Bulletproof: The Restart escrita por Jéssica Sanz


Capítulo 2
Se algo pode dar errado, dará


Notas iniciais do capítulo

Se o Jin não vai ficar em depressão pelo abandono, como que a gente fica?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/736560/chapter/2

Jungkook e Yumii namoraram por um tempo bom antes que surgisse a primeira fissura: Yumii tinha que ir para o Japão para cuidar de seu tio que estava doente, já que seus pais não podiam ir. No entanto, o maknae surpreendeu a todos quando conseguiu manter um bom relacionamento à distância, sempre falando com ela por celular e até por cartas. Então, surgiu a segunda fissura. Era uma fissura pequena e interna, algo que Jungkook manteve escondido dos outros seis, embora soubesse que a tendência dela era crescer e se expandir até que o arrancasse da coluna. E aquela coluna talvez não suportasse ficar em pé sem o fragmento que Jungkook representava. Para a sorte dele, talvez, não houve tempo para isso, porque a terceira e definitiva fissura surgiu antes.

 

 

Rap Monster ficou inquieto o dia todo. V não tinha ido no treino nem aparecido na escola. O pior era que o líder estava ligando para ele o tempo todo, mas ele não atendia nem via as mensagens. A falta não seria nada se ele não comunicasse, e se não estivesse abalado com os problemas dentro de casa.

Já era noite e ele estava trabalhando no posto quando finalmente recebeu a ligação de V.

— Até que enfim, onde você esteve o dia todo?

— Boa noite, você conhece o dono desse celular? — perguntou a voz desconhecida. Rap Monster teve um mal pressentimento.

— Sim. O que houve com ele?

— Eu sinto muito. Ele veio a óbito.

Rap Monster caiu sentado na cadeira. Por sorte, não havia clientes naquela hora.

— O quê? Mas… Aigoo… Como isso aconteceu?

— Ele caiu do alto de uma edificação. A suspeita é de que tenha sido suicídio. O senhor pode vir reconhecer o corpo e dar mais informações?

— Eu? Eu… — Rap Monster não conseguia acreditar no que estava ouvindo, mas tinha que verificar por si mesmo. — Eu estou trabalhando, mas vou dar um jeito.

 

 

A mulher passou o endereço. Rap Monster não queria ir sozinho, mas também não queria envolver os mais novos. Então, ligou para Jin, que estava em casa, e passou lá para buscá-lo antes de ir. O hyung ficou tão surpreso quanto o líder, e Jin ficou satisfeito por Rap Monster ter escolhido não lidar com aquilo sozinho.

Os dois chegaram no local movimentado. Havia uma viatura policial e uma multidão, segurada por cones e fitas amarelas. Os dois passaram pelas pessoas e chegaram na viatura. Dali, já podiam ver o volume coberto por um saco preto.

— Oi, eu sou Kim Namjoon, falei por telefone com…

— Comigo — disse a moça. — Sou a policial Jeon. Você é o… cara do rap?

— Rap Monster — disse ele, entendendo que esse era o seu nome no celular de V.

— Ok. E esse é?

— Kim Seokjin. Também sou amigo do V.

A policial levou os dois para o outro lado da fita e foi cuidadosa ao afastar as pedras e liberar apenas uma parte do plástico. Os dois acreditavam que, de alguma forma, era possível que fosse mentira, mas cobriram a mão com a boca ao ver com os próprios olhos que Kim Taehyung estava morto.

 

 

Sentou na cama num pulo, como acordado de um pesadelo. Respirou enquanto olhava ao redor, e enquanto assimilava a bomba de informações. O quarto era desconhecido, mas familiar. Ele estava em casa. Se lembrava de tudo: sua primeira vida de 21 anos, sua primeira morte de 18 anos, sua segunda vida, novamente de 21 anos. E agora, estava morto novamente. Tinha voltado para casa, depois de passar por todo o tormento pela segunda vez.

Levantou e correu para a porta. Abriu-a e encontrou um dos muitos corredores de sua casa, e começou a rir de felicidade. E riu mais forte ao se dar conta: tinha sido o primeiro dessa vez! A Casa era toda dele, então? Começou a andar contente por ali, até que apareceu um espectro.

— Ou! O que está fazendo aqui? Você não pode sair do aposento, deve esperar que o Juízo o convoque — disse o espectro, empurrando-o gentilmente de volta para o quarto.

— Oi? Mas eu sou do Juízo…

O espectro fechou a porta e trancou-a. V piscou algumas vezes, tentando entender.

— Isso não faz sentido. Mesmo que eu não seja mais juiz… Eles deveriam me reconhecer. Deveriam tentar me explicar.

V olhou para trás, onde havia um espelho. Nada na sua aparência parecia diferente. O cabelo estava castanho, como sempre. Afinal, dessa vez ele não tinha morrido na água. Até a roupa era a mesma que usava da primeira vez.

— Eles deveriam me reconhecer, sim…

V tirou o roupão e fez a tentativa que o diria quem ele realmente era. Quase perdeu o ar diante de suas asas brancas.

 

 

A policial deu algum tempo para eles antes de começar as perguntas. Pegou informações básicas sobre V e perguntou se eles sabiam o nome de algum parente, porque o celular dele não tinha nenhum contato com nome familiar. Namjoon não confiava no pai, então deu o nome da irmã. O contato dela foi encontrado no celular dele.

— Ela está a caminho — informou Jeon, depois de ligar. — Disse que não demora, ela está perto daqui.

A garota apareceu depois de alguns minutos. Jeon se apresentou e explicou que os dois haviam reconhecido Kim Taehyung.

— Quer reconhecer também?

— Não precisa. Eu… Eu já suspeitava que ele fosse fazer isso.

— Suspeitava? — perguntou Rap Monster, desacreditado. — Como assim?

— Você deve saber que ele tinha problemas psicológicos. Eu imagino que seja por causa do nosso pai — Yonseo começou a chorar do nada.

Rap Monster e Jin se entreolharam.

— Sabia disso, Jin Hyung?

Os meninos não viram, mas nessa hora Yonseo se virou rapidamente para eles.

— Só sabia que tinha problemas em casa.

— Eu também…

— Você é Jin? Você é hyung do meu irmão.

— Sim… Por quê?

Por algum motivo desconhecido, Yonseo parecia muito brava. Ela se aproximou de Jin com uma expressão tão terrível que ele quase deu um passo para trás. Achou que ela fosse dar um soco ou algo assim, mas ela só segurou a camiseta dele e olhou bem no fundo de seus olhos.

— Você deveria estar morto.

Pareceu uma eternidade enquanto eles se olhavam, mas foram só três segundos antes de Rap Monster processar a informação e gentilmente induzir a menina a se afastar.

— Ou, que história é essa? Você tá maluca?

— Meu pai bateu em Taehyung hoje. Só que dessa vez ele revidou. Ele matou o meu pai. Mas com certeza não era o meu pai que estava vendo. Ele o chamava de Jin Hyung.

 

 

Eles entraram na Ranger em silêncio. Rap Monster demorou alguns segundos para ligar o carro, ainda processando o que tinha acabado de acontecer.

— Vou te levar em casa — disse ele.

— Eu não quero ir pra casa — respondeu Jin, olhando fixamente para a frente. — Não estou pronto pra ver ninguém.

Rap Monster pegou uma rota diferente. Estacionou a Ranger no píer. Mais uma vez, ficaram parados no silêncio.

Finalmente, ele abriu a porta, pegou os cobertores que estavam atrás do banco e arrumou tudo na caçamba. Por último, ele abriu a porta de Jin.

— Vem, hyung.

Jin demorou mais um pouco para sair. Rap Monster não insistiu. Os dois subiram na caçamba e sentaram com as costas apoiadas na cabine. Não demorou para que Jin começasse a chorar.

— Por que isso tá acontecendo, Rap Mon?

— Eu não sei.

— Como… Como a gente vai contar isso para as crianças?

— Eu também não sei.

Jin cobriu o rosto com as mãos.

— Eu matei o Tae, Rap Mon… Eu o matei…

— Não, não. Hyung, olha pra mim — Rap Monster puxou os pulsos de Jin para que o olhasse. Estava arrependido por tê-lo levado. Ele deveria ter escolhido o Suga, mesmo que a casa deles fosse fora de mão. — Isso não é culpa sua. Não é culpa de ninguém. O Tae tinha problemas.

— E nós não percebemos, nós não fizemos nada.

— Não tínhamos como adivinhar.

— O que nós vamos fazer?

— Por enquanto, nada — disse Rap Mon, voltando à postura. Depois de uma pausa, ele colocou o braço por cima do ombro de Jin e o abraçou. — Nós vamos ficar aqui e suportar isso juntos enquanto podemos ficar isolados. Enquanto podemos chorar sem que as crianças vejam.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

~Ai meu utt T.T~
Não se enganem, eu também sofro.
~Ai meu Namjin~



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bulletproof: The Restart" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.