La Doña escrita por Débora Silva


Capítulo 4
#LaDoña - Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Nova fase chegando... ♥



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‒ O que ela tem Severiano? Esta me deixando preocupada! – ele levantou e andou pela sala e Cristina pode ouvir o bater de sua bota no chão.

‒ Cristina esta grávida!

Cristina sentiu seu mundo ruir que tipo de noticia era aquela depois de tudo que havia passado, os olhos se encheram de lagrimas e ela levou a mão ate a boca e segurou o choro, não queria que os pais a vissem novamente chorando e num rompante saiu de dentro de casa correndo, passou por alguns peões que tentaram a deter sabendo que ela não podia sair assim sozinha e correram para avisar os patrões, mas ela já tinha sumido em meio à mata.

Cristina correu sem rumo algum, quase caindo em meio aos galhos, estava em desespero não queria um filho de seu violador e quando perdeu o ar e as forças caiu de joelhos frente a um grande penhasco mais um pouco e ela tinha caído penhasco a baixo. Gritou rasgando a garganta queria expulsar aquela dor de dentro de si mais não tinha como e olhando para aquele penhasco pensou em acabar com sua vida e levantou se aproximando ainda mais.

Não queria aquela vida, não queria aquele filho, não queria se quer lembrar-se daquela maldita noite onde confiou em um homem e à medida que ela ia se aproximando mais, ia pedindo a Deus perdão por sua alma, mas ela não agüentaria ter um bebê de um estupro. Severiano que já estava atrás dela e sabia exatamente onde a filha poderia ter ido correu como um louco e chegou ao exato momento em que ela já estava na ponta, correu mais ainda e puxou sua menina caindo os dois no chão, ela por cima dele.

‒ Me solta, me deixa morreu! – se debateu no colo dele. – Eu quero morrer... – ele agarrou sua menina em seus braços e sentou a abraçando forte.

‒ Calma meu amor, papai ta aqui! – chorou junto a ela e ficou ali ate que ela se acalmasse.

Severiano estava destruído por dentro, mas precisava ser forte para ser a base que ela precisava para se manter firme, Levantou e a pegou em seus braços e caminhou para casa. Foram mais ou menos vinte minutos ate que ele entrou em casa e Consuelo deu graças a Deus por sua menina estar bem, Severiano subiu com ela para o quarto e a colocou na cama, ela somente respirava e olhava para o nada, tirou as botas dela e a cobriu beijando seus cabelos.

Cristina o olhou e o segurou pela camisa, era um apelo para que ele ficasse ali e ele deitou ao lado de sua menina e a aconchegou em seus braços, ela se agarrou a ele e suspirou fechando os olhos queria que aquele pesadelo todo terminasse mais pelo jeito estava longe de terminar. Os dias foram se passando e a cada mês Cristina odiava ainda mais aquela criança que estava em seu ventre, se recusou a cuidar da gestação e não ia ao medico.

Severiano e Consuelo estavam sempre ali vigiando para que ela não fizesse nenhuma loucura, eles a pegaram por duas vezes tentando tomar remédio para acabar com aquela gravidez, mas por sorte eles chegaram a tempo e a impediram. Mas para ela era azar e ela gritava com eles batendo porta, quebrando coisas queria que eles entendessem e não a obrigassem a criar aquela criança, mas nada mais podia ser feito e à medida que a gestação avançava Cristina se tornava ainda mais agressiva.

No primeiro chute do bebê, ela chorou por horas e não queria que ele se mexesse dentro dela, Consuelo conversava com ela todos os dias e Cristina dizia sempre o mesmo que não queria aquela criança e que daria para adoção ou jogaria no rio para que a correnteza levasse aquele fruto de um estupro. Quando a barriga apontou em seus nove meses, Consuelo por mais que não tivesse calendário gestacional sabia que a crianças estava para nascer.

Cristina sofreu por horas dentro do quarto trancada antes de chamar por sua mãe e pedir ajuda para que ela tirasse aquela dor dela, Consuelo correu e chamou a parteira mais próxima de sua casa e quando as duas chegaram, Cristina já havia dado a luz a um menina, mas não a tocou apenas deixou que ela ficasse em meio a suas pernas, não chorava e para ela não fez diferença. A parteira cuidou primeiro da neném que chorou forte invadindo todo o quarto.

Consuelo a pegou em seus braços e chorou, era apenas um bebê que não tinha culpa de como havia vindo ao mundo, sabia que Cristina não iria querer ver a pequena e a tirou do quarto indo ate o marido. A parteira cuidou de Cristina que logo adormeceu exausta por tanta força que tinha feito sozinha naquela noite escura...

[...]

UM MÊS DEPOIS...

Cristina apenas saiu do quarto uma única vez que foi para ir ao hospital para ver se tudo estava correto depois do parto, mas logo voltou e se trancou no quarto e não saiu mais, fazia todas as suas refeições ali para não ter que vê a bebê que ela nem sabia qual era o nome. Não a queria e Consuelo não deixou que ela desse a criança e cuidava como se fosse mais uma filha sua, tinha os cabelos pretos e olhos verdes assim como os de Cristina mais não adiantava Consuelo falar que ela não queria saber.

Naquela manhã em questão Cristina despertou as sete em ponto com o choro estridente do bebê, ela levantou e foi ate a porta e olhou o corredor e não viu ninguém saiu e andou ate o quarto da menina. Cristina olhou para os lados e entrou no quarto e viu a pequena bebê dentro do berço todo montado nas cores rosa e branca, se aproximou com cuidado e a olhou queria conseguir sentir alguma coisa por aquela pequena criança, mas não sentia e a pegou no colo com cuidado e a neném parou de chorar no mesmo momento e procurou por seu alimento.

Cristina a olhou e ela tinha os mesmos olhos que ela, caminhou pelo quarto com a pequena bebê nos braços e olhou para a porta para ver se era vigiada e não era, saiu com a neném do quarto e desceu as escadas foi ate a cozinha e não tinha ninguém, saiu pela porta dos fundos e caminhou com ela em direção a cachoeira. Só que ela não contava que estava sendo vigiada de perto e nem se deu conta, foram alguns minutos ate que ela parou olhando para a água.

Cristina se perguntou se de fato era capaz de matar aquele pequeno ser que estava em seus braços, aquela pequena criança indefesa e sentiu o peito doer, ela tinha leite para dar a menina, mas seu medo era maior em amar aquela pequena menina que era fruto de um estupro e só de pensar Cristina se armou de valor e foi para mais perto da água e seus pés molharam e ela tremeu de imediato sentindo frio. Cristina recuou e chorou, virou para ir embora e seus olhos não acreditaram em quem estava ali e ela sentiu seu corpo doer somente com a presença dele.

‒ Oi Cristina! – a voz soou tranqüila como se fossem dois amigos que acabavam de se reencontrar. – Não precisa ter medo! – ela ofegou e a neném chorou.

Aquela manhã estava fria e ela tinha saído sem nenhuma coberta para a neném, ela buscou pelos lados uma maneira de fugir dali e quando o viu se aproximar , ela correu mesmo as pernas falhando ela correu, mas ela não foi longe ele a pegou e ela teve que segurar firme a criança em seus braços ou ela tinha ido ao chão, o choro da neném ecoava pelos quatro cantos e Cristina mais uma vez chamou pelo pai.

‒ Calma amor... – a segurou firme em seus braços e ela perdeu as forças ficando de joelhos. – Vamos conversar a nossa filha é linda! – Cristina sentiu ódio e grito.

‒ Ela não é sua, seu desgraçado, filho de uma puta! Me solta! – se debateu gritando mais como sempre Diego era mais forte que ela e a virou para ele.

Ele sorriu ao olhar para ela e acariciou seu rosto, mesmo com olheiras das noites de choro ele a achou linda e não pode resistir a cheirou e ela sentiu o medo invadir seu corpo...

‒ Não faz isso me deixar ir... ela... ela precisa de mim Diego me deixa ir embora! – ela não sabia se segurava a bebê ou o empurrava.

‒ Você já vai amor... – Diego arrancou menina dos braços dela e Cristina sabia que mais uma vez ela não teria como fugir...

Diego a usou novamente como queria, Cristina não gritou apenas ficou ali como um pedaço de carne que era usado em qualquer lugar e do jeito que queiram. Ela não chorou deixou que ele fizesse tudo que queria, mas jurou que aquela seria a ultima vez que ele a tocaria e que a próxima vez que ele chegasse perto dela sentia para que ela o matasse.

Diego sorriu depois que vestiu as calças e olhou a bebê que não chorava mais, ele sabia que aquela menina seria odiada por Cristina e num impulso a pegou e levou junto a ele. Cristina o viu ir e não teve forças para impedir e depois de deixar que algumas lagrimas rolassem por seu rosto ela levantou e foi em direção a água, sua camisola de branca mais uma vez estava cheia de sangue e ela entrou na água e ali se perdeu...

[...]

VINTE ANOS DEPOIS...


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