De volta ao passado escrita por Loh Paiva


Capítulo 1
Capítulo 1 - A turbulent start


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, sejam bem vindos a minha história. Que a propósito é a primeira, no entanto, me perdoem pelos erros. Espero que vocês se divirtam!



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Chega a ser estranho o tanto que é complicado falar sobre nós mesmos... talvez seja porque já sabemos de cór os desejos, os temores, os amores. Não tem aquela curiosidade de descobrir/cobiçar algo novo, é simplesmente comum viver em um mundo onde a mente já se adaptou. Talvez esse seja o motivo pela qual vivo a procura de novos mundos, novos pensamentos. Onde a rotina não exista , e sim, seja uma série de improvisos. Já estou cansada da minha vida programada, o melhor a fazer é tentar algo novo. "Não podemos mudar de onde viemos, mas podemos decidir para onde vamos." Fiz dessa frase, meu novo método de vida.
Sophia Cristinny, 18 anos. Seria a melhor forma para me apresentar ? Mais formal, eu diria. Já se passaram três meses que estou aqui, California, quem diria... eu adoro propor novas coisas a mim mesma, respirar novos ares, mas já estava sendo uma tortura ficar longe da minha família. Apesar de que todo aquele esforço não seria em vão, estava correndo atrás de um sonho e não ia desistir tão fácil. Eu estava passando um tempo na casa do meu pai, talvez isso fizesse que a nossa intimidade voltasse ou apenas aquela amizade que já existiu um dia e que a distância destruiu. Hebert teve mais uma filha no seu segundo casamento, Ashley, seria um bom momento para me aproximar dela por mais que a todo momento passava pela minha cabeça que ela não gostava de mim. Em um mês, seria o aniversário dela de Quinze anos. A casa estava em festa, já estavam organizando tudo e toda aquela energia me dava forças para colocar um sorriso no rosto e deixar de lado a saudade que ocupava meu coração.
— Por que não está se divertindo ? Aqui é sua casa, quero que se sinta bem. -Hebert se aproximava com um copo de bebida, aquele cheiro me deixava enjoada. -
— Eu estou bem, só estava pensando um pouco. - Lembranças sempre ocupam minha mente, sempre tento procurar um refúgio dentro de mim mesma para fugir desses pensamentos. Não sei mais o que fazer, me vejo sem saída em um mundo com várias portas abertas. -
— Estou preocupado com você Sophia, desde que chegou esse semblante triste toma conta do seu rosto. Mas prometi para mim mesmo que ia parar de te pressionar e começar a acreditar na maneira em que você me diz estar bem. - Apenas dei um sorriso e retornei a visão para aquela praia que tanto me chamava atenção -
Notei a presença de Ashley na varanda mas permaneci em silêncio enquanto admirava aquele pôr do sol. " Meu pai pediu para que eu conversasse com você, disse que você anda sozinha demais nesses últimos dias..." disse ela, e completou " Não que eu queira fazer isso mas enquanto morar debaixo do mesmo teto que ele devo respeitar as ordens."
— Não precisa, se não quiser. Aproximação forçada ainda não é uma obrigação. -Retruquei e saí da varanda. -
Para a minha surpresa ela não veio atrás, nada como esperado. Me direcionei ao escritório de Hebert para procurar uma distração, um livro não seria nada mal. Entre tantas estantes um livro me chamou atenção, por um instante pensei ter encontrado a calmaria que faria diferença nas minhas instensas tempestades... mas esse pensamento durou,realmente, apenas um instante. Ao abri-lo em uma página aleatória, encontrei um pequeno envelope, aparentava já estar ali anos. Estava meio amarelado, machado, de uma forma em que me despertou ainda mais curiosidade, será que deveria devolve-lo ? Sem pensar muito em todas as consequências de invadir uma certa privacidade do meu pai, abri aquela carta e me deparei com uma foto em que me deixou coberta de dúvidas. Sabe aquele sentimento de já ter vivido aquele momento ? Senti um caláfrio, o que não me surpreendeu porque a brisa entrava suavemente pela casa, tomando conta do meu corpo. A verdade é que eu gostaria em que fosse por causa da temperatura lá fora, mas quero mentir para quem ? Ao ver aquela foto um pressentimento tomou conta de mim e , acredite, ele não era bom. Ouvi passos vindo do corredor, meio atrapalhada coloquei tudo em seu devido lugar. Aparentemente estava tudo normal, menos minha face, que revelava um certo desespero.

— Finalmente te encontrei, andou fugindo de mim ? - Hebert deu um sorriso, tentava focar em mim mas parecia estar procurando algo dentre aqueles arredores - O que estava fazendo aqui, sozinha ?
— Eu... estava lendo. - Procurava palavras, o que parecia impossível pois meu pensamento estava embaralhado de uma forma meio indecifrável-
— O que ? - Parecia ter suspeitado de algo,não deveria ter gagueijado, droga! -
— Esse, estava apenas folheando mas ele parece ser muito bom. -Me peguei puxando um livro qualquer, que nunca tinha visto antes. Ele tinha uma coloração azulada e um emblema policial realmente era atraente, mas não tanto quanto aquela simples pista em que deixaram escapar. No final das contas, o que eu tanto procurava ? Qual o por quê de implicar com aquela carta, sendo que ela era como qualquer outra ? Eram tantas perguntas mas no momento, não era possível responde-las. Eu não encontrava respostas dentro de mim, para as minhas próprias perguntas e isso me angústiava cada vez mais.
— Não sabia que gostava da área militar, é tudo uma surpresa para mim. Bem agradável na verdade. - Ele rodeava aquele escritório , parecia conhece-lo como a palma de sua mão. - Inclusive, estava pensando em voltar para essa carreira. Talvez você possa aprender coisas lá, se quiser passar um tempo comigo.
— Você já foi policial ? Não sabia... - Tentei fazer o assunto render para que não sobrasse tempo de existir perguntas sobre minha presença ilustre no escritório. Por mais que ele me disse para ficar a vontade, eu sentia que minha presença lá era incômoda ou causava uma certa preocupação a ele-
— Imaginei que não soubesse, sua mãe escondeu tantas coisas sobre mim. Por tanto tempo, não é ? Se me der licença, tenho muito trabalho para fazer hoje. - Ele disse se virando para sua mesa de trabalho e dando as costas para mim. - Me faça um favor, chame a Jane e a Pietra, se possível.
Meu pai costumava ser mais amoroso comigo, talvez fosse impressão, mas senti que o seu jeito estava mais frio durante essa conversa. As duas mulheres que ele citou, por mais que são importantes, apareceram pela primeira vez. Certo ? Jane era a serviçal da casa, porém era considerada como membra da família e Pietra era a nova esposa de Hebert. Nós duas nunca paramos para conversar, eram apenas comprimentos sensatos, no entanto, ela não sabia nada sobre mim além do meu nome. Procurei-as em todos os corredores e cômodos em que existiam naquela casa, mas ao voltar para avisar meu pai sobre minha falha busca escutei vozes vindo do escritório. Me posicionei do lado da porta e o máximo em que consegui escutar foi: " Jane, mantenha ela fora do alcance desse livro. Pietra, vigie até seus passos se precisar. Não quero minha filha em perigo." Escutei Jane concordar e andar em direção a porta. Eu não sabia se desfarçava e entrava no escritório ou me escondia para descobrir sobre o que estavam falando, mas, mais uma vez a minha curiosidade foi maior. Avistei uma porta bem rente a que eu estava, certamente, se não fosse o desespero jamais teria percebido a existência dela. Corri até ela evitando barulho ao máximo, por mais que na hora da pressa era inevitável, consegui e por sorte, estava destrancada. Sugiro que alguém acabava de entrar, ou sair, daquele lugar. Contando que meu pai queria me esconder algo jamais deixaria uma porta sequer daquela casa sem tranca. Ao abrir a porta, vi uma escada indo para uma parte subterrânea da casa, por que diabos meu pai teria um cômodo tão estranho ? As cores vibrantes em que abranjavam toda a casa, esqueceram de se expandir por aquele lugar. As cores eram escuras, haviam poucos móveis e os que tinham estavam cobertos de poeira. Estava mais parecendo um castelo assombrado do que uma casa formal no interior da California.


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