*Cidade Do México*

 

Era uma noite chuvosa,os relâmpagos brilhavam sobre os vidros da janela..

Os estrondos eram de dar medo.

As cenas eram embaçadas...

Como um pesadelo,Amélia gritava por socorro e pedia para que Dionísio parasse..

Ele com sua voz grave,percorria cada centímetro da casa atrás de Amélia..

A mesma se viu obrigada a correr para o quarto,desesperada tentou fechar a porta por dentro mais Dionísio chegou e empurrou..

Amélia caiu sobre o chão chorando..

Dionísio a olhava com desejo,mais também com muito ódio..

Fazia pouco tempo que ela tinha retirado seu vestido de casamento do corpo..

Ele,estava com a gravata torta,o cabelo desarrumado,completamente bêbado..

 

—Você vai ser minha Amélia..

(disse ele ao se aproximar)

Você é minha mulher e deve isso a mim como esposa..(apontou o dedo)

 

Amélia se rastejou até a cama e agarrou forte a grade da cama,na tentativa de escapar..

—Por favor Dionísio..Por favor..(ela implorou)

 

Ela levantou a mão pedindo que ele não fizesse isso..

Dionísio a pega pelos braços a levantando do chão brutalmente..

Ele a olha nos olhos e depois disso a joga sobre a cama,pula por cima dela..

Amélia tenta se debater contra ele,o mesmo começa a beija_la por todo o corpo,rasgando cada parte da sua roupa,a deixando completamente nua..

 

Essas cenas se repetia a cada noite que Dionísio bebia..

Ele era assombrado pela obsessão de que Amélia se casou com ele amando Pedro Montenegro,o homem com quem não pode se casar por ter engravidado outra mulher..

 

A tempestade passa.

Já De Manha,era por volta das 8h da manhã..

Foi uma longa noite,mesma rotina,mesma solidão e desprezo,os mesmos maltratos..

 

Dionísio já estava na mesa tomando seu café com um jornal e uma xícara de café em cada mão,seu humor sempre era algo inesperado para todos,seu jeito grosso e possessivo impressionava a todos.

 

—Lucila..(chamou a empregada)

Lucila..(gritou)

 

Lucila era a empregada,atendeu o pedido do patrão..

 

—Senhor..(chegou as pressas enxugando as mãos)

 

—A Senhora ainda não acordou?(perguntou ele comendo)

 

—Não senhor..(disse Lucila com medo)

 

—Era só o que me faltava..Pode ir..(acenou para ela se retirar)

 

Dionísio se levanta,jogando o guardanapo na mesa,e subindo as escadas..

 

Amélia se encontrava de braços cruzados na sacada do quarto,Dionísio entra no quarto e vê que ela não está na cama..

 

—Amélia..(ele chama por ela)

 

Viu sua sombra na sacada,foi até ela..

Pegou em seu braço e lhe deu um arrancado..

 

—Quantas vezes vou ter que repetir ah?(furioso)

Quero você em todas as refeições ao meu lado,me ouviu?Ah?(gritou)

 

Amélia se assusta com sua voz,para ela isso virou rotina..

 

—Por que você me quer a seu lado?(revirou os olhos)

Eu não vou descer se eu não quiser,e eu não quero permanecer ao seu lado Dionísio nem um só segundo...(disse ela)

 

Amélia se tornou uma mulher submissa e sem vontades próprias por culpa de Dionísio..

 

—É bom que eu não preciso repetir isso novamente Amélia..(segurou nos seus dois braços,no pulso)

Você sabe como eu fico quando alguém me contraria não é Amélia,você sabe perfeitamente..(apertou o pulso dela)

 

—Você está me machucando!

(disse ela friamente)

 

Ele solta o braço dela,mais com as mãos na mesma posição...

 

—Te espero la em baixo..

E não demore...

(se virou e fechou a porta)

 

Outra vez na mesa,Dionísio estava no mesmo lugar..

Amélia descia as escadas e sentou sem cerimônia..

Mal dirigiu seu olhar a Dionísio,ela estava ali obrigada..

 

—Aceita suco Senhora?(perguntou Lucila com a jarra na mão)

 

—Não,obrigada..(pegou uma torrada)

Eu me sirvo sozinha Lucila..

Pode se retirar..(disse Amélia)

 

—Espera Lucila..(tom grave)

Você vai permanecer aqui e atender os pedidos do seu patrão..

Ajude minha querida esposa a se servir e depois pode se retirar..(disse Dionísio)

 

—Eu não preciso de ajuda,posso fazer isso sozinha Dionísio...(disse ela contrariando ele)

 

—Você não é uma mulher qualquer Amélia,você não é uma simples Ferrer...(se alterou)

Você é a Senhora Altamira e deve agir como tal..

Deve ser como uma verdadeira Altamira me ouviu?(disse ele)

 

Amélia ficou em silêncio e permitiu que Lucila a ajudasse..

Na verdade ela sentia medo dele..

 

Dionísio não parou de se alimentar e continuou dizendo um pouco mais baixo..

 

—Quando você quiser me contrariar na frente dos empregados..Pense bem Amélia!

Você pode se arrepender...(a olhou nos olhos ao dizer,se levantou)

Tenho que sair,você não sai dessa casa sem minha permissão ouviu Amélia?(esperou ela responder)

Ouviu Amélia?(disse ele novamente)

 

—Sim..(disse em olhar pra ele)

 

Ele se aproxima lentamente e beija sua testa,Amélia recebe o beijo friamente,mais seu coração pulsava acelerado..

 

Pouco depois que ele saiu,Lucila chegou..

 

—Senhora...

Quero dizer que,a senhora pode contar comigo para o que desejar..(deu seu apoio)

Eu te garanto Senhora,o Senhor Dionísio não era assim,ele te amava muito..

Mais a cada dia,o Senhor ficou mais grosso e tudo lhe fazia raiva..

Ainda mais quando ele...

Ele lia em jornais sobre a familia 

Montenegro..(disse Lucila)

 

—Obrigada por suas palavras Lucila..

Se me permite..(se levantou)

Vou para o meu quarto..(disse Amélia)

 

 

*Toscana,Itália*

 

Pedro estava no escritório do apartamento lendo um jornal..

 

—O que?(surpreso)

Empresário Dionísio Altamira se casa com Amélia Ferrer,juntos formam o casal mais famoso e,e o que é isso?(surpreso)

 

Pedro amassa o jornal e o joga no lixo,furioso ele se levanta e sai do escritório..

 

Júlia,sua esposa,o detém..

 

—Aonde você está indo?(perguntou ela)

 

—Preciso..Dar uma volta,só isso..(disse ele)

 

—Nós estamos em nossa lua de mel Pedro,quero você aqui comigo e não andando por aí..(tocou seu rosto)

Além do mais,(colocou a mão em sua barriga)

Eu e nosso filho necessitamos de você aqui conosco..(o beijou na boca)

 

—Tudo bem Júlia..(fechou os olhos a acariciando)

Vai subindo,eu vou em um minuto está bem?(disse ele)

 

—Claro que sim meu amor..(ela o beija novamente e vai para o quarto)

 

Na Fazenda,Amélia estava deitada de bruço,havia pegado no sono..

Dionísio chega com sua roupa um pouco molhada pelo clima chuvoso lá fora,vê ela ali,ele caminha lentamente até ela para não desperta_la..

Se ajoelha,e acaricia seus cabelos..

 

—Tudo era para ser tão simples..

Você me amar pelo menos um pouco,como eu te amo Amélia!

Sempre te amei,sempre...

Mais você sempre teve olhos para ele..(a olhou com ódio)

Para aquele desgraçado do Montenegro..

Eu juro que você jamais vai voltar a ver ele Amélia.(parou de acaricia_la)

Vou viver para te fazer sofrer,para te mostrar a cada dia que você é minha,minha e não dele..

Que eu venci!Você é minha Amélia,até que a morte nos separe..(disse ele)

 

Amélia desperta e se dá conta de que Dionísio estava lhe observando..

Recua para trás.

 

—O que você está fazendo?(perguntou ela,sentindo medo dele)