Beauty and the Beast escrita por Kosaki


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

são quase 2hora da manhã e eu to gritano por causa de GAYZICE como sempre então resolvi dar as fuça aqui pra continuar esta cacilda noa boite



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 O dia mal amanhecia, e eu já ouvia os cantos dos pássaros matutinos, o alarme da natureza. Aqueles piados doíam na minha cabeça, por eu ter ficado acordada até tarde na última noite. Eu tive um sonho estranho, eu acho.

 - Kobayashi! Kobayashi! Levanta! - Kanna puxava meu cobertor, me cutucando com suas macias mãozinhas.

 - Tudo bem, eu já vou levantar. As malas já estão prontas, só precisamos nos arrumar. Acho que isso não será problema pra vocês, já que nem roupa usam.

 - Kobayashi-san, já estamos prontas, se arrume logo, ok? - A voz de Tohru vinha da sala. Ela parecia não querer entrar no quarto.

 Aquilo era anormal para a Tohru. Ela sempre acordava à mil, mas agora parecia meio envergonhada. Não sei o que aconteceu, mas se formos resolver, teria que ser depois da viagem; não temos tempo a perder.

 

 Meu coração batia mais e mais a cada quilômetro que o trem se aproximava da casa de meus pais, o lugar onde nasci e cresci. Minhas mãos suadas, o tremor em minhas pernas, o roer de unhas, não tinha como negar que eu estava nervosa demais. Kanna nunca havia estado em um trem, então ela olhava as janelas com espanto, vendo o horizonte, o céu, os prédios, a grama, as árvores, e os animais. Enquanto as paisagens mudavam rapidamente pelas janelas, eu só conseguia olhar para o chão cinza-cimento da locomotiva. Tohru percebeu e me entreolhou, parecendo reunir coragem.

 - Kobayashi, vai ficar tudo bem.

 Sua suave voz enfim fez meu corpo parar de tremer.

 Enfim, chegamos.

 

 Aquela porta familiar, pela primeira vez, parecia difícil de abrir. Meu dedo se recusava a alcançar a campainha, por algum motivo. O silêncio era perturbador, e tudo o que eu conseguia ouvir era o meu coração. De repente, a porta se abre e logo me dou de cara com uma certa conhecida senhora de cabelos meio grisalhos, de meia-idade. Mamãe estava linda como sempre esteve.

 - Kobayashi, meu deus! Querido, venha cá! Ela chegou! Chegou!

 Logo outra figura de meia-idade surgiu; meu pai. Com seu sorriso gentil e a cabeça um pouco mais careca do que eu me lembrava, brilhando com a luz do sol.

 - Nossa garotinha com certeza cresceu. Vamos entrar?

 Tohru e Kanna dispararam para dentro, animadas com a ocasião. Não adianta dizer para essas duas se comportarem, não tem jeito mesmo, então eu só as segui. No canto de meus olhos, eu vi a curiosidade em meus pais.

 Sentamos no sofá carmesim, um tanto surrado e velho, mas do jeitinho que eu me lembrava. Mamãe nos serviu chá e biscoitos, sua especialidade, e se sentou ao lado de meu pai, virados para nós três.

 - E então filha, quem são elas?

 - Ah, é um tanto difícil de explicar, bem... A Tohru... É...

 - Eu sou a fiel empregada da Kobayashi, senhor! Ela salvou minha vida, e eu irei servi-la até minha morte! Não, até depois disso! Por favor, me aceite! - Tohru exclamou, sacudindo a mão de meu pai, que parecia um pouco assustado. Ah não...

 - Bom... Eu entendo, eu acho, hehe. Filha, devemos valorizar oportunidades como essas. Você está diferente, e se essas duas são a causa, então eu tenho de parabenizá-las. - Meu pai nos acalmou.

 - Vamos, peguem mais biscoitos, vocês estão tão magrinhas...

 - Não precisa, mãe. Não estou com muita fome.

 

 Depois de uma boa tarde jogando conversa fora, a noite se aconchegava e todos se preparavam para dormir, incluindo eu. Mas eu simplesmente não conseguia. Tinha alguma coisa de errado comigo.

 - Kobayashi, você não devia deixar esses sentimentos tomarem conta de você. - Eu ouvi aquela voz.

 - Tohru?

 - Por favor, não deixe essas coisas trancafiadas dentro de você. O que há de errado? Pode me dizer.

 - Eu não sei... o que há... de errado... - Antes que eu percebesse, enormes poças de lágrimas se formavam em meus olhos. O que era aquilo? Eu estava chorando? Faziam anos que eu não chorava. E eu sequer sabia o motivo. Quando percebi, elas já percorriam meu rosto todo e pingavam como chuva.

 Minhas lágrimas cessaram quando os lábios dela encontraram os meus.

 - Você pode não saber, mas eu sei. Quando você ama uma pessoa, você pode ver através do coração dela.

 Era como se o incêndio na minha mente tivesse sido controlado. Eu não lutei, não indaguei e não me duvidei. Apenas deixei o momento fluir. E enquanto a lingua dela buscava a minha e nós mantínhamos olhares fixos uma na outra, assim como os lábios, eu me esqueci dos meus problemas. Tohru, eu acho que eu percebi uma coisa importante... Por favor, me abrace bem forte.

 - Kobayashi. - Tohru parou, por um momento, parecendo séria.

 - T-Tohru... O que...

 - Kobayashi, eu sei que isso é impossível, mas eu...

 - Tohru, o que estamos fazendo? Eu não sei...

 - Estamos apenas fazendo o que nossos corações mandam. - Ela riu.

 - Fazendo o que nossos corações mandam?

 - Sim. Escute o que o seu tem a dizer, Kobayashi-san.

 Escutar o meu coração? O que isso quer dizer? Como eu consigo alcançá-lo? Eu acho que as respostas ficam mais próximas quando estou com ela. Ah, sim, eu entendo agora. A resposta é ela. Tohru... Eu nunca previ sua chegada na minha vida e nem o quanto ela iria mudar depois de você.

 - Quando seu pai te levou embora, eu me senti tão vazia. Sabe, Tohru, eu sou uma pessoa bem submissiva. Não importa o que aconteça, eu sempre aceito calada, com a mesma expressão. Mas quando você se foi, eu simplesmente não suportava aguentar isso. Eu queria lutar. E foi quando eu gritei na cara de um dragão gigante, poderoso e infernal que eu percebi uma coisa preciosa para mim... E essa coisa preciosa é você, Tohru.

 - Ahhhh Kobayashi-san, finalmente cedendo aos meus encantos dracônicos, me sinto tão feliz...

 - Ei, isso é sério!

 - Eu sei, eu sei, foi mal. Sabe Kobayashi, eu me lembro de quando eu estava à beira da morte com a lendária Espada dos Deuses enfiada em mim, não me restava nenhuma esperança. E eu achava que esse era mesmo o destino dos dragões. Mas você apareceu. Você arrancou a espada mesmo eu te dizendo que era perigoso. Você ficou mesmo eu te mandando embora. Naquela noite nós bebemos, rimos e conversamos tanto, e eu percebi... Nós duas estávamos sozinhas. E eu decidi que não iria permitir que você continuasse sozinha. Eu sei que eu estou sempre brincando, e por conta disso é difícil me levar a sério, mas eu te amo, Kobayashi, de verdade. E me sinto feliz por ser capaz de dizer isso sinceramente agora.

 Não sei o porquê, mas eu comecei a rir. Não era um riso de escárnio, mas sim um de felicidade.

 - Ei, por que você está rindo de mim? Eu estava aqui toda sincera, me confessando! Que audácia! Às vezes você esquece que dragões podem ser perigosos, é?! - Tohru exclamou, envergonhada.

 - Não é isso, relaxa. Eu acho que é porque estou feliz por sua causa. Tohru, eu acho que dragões não ouvem isso frequentemente, mas você é linda. Por fora e por dentro também. E eu jamais vou desistir da minha fiel empregada também.

 - Isso já está virando um bullying, senhorita, estou inclinada a dar uma rabada na sua cara. - Tohru riu.

 Eu acho que ouvi uma voz vinda do lado de fora do quarto, mas talvez tenha sido só a minha imaginação. De qualquer modo, todos deviam estar dormindo.

 


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