Brazil com Z escrita por J R Fitzgerald


Capítulo 3
3




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Enfim, sexta-feira. Folga de Aiyra, último dia de aula, só curtição... Seu celular despertara pelo menos umas três vezes na cozinha. E como ela estava no quarto, não acordou. Fora a única no apartamento que não havia acordado com a música...  Bernardo foi o único corajoso que saiu de sua cama par ir ao quarto da amiga acorda-la para ir para a aula.

— Aiyra, acorda! ACORDA! A C O R D A!!!!!!!! - ele foi subindo seu tom de voz gradativamente ao mesmo tempo que aumentava a intensidade dos cutucões que dava na menina.

— Huuuum... que que foi? - perguntou ela com a voz sonolenta e olhos fechados. Ela puxou o álbum que estava abraçada pra mais próximo do seu corpo e sorriu.

— Seu despertador já tocou umas 50 milhões de vezes. É sexta feira. AULA! Vai se arrumar se não vai chegar atrasada. Eu vou preparar um café pra você enquanto isso... - ele alertou ela um tanto autoritário e preocupado. Eles eram uma irmandade. Todos cuidavam muito um do outro... Eram a família que haviam escolhido. 

— Obrigada, Bi... Já vou levantar - Aiyra agradeceu abrindo os olhos lentamente e lançando um sorrido frouxo para o amigo que estava sentado na ponta da sua cama nessa hora. 

Ela acordou se sentindo bem melhor. O resfriado havia diminuído significativamente. E enquanto tomava banho refletia sobre o que acontecera na noite passada. E concluiu que foi tudo um sonho muito real, mas ao mesmo tempo fantasioso. Viagem no tempo era coisa de ficção. Tudo não passava de uma alucinação por causa da febre. Quando a garota chegou na cozinha, vestindo já seu uniforme, deparou-se com seu amigo terminando de colocar a mesa. Bernardo vestia uma samba canção xadrez e uma camisa largona de algum show que havida ido.

— Bom, não tem muita coisa, precisamos fazer compra... - relatou ele colocando o pote de margarina na mesa. E se sentando para fazer companhia para a amiga.

— Pra mim tá ótimo, você sabe que não tenho frescura... - ela agarrou a garrafa térmica e serviu metade de um copo americano com café bem preto que o amigo tinha acabado de passar. - Amor, noite passada eu tive um sonho bem louco. Tipo, muito louco, eu achei um álbum de família na cooperativa e não tive coragem de jogar fora. Eu fico imaginando que eles iam querer de volta, sabe!? Eles são tão lindos! O menininho devia ter uns 5 anos e a data do álbum é 1952, então pelo menos ele deve estar vivo. Mas o mais louco nem foi isso, eu sonhei que nosso apartamento derreteu e do nada eu estava nos anos 50. Era tudo tão real, os cheiros, as sensações, as paisagens... TUDO!  E até a família da foto. Não consigo parar de pensar nisso

— Amiga, isso é coisa de livro... E mesmo assim, viagem no tempo é coisa que não acontece no brasil, acho que somos subdesenvolvidos demais pra isso - ele foi um tanto debochado. E os dois deram um risinhos juntos. Eles não eram do tipo que odiava o Brasil. Na verdade, gostavam de toda essa diversidade - Mas, aqui... A noite você me mostra esse tal álbum e a gente tira umas fotos pra postar na internet, vai que você acha os donos. Sei que não vai sossegar enquanto não tentar algo...

— Ainda bem que você sabe — disse ela piscando apenas um olho para o amigo. 

— Agora vai se não você vai chegar atrasada na aula! Ensino médio não é faculdade pra você ficar chegando a hora que quiser - Bernardo era uns dois anos mais velho que a amiga, por isso tinha um instinto um tanto paternal em relação a amiga, mas nada que a sufocasse. Já estava no segundo ano da faculdade, tinha estágio...  Era tão simpático que conhecia quase toda a faculdade. 

— Sim, senhor! -  Aiyra colocou o resto da bolacha de água e sal que estava comendo na boca e tomou o resto do café em um golão para ajudar a bolacha a descer. - Até mais tarde - deu um beijo no amigo e então saiu correndo. 

— Até, boa aula! - ele desejou retomando o equilíbrio na cadeira. Já que a menina foi um tanto bruta ao se despedir devido a correria, tanto que ela já estava em outro cômodo quando ele a respondeu.

A menina agarrou sua mochila na sala e deixou o apartamento as pressas. Tinha um longo caminho até a escola... Mas chegou no instante que o sinal tocou. Enfim, pode respirar com calma. Demorou uns segundos para que sua respiração ofegante voltasse ao normal, mas nem isso ela pode esperar. Sua primeira aula era de matemática. Porém, ela abriu correndo sua apostila na parte de história e passou a desbrava-la ferozmente a fim de descobrir o que acontecia no brasil na época que aquelas fotos foram tiradas. 


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