Celeste escrita por MCDS Cristal


Capítulo 5
Quartel-General Voador




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Quarto Capítulo

Quartel-General Voador

— Só pode ser brincadeira! - exclamei embasbacada com o que estava vendo - Um porta-aviões é a base da S.H.I.E.L.D? 

Havíamos acabado de pousar em uma das pistas de pouso e decolagem do local, e só quando saímos que pude reparar onde estávamos. 

— O porta-aviões é uma das bases aéreas voadoras da S.H.I.E.L.D - corrigiu Fury que estava ao meu lado. 

Olhei-o confusa e corri como uma criança curiosa até a beirada, só para ter certeza de que estávamos parados no meio do oceano. 

— Voador? - perguntei para saber se havia escutado certo, pois pelo que sei, isso é um navio e não deveria voar. Certo?  

— Exatamente. - confirmou. 

Ainda meio desconfiada olhei ao redor para me certificar que não havia ninguém me olhando e me agachei, espalmando as mãos no chão. 

Devo confessar que me impressionei bastante com o que vi. As quatro enormes hélices emergindo das águas de cada lado e começando a levantar voo com força total. E a melhor parte é que ele ficava invisível. 

— Nossa! - foi tudo que consegui dizer assim que me levantei. 

— Incrível, não é mesmo? - uma voz feminina perguntou a uns passos de mim. 

Olhei para a mulher que havia acabado de chegar e lembrei-me de já tê-la visto quando tentei descobrir quem era o homem de tapa-olho. Cabelos preso em um coque baixo e olhos claros que demonstravam esperteza. Uma das melhores agentes que existia. 

— Você é Maria Hill. - afirmei assim que ela se aproximou mais de onde estávamos. 

— E você é a Vidente. - falou ela sem se surpreender por eu saber quem ela era. 

— Celeste. Meu nome é Celeste. - resmunguei alto o suficiente para que eles pudessem me ouvir e virei meu rosto para o mar. 

Sempre deixei bem claro que não gostava de ser chamada de Vidente. Eu não gostava de ser uma. Sentia-me uma aberração maior do que já era. 

— Srta. Reed, a agente Hill irá lhe mostrar onde ficará. Estarei na sala de controle caso precisar de qualquer coisa. - falou Fury que acenou com a cabeça para a mulher ao meu lado e seguiu para dentro. 

— Me acompanhe, Srta. Reed. Irei levá-la até onde poderá descansar. - disse a agente. 

Dei mais uma olhada para o mar a nossa volta e a segui para dentro da instalação.

Momentos depois quando já havíamos atravessado dezenas de corredores e alguns lances de escada, percebi que teria de usar frequentemente meus poderes para não me perder neste lugar, e eu detestei está ideia. 

Paramos de frente para uma porta que se abriu quando Hill digitou um código na fechadura digital. 

— Sabemos que o que pedimos que você faça é algo desconfortável e cansativo, por isso tentamos montar um ambiente em que se sinta o melhor possível. - ela falou encostada no batente da porta enquanto eu caminhava pelo quarto observando cada detalhe - Se não quiser ficar aqui, devo avisar que está liberada para explorar o quartel-general. Quando precisarmos da sua ajuda, virei te chamar ou mandarei alguém. 

— Tudo bem. - concordei e me voltei para a estante repleta de livros quando Hill saiu dali. Peguei o primeiro em que bati os olhos e me sentei numa poltrona. Estava torcendo para conseguir me distrair ao menos um pouco. 

(...)

Quase duas horas depois um agente veio me buscar para ir à sala de comando, onde Fury já me aguardava. 

Confesso que estava nervosa por ter que usar meus poderes na frente de outras pessoas que não fossem o Professor X e Jean. Tinha medo de acabar me descontrolando e machucando alguém. 

Senti toda a instalação tremer e deduzi que já estávamos subindo. Lamentei por não estar lá fora vendo a paisagem que com toda a certeza deveria ser maravilhosa. Uma parte de mim estava adorando conhecer este quartel-general voador.

Ao entrar naquela sala me deparei com dezenas de agentes andando de um lado ao outro, digitando em seus computadores e chegando se estava tudo certo. 

Havia ali também dois homens que provavelmente não era agentes, suas roupas confirmavam minha suposição. Eles estavam em torno de uma grande mesa e me aproximei deles quando o agente que tinha me acompanhado até aqui me deixou sozinha. 

— Senhores. - saudou Fury vindo em nossa direção - E Senhorita. 

Somente aí que os outros dois notaram a minha presença e apenas me cumprimentaram com a cabeça. 

—Está pronta? - perguntou o homem para mim depois de pegar uma nota de dez dólares estendida pelo loiro. 

— Sim. Eu acho. - respondi sem muita convicção. 

— Se sairá bem. - comentou indo cumprimentar o outro homem que estava ali - Doutor, obrigado por ter vindo. 

— Obrigado por pedir gentilmente. - falou ele calmamente e eu podia jurar que havia ali um tom meio irônico também - E quanto tempo vou ficar aqui? 

— Depois que recuperarmos o Tesseract, você pode ir. - respondeu Fury. 

— Qual é a situação? - indagou o tal doutor. 

O diretor apenas apontou para Coulson que estava na parte de baixo que começou a explicar. 

— Estamos varrendo todas as câmeras acessíveis sim fio do planeta. - disse ele - Celulares, laptops... Se estiver conectando a um satélite, usamos para monitorar. 

— Mesmo assim não vai acha-los a tempo. - comentou uma mulher ruiva que não havia visto antes. 

— É preciso reduzir o ponto. - voltou a falar o doutor - Vocês tem acesso a quantos espectrômetros? 

— Quantos há? - perguntou retoricamente o do tapa-olho. 

— Ligue para os laboratórios que conhecer e mande por os espectrômetros no telhado e calibra-los para raios gamas. Criarei um algoritmo de rastreamento e reconhecimento de equipamento. Assim vamos descartar alguns lugares. Onde posso começar a trabalhar? 

— Pensei que fosse para isso que eu estivesse aqui. - falei um pouco confusa pela primeira vez chamando a atenção para mim - Encontrar o que vocês perderam. 

— E é. Mas precisamos que você encontre alguém primeiro, então não iremos te sobrecarregar de informações. Não queremos acidentes por causa disso. - disse Fury um pouco sombrio, deixando claro que sabia do que havia acontecido anos atrás e que poderia se repetir caso abusasse dos meus poderes - E acabei não os apresentando. Celeste, estes são Bruce Banner e Steve Rogers. - apresentou apontando respectivamente para o tal doutor e para o loiro - Senhores, está é Celeste Reed. - virando-se para a ruiva falou - Agente Romanoff poder levar o Dr. Banner ao laboratório, por favor? 

— Vai adorar, Doutor. Esta cheio de brinquedos. - comentou ela, saindo com o homem logo atrás dela. Caminhei até a grande mesa que havia ali e me sentei em uma das cadeiras a sua volta, sentindo o olhar dos que estavam ali me seguindo. 

— Quem eu preciso encontrar? - perguntei a Fury já me preparando para uma busca, que parecia que não seria fácil. 

— Chegou a ver o rosto de quem levou o cubo? - tentei lembrar do cara que havia saído do portal criado pelo Tesseract, e assenti com a cabeça quando uma imagem nítida apareceu em minha mente - Seu nome é Loki e é de outro planeta chamado Asgard. É ele quem deve encontrar. 

— Como ela conseguirá encontrá-lo? - pude ouvir Rogers perguntar confuso. 

— Eu te avisei Capitão. Este mundo está mais estranho do que antes, e ela faz parte disso.

— É que eu sou a menina google, Steve Rogers. – comentei entre divertida e irônica, o que eu nem achava que dava para fazer.

Deixei prestar atenção no que diziam e na explicação que o diretor daria, e me concentrei em achar esse tal Loki. Às vezes posso encontrar o que quiser em questão de segundos, como quando quis saber quem era Nick Fury, mas tem vezes que podem demorar horas, como estava suspeitando que seria dessa vez. Eram tantas informações diferentes sobre este cara, que ficava difícil compreender o que estava vendo. 

Ele era um mistério, e não dos bons. Vi parte de sua história, de como é Asgard, de seu irmão. Mas nada que ajudasse a encontrá-lo aqui na terra.

Foi quando me lembrei de algo que poderia ajudar. Simples mas eficaz.

As bandeiras dos países. 

Uma vez Jean me disse para encontrar um atalho para usar meus poderes, que me ajudaria a ser mais rápida. Usando os países como base, posso encontrar o que quiser em qualquer momento. É útil para encontrar pessoas, mas como quase nunca uso esse método por não ter ninguém para preocurar, acabei por não lembrar. 

Xingando-me mentalmente por ter perdido tanto tempo por não ter usado o atalho, me concentrei em todas as bandeiras que conhecia e uma se destacou.

A partir dai foi fácil.

Fácil até de mais.

— Achei. - falei alto o suficiente para que eles me escutassem sem que precisasse gritar. 

— Onde? - indagou Coulson se aproximando. 

— Stuttgart, Alemanha. Königstrasse 28. – tentei me levantar, mas uma tonteira me atingiu e voltei a sentar – Mas tem algo errado. – avisei – No inicio parecia que ele não queria ser encontrado, de repente ele simplesmente apareceu.

— Entendi. Descanse um pouco, você merece. – Fury falou e logo se virou para o loiro – Capitão, sua vez.


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Notas finais do capítulo

Gente, queria saber o que estão achando de Celeste.
Poderiam me dizer?
Então?



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