Defensores de Paris 2 - As Joias Perdidas escrita por Blue Blur


Capítulo 1
A Viagem


Notas iniciais do capítulo

Os atos de heroísmo de Ladybug, Chat Noir & Cia. tiveram grande repercussão na mídia nacional e internacional. Diversas criações foram feitas com o propósito de homenagear os atos de heroísmo dos heróis que defenderam bravamente o povo de Paris, desde homenagens em mangás até filmes e série.

Enquanto isso, Marinette e Diego se preparam para viajar de férias e aproveitar mais de suas vidas como civis, sem ter que bancar os super-heróis nem enfrentar Hawk Moth e seus akumas.



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QUARTETO DE HERÓIS DESMONTA ORGANIZAÇÃO MAFIOSA

 

FIM DO PESADELO: LADYBUG DECLARA À IMPRENSA TER CAPTURADO O MIRACULOUS DE HAWK MOTH

 

RESGATE HERÓICO: CHARLOTTE OLIVIER, CAPITÃ DA POLÍCIA, E QUEEN BEE, SUPER-HEROÍNA, RESGATAM PREFEITO DE PARIS DE VILÃO AKUMATIZADO

 

PONTA DO ICEBERG: ANTOINE LUMIÉRE, VULGO “PRESQUE RIEN”, DENUNCIA MAIS NOMES ENVOLVIDOS COM A SURVEILLANCE

 

NETFLIX IRÁ LANÇAR SÉRIE LIVE-ACTION INSPIRADA NOS HERÓIS LADYBUG E CHAT NOIR NO PRÓXIMO MÊS

 

YUSUKE MURATA, AUTOR DO MANGÁ DE SUCESSO “ONE PUNCH MAN”, DIZ ESTAR INTERESSADO EM HOMENAGEAR HEROÍNA FRANCESA EM SUA SÉRIE

 

NOVO GAME DA UBISOFT, “DEFENDERS OF PARIS”, ALCANÇA 7 MILHÕES DE UNIDADES VENDIDAS NO PRIMEIRO MÊS, DESBANCANDO GRANDES TÍTULOS COMO “CALL OF DUTY 4” E “BATTLEFIELD 3”

 

Os resultados de nossas ações deram frutos que jamais imaginamos colher. Antes Ladybug e Chat Noir eram amados e adorados apenas em Paris, agora somos um fenômeno mundial. Se você digitar nossos nomes no Google, garanto que vai achar muita coisa legal. Já vi empresa querendo lançar filme, série, videogame, brinquedo, desenho, até mesmo anime baseados em nossos feitos heroicos! É algo que me deixa realmente muito feliz! Claro, eu sei que é meu dever usar os poderes de meu Miraculous para ajudar aos que necessitam, mas eu também gosto de um pouco de prestígio. Quem não gosta? *risos*

A melhor parte disso tudo é que, agora que Hawk Moth não existe mais, nossa presença já não é tããããão crucial quanto antes. Claro, ainda aparecemos para ajudar a polícia, mas agora é algo sob controle, agora somos mais uma espécie de “símbolos da paz” ao invés de “combatentes no front de batalha”, não é mais como antes. Eu gosto disso, porque me dá mais tempo para dedicar à minha família, meus amigos, meu namorado... Sério, até agora eu fico volta e meia me beliscando, porque eu não acredito que ele disse aquilo! Ele me pediu em namoro! Eu achei que fosse desmaiar!

A propósito, que maus modos da minha parte, talvez você nem me conheça e eu sequer me apresentei! Eu me chamo Marinette, e meus amigos e eu temos um segredo, um segredo que a essa altura da conversa você já deve ter descoberto. Bem, essa é a nossa história.

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Verdun, França – 1916

Obuses choviam por todo o lado, causando enorme devastação. Terra e, às vezes, pedaços de soldados eram arremessados pelo campo de batalha devastado. Dezenas, centenas de quilômetros de terra eram escavados, formando valas colossais. Essas valas eram conhecidas como “trincheiras”, e eram protegidas por sacos de areia, cercas de arame farpado e muitas, mas muitas metralhadoras mesmo. Em uma dessas trincheiras, estavam vários soldados, correndo freneticamente por aquele corredor claustrofóbico. Entre eles havia uma mulher, vestindo uma espécie de capuz e capa, escondendo grande parte de seu corpo. Era uma mulher ruiva, com um cabelo de cor bem forte, e olhos castanhos. Ela prontamente foi falar com um dos soldados.

(Mulher): Stephen, Stephen! Não podemos ficar aqui, temos que avançar!

(Stephen): Não tem como avançarmos, olhe para o horizonte, aquilo lá é terra de ninguém! Avançar é suicídio!

(Giana, nervosa): Inocentes estão morrendo enquanto ficamos parados aqui sem fazer nada! Precisamos ajuda-los!

(Stephen): Giana, eu compreendo sua preocupação, mas isso é o máximo que podemos fazer! Este batalhão está estacionado há um ano aqui e mal avançou um metro. Não conseguimos sair daqui porque nossos inimigos têm 10 metralhadoras apontadas para cada um de nós!

(Giana): Se vocês não dão conta, então deixe isso comigo.

(Stephen): Volta aqui Giana, isso é loucura!

Desfazendo-se do traje que lhe ocultava, a guerreira saiu para fora da trincheira vestindo uma reluzente armadura vermelha e amarela, com o design similar a um inseto, e armada com um martelo. Ela ergueu o olhar para o céu e viu algo tenebroso: era um gigante, com cerca de 20 metros de altura. Ele tinha quatro olhos com um brilho azul-claro e cabelos que pareciam labaredas. Ele carregava uma espécie de balde, e volta e meia pegava algo lá de dentro e colocava no campo de batalha, ou mesmo jogava. Aparentemente, ninguém mais além dela conseguia enxergar aquele monstro.

(Giana): Se eu o destruir, esta sanguinolência irracional acabará!

Um tiro de metralhadora voou em câmera lenta na direção da guerreira, que revidou rebatendo-o com sua marreta. Corajosamente ela correu em direção à trincheira inimiga. Soldados de ambos os lados assistiam incrédulos a guerreira passar invicta por aquele inferno de obuses e rajadas de metralhadoras.

(Stephen): Ela está abrindo caminho para nós! Avancem camaradas! Avancem!

Todos os soldados sob comando de Stephen avançaram com tudo para a trincheira inimiga e lá começaram a combater os alemães, mas essa era a batalha deles, não a de Giana. A guerreira contempla o gigante de quatro olhos reluzentes e avança com tudo para cima dele, com seu martelo em punho. Rapidamente, o gigante coloca a mão dentro do balde e de lá retira cinco tanques de guerra.

Os blindados atiram furiosamente contra a heroína, que dá um enorme salto e cai em cima de um deles, esmagando parte deles. Depois ela atira o resto da carcaça contra os outros, fazendo outros três capotarem. Antes que ela atacasse o último, ela teve que saltar rapidamente para o lado, pois o gigante havia agarrado um caça alemão e o fez disparar suas metralhadoras na direção dela.

(Giana): Você vai precisar de mais do que armas humanas para me vencer!

Giana atirou seu martelo contra o avião na mão do gigante, fazendo-o explodir. O gigante largou a aeronave, fazendo-a despencar contra o último blindado. Assustado pela proximidade que a guerreira estava dele, ele volta a colocar as mãos dentro do balde, tirando um batalhão de soldados alemães de dentro.

Mas eles não eram páreo para Giana. Atacando-os com um poder inigualável, ela foi derrubando cada um deles. O gigante, vendo que seus asseclas não a venceriam, decidiu esmagar a todos com a mão aberta, mas ainda assim Giana escapou pelo espaço entre os dedos médio e anelar da mão dele e atirou seu martelo contra o rosto do gigante, que gritou algo bizarro.

(Gigante): AAAAARRRRGGGGHHHH! DROGA TUGGI, EU DISSE PARA NÃO ATIRAR NADA NOS MEUS ÓCULOS! VOCÊ QUER ARRANHAR MINHAS LENTES, SUA...?

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O quarto de Diego estava uma bagunça: dezenas de soldadinhos de plástico estavam espalhados pelo chão, junto com barricadas e cercas de arame farpado de brinquedo. O “exército de Stephen” era um conjunto de soldadinhos verdes, enquanto os alemães eram soldadinhos amarelos. No meio dessa bagunça, estava Tuggi, segurando um martelinho de brinquedo com a maior cara de “foi mal pelo vacilo, mestre”. Diego estava limpando a lente de seus óculos, e do lado dele estava um balde cheio de soldadinhos, uma réplica de um caça triplano alemão Fokker Dr1 vermelho.

(Diego, sério): Tuggi, quantas vezes eu já disse para você não atirar coisas na minha cara?

(Tuggi, rindo): Desculpa mestre, mas é que você ia me esmagar. Você mesmo disse que não valia voar nem usar meus poderes mágicos para atravessar as coisas, então eu só consegui pensar nisso.

(Diego): Eu tive sorte de a lente dos meus óculos não ter arranhado, essas coisas custam caro.

(Tuggi, sorrindo): Que bom mestre, agora vamos voltar para *fica aflita* Stephen! O que fizeram com você?

Tuggi correu desesperada na direção de um soldadinho verde de plástico que estava debaixo das asas do caça alemão do lado de Diego.

(Tuggi, “desesperada”): Diego, me ajuda, o Stephen não está respirando!

(Diego, confuso): Errr, Tuggi, até onde eu sei o Stephen não está respirando porque ele não é um homem de verdade, é só um brinquedo.

(Tuggi, “brava”): Seu monstro, como pode dizer isso do Stephen? Eu devia era acabar com...

— Diego, você tem visita.

A cena seguinte foi o cúmulo da vergonha alheia e do ridículo: enquanto Tuggi voou velozmente para um esconderijo, uma garota entrou no quarto de Diego e viu o rapaz de 15 anos brincando com soldadinhos de brinquedo. Pior, não era uma garota qualquer, era a filha do prefeito, Chloé Bourgeois. A loira ficou olhando com uma cara que não sabia se ria do mico que o mexicano pagou ou se achava o cenário bizarro.

(Diego, constrangido): Errr, eu posso explicar.

(Chloé): Você tá brincando com soldadinhos de plástico? Sério Diego, quantos anos você tem?

(Diego): Não, eu não estou brincando, é que minha mãe me mandou arrumar o quarto e eu...

(Tuggi, saindo de seu esconderijo): Quer brincar com a gente, Chloé?

Dessa vez a surpresa foi outra, Beezy saiu voando da bolsinha de Chloé se juntar à Tuggi.

(Beezy): Eu posso ficar com o avião vermelho?

(Tuggi, bancando a “briguenta”): Nem vem, ele é do Diego! Eu fico com o avião vermelho!

Vendo que seus kwamis não iriam deixar que eles conversassem em paz, Diego e Chloé foram para o pátio. Quando perceberam que seus mestres haviam saído, os dois kwamis foram atrás só para bisbilhotar a conversa alheia.

(Chloé, animada): Então Diego, não sei se você sabe, mas semana que vem vai ter um evento muito importante aqui em Paris: Gabriel Agreste vai chefiar uma feira de moda, como parte de uma campanha publicitária dele que será lançada na China. Vai ser simplesmente espetacular!

Diego não estava muito animado, ele nunca foi muito chegado nessa parte de moda, ele sempre vestia aquilo que achava mais confortável ou o que ele achava bonito.

(Diego, não muito animado): Uau, bacana... mas por que exatamente você está me contando isso?

(Chloé): Errr, bom... é que eu... queria saber se você não gostaria de ir comigo...

Aquilo foi estranho. É sério que Chloé Bourgeois, a filha do prefeito, estava gaguejando enquanto falava com ele? Nenhuma garota gaguejava enquanto falava com ele, era sempre o contrário. Além disso, era impressão do garoto ou a filha do prefeito estava... levemente corada?

(Diego): Olha Chloé, eu agradeço a sua gentileza em me convidar, mas não vai dar para eu ir. Não me leve a mal, o problema não é você, é que eu...

(Chloé): Diego, eu sei que você namora a Lila, mas eu só estou te convidando como amiga.

Ah, então era disso que se tratava. Agora Diego tinha lhe entendido: ele já desconfiava que Chloé ainda tinha aquele típico resquício de esperança de que ocasionalmente eles ficariam juntos, mas não daria certo. Diego quis deixar claro, em diversos aspectos, que eles seriam só amigos, e nada mais. O problema é que Chloé provavelmente nunca ouvira um “não” na vida, por isso ela volta e meia tentava, de forma sutil, insistir nesse assunto.

(Diego): Não era isso que eu ia dizer, Chloé. É que o evento vai ser na próxima semana, e no final dessa semana minha família vai viajar. Nós vamos para Acapulco, no México, a cidade onde eu nasci.

(Chloé, meio constrangida): Ah... entendi...

(Diego): Olha Chloé, nós já conversamos sobre isso. Não era para ser assim, tipo, não tem nada entre nós. A Lila gosta de mim e eu gosto dela. Eu não quero te magoar, mas não vai rolar nada entre nós, entendeu?

A garota ficou em silêncio por uns instantes. Diego temia que tivesse escolhido mal as palavras e tivesse tocado em alguma ferida aberta.

(Diego): Chloé, você está...?

(Chloé, sorrindo): Pfff, Diego, menos né? Me magoar? Você acha que eu tenho ego de cristal por acaso?

(Diego, nervoso): Bem, não foi o que eu quis dizer, eu só...

(Chloé): Diego, eu sou a Queen Bee, lembra? Nós já enfrentamos akumatizados, mafiosos, uma policial rabugenta, uma guerra civil. Você acha que eu vou me abater só porque eu não fui correspondida?

(Diego, aliviado): Que bom que você pensa desse jeito.

(Chloé): Bem Diego, foi bom conversar com você. Já que você vai viajar, acho que eu vou convidar a Sabrina para ir comigo.

A loira foi embora da casa do Diego, junto com o kwami dela. No meio do caminho, enquanto Chloé seguia para sua casa, Beezy tentou quebrar o gelo.

(Beezy): Você não falou sério naquela hora, falou?

(Chloé): Sobre o quê, Beezy?

(Beezy): Você sabe, sobre a parte de não ter ficado magoada e...

(Chloé): Beezy, eu não estou magoada com nada. O Diego não fez nada demais. Por que eu ficaria magoada?

(Beezy): Mas você está triste, não está?

Chloé ficou em silêncio por um tempo antes de responder.

(Chloé): Eu não queria me sentir assim Beezy. O que é que aquele garoto tem de tão especial? Tá, eu acho ele um ótimo amigo, mas é só. Por que raios eu fico com essa maldita sensação de vazio só porque ele está com a Lila?

Beezy acabou dando uma resposta penetrante, mesmo sem ter consciência disso.

(Beezy): É porque você sente como se ele fosse o único que entendesse você, não é verdade?

Novamente, Chloé ficou calada.

(Beezy): Você passou tempo demais sendo uma garota ruim, não é mesmo, Chloé? Quando você conheceu o Diego, você o tratou da mesma forma como você já tratou um monte de gente, mas por algum motivo ele se aproximou de você ao invés de se afastar. Mesmo quando você o destratou no incidente da Inquisidora, ele voltou para te ajudar quando você está em apuros. É isso o que te incomoda, não é verdade?

(Chloé, com uma voz embargada): Beezy, chega de falar no Diego, está bem?

Quando Diego disse aquelas coisas para Chloé, ele tomou todo o cuidado para não tocar em alguma mágoa que a loira tivesse. Beezy, tenha sido de propósito ou acidentalmente, tocou, pisoteou e sapateou a tal “ferida” de Chloé. Ao ouvir as palavras do kwami, um filme começou a rodar na cabeça da loira. De repente, um pensamento veio à sua cabeça: o destino estava lhe castigando por suas maldades, estava lhe magoando ao tirar dela o único garoto que lhe despertara um sentimento especial como castigo por todos aqueles que ela magoou.

A mente de Chloé estava em conflito com ela mesma. Por um lado, ela queria aceitar que era assim que seria, ela queria seguir em frente. Por outro lado, ela se sentia incompleta sem aquele garoto, que aparentemente não tinha nada de especial... ênfase no “aparentemente”. Por um terceiro lado, ela começava a sentir pena de si mesma. Por um quarto lado, ela queria simplesmente que Diego e Lila se explodissem. Tais conflitos começaram a mexer com ela, e ela começou a perceber que havia algo errado com seus olhos.

(Chloé, gritando dentro de sua mente): Aquele... maldito nerd... não vai me fazer... eu não vou cho...

(Beezy): Chloé, tá tudo bem com você?

(Chloé, ríspida): Eu já disse que não tem nada de errado comigo!

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Enquanto isso de volta ao quarto de Diego, o garoto já havia acabado de arrumar tudo com a ajuda de sua kwami. Agora ele estava no celular, ligando para a Lila. Ele estava cruzando os dedos, porque havia pedido para que Lila perguntasse algo aos pais dela e agora ele teria a resposta. Eis que a italiana atende o telefone.

(Lila): Alô, aqui é Lila.

(Diego): Lila? Sou eu, o Diego. Como é que você está?

(Lila): Ah, eu estou bem.

(Diego): Lila, sobre aquilo que eu te pedi... o que seus pais disseram?

Alguns segundos de silêncio na linha fizeram o coração de Diego bater descontrolado.

(Lila): Bem Diego, meus pais acharam seu pedido um tanto extravagante...

Dramático como ninguém, Diego começou a suar exageradamente.

(Lila): Eles acham que atravessar o oceano sozinha, sem nenhum familiar me acompanhando é algo meio inseguro. Sabe como os pais são.

Ainda bem que não era uma chamada de vídeo, porque Diego estava da cor de uma folha de papel.

(Lila): Mas eu disse que ia ficar com seus pais, e que seus pais aceitaram a ideia. Além disso, acho que aquela vez em que você almoçou aqui em casa deixou uma boa impressão com eles. Além disso, eles teriam mesmo que viajar a trabalho, então eu teria que ficar sozinha, foi um argumento a mais que eu usei para convencê-los.

Diego começou a voltar ao normal, dessa vez abrindo um sorriso enorme.

(Lila): Enfim, eles aceitaram seu convite: eu posso viajar com você para Acapulco.

Diego tapou o microfone do celular e deu um grito extremamente alto, como se tivesse conseguido um pentakill em Overwatch.

(Diego, feliz da vida): Combinado então Lila, vou implorar de joelhos para os meus pais comprarem sua passagem! Se for necessário, vou pagar a conta de luz todo mês!

(Lila, rindo): Deixa disso Diego, meus pais já disseram que vão pagar minha passagem.

O garoto estava feliz da vida: ele não só revisitaria sua terra natal, como iria acompanhado, muito bem acompanhado.

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Numa praça de Paris, Marinette estava passando a manhã com seu novo namorado, Adrien. Depois que a garota passou um tempão tentando se convencer de que aquilo não era um sonho, ela começou a sair bastante com o garoto. Tipo, era o sonho dela ficar com aquele garoto, e agora que estavam juntos, o que não faltava era assunto para conversar.

(Marinette): Puxa, Paris fica bem mais agradável quando não tem akumas destruindo tudo por aí.

(Adrien): Verdade, mas até que era bem divertido sair por aí salvando a cidade, não acha, milady?

(Marinette): A gente ainda pode sair salvando as pessoas, e é bem mais fácil e menos perigoso contra ladrões e bandidos comuns.

(Adrien): É, mas não é tão divertido. Lembra de quando a gente teve que se abrigar da tempestade criada pela Tormenta? Eu tive que te puxar pela mão porque você não enxergava nada no escuro.

(Marinette): Lembra de quando você foi flechado pelo cupido negro e ficou todo malvadão? Eu tive que te beijar para quebrar o encanto. *rindo* Nem xingar direito você sabia! Sério, que tipo de xingamento é “cara de inseto”?

(Adrien, rindo): Não foi mais engraçado que aquela vez que você me contou que foi perdeu um braço e uma perna por conta do Pixelador.

Os dois riam enquanto se lembravam de todas as aventuras que tiveram juntos, sem saber quem eram por baixo das máscaras.

(Marinette): Sabe, foi tão bom esse pouco de tempo que passamos juntos, eu queria que ele pudesse durar mais.

(Adrien): Como assim? Do que você está falando?

(Marinette): É que faz pouco que a gente começou a namorar e, bem, eu vou ter que viajar. Não é como se eu não fosse mais voltar, mas acho que eu vou pelo menos até quase o fim das férias nessa viagem, então a gente não vai poder se falar muito até voltar as aulas.

(Adrien): Para onde você vai viajar?

(Marinette): Vou para Xangai, na China. Meus pais vão visitar a minha avó, mãe da minha mãe. Vai ser legal, afinal, a China é meio que parte de mim também.

(Adrien): Que coincidência, eu também vou pra Xangai. Bom, tecnicamente, é o meu pai que vai, mas eu posso pedir para ele me levar junto, acho que ele vai aceitar. Ele está bem diferente desde que o mestre Fu fez aquele... negócio com ele.

(Marinette, animada): Caramba, mas que sorte! Então nós vamos ficar juntos essas férias!

(Adrien): Você viaja quando?

(Marinette): No final dessa semana, e você?

(Adrien): Eu viajo depois da feira de moda do meu pai, na semana que vem. Acho que na metade ou no final da próxima semana eu viajo.

(Marinette): Beleza, então nos vemos em Xangai.

(Adrien): Com certeza, milady. *dá uma olhada no celular* E essa agora? Marinette, eu tenho que ir, meu pai quer minha ajuda para organizar a feira de moda que eu lhe falei agora.

(Marinette): Tudo bem. Tchau Adrien.

(Adrien): Tchau, milady.

Os dois deram um beijo de despedida e se separaram. Marinette estava levemente corada, porque aquele antigo apelido do Chat Noir agora soava diferente em sua cabeça quando era o Adrien que falava.

(Tikki, dentro da bolsinha de Marinette): Você realmente é uma garota de muita sorte, Marinette.

(Marinette): Verdade. Eu nunca estive tão feliz em toda a minha vida! Eu estou namorando o garoto mais legal e mais lindo de toda Paris!

(Tikki, sorrindo): Pois é, e agora você vai poder encontra-lo em Xangai, ao invés de ter que esperar até voltar as aulas. Já pensou como as garotas chinesas vão reagir quando descobrirem que você namora o modelo Adrien Agreste?

(Marinette, rindo): Tomara que nenhuma garota ciumenta tente me apagar a golpes de Kung Fu.

(Tikki): Relaxa, você é a Ladybug, nenhuma garota ciumenta é páreo para você.

Enquanto as duas já estavam afastadas, Adrien também estava tendo sua conversa particular com Plagg.

(Plagg): Adrien, você é um cara de sorte, sabia? Claro, com exceção dessas sessões de foto chatas e todo esse seu trabalho como modelo, você tem uma vida incrível: você tem muito dinheiro, um pai atencioso... bom, pelo menos ele está atencioso agora, né?

(Adrien): É, mas isso foi por causa do Mestre Fu, não foi mérito do meu pai.

(Plagg): Que seja, isso é o de menos. Ah, e não vamos nos esquecer do mais importante: você está namorando a Ladybug! A sua “Milady”, “Bugboo”... eu esqueci algum daqueles apelidos toscos?

(Adrien, sorrindo): Não Plagg, você não esqueceu. Agora fica quietinho aí, porque daqui a pouco tenho que ajudar a arrumar tudo para a feira de moda do meu pai. Não podemos correr o risco de deixar que descubram nossa identidade.

(Plagg, rindo): Ah, qual é, não seria tão ruim. Você seria ainda mais famoso depois de descobrirem que você é o Chat Noir e eu não teria mais que ficar sempre escondido. Não vejo o que haveria de ruim nisso. Seria que nem no filme do Homem de Titânio.

(Adrien, rindo): Plagg, no filme terroristas tentam roubar a tecnologia do Danny Spark para usarem contra ele, sem falar que atacam a mansão dele. Você queria mesmo que isso acontecesse?

Os dois começaram a rir das piadas que acabaram de fazer, enquanto Adrien voltava para sua mansão.

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Os dias se passaram e chegou o dia de Marinette viajar para Xangai com seus pais. Já no aeroporto, eles foram se certificar de algumas coisas, como check-in, bagagem, essas coisas.

(Tom): Marinette, eu e sua mãe vamos assinar alguns papeis e carimbar o passaporte. Fique aqui tomando conta de nossas malas.

(Marinette): Pode deixar pai.

Enquanto aguardava, Marinette acabou encontrando dois rostos familiares na multidão.

(Marinette, gritando): Ei, Diego, aqui!

(Diego, se aproximando): Ah, Marinette como é que você está? Vai viajar para onde?

(Marinette): Eu vou viajar para Xangai, vou encontrar minha avó.

(Lila): Você é chinesa?

(Marinette): Sim, por parte de mãe. Ei Diego, você vai viajar para onde?

(Diego): Eu também vou viajar para a casa da minha avó, Francisca, lá em Acapulco, no México. Lá também é minha cidade natal, sabia?

(Marinette): Puxa legal, e como é lá?

(Diego): Lá é bem bonito. É uma cidade litorânea, tem umas praias lá com uma vista de tirar o fôlego. (se vira para Lila) você vai adorar lá, vamos passar o dia todos aproveitando o sol e o mar.

(Marinette): Peraí, a Lila vai com você, Diego?

(Diego): Vai sim. Não foi fácil convencer os pais dela, mas eu consegui.

(Lila, sorrindo): Vamos nos divertir muito juntos. Sabe, meus pais vão viajar a trabalho, eles não têm muito tempo para mim, então eu posso contar com o Diego para não me sentir tão sozinha.

Lila não disse essa última parte com malícia, mas ainda assim Diego ficou levemente corado.

(Sabine): Filha, estamos de volta.

(Marinette): Ah, mãe, pai, quero apresentar para vocês meu amigo da escola, Diego Rodríguez Broussard, e a namorada dele, Lila Rossi.

(Tom): É um prazer conhecer você, meu jovem.

(Diego): O prazer é todo meu. Escuta, senhor Dupain, eu adoraria conversar mais com o senhor, mas é que acabei de dar uma olhada no meu relógio e nosso voo vai sair daqui a alguns minutos. Lila, nós temos que ir.

(Tom): Tudo bem, nós também estávamos de saída mesmo. Nosso voo também sai daqui a pouco.

Marinette, Diego e Lila então se separaram e foram para os devidos portões para embarcar nas aeronaves. Enquanto seguia seu caminho, Diego teve uma estranha sensação de que estava sendo observado. Ao olhar para trás, viu algo que parecia um tanto onírico, quase surreal. Chloé Bourgeois estava mandando um adeus para ele, à distância, com uma expressão que misturava alegria e um pouco de tristeza, Diego acenou levemente, quase em um estado de transe, até ouvir a voz de seu pai lhe chamando.

(Miguel): Diego, filho, nós temos que ir, nosso voo é o próximo.

(Diego): Tudo bem pai, eu só estava me despedindo da...

Diego olhou para trás, mas Chloé já havia desaparecido.

(Miguel): Você estava se despedindo de quem?

(Diego): Errr, de ninguém, eu só achei que tinha visto alguém conhecido. Então, vamos indo, né?

Diego ficou pensativo. Teria a filha do prefeito pessoalmente ido se despedir dele ou tudo não passou de uma pegadinha que seu cérebro lhe aplicou. De qualquer forma ele procurou afastar isso de sua cabeça e se concentrar na felicidade de estar viajando de volta para sua casa.

Diego e Marinette não sabiam, mas suas viagens estavam ligadas entre si. Novas aventuras e desafios aguardavam pelos Defensores de Paris.


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Notas finais do capítulo

Foi dada a largada com o primeiro capítulo de Defensores de Paris 2. Eu fiquei um tempo sem escrever e fiquei com medo de estar enferrujado, mas acho que fiz um bom trabalho com esse capítulo. Ele foi até rápido de se fazer, comecei ontem e terminei hoje. Geralmente demoro mais porque faço muitas pesquisas a fim de tornar minha fanfic a mais convincente possível. Espero que gostem deste capítulo, se possível deixem seus comentários, eu adoro ler eles, dizendo se gostaram ou não, o que precisa ser melhorado, sugestões, teorias, o que vocês quiserem. Por enquanto é só, até a próxima.

Ps.: Há um easter-egg à um filme de grande sucesso que foi lançado este ano. Conseguem encontrar?



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