria de me passar?

(Wayzz): Não, não, não mestre Jacques! Você não pode falar para sua mãe que eu existo. Olhe, eu entendo que você não acredite em mim, mas por favor, escute minhas palavras.

(Jacques): Então está bem, me convença.

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Enquanto isso, na casa de Alya, a garota olhava fixamente para a pequena raposa voando. Discretamente, Alya foi movendo sua mão até o celular, porém a raposinha notou, saiu voando e pegou o aparelho.

(Alya): Ei!

(Raposinha): Para que serve isso?

(Alya): Me devolva meu celular!

(Raposinha): Não até você me dizer para que você queria isso.

(Alya): Para filmar você, senão ninguém vai acreditar se eu disser que encontrei uma alienígena de verdade.

(Raposinha): Ah bom... ei, que papo é esse? Não é para você sair por aí fofocando que é uma super-heroína, não! Quer que um cara bizarro com uma mão colada na cara mande um urubu gigante para atacar sua família?

(Alya): Que papo é esse de “mão colada na cara”, “urubu gigante”, super-heroína... Peraí, está dizendo que eu vou ser uma super-heroína, errr...?

(Raposinha): Trixx, meu nome é Trixx. Sim, você será, mas antes, você deve saber algumas coisas importantes, então presta atenção aí.

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Jacques já havia ouvido a explicação de Wayzz sobre, bem, sobre tudo, mas ainda havia algumas coisas que ele estava tendo dificuldade para digerir.

(Jacques): Então deixa eu ver se entendi: para usar meu super-poder, eu digo “Hipertempo”, é isso?

(Wayzz): Sim, mestre Jacques, e para se transformar você diz: “Wayzz, erguer escudo.

(Jacques): ...

(Wayzz): Algo errado, mestre?

(Jacques): Eu já tentei entrar nesse negócio de ser super-herói, e não deu muito certo. “Não deu muito certo” uma ova! Foi um fiasco total! Eu não só apavorei uma garota que eu gostava como acabei tomando uma facada! Minha mãe ficou muito preocupada comigo, eu não quero chatear ela outra vez. Desde que meu pai morreu, eu sou tudo o que ela tem agora.

(Wayzz): Mestre, eu sinto muito por isso, mas confie em mim, tudo ficará bem. Além disso, se não tiver experiência você poderá se juntar aos outros heróis para pedir ajuda: a Ladybug, o Chat Noir, a Queen Bee...

(Jacques): Tem certeza disso? Da última vez aquela Queen Bee disse para eu não ser mais super-herói.

(Wayzz): Acredite mestre, será diferente dessa vez.

(Jacques): ... está bem, confiarei em você. Será legal ser um super-herói para valer, sem me estropiar todo.

(Wayzz): Ah, e o mais importante: ninguém deve saber que você é um super-herói!

(Jacques): Nem meus parceiros?

(Wayzz, sério): Nem eles.

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(Alya): Uma heroína raposa? Mais ou menos como aquela vilã que tentou se passar por heroína e enfrentou a Ladybug?

(Trixx): Bom, não é uma comparação muito boa, mas sim, você usará um traje de raposa e terá poderes parecidos com os dessa tal vilã, mas eu prometo que você será do bem, a menos que você seja uma vilã e queira atacar a Ladybug.

(Alya): Mas você está brincando? Nunca que eu lutaria contra a Ladybug, sou a fã número 1 dela! Até criei um blog sobre ela!

(Trixx): Que bom ouvir isso, então posso pular a parte do discurso ético-moral e ir para a parte da identidade secreta e dos poderes. Seguinte: você não pode falar para ninguém que é uma super-heroína, nem mesmo para os seus parceiros, entendeu?

(Alya): Por causa do lance do “cara com a mão colada na cara” e do “abutre gigante”?

(Trixx, séria): Não, esses caras só iriam atrás de você se você fosse um loirão bombado. Mas agora falando sério, pode ser perigoso se outras pessoas souberem quem você é por trás da máscara.

(Alya): Mas nem mesmo a Ladybug e o Chat Noir?

Trixx fez uma expressão incrivelmente séria, tanto que Alya até ficou um pouco sem graça.

(Alya): Está bem, vou manter segredo

(Trixx, sorrindo): Que ótimo, agora vou lhe explicar sobre seus poderes: você terá o poder de criar ilusões de você mesma assim que disser “Ilusão” e tocar sua flauta!

(Alya): Legal, e como eu me transformo?

(Trixx): Você só tem que dizer “Trixx, desnortear! ”

(Alya): Puxa, eu não vejo a hora de testar isso, mas antes eu vou ter que esperar meu braço machucado se curar.

(Trixx): Ah, isso vai ser rápido. Você vai adorar ser uma super-heroína

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Os dias foram passando, e não havia nenhum sinal de Inuwashi, Le Paon ou qualquer outro indivíduo que pudesse ter encontrado alguma das joias de Ladybug e Chat Noir. Certa tarde, Marinette, Adrien, Chloé e Diego estavam no hospital, fazendo companhia para o Mestre Fu. Apesar de a condição do ancião chinês ter se estabilizado um pouco, ele ainda mostrava sinais de estar muito mal.

(Chloé): Mestre Fu, eu trouxe uns pãezinhos de mel que a minha cozinheira fez... o Beezy adora, achei que o senhor fosse gostar também.

(Mestre Fu, fraco): O-Obrigado pela gentileza, Queen Bee.

(Adrien): O senhor parece melhor, mestre.

(Mestre Fu): Não se engane pela minha aparência, jovem Chat Noir, eu estou muito mal ainda.

(Marinette): Talvez você não devesse ter cedido seu Miraculous para um novo...

(Mestre Fu): Não Ladybug, eu tinha sim. Inuwashi é um adversário poderoso, eu mesmo já lutei contra ele em 1937, na Segunda Guerra Sino-Japonesa. Meu grupo inteiro foi morto, apenas eu e o antigo Hawk Moth sobrevivemos.

(Diego): O senhor já foi amigo do Hawk Moth?

(Mestre Fu): Bem, claro que não era o mesmo, mas sim, eu fui. Os Miraculous sempre são dados para pessoas boas, pessoas ruins só põem as mãos neles quando os encontram perdidos. A propósito, eu ainda tenho guardado comigo o Miraculous de Hawk Moth. Tomem, aqui está a chave da minha academia de yoga, e neste papelzinho está a senha do meu gramofone.

(Adrien): Senha?

(Mestre Fu): Sim, meu gramofone é falso, é lá que eu guardava os Miraculous. Vocês devem voltar lá o mais rápido possível. O Miraculous da Mariposa não pode ficar perdido novamente, não podemos correr o risco de que um terceiro vilão o capture, já basta Inuwashi e Le...

A fala foi interrompida quando Niakamo-Fu começou a passar mal. Ele estava tendo uma parada cardíaca. Os quatro jovens, desesperados, chamaram por um médico. A equipe veio o mais rápido que podia e realizou todo o procedimento. Infelizmente, não houve muita coisa que se pudesse fazer. Naquela tarde, o Grande Guardião havia fechado seus olhos permanentemente para seu merecido descanso. Não mais teria que se preocupar com nenhum vilão: Hawk Moth e seus akumas, Inuwashi, Le Paon, Surveillance...

Naquela noite, os jovens voltaram para suas casas desolados. Sem o seu mestre, eles se sentiam muito perdidos. Diego, em sua casa, havia se trancado no quarto de forma muito angustiante, preocupando seus pais.

(Camille): Diego, filho, venha jantar com a gente!

(Miguel): Se você nos contar o que aconteceu, talvez nós possamos...

Diego não respondeu, estava deitado em um estado quase catatônico, olhando fixamente para o Miraculous da Mariposa, que estava em sua mão. Tuggi, preocupada, tentava de toda forma animar Diego.

(Tuggi): Mestre, vá comer, você adora comer! Eu prometo que não vou ficar fazendo piadinhas sobre você estar gordo.

(Diego): Ele morreu Tuggi... morreu bem na nossa frente...

(Tuggi, angustiada): Diego, todo mundo um dia vai ter que passar por isso, além do mais...

(Diego): Sabe o que é pior? Eu nem chorei... a Marinette, o Adrien, a Chloé... todos eles choraram... eu não derramei uma única lágrima...

(Tuggi): Mas você está triste, não é?

(Diego): Sim, eu estou, mas não sei se é pelo Mestre Fu ou se é pelos meus amigos... às vezes eu tenho medo disso... porque eu dificilmente choro... mesmo durante lutos...

Tuggi sabia que seu amigo estava com a cabeça doente. Ver o mestre morrer em sua frente é algo terrível. A pequena kwami pousou na cabeça de Diego, quase como se o estivesse abraçando.

(Tuggi, chorando): Você sabe que pode sempre contar comigo. Desabafe o que quiser, ou se preferir ficar quieto, saiba que eu vou estar aqui ainda, bem do seu lado.

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Os dias se passaram, apesar de o sentimento de luto estar mais ameno, os quatro heróis ainda se mostravam bastante abatidos com a perda do Mestre Fu. Adrien foi para a escola cabisbaixo, sem ânimo para conversar com ninguém. Dentro de sua roupa estava Plagg, que tentava animar o amigo humano de tudo que era jeito... sem sucesso.

(Plagg): Adrien, você tem que se animar! Olha só, pense que o Mestre Fu ele... morreu em paz, ele confiava em todos nós.

(Adrien): Ele morreu porque teve que dar seu Miraculous para outro herdeiro. Ele não teria que ter feito isso não fosse esse maldito Inuwashi!

(Plagg): Isso é verdade, mas sabe Adrien, não é bom para uma pessoa viver tanto tempo assim acima de sua expectativa de vida. O Mestre Fu nunca pôde se relacionar com ninguém porque ninguém viveria o suficiente para acompanha-lo. Além do mais, ele com certeza tinha vários problemas de saúde por conta dessa vida extremamente longa que ele teve.

A conversa foi interrompida quando Plagg se escondeu ao ver Nino se aproximando. O melhor amigo de Adrien notou que ele estava bem pra baixo mesmo.

(Nino): Cara, o que aconteceu com você? Seu pai te deixou de castigo?

(Adrien): Não tem nada a ver com meu pai. É que... um amigo meu morreu recentemente, e eu estou muito triste.

(Nino): Poxa! Você conhecia ele há muito tempo?

(Adrien): Não tanto tempo assim, mas ele era, digamos, alguém que sempre me aconselhava, me ajudava. Ele de certa forma mudou minha vida.

(Nino): Que triste. A Alya disse que a Marinette também estava muito triste. Ela também falou alguma coisa sobre um amigo que ela perdeu. Vocês tinham esse amigo em comum?

(Adrien): Olha Nino, por favor, eu não quero falar sobre isso, está bem?

(Nino): Tudo bem, eu não vou mais tocar no assunto.

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Mais tarde, ainda naquele dia, Marinette estava indo de volta para casa, um pouco menos triste, mas ainda bem cabisbaixa. Tikki tentava de todas as formas animar sua amiga, mas nada parecia adiantar.

(Tikki): Marinette, eu sei que você está triste, mas você precisa se animar! Não vai conseguir enfrentar Inuwashi e Le Paon se não estiver com um bom estado de espírito.

(Marinette): Foi por causa deles que o Mestre Fu teve que abdicar do seu Miraculous... foi por causa deles que o Mestre Fu morreu...

Cabisbaixa, Marinette havia passado do lado de uma loja de aparelhos eletrônicos. Uma televisão mostrava uma notícia que chamou a atenção de Tikki.

(Tikki): Marinette, olha aquilo!

(Jornalista): A tricampeã de salto à distância Lucille Marchant, que estava há tempos fora das pistas devido a problemas de saúde, anunciou que está de volta! Segundo seus médicos, Lucille tinha problemas nas articulações e músculos de suas pernas devido à sua rotina de exercícios, que era bem mais intensa que a de suas colegas de treino. Esta filmagem mostra uma entrevista dada pela atleta.

Marinette continuou assistindo, o programa cortou para a gravação de uma entrevista realizada num campo de salto à distância, onde estava a tal Lucille. A mulher estava lustrosa de suor, realçando seu belo porte físico (por razões óbvias): cerca de 1,75 de altura, corpo bem esculpido, tinha cabelos ruivos e cacheados amarrados num rabo de cavalo, além de belos olhos azul-água. Estava vestindo o uniforme padrão das atletas de salto à distância, com as cores da França. A atleta começou a falar:

(Lucille): Meus treinadores diziam que eu pegava pesado demais nos treinos. Diziam que eu não descansava adequadamente. Nunca dei ouvidos a eles e com isso me tornei tricampeã! Quando eu adoeci, eles culparam minha rotina “exagerada” *as aspas ela fez com os dedos*, falaram que eu teria de interromper minha carreira brilhante por alguns meses para fazer fisioterapia. Disseram que eu tinha contratura, fascite, tendinite e um monte de outras “ites”. Mas aqui estou eu, firme e forte, pronta para voltar para o estrelato. É como eu sempre digo: Eu faço meus próprios limites!

Enquanto assistia à gravação, Marinette arregalou os olhos ao notar uma coisa: numa das orelhas da atleta, estava um pequeno brinco cor de prata. Ela desconfiou do objeto, então rapidamente pegou o celular e tentou acessar a gravação da entrevista. Pausou o vídeo no momento exato em que viu o brinco e deu um zoom, então percebeu que o brinco tinha cinco pequenas bolinhas pretas, igual à uma estampa de joaninha.

(Tikki): Marinette, aquela atleta está com a Pérola da Lua!

(Marinette): Pérola da Lua? É esse o nome da joia?

(Tikki): Ela dá ao usuário o poder de alterar o campo gravitacional do próprio corpo ou daquilo que ela toca.

(Marinette): Então é por isso que Lucille se recuperou tão rápido. Ela deve estar alterando a gravidade de suas pernas a fim de forçar menos os seus músculos. Tikki, nós temos que avisar os outros.

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Já em sua casa, Marinette estava mandando mensagens no grupo de Whatsapp que criara para falar com seus amigos sobre tudo o que acontecesse envolvendo os Miraculous.

(Marinette): Vocês ficaram sabendo da tal atleta, Lucille Marchant?

(Diego): O que tem essa mulher?

(Marinette): Eu vi uma entrevista dizendo que ela está voltando à ativa, mas na gravação eu vi ela usando uma das joias que estamos procurando. A Tikki disse que é a Pérola da Lua.

(Chloé): Mostra para a gente esse vídeo!

(Adrien, depois de ver o vídeo): Caramba... essa mulher é muito bonita!

(Marinette): Adrien!

(Diego): Mas olha só a audácia desse gato pingado! Depois é estrangulado por um ioiô e não sabe por que.

(Marinette): Gente, isso é sério! Nós temos que dar um jeito de recuperar essa joia o mais rápido possível! Lembram do que o Mestre Fu dizia? Se pessoas normais ficarem usando elas por muito tempo poderão sofrer com efeitos colaterais!

(Diego): Mas onde vamos achar essa mulher?

(Chloé): Eu fiz uma pesquisa rápida e pelo visto ela vai estar aqui em Paris, e adivinhem: hospedada bem no Le Grand Paris! Podemos facilmente falar com ela.

(Adrien): Parabéns, Chloé! Agora é só planejarmos como vamos falar com ela.

(Chloé): Eu acho melhor apenas um de nós tentar falar com ela primeiramente. Eu gostaria de ir, mas acho melhor a Marinette ir, já que a Ladybug é a principal heroína de Paris.

(Adrien): Sem falar que ninguém recusaria nada a uma joaninha. Joaninhas são adoráveis.

(Diego): Hummm, tá querendo bajular a patroa depois de pagar pau pra atleta ruiva gostosona, né seu gato pingado?

(Marinette): Espera só até eu contar pra Lila que você chamou a Lucille Marchant de “gostosona”.

(Diego): Nosfa Marineffe, num faça essa fura-olhagem com seu amigo gafanhoto.

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Era mais ou menos umas 17:00 quando Ladybug entrou pela porta da frente no Hotel Le Grand Paris. Todos os que estavam lá começaram a aplaudir efusivamente a heroína, alguns até foram pedir autógrafos. Embora se sentisse bastante lisonjeada, Ladybug estava ali para cumprir uma missão.

(Ladybug): Obrigada, muito obrigada pelo carinho e apoio de todos vocês. Eu gostaria de falar com a senhorita Lucille Marchant, alguém poderia me dizer onde ela está?

A recepcionista prontamente atendeu ao pedido de Ladybug, inclusive conduzindo a heroína pessoalmente para o quarto desejado. Batendo na porta, Ladybug foi bem recebida pela atleta em pessoa. Lucille e Ladybug ficaram sozinhas no quarto, a atleta vestia uma roupa mais casual e esportiva, mas não chegava a ser uma roupa de atleta.

(Lucille, contente): Ladybug, a grande heroína de Paris! A que devo a honra de sua visita?

(Ladybug): Oi Lucille, também me sinto honrada em está perante uma atleta tão famosa quanto você.

(Lucille): Ora, não diga isso. O que é uma simples atleta de salto à distância comparada a uma heroína como você? Mesmo eu tendo um desempenho incrível, meus feitos nunca se comparariam aos seus.

(Ladybug): Err, sobre isso... eu fiquei sabendo que até um tempo atrás você estava afastada das pistas. Como voltou tão rapidamente?

(Lucille, insegura): Olha, eu não sei se eu devo te contar isso.

(Ladybug): Ora essa, vai mesmo negar uma informaçãozinha para a maior heroína de Paris?

(Lucille): Você tem razão, ora essa, onde eu estava com a cabeça? está bem, eu conto, mas só para você, está bem?

(Ladybug, sorrindo): Tudo bem, eu guardo segredo.

Lucille aproximou o rosto da heroína e tocou no lóbulo da própria orelha, destacando o pequeno brinco cor de prata com estampa de joaninha que estava usando.

(Lucille): Vê esse meu brinco? Ele é igual ao seu, com exceção da cor. Eu resolvi usá-lo porque achei que daria sorte para mim, uma sorte semelhante à sua. Pois é, ele deu.

(Ladybug): Como assim?

(Lucille): É difícil de explicar, mas esse brinco meio que altera o campo gravitacional à minha volta. Meu corpo fica mais leve, isso me permitiu voltar às pistas. Com meu corpo mais leve eu não só exigia menos de meus músculos lesados como conseguia saltar ainda mais longe do que antes. Sabe qual a melhor parte? Sem anabolizantes tóxicos, nem esteroides nem tratamentos hormonais! Eu vou me tornar a maior atleta desse mundo!

Ladybug ficou séria, sabia o quanto Lucille era famosa pela extrema dedicação à sua carreira, mas também sabia dos perigos de usar as Pérolas e Obsidianas sem seus devidos Miraculous.

(Ladybug, séria): Lucille, é sobre isso que eu vim falar com você. Eu preciso que você me dê essa pedra.

(Lucille): Como é?

(Ladybug): Essa pedra me pertence, não pode ficar com você. Existem joias minhas e do Chat Noir espalhadas pela cidade e nós estamos tentando recolher todas.

(Lucille): Por que você precisa dessa joia? Você já é incrível do jeito que você é.

(Ladybug): Não se trata de ser incrível, Lucille, se trata da sua segurança.

(Lucille, séria): Eu não preciso de uma adolescentezinha como você de babá!

(Ladybug): Lucille, me escuta, por favor!

(Lucille): Não, você não passa de uma egoísta! Todo esse poder que você tem, de vencer akumatizados, de criar objetos, de consertar as coisas, e você ainda deseja mais?

(Ladybug): Não é isso, Lucille! Existem dois vilões que estão atrás dessas joias, se você não me entregar a sua, estará em perigo!

(Lucille): Então que venham, vou dar uns chutes no traseiro desses imbecis!

(Ladybug): Não é assim tão fácil, Lucille, eu e meus amigos já lutamos contra um deles, mas é muito difícil, você não pode...

(Lucille, nervosa): Não me venha com essa de “você não pode”! Eu posso sim, só eu faço meus limites. Eu dediquei minha vida a ser uma grande atleta, esse brinco é minha única chance de voltar às pistas depois dessas malditas lesões! Ninguém vai me impedir de alcançar meus sonhos, nem mesmo você, Ladybug!

(Ladybug, séria): Agora chega Lucille, você não está raciocinando direito!

Ladybug saltou sobre a atleta para pegar o brinco, um erro grave: maior e mais forte, a atleta agarrou o corpo de Ladybug e a jogou para o lado. Com toda a rapidez de uma atleta de alto desempenho, Lucille correu para a janela e pulou para o topo do outro prédio, um feito que teria sido impossível não fosse a “joia-gravidade zero”.

(Ladybug, usando o comunicador): Pessoal, a conversa amigável falhou. Nós temos que ir atrás da Lucille rápido!

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Minutos antes

Na delegacia, Charlotte analisava uma pilha de casos não solucionados, sem falar nos novos casos envolvendo Inuwashi e Le Paon. Apesar de seu esforço e empenho constantes, Charlotte nunca conseguia descobrir muita coisa acerca dos dois novos vilões que atacavam Paris. Para cada peça do quebra cabeça que ela encaixava, outras cinco ou dez novas apareciam. Masato também estava dando um duro danado na outra sala. Enquanto Charlotte trabalhava, o capitão Roger apareceu com um copo de cappuccino para sua superior.

(Roger): Senhorita Olivier, eu trouxe um cappuccino para você.

(Charlotte): Ora, obrigada Roger.

(Roger): Como está o trabalho?

(Charlotte): Como sempre: complicado. Sinceramente meu cérebro quase entra em fusão cada vez que eu tento descobrir algo sobre esses dois vilões. Eles são muito bons em esconder pistas, e parece que eles nem sequer tentam! É como se... argh, sei lá, não faço ideia do que eles são.

(Roger): Você me parece bem estressada.

(Charlotte): Desculpe Roger, é o meu trabalho.

(Roger): Quer sair hoje à noite? A gente podia se divertir juntos, como amigos, para relaxar. O que você acha de ir ao cinema?

(Charlotte, sorrindo): Pode ser uma boa. Tem algum filme em mente?

(Roger): Não, mas a gente pode achar um rapidinho.

Os dois colegas de trabalho trocaram um caloroso sorriso entre eles. Um sorriso de amigos. Eram velhos companheiros de batalha, com uma certa intimidade entre eles, e às vezes um sorriso no rosto é tudo o que precisa ser dito.

Pena que mesmo este simples gesto às vezes tenha que ser interrompido bruscamente por uma chamada pelo telefone. Charlotte interrompeu a conversa e atendeu o telefone.

(Charlotte): Alô, quem fala? Ladybug? O que aconteceu? Uma o quê? Fala com calma, eu não estou entendendo? O tal homem-águia pode aparecer a qualquer hora? Tudo bem, já entendi, estou a caminho! *desliga o telefone* Roger, temos que ir. A Ladybug disse que tem uma mulher que ela acha que será a próxima vítima daquele homem-águia. Vamos logo.

Masato tinha ouvido a conversa inteira e resolveu que iria também.

(Charlotte): Masato, você fica. Você é um detetive, sua função é continuar as investigações sobre nossos dois criminosos. Deixe isso comigo.

(Masato): Mas Charlotte, eu quero ajudar, eu vim aqui para Paris para investigar esse sujeito para início de conversa.

(Charlotte): Não Masato, fique aqui. Eu e Roger cuidamos disso.

Mas Masato era meio teimoso. Apenas esperou os dois policiais saírem para que ele pudesse ir atrás sem ninguém impedi-lo. Ao sair deixou sua mesa como estava: cheia de tralhas. Entre as tralhas estavam os pergaminhos roubados da exposição no Louvre (ver capítulo 5) pelos criminosos japoneses e uma pequena caixinha, aberta, e dentro dela um objeto que parecia uma lente de contato.

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A perseguição entre Ladybug e Lucille continuava. Dessa vez a heroína estava acompanhada por Chat Noir, Quee Bee e Chapolin Colorado. A atleta saltava com uma agilidade incrível, parecendo uma versão feminina do Super Mario.

(Chat Noir): Lucille, seja razoável, você tem que parar com isso e dar a sua joia para a gente! Ladybug já explicou o que pode acontecer

(Lucille, parando no chão): Nunca! Essa joia é a única coisa que foi capaz de me tirar daquela fisioterapia e me devolver a glória de uma atleta! Eu não vou abrir mão disso.

A viatura de Charlotte havia acabado de chegar a toda velocidade. Freando bruscamente ao lado do quarteto de heróis, Charlotte e Roger correram para perto deles.

(Charlotte): Ladybug, cheguei o mais rápido possível. O que houve?

(Ladybug): A atleta Lucille Marchant está com uma joia que eu suspeito que o tal Inuwashi vai querer. Ela está em perigo e não quer colaborar!

(Roger): Senhorita Marchant, ouça a Ladybug, ela sabe o que está fazendo! Você deve devolver essa joia ou então aquele homem-águia de ouro virá atrás de você!

(Lucille): Se essa aberração quer tanto assim meu brinco, que ele venha tirá-lo de mim!

Falando no diabo, ele apareceu: um vulto dourado se colidiu com a rua, deixando uma rachadura no chão e muita poeira. Quando a poeira se dissipou, Inuwashi se ergueu em toda sua imponência.

Lá estavam quatro heróis, dois policiais, uma prodígio e um vilão. O palco para uma grande luta já estava armado.


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Notas finais do capítulo

Ufa, esse capítulo deu trabalho, foi meio difícil criar um novo ponto de partida desde que o Mestre Fu cedeu seu Miraculous ao Jacques. Acho que eu fiz um bom trabalho com o lance da despedida, eu não queria que o Mestre Fu morresse numa batalha, seria meio que covardia. Ele lutou tanto, perdeu tanto, Niakamo-Fu merecia mais do que ninguém morrer em paz, e com isso já se abrem as cortinas para a estreia de Volpina e Ninja Turtle, vocês certamente irão adorar o que está por vir.

Atualizar esta história está sendo mais trabalhoso agora que voltei para a faculdade e meus novos professores estão fazendo terror sobre como a carga horária será pesada, mas farei o possível para não interromper a história. Tenham fé e tudo dará certo.

Não se esqueçam de deixar suas teorias, comentários, sugestões e críticas (construtivas) a opinião de vocês é bastante importante para mim. Por enquanto é só, até o próximo capítulo.



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