Inside You escrita por BeatrizPFT25


Capítulo 2
Explicações


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos!
Boa Leitura!



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O som do despertador fez-se presente no quarto, vagarosamente o jovem levantou a mão desligando assim o incómodo aparelho, sentou-se na cama e esfregou os olhos, espreguiçou-se bocejando e foi ai que olhou à sua volta, tinha diversos pesos no quarto de tom creme, roupa espalhada por todo o lado, se alguém ali entrasse, poderia, e com razão, pensar que se tratava ou de um assalto ou de um jovem muito desarrumado, e naquele caso era a segunda opção, e tudo estaria normal, se aquele fosse o seu quarto.

Midoriya rapidamente se levantou questionando-se mentalmente sobre o local onde estava, era-lhe familiar, no entanto não era, definitivamente, o seu quarto, olhou novamente à volta e viu um poster de tamanho real atrás da porta, um poster de All Might, aí sim podia dizer-se que aquele quarto tinha alguma coisa que realmente ele pudesse pensar ser dele.

Decidiu então sair daquela habitação, à sua frente tinha outra porta fechada, e por esse motivo Midoriya decidiu não a abrir, e do seu lado esquerdo outra porta, essa já aberta mostrando uma casa de banho, adentrou, aquele lugar era-lhe muito familiar, mas de onde? Foi então que se olhou ao espelho e foi ai que arregalou os olhos, o seu reflexo não era dele, era do seu amigo de infância, Kacchan.

Midoriya começou a tocar no seu rosto e chegou a beliscar-se para ver se estava a sonhar, mas não estava, aquilo era real, mas o que estava a acontecer ali? O pó! Pensou Midoriya com a mão no queixo, provavelmente ativou-se durante a noite e fez com que trocássemos de corpos… mas se eu estou no corpo do Kacchan… Quem está no meu? Pensou apreensivo, se a causa daquilo realmente fosse o pó do frasco do dia anterior então só haviam duas opções, ou o Todoroki ou o Bakugou, ao pensar nisso desejou por tudo que fosse Todoroki no seu corpo, pois se fosse Bakugou este poderia descontrolar-se ao perceber que estava no corpo de Midoriya, ele nem queria imaginar qual seria a sua reação! Ele poderia matar a sua mãe de coração, talvez pior!

O melhor que tenho a fazer agora é ir para a academia, encontrar a rapariga e perguntar-lhe como volto ao normal, claro, depois de descobrir como estão o Kacchan e o Todoroki-kun, pensou.

Midoriya decidiu fazer a higiene matinal que faria se estivesse no seu corpo normal, depois regressou ao primeiro cómodo, deduzindo ser o quarto de Bakugou, para vestir o uniforme, ao fazer isso voltou a sair do quarto e desceu as escadas do seu lado direito, por isso é que tudo lhe era tão familiar, era a casa do seu amigo de infância, era verdade que já não ia lá há algum tempo, anos de facto, mas estava tudo como se lembrava.

Ao descer as escadas viu a mãe de Bakugou a cozinhar o provável pequeno-almoço, na mesa estava o pai de Bakugou a ler um jornal, tudo muito calmo.

— Bom dia. – Cumprimentou assim que acabou de descer as escadas.

— Oh, Katsuki, bom dia. – Respondeu o pai com um sorriso, estranhando a forma calma do seu filho dar os bons dias, mas não falou sobre isso.

— Katsuki! Já estás de pé? E pronto? É a primeira vez que acordas à primeira com o despertador. – Comentou a mãe de Bakugou energeticamente, acabando de fazer o pequeno-almoço e sentando-se na mesa. – A esta altura eu já estaria a gritar para te levantares. – Comentou a rir.

Kacchan é a versão feminina da sua mãe, sem dúvida. Pensou Midoriya.

— Ah? Ahm… sim, hoje foi bastante fácil levantar-me. – Respondi sentando-me e sorrindo.

Ambos olharam para o jovem, sem acreditarem na atitude calma e gentil do seu filho.

— Katsuki. – Chamou a mãe de Bakugou, fazendo o olhar de Midoriya ir em sua direção enquanto já comia. – Estás bem? – Perguntou arqueando uma sobrancelha. – Estás… calmo. – Observou fazendo Midoriya se engasgar, por um momento tinha-se esquecido que estava no corpo de Bakugou, e o comportamento que estava a ter, oh, de certeza que não era o que teria normalmente Bakugou.

— Está tudo bem. – Respondeu enquanto comia abaixando os olhos, desejando que não lhe perguntassem mais nada, seria mau dizer que ele não era ele, antes de mau, seria complicado explicar, seria melhor fingir que estava tudo bem até saber como ia fazer para voltar ao normal.

— Se tu o dizes. – Comentou desistindo de perguntar mais alguma coisa.

Midoriya acabou de comer, levantou a loiça que tinha usado, mais uma atitude que surpreendeu o casal, e despediu-se saindo de casa, como Midoriya morava no mesmo bairro que Bakugou sabia o caminho para a academia.

Passado algum tempo chegou ao seu destino, foi até à sua sala, dentro de alguns momentos iam começar as aulas, e antes de falar com a rapariga queria saber como estavam os outros dois.

Ao adentrar a sua sala Midoriya olhou para todos e viu que faziam um grupo à volta das mesas na parte de trás da sala, foi até lá e viu-se a ele próprio. Midoriya viu que a atenção estava dividida entre ele e o seu corpo, que ele ainda ia descobrir se era Bakugou ou Todoroki nele.

— Bom dia. – Cumprimentou timidamente.

Ninguém respondeu, estavam todos demasiado espantados por Bakugou os ter cumprimentado tão… calmamente.

Olhou para o seu corpo, e os seus olhos encontraram-se.

— Midoriya…?

Ao ter o seu nome dito com tanto calma e só havendo duas opções para quem estaria em seu corpo, Midoriya deduziu quem seria.

— Todoroki-kun…? – Perguntou relutante mas logo sorriu ao ver o outro assentir.

— Então era verdade. – Comentou Kirishima surpreso, atraindo o olhar de Midoriya. – O Midoriya, quer dizer o Todoroki no corpo do Midoriya? Bem ele estava a explicar que ele era o Todoroki e não o Midoriya, nós pensamos que ele tinha batido com a cabeça muito forte mas agora que apareceste tu, o verdadeiro Midoriya? No corpo do Bakugou? Arg! Que confusão em explicar! Mas é impossível o Bakugou ser tão calmo e simpático em relação ao Midoriya então só pode ser verdade que vocês os três trocaram de corpos! – Terminou Kirishima, confundindo-se com o que dizia, era muito confuso falar de alguém que estava no corpo de outra pessoa.

— Então só pode realmente ter sido a poção. – Comentou pensativo Todoroki.

— Eu também pensei nisso! – Concordou Midoriya. – E isso significa que se eu estou no corpo do Kacchan e o Todoroki-kun está no meu corpo, o Kacchan deve estar no corpo do Todoroki-kun. – Deduziu Midoriya.

— Que estranho. – Comentou Kirishima com um sorriso torto.

— O quê? – Perguntou Midoriya.

— Ver o Bakugou falar como o Midoriya é muito estranho, mesmo que sejas o Midoriya no corpo do Bakugou é bastante estranho de acreditar, a voz e a cara é a mesma mas a personalidade é completamente diferente. – Comentou e todos concordaram.

— Mas o que vão fazer para voltar ao normal? – Perguntou Uraraka. – O Todoroki disse que foi por causa do pó de ontem, eu estava lá e não me ocorre outra razão para isto ter acontecido.

— Acho que o primeiro que devíamos fazer era procurar a rapariga de ontem, ninguém melhor para saber como resolver isto. – Observou Midoriya.

— Midoriya. – Chamou Todoroki. – Se não te importares podemos primeiro ver como eu estou? O meu corpo quero dizer.

— Ah sim, se é o Kacchan que está no teu corpo é melhor falar com ele também, para ver se o Kacchan não faz nenhuma loucura.

— Agradeço, na verdade ao perceber o que estava a acontecer desejei que fosses tu no meu corpo, mas não tive sorte. – E suspirou fazendo os presentes rirem e concordarem, ninguém conseguia imaginar Bakugou nos seus corpos, era assustador de mais.

A porta da sala foi então aberta e entrou um Todoroki a gritar, era sem dúvida Bakugou naquele corpo.

— DEKU! Seu maldito! Vou-te matar! – Gritou indo em direção aos membros da turma ali presentes.

— Kacchan. – Chamou Midoriya do seu jeito tímido.

— Ahn? Deku! Então és tu que estás no meu corpo! Devolve ou eu mato-te! – Ameaçou irritado.

— Acredita Kacchan, se eu pudesse era isso que faria mas não sei como. – Respondeu Midoriya com algum receio.

Bakugou nessa altura olhou para Todoroki, no corpo de Midoriya, que ainda permanecia em silêncio.

— Então isso significa que tu és o duas-caras! – Afirmou violentamente apontando o dedo, recebendo apenas um suspiro e um desviar de olhos. – Seu maldito! Vou-te matar! – Gritou Katsuki mas foi interrompido pelo Aizawa-sensei que entrou na sala naquele momento.

— Que confusão é essa ai atrás? – Perguntou.

Bastaram alguns minutos para Aizawa-sensei ter sido posto a par da situação, observou os três alunos em questão e só pelas expressões que cada um fazia não sobrou dúvida alguma que era verdade. Suspirou derrotado, não podia dar uma aula numa situação como aquela.

— O primeiro a fazer é procurar essa rapariga, descrevam-na e a turma toda vai se dividir em grupos e procurar em todas as turmas, a esta hora do dia ela com certeza estará na academia.

E assim se fez, a turma dividiu-se e foram procurar em toda a academia.

Era realmente estranho ver um Todoroki explosivo e irritado, um Midoriya calmo e misterioso e um Bakugou sorridente e gentil. Fora as vezes em que enganavam a chama-los.

Passou-se aproximadamente uma hora desde que tinham começado a busca, apesar de se terem dividido a academia era realmente grande.

Midoriya ao voltar para a sala lá pode ver Bakugou amarrado a uma cadeira claramente irritado, era mesmo muito estranho ver o Todoroki com aquele comportamento mesmo sabendo que era Bakugou.

— Finalmente apareceram. – Disse Iida com uma cara aliviada. – Ela já está aqui, tivemos de amarrar o Bakugou porque não parava de dizer que a ia matar.

Midoriya olhou para a rapariga, tinha o cabelo castanho e liso, uma franja e duas tranças, usava óculos e via-se os olhos negros amedrontados pelo comportamento de Bakugou, que parecia um animal selvagem, a aluna estava com o uniforme da academia, era a rapariga do dia anterior, sem dúvida alguma.

— Agora que estamos cá os três em questão. – Começou Todoroki calmamente. – Podias explicar o que estava naquele frasco de ontem e como podemos voltar ao normal? – Pediu delicadamente.

 A rapariga assentiu e começou a falar timidamente.

— O meu nome é Hikari, sou da turma de estudos gerais do primeiro ano, a minha peculiaridade permite-me fazer diversos tipos de modificações genéticas mas só a consigo usar em forma de poções, posso fazer alguém ganhar asas ou cauda, envelhecer ou voltar a ser criança e por aí, no vosso caso trocar de corpos, a minha peculiaridade não é muito forte então não consigo fazer com que dure muito tempo, eu ontem quando vi que os vossos corpos absorveram o pó eu queria ir falar com vocês e explicar a situação, mas fiquei muito assustada com ele. – Disse e apontou para Midoriya.

— Deku a culpa é tua! – Exclamou Bakugou.

— Não seria tua? – Perguntou um pouco receoso Midoriya.

— Ah?! Porque seria minha? – Perguntou Bakugou sem muita paciência.

— Ela apontou para mim mas este é o teu corpo. – Respondeu fazendo Bakugou perceber.

— E como voltamos ao normal? – Perguntou Todoroki indo à pergunta que era mais importante no momento.

— Bem… – A rapariga meteu os dedos nos lábios pensativa. – Segundo a minha pesquisa o efeito desaparece sozinho, deve durar de 3 a 5 dias provavelmente, não tenho a certeza do tempo já que foi a primeira vez que fiz essa poção.

— Porque é que tinhas uma poção tão perigosa contigo no refeitório? E qual é o objetivo ao fazeres as pessoas trocarem de corpos? – Perguntou Midoriya.

— Bem eu não queria deixar a poção na sala, alguém podia usa-la ou assim, e o objetivo é as pessoas poderem experimentar outras peculiaridades.

— Como assim? – Perguntou Uraraka curiosa.

— Vocês ainda não repararam? Ao trocarem de corpos tudo no corpo da outra pessoa é vosso, incluindo a peculiaridade. – Nesse momento Midoriya virou a mão com a palma para cima e fez uma explosão, assustando-se.

— É verdade! Estou a usar a peculiaridade do Kacchan! – Disse surpreendido.

— Bem obrigada por teres vindo Hikari, agora que sabemos que vamos voltar ao normal em alguns dias já podemos ficar um pouco mais calmos. – Comentou Todoroki e Hikari saiu.

— Bem agora não há muito que possam fazer. – Comentou Aizawa-sensei. – Podem participar nas aulas normalmente, apesar de provavelmente nos treinos terem de ficar de fora, podem usar a peculiaridade uns dos outros mas não é por isso que a controlam, especialmente perigosas como as vossas, vou informar os outros professores do sucedido. – E começou a sair da sala, já na porta virou-se para trás. – É melhor não contarem às vossas famílias, seria algo difícil de explicar, e já que vão voltar ao normal não há necessidade de os preocupar. – E saiu da sala.

Os alunos não puderam fazer nada a não ser concordar.

Seriam longos dias.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado1
Próximo capítulo: Adaptação
Até ao próximo!
Kissus



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