O Segundo Antes do Sol Voltar escrita por Eponine


Capítulo 10
Capítulo 10




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— Marlene, será que você pode não zoar meu irmão? Ele contou na mesa de jantar que uma McKinnon jogou ovos nele... Por favor, faça isso com os outros alunos. — Sirius parecia estar pedindo para ela lhe emprestar um lápis.

— Ah, desculpe, eu sempre esqueço que ele é seu irmão. Os calouros parecem todos iguais. — Marlene terminou seu refrigerante e jogou a garrafa para trás, sem se preocupar se atingiria alguém. Eles estavam reunidos na varanda da casa de James, na festa de comemoração de sua oficial entrada no time, como Apanhador. Ele até puxou um pouco da atenção para Remus, que fora nomeado monitor naquelas férias.

Ele congelou quando pegou o crachá no fundo da carta, completamente desacreditado que aquilo estava em suas mãos. Ele conseguia pensar em um milhão de nomes melhores do quinto ano da Grifinória, menos ele. Não entendia como Dumbledore podia confiar nele, afinal, ele sequer conseguia escapar de detenções, sem contar seu maldito problema... Recebera duas cartas: uma de Dumbledore explicando que ele não ia precisar se preocupar com certos detalhes e uma outra comum, apenas comunicando sua nomeação, semelhante a carta de Lílian.

Os garotos não pareciam surpresos como Remus, mas James pareceu um pouco ressentido em não ter sido nomeado.

— Sim, James, parece uma excelente ideia nomear o ser mais enxerido de Hogwarts. — ironizou Sirius, quando o amigo exibiu algumas notas e boas posições.

Eu sei, eu sei... — cortou ele. Apertou o ombro de Remus com um sorriso sincero. — Parabéns, Moony, você merece, de verdade.

Agora, ele estava ali, olhando a iluminação baixa da sala lotada de James, com alguns casais se embalando lentamente no centro da sala enquanto o dono na casa balança suas pernas entre os vãos da grade de sua escada, como queixo apoiado no corrimão, sozinho.

Ele convidara Lílian e ela sequer respondeu se apareceria.

Sirius, Marlene, Emmeline e Remus observaram o garoto, sentindo um pouco de pena:

— Talvez ela apareça. — chutou Emmeline, confiante, Remus apertou a cintura de sua namorada, sentada em seu colo, apaixonado por seu otimismo.

— Por que ele liga tanto para essa palhaça se ela não está nem aí pra ele? — questionou Marlene, negando a cerveja que Sirius lhe ofereceu rapidamente. — Deus, homens são tão idiotas.

— É... Tão idiotas... — concordou Sirius, bebendo sua cerveja. Marlene o olhou como se ele fosse retardado, unindo as sobrancelhas e desviando o olhar em seguida. Sirius pegou um cigarro em seu bolso e ofereceu a Marlene.

— Não, obrigada. — replicou, levantando-se em um pulo. — Preciso ter meus pulmões à 100% quando eu entrar no Holyhead Harpies.

Tirou a jaqueta de couro, prendendo quase que com cola os olhos de Sirius em sua regata, até seus jeans gastos. Marlene entrou na casa e foi até dançou lentamente a música que começara a tocar, de olhos fechados, mexendo a onda enorme de madeixas louras sem pena dos que estavam ao seu redor.

Sirius sequer piscava, imóvel.

A garota no colo de Remus olhou o namorado, segurando o riso. Ele sequer estava conseguindo disfarçar mais. Pelo que ficara sabendo, Marlene nunca realmente namorou Elliott, ela só gostava de sair com ele. Ninguém fazia ideia de como o Stevens, um garoto aplicado e aparentemente “na dele”, conseguiu ficar com a garota mais estourada que Hogwarts já conhecera.

Houve uma tarde em que Remus não conseguiu segurar a boca (como de costume) e acabou confessando a Emmeline que Sirius tinha uma queda por Marlene.

— Ah... Sim, ela sabe. — replicou Emmeline, encostada no balcão da casa de Remus.

Quê? — esganiçou o garoto, engasgando-se com seu sorvete. — Como assim ela sabe?

— Bem, Sirius meio que não se esforça para esconder... Ele sempre fica parecendo que teve um derrame quando ela está por perto, é meio óbvio. — a garota sentou-se de frente para ele, dando pequenas colheradas no sorvete de chocolate.

— E ela não se interessa por ele...? — Remus precisava desesperadamente parar de tentar ajudar seus amigos romanticamente.

Emmeline o olhou, fingindo ponderar.

— Pra falar a verdade, acho que Marlene sequer realmente lembra que ele está vivo fora dos treinos e jogos... — o garoto estava desacreditado em como seus amigos eram azarados no amor, se apaixonando por quem sequer lembrava da existência deles.

Olhou o amigo assisti-la, apaixonado e ocupou-se em beijar sua namorada, agradecido por ter um amor correspondido.

 

The Beatles – And I Love Her

 

Remus tivera os três meses mais incríveis de sua vida, tudo a graças à Emmeline. Tudo era tão fácil e simples com ela que ele sentia vontade de chorar de felicidade de ter algumas horas sem sua mente tentar matá-lo com excesso de pensamentos catastróficos. Eles andaram de bicicleta por todo o seu bairro e a garota dedicou um dia inteiro a ensiná-lo a pedalar a bicicleta cor-de-rosa de Emms e, no fim do dia, ele já estava tão bem que a garota cobria seus olhos na guarupa enquanto ele acelerava mais e mais, a fazendo gritar e gargalhar.

As tardes se arrastavam pelo sol alaranjado enquanto ele roubava colheradas do sorvete de Emmeline, sentados na entrada da sorveteria de seu bairro, assistindo disputas de pipas.

— Agora um minuto e meio! — gritou Emmeline antes de inflar os pulmões e apertar o nariz pontudo, enfiando-se debaixo d’água do riacho. Remus a copiou, falhando poucos segundos depois, rindo da garota que parecia um peixe-boi na água limpa e cristalina do riacho, com alguns galhos e algas passando sob seu rosto.

Sempre que ela dormia sob a pedra, secando sob o sol, Remus lia mais um ou dois capítulos de Rei Arthur, antes de enviar à Peter.

Passavam tanto tempo juntos discutindo teorias sobre o novo episódio de Doctor Who, já na sua 13º temporada, ou M*A*S*H, ou até mesmo irritados porque as reprises de I Dream of Jeannie tinham parado de serem exibidas. Ele passava horas e horas no sofá de sua namorada, a ouvindo contar a história de sua família, sua relação com as necessidades de sua família, que não era muito boa na questão financeira, o ano que ela teve que trabalhar e ficou sem ir à escola... Remus sentiu-se mal em ter que dar mais detalhes mentirosos à seu sistema imunológico fraco enquanto contava sobre as sete casas em que morou, os problemas financeiros de sua família...

Claro que nem tudo eram flores, mas Remus adorava até mesmo as bobas discussões. Ciúmes que Emms tinha de Miranda, ou o garoto, com uma mania idiota de corrigir as palavras erradas que Emmeline usava ali ou aqui, a irritando profundamente.

Se passavam um dia sem se ver, Remus parecia estar se transformando pela segunda vez no mês tamanha tristeza e ansiedade. Nada mais parecia ter sentido sem Emmeline, ela ocupara todos os espaços de sua vida. A dependência grudenta dos dois causou irritação nos amigos, mais especificamente em Marlene, que saia aos gritos quando estava na casa de Emmeline e de repente Remus chegava, com mimos e doces. Ou James, que mandara uma carta berrante para o amigo, questionando se ele tinha esquecido que a população mundial ainda estava viva.

Sua caixa de cartas trocadas com Emmeline já estava tão cheia que ele teve que usar um feitiço de expansão para conseguir armazenar as que chegavam todas as noites, após o dia inteiro juntos.

Contou tudo aquilo aos amigos na cabine do trem, sem conseguir parar de sorrir. Sirius estava com a bochecha amassada na janela, o olhando com tédio, fechando os olhos cada vez mais lentamente, quase dormindo. Peter estava de braços cruzados e olhos semicerrados, já James ouvia como se estivesse ouvindo McGonagall lhe dar uma bronca, então ele provavelmente esqueceria tudo alguns minutos depois.

— Tá, e quando vocês transaram? — perguntou James, quando Remus disse que terminara. O garoto ficou em silêncio e Sirius riu um pouco, dando um tapa na própria testa. James o olhava com pena, maneando a cabeça negativamente.

— Remus, o que você fez esses três meses, olhou pra cara dela? — esganiçou Peter, desacreditado. Lupin os olhou, confuso, erguendo as mãos.

— Eu acabei de contar o que fizemos!

Oh Remus... — riu Sirius, ainda encostado na janela.

— Por que vocês não transaram, porra, meu Merlin do céu, não tem nenhuma desculpa cabível! — questionou James, o olhando como se ele fosse burro.

— Eu... — Remus molhou os lábios rapidamente, lembrando-se da tarde no meio das férias, em sua casa. — Quase aconteceu um dia, mas Emms disse que não estava pronta.

— E você disse o que? — perguntou Peter.

Eu disse que tudo bem!

Sirius riu mais alto ainda e Peter quase arrancou os cabelos enquanto James cobria a boca, maneando a cabeça negativamente, com vontade de rir.

— Moony, você é bom demais para nós. Se salve. — riu Sirius, desgrudando da janela e dando alguns tapinhas em seu joelho. O Lupin girou os olhos e encostou-se no banco, ignorando James falar sobre como ele aproveitou suas férias com uma garota meia veela em sua casa, do intercâmbio.

— Ao contrário de Remus, eu coloquei meu pinto para trabalhar. — detalhou, matando curiosidades de Peter enquanto Sirius o olhava de canto de olho, enojado, com a descrição de uma transa que tiveram no sofá enquanto o gato de James assistia na janela. Remus estaria mentindo se dissesse que não ficava excitado quando o beijo de Emmeline durava mais que um minuto, ou quando a via de biquíni, ou de shorts, indo até a TV, trocar de canal. Eles tiveram seus momentos mais íntimos, ele diria.

Só que sequer pensara em convencer Emmeline a transar com ele, simplesmente esqueceu no exato momento em que ela disse que queria esperar mais um pouco. Sentiu-se burro, mas, antes que James contasse o que sua mãe dissera quando o viu com veela do intercâmbio, a cabine fora aberta por uma garota ruiva de madeixas bem presas em um rabo de cavalo, com seu uniforme da grifinória e o crachá de monitor no peito.

— Remus, reunião de monitores. — chamou Lílian. Ela diminuiu o sorriso para algo forçado quando olhou para Peter, James e Sirius. — Rapazes...

— Evans, tudo bem? — sorriu James, tirando Peter de seu caminho. — Você nem apareceu na minha confraternização...

Ela grudou seus olhos em Remus, recolhendo suas coisas, vagarosamente, confuso em onde deixara sua boina. A garota bufou e olhou o corredor antes de responder James:

— É, minha irmã estava doente.

— Entendo. Ela melhorou? Quando ela vem para Hogwarts?

Lílian ficou em silêncio, o fitando.

— Nunca, ela é trouxa.

— Ah... Eu não sabia. — respondeu, limpando a garganta. Remus perguntou a Peter se ele vira sua boina e Lílian perdeu a paciência, cortando James antes de ele poder falar algo.

— Remus, você não precisa levar nada, depois você pega suas coisas, vamos! — o garoto pulou as coisas dos garotos no chão e saiu da cabine, sorrindo bobamente após fechá-la, seguindo Lílian pelo corredor. Passou a mão rapidamente em seu distintivo, o limpando, finalmente chegando ao vagão especial para os monitores, muito perto de onde ficava o vagão de convivência.

Lílian e o garoto sentaram-se juntos, atrás de Charlie Smith e ninguém menos que Dorcas Meadowes, ambos em silêncio. Remus puxou a gola da capa do garoto e ele virou-se, levando uma surpresa, rindo:

— Lupin! Uau, eu realmente fiquei em dúvida em quem seria o monitor escolhido... Potter deve ter enfiado a mão dentro do próprio ra- — ele não terminou quando viu Lílian, tornando-se pomposo em segundos. Virou-se para o lado de dentro do banco e provavelmente empurrou os joelhos de Dorcas, pedindo desculpas à ela antes de beijar a mão de Lily, que o olhava de forma desconfiada. — Evans... Quão prazeroso será esse trabalho...

— Dorcas, que legal te ver aqui. — cortou Lílian, soltando sua mão bruscamente, sorrindo para a garota virada para frente. Dava para saber que era ela pelos pompons roxos em suas duras tranças, com o cabelo sempre na mesma altura, como se ela o proibisse de crescer. Ela virou-se apenas um pouco para trás, sorriu de cabeça baixa e virou-se para frente. Charlie a olhou um pouco incomodo e suspirou, virando-se para frente.

— Os novos monitores da Grifinória! — sorriu Diggory, batendo palmas ao parar na mesa onde Remus e Lily estavam sentados. A garota gemeu de desgosto e cobriu o rosto, cansada. — Parabéns Lily, agora as responsabilidades vão bater na porta.

Ela o olhou, séria e o ignorou, olhando para frente.

Remus até tentou lhe dar um sorriso, mas o garoto desistiu e sentou-se com sua companheira da Lufa Lufa, esperando o vagão se preencher.

Fala sério! — sussurrou Lílian, olhando para trás furtivamente, amassando seu nariz no ombro de Remus para que não fosse notada. — Alecto Carrow e Evan Rosier como monitores? Eu pensei que Sev... — ela virou-se para frente, apertando as mãos sob a mesa, pensativa.

— Eu pensei que Snape seria chamado. — comentou Remus.

— É... — a voz de Lily tinha um tom triste. — Eu também.

Ele queria perguntar se a garota não estava falando com ele, mas pelo jeito não, já que ela ficou surpresa em ver quem eram os novos monitores da Sonserina. Os Monitores-Chefes finalmente chegaram no vagão, organizando tudo, mandando os alunos sentarem. De frente para Lílian e Remus, sentaram-se os dois monitores do sexto ano da Grifinória, Samantha Gordon e Jordan Yang.

Os monitores chefes deram as regras gerais de convivência entre eles e como a competitividade teria que ser deixada de lado naquela função, quais eram os deveres de um monitores e suas responsabilidades gerais para com os monitores chefes e a diretoria da escola. Já os monitores do sexto ano, sentados com os novatos, explicaram mais detalhadamente a rotina de rondas, detenções, as regras da retirada de pontuação (Lílian ficou decepcionada quando percebeu que só podia retirar pontos de sua casa e não das outras), a entrega semanal de relatórios entre os monitores, o quão importante eram as anotações diárias, pois tudo seria documentado.

Na noite de cerimônia, o casal de monitores trabalharão separados: um seria encarregado para guiar os primeiranistas até o castelo e o outro ficaria com o trabalho depois da cerimônia, os levando para Sala Comunal, explicando as regras. Para que eles não fizessem nada errado, os monitores do sexto ano iam observá-los e interrompê-los caso fosse preciso. Depois todos se reuniriam novamente, receberiam seus devidos cadernos de anotações e fariam a primeira ronda do ano.

Lílian e Remus se entreolharam e o garoto quis morrer.

Aquilo era muita coisa. Ele já tinha uma grade gorda e densa de matérias, os N.O.M’s eram naquele ano, o Clube de Xadrez, Emmeline, suas transformações, os garotos... Lílian preferiu ficar como guia dos primeiranistas, então Remus decidiu ficar ali no vagão, longe dos garotos, lendo e memorizando as regras, anotando o que devia falar após a cerimônia.

— Por aqui... Por aqui... Eu disse por aqui, querido, Jesus... — Lílian apertou os ombros de um garotinho confuso, o fazendo pular do vão do trem, direcionando os pequenos. Remus segurou o riso, mas James observava a tudo risonho, de braços cruzados, esperando o Lupin com os outros amigos. Eles pegaram a carruagem com mais duas garotas e ouviram pacientemente Peter explicar o porque dele achar que Rei Arthur irá morrer na próxima edição do quadrinho, que só sairia no fim do mês. Já no Salão Principal, James parecia temeroso ao lado de Remus, olhando Sirius e Peter de segundo em segundo. O garoto, entretanto, estava ocupado demais acenando e olhando para sua namorada na mesa da Corvinal, lhe mandando beijos.

— Remus... Nessas férias, nós nos reunimos bastante para praticar o feitiço. — contou Sirius, despretensiosamente. O Lupin colocou seus olhos sob o garoto alto de madeixas longas, tamborilando a mesa com os dedos cumpridos. Mas foram os olhos castanhos de James que lhe chamaram atenção, ao seu lado. Ele tirou os óculos por alguns segundos, o limpando com a manga da capa, passando a mão no cabelo em seguida ao ver Lílian passar por ele, sentando-se com Mary MacDonald.

— Nós estamos prontos. — disse ele, sério. — Já podemos ir com você.

O garoto virou o rosto lentamente, se negando ter sua noite arruinada. Tivera férias tão incríveis que se esquecera completamente da cruz que era ter a possibilidade de seus amigos sem noção o seguindo em noite de lua cheia. Resolveria aquilo mais tarde. Assistiu a seleção atenciosamente, olhando bem a cara dos primeiranistas assustados e tímidos, apertando a mão de cada um deles conforme eram selecionados para a Grifinória, ignorando os comentários sarcásticos de Sirius.

— Sejam bem vindos! — Albus Dumbledore olhava os primeiranistas como se fossem os primeiríssimos alunos de Hogwarts.  — Sejam muito bem vindos... Não vou me estender, vejo que o senhor Pettigrew está ansioso para a ceia...

James afastou-se bruscamente de Peter no banco, gargalhando enquanto todos riam e o olhavam. Ele notou que tinha sido citado em meio a um gemido, apertando a barriga. Seu rosto ficou tão vermelho que só foi voltar ao normal quando a mesa fora trocada para as sobremesas. O assunto fora basicamente como eles podiam melhorar “o trabalho”, que na verdade era o Mapa. James temia que aquilo fosse confiscado ou roubado por algum aluno, e então eles perderiam tudo que fizeram. Sirius disse que eles podiam enfeitiça-lo de uma forma que somente eles teriam acesso, mas foi interrompido pelo fantasma Sir Nicholas, extremamente incomodado com o tamanho do cabelo de Sirius.

Eles entraram em uma discussão grande o suficiente para Sirius tentar puxar a cabeça do Sir Nicholas e ele ficar conectando e desconectando a cabeça do pescoço loucamente enquanto discutia com Sirius, assustando os primeiranistas.

Após os lembretes do diretor, Remus levantou-se trêmulo com Samantha Gordon para guiar os primeiranistas. Ele ignorou James fingindo ser uma mãe emocionada enquanto saia do Salão com os primeiranistas, assim como Charlie e seus corvinais, Alecto e seus sonserinos, Regina e seus lufanos.

— Essas são as escadarias, elas mudam constantemente de lugar, mas de alguma forma sabem para onde você está indo... Por favor, não tentem pular os vãos, um garoto fez isso no meu segundo ano e não acabou bem. — aconselhou Remus, subindo as escadas.

— Na verdade seu amiguinho o influenciou a pular, eu me lembro da cena. — riu Samantha, ao seu lado. Remus reviveu a memória de Sirius gritando para o garoto pular e acreditar em seus sonhos. Também se lembrava do mês que o menino ficou na Ala Hospitalar.

Os primeiranistas olhavam tudo impressionados, comentando, olhando os quadros conversarem entre si. Finalmente chegaram ao fim do corredor do sétimo andar, onde a Mulher Gorda aguardava, imóvel.

— Senha? — pediu ela, de queixo erguido.

— Feijões. — sorriu Remus, e o retrato inclinou-se para frente, revelando o buraco da passagem. Entrou e ficou no canto, esperando que todos entrassem. Assim que o último entrou ele passou entre os garotos, não acreditando quatro anos atrás era daquele tamanhinho. Samantha sentou-se na poltrona e lhe deu um olhar confiante para que dissesse tudo que tinha que dizer.

— Bem, essa é a Sala Comunal da Grifinória, onde vocês podem passar um tempo com os amigos, é um local de convivência e de todos, portanto deve ser mantido em ordem. Aqui também acontecem as comemorações das vitórias do time-

— Quando poderemos entrar no time? — perguntou um garotinho louro.

— Ótima pergunta... Guy Picciotto...? Estou certo? — Remus sorriu quando garoto assentiu, orgulhoso de sua memória de ferro. — Os testes para o time só são para os alunos do terceiro ano, por enquanto vocês terão aulas de Voo. Ali fica o quadro de avisos, onde ficarão as aberturas dos Clubes, locais de eventos, palestras, aulas de reforço, etc. Caso queiram falar com algum monitor, é só vocês procurarem por mim, Remus Lupin, ou Lílian Evans, Samantha Gordon e Jordan Yang. Os monitores chefes da Grifinória são Frank Longbottom e Brenda Sears.

“Os dormitórios femininos são à direita e os masculinos à esquerda, os pertences de vocês já estão lá. Na porta já está a lista de nomes de cada dormitório, são cinco alunos por quarto. O café da manhã é servido ás sete e meia e as aulas começam pontualmente às nove, vocês irão ouvir o sinal. Às oito e quarenta e cinco eu estarei distribuindo os horários das aulas de vocês no Saguão com os outros monitores das outras Casas. Por favor, não esqueçam de pegar os horários, se não vocês não vão saber para onde ir depois do café. Os primeiranistas tem rotinas de quatro aulas, almoço ao meio dia, aula vaga e mais duas aulas, às sete e meia da noite, jantar. Após o jantar vocês devem vir para a Sala Comunal e não poderão sair até o dia seguinte, caso vocês saiam, correm risco de não só ganhar uma detenção como perder pontos para a Casa. Tenho certeza que vocês não querem que a Grifinória perca a Taça das Casas no fim do ano, certo? Agora, boa noite”.

Ele assistiu os alunos se dividirem entre os dormitórios, nervoso, tendo certeza que esqueceu metade das coisas que devia falar e seria demitido por burrice. Assim que os primeiranistas sumiram, os mais velhos apareceram, lotando a sala de barulho. Samantha parecia impressionada ao erguer-se da poltrona.

— Parabéns, Lupin, você foi excelente. Sério, eu não falei metade do que você disse quando foi minha vez... Agora vamos encontrar os outros, é hora da ronda. — Remus invejou James, Sirius e Peter correndo para o dormitório, sentindo o corpo como chumbo, morrendo de sono. Seu caderninho de anotação era comum, e Remus e Lílian ficaram com o trabalho de vigiar o sétimo andar. Eles conversaram sobre as matérias eletivas e Lílian disse que ia começar Alquimia com Severus, já que os dois gostavam muito de Poções.

— E eu sempre fui muito boa em química. Na verdade era minha matéria preferida. — sorriu ela, balançando a varinha iluminada. — E você?

— Eu estou pensando em pegar Teoria Mágica, mas não faço ideia de onde vou enfiar isso no meu currículo.

— A matéria da Sala Mofada? — riu Lily, fazendo Remus rir também. Teoria Mágica era a matéria mais ignorada de Hogwarts porque era muito densa, técnica e acadêmica. A turma tinha no máximo dez alunos e o professor parecia estar sempre gripado, gesticulando demais sobre filósofos.

No fim da ronda os monitores se encontravam e falavam se tinham visto alguém, se deram alguma detenção, retiraram algum ponto ou algo do gênero e eram liberados para voltar para suas Salas Comunais. Remus deu um gemido de cansaço ao ver dez horas em seu relógio, achando injusto ele ter que acordar às seis e meia no dia seguinte. Despediu-se de Lily e chegou ao dormitório onde James fazia uma algazarra escandalosa, gargalhando de algo que vira no mapa enquanto os outros riam, também de olhos fixados.

Sequer teve curiosidade em saber o que era, tirou os sapatos e jogou-se na cama, adormecendo em segundos.

 

...

 

— Alguém sabe me dizer o que eu obteria caso eu adicionasse raiz de asfódelo em pó a uma infu- — Professor Slughorn olhou a mão desesperada de James. — Senhor Potter?

— Poção Morto-Vivo, senhor. — respondeu prontamente.

— Isso mesmo, cinco pontos para a Grifinória. Agora, caso eu queira implementar essa poção, como eu saberia diferenciar acônito licoctono e acôni... Sim, senhor Potter?

— Para a Poção dar certo, senhor, seria preciso uma planta aquática, o que não é o caso do acônito lapelo, senhor. — explicou, sequer notando o olhar de tédio de Lílian para ele.

— Excelente, senhor Potter, excelente! — sorriu Slughorn. — Bem, pelo menos alguém estudou essas férias! Agora vamos à prática, ah sim, senhora McKinnon, claro, claro, cinco pontos para a Grifinória, obrigada por me lembrar.

James sorria orgulhoso, mas em alguns minutos seu sorriso transformou-se em socos na mesa de pedra e sua mão sendo mordida por ele mesmo enquanto sua poção ia água abaixo. James era muito bom em matérias teóricas porque ele tinha memória fotográfica, ele decorara o livro inteiro de Poções, mas aquilo não o salvava de ser terrível na prática da matéria que exigia uma paciência e talento, algo que ele infelizmente não tinha. Suas poções não ficavam impecáveis como as de Snape e Lílian, ficavam no máximo medianas, isso quando ele não estragava tudo e ficava irritado até o fim do dia por ter falhado.

— Graças à Merlin vou poder mandar essa matéria para o caralho ano que vem — resmungou ele assim que saiu da sala, irritado. — Não vejo a hora de poder me livrar dessa praga, que ódio, eu pratico, pratico, pratico e continuo horrível! Eu quero Ótimo, não Aceitável!

Sai daqui, que saco! — urrou Sirius para Pirraça, descendo as escadas mais rapidamente, desviando de seja lá o que o fantasma jogava.

Remus estava satisfeito com suas notas em Poções, ele não se importava muito com aquilo. James sacou da bolsa seu exemplar de Oráculo dos Sonhos, falando que já estava conseguindo interpretar sonhos com sucesso, amostrando seu detalhado e organizado caderno dos sonhos, comparando com o de Peter que só tinha seu sobrenome escrito. Já Remus tinha que se focar em suas contas matemáticas malucas e ele já estava temendo ficar reprovado por conta de seu probleminha peludo que aconteceria no fim daquela semana. O professor de Runas Antigas mal tivera sua primeira aula e já mandou um trabalho de dois rolos de pergaminho sobre a comunicação entre os gigantes, História da Magia também tinha mais um trabalho sobre a Grande Crise Bruxa de 39, e nem mesmo as aulas mais fáceis, como de Trato de Criaturas Mágicas, estava dando descanso:

— São tronquilhos, professor. — respondeu James prontamente. — São guardiões de árvores, normalmente vivem em árvores que são usadas para fabricação de varinhas.

— Excelente, senhor Potter, cinco pontos para a Grifinória. Agora... Alguém sabe o que eles comem? — uma garota da Lufa Lufa ergueu a mão ao mesmo tempo que James, mas o professor escolheu a menina. — Sim, senhorita George?

— Bichos-de-Conta e ovos de fada, senhor. — sorriu ela.

— É, mas ovos de fada são mais difíceis de serem achados, portanto a dieta se resume a bichos-de-conta. — acrescentou James, ignorando o olhar de Patrice. O professor assentiu.

— Certissimo, cinco pontos para a Lufa Lufa e um para a Grifinória. Agora, se dividam em duplas, sempre um grifinório e um lufano, por favor, peguem um tronquilho e descrevam todas as partes do corpo do mesmo, detalhadamente, senhor Pettigrew, e quais as funções.

Remus pegou o galho que se contorcia sobre a mesa enquanto seu par pegava um pouco de bichos-de-conta para acalmar o bichinho. Já as aulas de DCAT, agora eles tinham uma nova professora animada e calorosa, que ficava sentada em perna de índio em sua mesa de professora diante da sala, descrevendo situações enquanto os alunos levantavam as mãos animadamente para contar que tipo de feitiços eles usariam em determinadas situações que ela mostrou.

A professora Naomi Gerwig parecia simplesmente amar James porque ele realmente sabia mais da matéria que qualquer outro, sabendo executar alguns encantamentos que eles só aprenderiam no sétimo ano. Entretanto, seria sorte demais do Potter se ele tivesse passe livre em suas aulas:

— Senhor Potter... — a professor Gerwig caminhou pela sala arrastando sua capa roxa. Ela tinha o cabelo curtinho e crespo, com alguns brincos em sua orelha. Tinha uma pele escura e dentes perfeitos, com um sorriso sempre dócil, mas de olhar analítico. — Se eu estou em um local de perigo, vamos dizer assim, e eu preciso proteger não só a mim como meus familiares... Que feitiço eu poderia usar?

Protego Horribilis. — respondeu categoricamente. — Vai proteger a área em que você está dos feitiços mais poderosos que existem.

— Nah, eu não quero esse, muito complicado. — ela encostou-se na mesa, olhando James. O garoto deu de ombros.

— Pode ser o Cave Inimicum então, é complicado, mas ainda assim é eficiente, não exige muita concentração e se você usar a técnica de Vail para a rotato-

— Eu sou uma bruxa do campo, não sei muito disso, preciso de algo prático. — James começou a se irritar.

— Ok, pode ser o Protego Totallum então, mas ainda assim os dois outros que eu citei-

— Isso são feitiços do sétimo ano, senhor Potter. — cortou a professora, lhe dando um sorrisinho. — Se eu sou uma aluna do quinto ano e eu preciso me proteger, eu usarei no máximo um Colloportus em minha casa, e um Abaffiato ao redor, quem sabe, exigindo muito mesmo, um feitiço desilusionador, para dar uma aparência velha à casa.

James sequer piscou para a professora, mortalmente sério.

— Pense nisso. Agora, peguem os livros! — sorriu ela, batendo palmas, indo para a lousa. Remus não entendeu direito porque ela fez aquilo, nem James, tanto que ele esperou todos saírem da sala após o sinal para perguntar a ela o porquê daquela dinâmica. Ela apagou a lousa com a varinha, suspirando, sentando-se em sua mesa.

— Senhor Potter, acho que o senhor foi o melhor aluno que já tive. — Remus, que pensou que ia morrer sem ver James lisonjeado, viu o garoto não só corar como parecer um pouco emocionado. Chutou que talvez fosse o trauma de ter sido ignorado pelo professor de sua matéria preferida por todo o quarto ano. — E acho que o senhor saber que é bom, e os professores também, o que lhe deu um pouco de conforto demais... Eu sei que o senhor saberia executar um Protego Horribilis agora mesmo nessa sala, melhor talvez que um veterano, mas o senhor não sabe me explicar o porque de um simples feitiço como Protego. Compreende?

O garoto manteve-se em silêncio.

— Eu sei que o senhor é bom, mas vamos tentar não esquecer o básico, ok? — ela lhe devolveu seu teste e o Excede Expectativas fez sentido quando James explicou detalhadamente como enfrentar um dementador, mas usou uma linha para explicar o Experlliarmus.

Na quinta, Remus tentou sair de fininho do quarto enquanto James estava distraindo memorizando o livro de Runas Antigas e Sirius lendo uma saga trouxa que Emmeline lhe recomendara para ir até a Ala Hospitalar, tomar algumas Poções calmantes antes de ser transferido para a Casa dos Gritos. Entretanto, assim que Remus ensaiou alguns passos para a porta, Peter abaixou sua saga do Monstro do Pantano, pulando da cama.

— Você já vai para a Ala Hospitalar? — perguntou ele, chamando atenção dos outros dois. Sirius já fechou seu livro prontamente e James fechou o livrou, pegando uma bolsa debaixo da sua cama, já se levantando, pronto para colocar os sapatos.

— Eu...

— Tomei a liberdade de roubar algumas poções do professor Slughorn, só pra garantir. E também estou levando esse livro de Transfiguração e esse de DCAT, sei lá, caso algo aconteça... Olhe essa Poção. — Ele mostrou um frasco azul. — É pra caso de alguém se machucar. E a capa... Ah, essa pedra serve para...

— Olha, eu não acho uma boa ideia vocês virem comigo esse mês. Que tal mês que vem? — sugeriu Remus, encostando a porta. Sirius suspirou e desviou o olhar, deitando-se na cama novamente, mas James não seria ele mesmo se deixasse aquele assunto morrer.

— Ué, por que não? Nós ensaiamos a semana toda durante sua ronda. Peter se transformou num rato e tudo! Tentamos te mostrar, mas você nunca quer ver...

— James, olha... Isso não vai dar certo, ok? É muito perigoso, eu já cansei de falar- — O Potter bufou sonoramente, largando a mochila no chão, cruzando os braços. Remus ofendeu-se com o gesto infantil. — Desculpe, eu sempre esqueço que ser sincero com você é sinônimo de contrariá-lo.

— Por que você nega nossa ajuda? Você realmente quer amigos ou só nos tem de enfeite pra que não contemos para ninguém que você é um lobisomem? — Remus arregalou os olhos para Elliott, ali, deitado em sua cama, adormecido. — Não se preocupe, Lupin, eu jamais falaria isso sem proteger nossa área do dormitório antes! Por que é isso que melhores amigos fazem!

— Tá, falamos disso depois. — esquivou-se Remus, mas assim que tentara abrir a porta um feitiço a empurrou bruscamente para frente, a trancando em seguida. O garoto respirou fundo, virando-se para James, exausto. — Você quer que eu me transforme aqui então?

— Talvez, assim você vai ter algo de verdade para lamentar. — ironizou James, cruzando os braços. Agora ele realmente tinha irritado Remus, que marchou até ele, fazendo Sirius e Peter levantaram-se em um pulo, temendo conhecer a veia violenta do garoto.

— Tudo é uma grande aventura para você, não é mesmo? — sorriu Remus, com vontade de socar seu queixo erguido e as sobrancelhas levantadas em desafio.

— Não, não é uma aventura, é eu colocando em prática algo de anos para poder ajudar meu melhor amigo.

— Talvez eu não queira sua ajuda. Talvez eu queira que você deixe esse assunto finalmente morrer, assim como meus pais deixaram e eu deixei. Talvez eu queira que você entenda que-

— Que você é um pobre coitado amaldiçoado? — cortou James, estourando de vez. — Já entendemos seu discurso, Cinderella! Eu e seus pais que te amam mais que tudo e mudaram de casa mais de cinco vezes para te deixar confortável! Eu e seus outros dois amigos que se importam com você o suficiente para ter cinco horas de sono por noite de tanto quebrar a cabeça tentando fazer um feitiço difícil pra caralho! Eu e sua belíssima namorada que é cega por você! Eu e o diretor do melhor colégio da Inglaterra que adaptou tudo só pra te receber! Eu e a toda a Grifinória, que te vê como não só melhor estudante do quinto ano, como agora um monitor! Já entendemos que você sofre feito um desgraçado, porque você nunca nos deixa esquecer disso! — gritou James, empurrando o garoto diante dele. E enfiou o dedo na cara de Remus. — Você vai nos levar nessa porra da Casa dos Gritos HOJE ou nós vamos à força, entendeu?

Remus sequer conseguia piscar enquanto James tomava ar, nervoso, passando a mão nos fios bagunçados, acalmando-se. Ele respirou fundo algumas vezes e fechou os olhos, parecendo contar até dez. Pegou a mochila no chão e colocou nas costas.

— Podemos ir agora? — perguntou ele, com o tom de sempre.

Os quatro saíram do dormitório em silêncio e Sirius comentou baixinho que James estava estressado com os N.O.M’s, para não leva-lo a sério. Primeiro ele foi à Ala Hospitalar, tomar apenas algumas Poções que diminuiriam relativamente os sintomas de fraqueza, febre, taquicardia... Às onze horas ele saiu e encontrou os garotos no jardim, debaixo da capa, sabendo que eram eles apenas pelo jóia que James dera fora da capa. Olhou para o Salgueiro, triste em saber que nunca mais ficariam sozinhos. A imobilizou com o feitiço, ouvindo os cochichos dos três debaixo da capa, e entrou, tendo certeza que estava sendo seguido.

James implorou para saber como executava aquele feitiço enquanto eles caminhavam pelo túnel, mas Remus estava tenso demais para falar. Chegaram no local e ele negou-se a observar a reação dos garotos com a Casa estraçalhada e sombria ao deitar-se na cama, com os braços sob os olhos, tentando concentrar-se em sua respiração, trêmulo. Estava passando tão mal e estressado com o que acontecera que ele arrependeu-se de não ter contado tudo à Madame Pince. O Potter jogou a bolsa para cima e apontou a varinha, criando uma rede protegida sob ela, sussurrando outros encantamentos enquanto Sirius abria as janelas e Peter fuçava as coisas quebradas, curioso.

Remus tirou seu relógio antes de olhá-lo: onze e cinquenta da noite. Ele tremia tanto que teve até dificuldade em guardar o relógio na gaveta. Tentou molhar os lábios, mas era impossível, nem enxergar direito mais ele estava.

— Em poucos minutos eu não vou mais... — ele cobriu o rosto, respirando com dificuldade. Seus órgãos estavam parando. — Não vou mais lembrar...

— Tudo bem. — cortou James. Ele ofegou, apoiando-se nos joelhos, tentando manter-se sentado. Olhou James, confiante. Ele olhou os amigos e sentiu vontade de chorar, como em todas as noites, desejando mais do que nunca o colo de sua mãe. — Está tudo bem.

Primeiro ele tem um ataque cardíaco.

Seu coração e todos os seus órgãos internos estão diminuindo, e seus ossos se quebram, transformando-se em algo menor. Os joelhos batem no chão e ele já está gritando tempo o suficiente para seu esôfago e cordas vocais se rasgarem, expandindo-se, o calando. Agora tudo sai confuso o suficiente enquanto suas células e o seu sangue se adaptam a nova realidade. O meio humano e meio demônio se contorce de agonia, pois não há endorfina que alivie a dor, tudo lhe mantém vivo e consciente através do fogo, o fazendo presenciar cada segundo.

O garoto de óculos sequer se movera diante do que viu, mas bastou um rugido em sua direção para o cervo surgir em seu lugar, em um pulo na direção certa, seguido de um cão e um rato.

 

Josephine Foster - All I Wanted Was The Moon

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Eu acho que vocês sabem, mas quando eu disse 13º temp de Doctor Who, eu estou me referindo à série antiga, não confundam hahaha

Gostei muito de escrever sobre os monitores, não tem muito deles nos livros, então eu tive que ler o que o Percy fazia no 1º livro e fiquei decepcionada em saber que eles não podem tirar pontos das outras casas, só das que pertencem.

Espero que estejam gostando, apareçam!



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