Another Time escrita por LelahBallu


Capítulo 1
Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Hey Hey!!

Cheguei com one ;)

1 - One dedicada a Luna Lovegood, eu não tenho ideia de como está minha dívida hahaha Xoxo especial para minha beta preferida.
2 - Espero que gostem da one e desejo uma boa leitura.



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FELICITY SMOAK

Caminhei até o terraço e deixei meu olhar passear pelas sombras que alternavam pelo jardim mal iluminado. O burburinho da festa atrás de mim não chegava a me incomodar. O salão lotado de lordes bêbados e miladys encantadas pelo charme dos mesmos sim.  Havia tanta gente, que mal se podia dar um passo sem esbarrar sem querer em um cavaleiro ansioso por ter uma desculpa para colocar suas mãos pesadas e sorrateiras em um corpo feminino distraído. Ansiosos para amparar alguma frágil garota que necessitava ser resgatada do incômodo que era andar sozinha sem a ajuda de um idiota qualquer. Eu estava odiando cada aspecto dessa festa. Os vestidos elegantes, rodados, confeccionados com o mais fino tecido e luxuosos demais me fazia revirar os olhos. Era bem verdade que cada mulher nesse baile podia ser descrita como pelo menos encantadora, se formos realmente aderir a um vocabulário mais formal, mas os vestidos pesavam quase tanto quanto eram lindos. O espartilho me roubava quase toda a capacidade de respirar e estava bem perto de começar a suar como um porco devido a tantas camadas de roupas.

Seja quem for que inventou esse maldito baile temático não pensou no inconveniente que era ser mulher naquela época.

— Divertindo-se? – A voz masculina soava de algum lugar não muito longe, olhei em volta procurando de onde ela vinha, mas eu apenas pude escutar o pequeno riso que minha ação provocou, eu não conhecia aquela voz. Mas era cálida, o timbre rouco tinha me tirado de meus pensamentos quase imediatamente. – Aqui embaixo, milady. – Desci meus olhos para encontrar o estranho saindo da proteção das sombras logo atrás de alguns arbustos. Inclinei minha cabeça, estava intrigada. O que afinal havia o feito se esconder? Ele se aproximou até ficar diretamente na minha linha de visão, seu sorriso me distraindo. Era o tipo de sorriso que fazia muitas mulheres se esquecerem completamente quão inteligente eram e passar a pensar em nada além do cobrir aquele sorriso com seus lábios. Pisquei percebendo que eu muito rapidamente havia me transformado em uma delas. Ele parecia alheio ao fato de que eu ainda o encarava muda e inclinou-se em uma reverência perfeita, provavelmente melhor do que muitos que haviam vivido na outra época havia feito. – Milady. – Repetiu.

Isso por fim pode me despertar do estranho transe ao qual seu sorriso havia me levado. Eu havia fugido de toda essa afetação, não ficaria suspirando por um homem agindo como se estivesse pronto para subir em um cavalo e desafiar quem quer ousasse a desonrar meu nome.

Estávamos no século XXI pelo amor de Deus.

As mesmas pessoas que lá dentro conversavam com floreio e agiam como se estivessem na Inglaterra de 1800, estavam tirando fotos com seus smartfones e postando vídeos no SnapChat.

— Não me chame de milady. – Murmurei deixando um pouco de minha irritação se fazer presente em meu tom. – Na verdade, se você começar a falar de forma afetada, eu juro por Deus que não responderei por mim.

— Acho que isso responde minha pergunta. – Murmurou franzindo o cenho. – Se você não está se divertindo, por que ainda está aqui? – Perguntou cruzando os braços sobre seu musculoso peitoral. Só então notei que se vestia de forma impecável, sua camisa branca, colete e casaco preto, usava até mesmo uma gravata ornamentada com um broche cuja joia devia ser bastante cara, seu cabelo loiro escuro, seus olhos azuis e sua barba bem feita compunha um visual ideal de príncipe encantado. Na verdade ele parecia ter saído de algum conto de Jane Austen. Ele parecia um duque procurando alguma donzela virginal para desposar.

— Quem é você? – Perguntei confusa e curiosa. Eu estava ansiosa para saber para qual exemplar eu deveria devolvê-lo. O homem parecia o sonho de qualquer adolescente que já se imaginou vivendo em outra época, rodopiando pelo salão no braço daquele que seria o amor da sua vida, um duque, um príncipe. Qualquer um que fosse capaz de fazer sua vida se transformar em um verdadeiro conto de fadas.

— Desça e lhe direi. – Desafiou-me. – Me nego a continuar falando olhando para cima, começo a sentir dor no pescoço. – Se queixou.

— Certo. – Ri irônica. – Vou descer e de livre espontânea vontade me aproximar de um estranho que saiu do meio do mato. No escuro. – Completei fazendo com que ele erguesse uma sobrancelha com diversão. Ele deu de ombros e recuou fazendo-me perceber que ele realmente falava sério quando disse que não continuaria falando olhando para cima. Ele deu as costas e desapareceu no meio dos arbustos, justo de onde vinha.

Alguma coisa me dizia que aquilo havia sido mais um convite do que uma simples retirada indiferente.

Ele estava louco se achava que eu ia segui-lo mato adentro apenas movida pela minha curiosidade.

Nope.

De jeito nenhum.

Mais fácil eu voltar para a aborrecida festa atrás de mim.

Eu não ia seguir um estranho no escuro.

Não mesmo.

Oh inferno.

Lá vou eu.

Exalando um suspiro pesado eu desci as escadas com mais pressa do que eu gostaria. Amaldiçoando uma vez mais o maravilhoso vestido eu puxei as saias de forma que seria muito pouco elegante naquela época e tomei o caminho que o estranho havia tomado. Eu era uma idiota, muito provavelmente eu estava indo atrás de um psicopata, talvez a notícia de amanhã seria “Corpo de Felicity Al’Ghul é encontrado no porto de Starling City: Comunidade afirma que a garota ainda vestia roupas do baile que o pai havia a forçado a participar.” Ok. Talvez não exatamente assim, por que ninguém sabia que eu estava aqui forçada.

Mais alguns passos e encontrei o estanho sentado em um banco de mármore, parecia extremamente a vontade, um tornozelo sobre sua coxa enquanto olhava para o céu acima, parecia que estava ali há horas, e não apenas alguns poucos minutos. Seu sorriso quando me aproximei me deixou ainda mais confusa. Quem diabos era aquele homem com sorriso de menino?

— Ok. Você já me atraiu para aqui. – Murmurei parando em sua frente. – Só peço que se for me matar deixe-me primeiramente excluir minhas contas de todas as minhas redes sociais. Sempre achei muito triste imaginar as pessoas conversando comigo sem saber que jamais responderia novamente. – Tagarelei. Pressionei meus lábios ao perceber que eu estava agindo como uma tola e tudo por que o homem era bonito o suficiente para detonar todos os meus neurônios funcionais. E não querendo ser uma pessoa arrogante, mas já sendo, eram muitos. Mas em vez de se aborrecer com isso, ao que parecia, eu o divertia. – Qual o seu nome Sr. Estranho?

— Você pode se sentar. – Murmurou indicando que eu me sentasse ao seu lado. – Não planejo nenhum assassinato hoje.  –Sorriu. – Eu não quero ter que sujar essa roupa de sangue.

— Suponho que devo agradecer a sua vaidade por continuar viva. – Brinquei sentando-me ao seu lado.

— Sempre a minha vaidade. – Concordou. – Eu sou Oliver.

— Oliver. – Repeti o encarando, estreitei meus olhos o analisando, realmente o observando agora, me apegando a cada detalhe físico seu. – Como Oliver Queen? – Perguntei incrédula.

— Você está em minha casa. – Murmurou divertido. – Por que se surpreende em me ver? – Perguntou confuso. – Você é Felicity, certo?

— Sim. – Assenti ainda mais surpresa. – Os rumores diziam que você ainda estava na Rússia, não pensei que o encontraria aqui. Hoje. – Dei de ombros. – Eu não o reconheci Sr. Queen, por que não vejo uma foto sua desde seus 18 anos, você está diferente. - Murmurei notando que o garoto que ocasionalmente saia em revistas de fofocas e jornais sensacionalistas, havia encorpado. Estava mais forte, seu rosto mais cheio. O garoto havia se transformado em um homem. Eu realmente falava sério sobre não ter visto sua foto desde então, por que Oliver havia sumido do radar dos repórteres, havia se mudado e feito sua vida na Rússia, representando seu pai e sua família na filial de lá.

— Você mudou também. – Sorriu. – Não é mais aquela garotinha que corria com Thea pelos jardins. – Pisquei ainda mais surpresa por ele se lembrar de mim. Sim, Thea Queen era minha melhor amiga, eu constantemente a visitava, mas meu contato com Oliver era quase zero naquela época. Eu tinha 12 anos e ele 17, enquanto eu o admirava sempre que ele saia às presas acompanhado de seu amigo Tommy Merlyn, nós dois nunca trocamos uma palavra sequer. Por que deveria? Para Oliver eu era uma pirralha que vivia trancada no quarto da sua irmã, ou correndo pelos jardins como ele havia dito. Meu pai Ras Al’Ghul tinha negócios com a família Queen. Era amigo de Robert Queen e Malcolm Merlyn, ao menos parceiros de negócios. Por ele Nyssa deveria ter demostrado interesse no Queen, feito seu caminho para se tornar uma Queen e estreitar ainda mais os laços entre as duas empresas, mas o fato de Nyssa ser lésbica meio que atrapalhou seus planos. – Eu a surpreendi? – Questionou-me confuso.

— Um pouco. – Confessei. – Não esperava que me reconhecesse. – Eu certamente não o reconheci.

— Você quebrou a janela do meu quarto uma vez. – Sorriu. Encolhi-me diante a visão que surgiu em minha mente. Thea maldita seja, resolveu que queria aprender a jogar baseball, Roy Harper havia dito que meninas jamais conseguiriam chegar ao mesmo nível que os meninos e ela é claro quis provar o contrário, ela me fez treinar com ela, por que Thea não era boba, ela não podia provar nada sem o devido preparo, no dia em questão eu estava rindo de Thea por mais uma vez conseguir não bater na bola e ela irritada me desafiou a tentar, eu consegui bater na bola,  e ela foi direto para janela do seu irmão, eu nunca pensei que podia correr tão rápido. No dia seguinte eu e Thea nos inscrevemos na turma de atletismo. Desistimos após uma semana. Veja bem, Thea e eu concordamos que nós podíamos fazer qualquer coisa tão bem quanto qualquer homem, desde que nos quiséssemos, a questão é que nenhuma de nos duas queríamos estar envolvida com nenhuma atividade física.

— Eu não sabia que você estava em casa. – Confessei, eu havia respirado aliviada pensando que Oliver não tinha visto isso, quando corri eu pensava apenas em fugir do olhar desaprovador de Moira Queen.

— Eu estava. – Retrucou. – Eu peguei a bola e olhei pela janela, você duas corriam e você parecia tão envergonhada que eu não quis denunciar minha presença. – Deu de ombros. – E não me chame de Sr. Queen. – Pediu. – Eu sou apenas Oliver.

— Ok. – Concordei. – Então, Oliver. Por que você parece algo que foi cuspido de uma romance histórico, mas não se deu o trabalho de aparecer na própria festa? – Perguntei com curiosidade genuína.

— Não é sempre assim? – Perguntou divertido. – O lorde carrancudo sempre evita bailes e se esconde nos jardins, aparecem apenas brevemente antes de ir embora sem se despedir das moças consideradas pretendentes perfeitas, eles sempre caem de amores por aquelas que não ligam para toda a pompa de ser uma duquesa e quase sempre encontram seu amor em algum recanto escondido da festa, não no salão.  – Explicou. - As vezes em uma biblioteca, as vezes em um jardim.  –Murmurou me encarando de esguelha.

— Duas perguntas. – Murmurei. – Que tipo de livros você anda lendo e como você consegue falar tanto sem responder de fato uma pergunta?

— Onde está Thea? – Perguntou-me.

— Fugindo de responder novamente Sr. Queen. – Sorri o acotovelando. Parei em choque percebendo que havia agido com familiaridade, mas notei que ele não pareceu se importar.

— Eu não perguntei por perguntar.  –Retrucou. – Eu ainda não vi minha irmã.

— Ela é uma péssima anfitriã. – E amiga. Acrescentei mentalmente. – Ela me fez prometer vir a essa festa, escolheu isso...  - Apontei para o meu vestido. – Garantiu ao meu pai que eu não fugiria da festa e ainda assim não teve a decência de ficar mais do que meia hora antes de fugir com Roy. E esse é o aniversário dela. – Os olhos de Oliver ainda estavam fazendo seu caminho por meu corpo. Não mais ostentava o sorriso de menino, havia seriedade naqueles olhos, certa admiração e aprovação masculina. Quando encontraram os meus estavam quentes, fiquei surpresa pelo o que vi neles. Como se lesse meus pensamentos e notasse quão constrangida fiquei por sua pequena, mas demorada avaliação, ele sorriu novamente, aquele mesmo sorriso que me fez questionar como ele conseguia, um homem feito, com um sorriso infantil, transformando-o em adorável.

— É um bonito vestido. – Murmurou por fim. – É por isso que você estava irritada? Por que Thea a abandonou? Ou pelo tema da festa?

— Um pouco dos dois. – Confessei.

— Há certo romantismo você não acha? – Perguntou-me sério, seu olhar caindo no meu antes de se voltar para o céu. – Em um tema assim. – Completou.

— Eu não sou uma romântica. – Falei.

— Percebi. – Retrucou. – Eu apenas me pergunto o motivo.

— A ideia de conhecer o amor da sua vida em um baile me deixa um pouco cética. – Continuei. – Então o quê? O homem se aproxima de mim, me pede uma dança preenche meu cartão, trocamos olhares através do salão até que chegue a hora. – Pintei a imagem. – Dançamos juntos e é isso. Estou apaixonada. Ele me pedirá em casamento no próximo encontro, eu direi sim e então temos nossa felicidade garantida. Sem nem sequer saber sua cor favorita.

— Sua cor favorita será qualquer que seja aquela que sua amada estiver usando. – Oliver me garantiu. Exibia um sorriso de canto quando acrescentou. – Hoje mesmo a minha é vermelho. – Respirei fundo tentando não assimilar o fato de que esta era a cor do meu vestido. Ele estava brincando comigo, eu tinha certeza. Então optei por ignora-lo e voltar ao meu ponto.

— A questão é: Amor não é um conto de fadas onde o “felizes para sempre” é encontrado no final de uma dança. – Ele assentiu. – Todos esses romances, eles ocorrem rapidamente, a mocinha vê o mocinho, eles se apaixonam, algo sem sentido os afasta, e algo sem sentido os junta novamente e pronto viveram felizes para sempre. Tudo isso em um período muito curto, já li alguns que acontece em apenas uma noite.

— Por que você continua lendo então? – Perguntou interessado.

— Eu... Eu não sei. – Dei de ombros. – Boa escrita talvez.

— Eu acho que você deseja um amor assim. – Sorriu.

— Não seja ridículo. – Neguei. – Eu nem tenho certeza se amor por amor existe, acredito que um pai ame sua filha incondicionalmente, e vice versa, mas eu não consigo acreditar que duas pessoas possam dedicar a vida um ao outro e chamar isso de amor. Mais cedo ou mais tarde um vai cometer um erro, o outro vai ignorar ou perdoar por que já está casado, com um filho, ou apenas acostumado a situação que se encontra e juntos vão fingir que o que sobressaiu foi o amor, não comodismo em não ter que procurar outra pessoa a quem “amar”.

— Como você se tornou tão cética? – Perguntou parecendo horrorizado.

— Eu acho que ofendi um romântico. – Observei admirada. – Oliver Queen é um romântico.

— Eu sou. – Assentiu sem se constranger com isso. – E eu acho que você também é.

— Você não escutou nada do que eu falei até agora?

— Felicity tudo o que eu tenho feito é escutar você. – Respondeu sem se abalar. Com um novo sorriso ele se ergueu , sua mão se estendeu em um claro convite. – Caminhe comigo. – Pediu.

— Eu não consigo te levar a sério vestido assim e todo cavalheiro. – Meneei a cabeça. Ele revirou os olhos, mas não disse nada mais, sua mão ainda erguida, o convite ainda de pé. Pensei novamente que minha opção era voltar para festa, puxar Nyssa que claramente estava se divertindo com Sara e força-la a me dar carona para casa, eu podia ser uma cética, mas eu jamais estragaria o encontro da minha irmã. Dando de ombros me ergui e coloquei minha mão na sua, sem demora ele a levou até a curva do seu braço.

— Quer saber por que eu acho que você é uma romântica? – Perguntou me guiando.

— Quero saber por que você está fugindo da própria festa. – Retruquei.

— Eu não estou fugindo. – Negou. – E não é minha festa.

— Se você diz. – Cedi. – Então me diga, Sr. Queen. Como eu posso ser uma romântica e ter conseguido enganar até mesmo a mim?

— Você não está engando a si mesma, você apenas não sabe.  –Respondeu se afastando apenas para abrir o acesso até a piscina. Moira havia se esforçado com esmero em toda a casa, exceto aqui. Enquanto lá a iluminação era fraca devido as centenas de velas e candelabros, simulando realmente um baile em meados do século 19, a piscina felizmente era iluminada pela boa e confiável tecnologia, a iluminação ainda era fraca e charmosa, mas nada como a casa. Oliver se apresou em se livrar das duas botas e sem demora subiu suas calças até abaixo do seu joelho, logo ele afundou suas pernas na água, com um olhar ele me convidou a fazer o mesmo. Cansada de questionar cada ato seu antes de acabar cedendo, eu me livrei dos meus próprios calçados e meias e subindo muito da minha saia, sentei ao seu lado.

— Eu realmente odeio esse vestido. – Murmurei balançando minhas pernas na água.

— Eu realmente gosto dele. – Murmurou me observando. – Onde estávamos?

— Você me dizia que dentro do meu coração negro há uma romântica incorrigível. – O lembrei. Ele riu do que eu disse.

— Não vamos exagerar tanto. – Murmurou divertido. – Eu acho que você lê esses romances por que deseja algo assim, você está certa. Amor não é para ser fácil, rápido e com promessa de felicidade duradoura. Mas isso não significa que não exista amor, apenas é um pouco mais do que podemos lidar e nem sempre conseguimos, a promessa duradoura de felicidade pode ser intercalada com momentos tristes e duvidosos, onde o sentimento realmente será questionado. O amor realmente pode não ser encontrado no final de uma dança, mas de inúmeras delas, o encontro de sorrisos, a rotina, o passar dos anos, o conhecer um ao outro.  Não existe amor verdadeiro Felicity, existe apenas amor. Por que se não é verdadeiro, não é amor. Amor não é para ser perfeito ou compreendido. É para ser vivenciado, todas suas pequenas imperfeições , todos os seus aspectos. Não é para ser de todo bom ou todo mal, é para ser amor.  E você sabe disso, você lê aqueles romances por que é muito melhor acreditar que o amor é algo intangível, tão irreal que possa ser zombado, desejado, mas nunca alcançado.

O encarei surpresa com sua afirmação veemente. Oliver Queen realmente acreditava no amor, o que eu me perguntava agora é quem era a garota sortuda que receberia todo esse carinho dele.

— Eu não entendo. – Confessei deixando meu olhar se fixar mais a frente, eu podia sentir seu olhar fixo no meu perfil, mas ainda assim evitei encara-lo. – Você teve a mesma criação que a minha, seus pais não são tão diferentes dos meus, e você ainda acredita no amor? – Perguntei confusa, finalmente o encarei e dei-me conta que ele me encarava surpreso, corei envergonhada ao notar que eu apenas havia dito a Oliver Queen que seus pais não se amavam. Minha mãe havia sido a segunda esposa do meu pai e ele já estava na terceira, meu pai se apaixonava com a mesma facilidade com que uma adolescente no colegial. Ele era um bom homem, um pai dedicado e protetor, mas terrível em escolhas de parceiras. Ele assim como Oliver, dizia acreditar no amor, em todos os tipos de amor.  Já Moira e Robert Queen tinham um casamento longo e estável, mas ao passar dos anos que convivi com sua família eu não podia deixar de acha-lo um pouco frio. Uma coisa era eu pensar isso, outra completamente diferente era dizer isso ao seu filho. Não importava se eu era a melhor amiga de sua irmã. – Desculpe, eu não quis...

— Tudo bem. – Sorriu timidamente. – Você está certa, meus pais não são um exemplo a se espalhar, mas meus avós eram. – Explicou. – Eu cresci vendo meu avô ser um tolo dedicado a minha avó, não era um casamento fácil, eles passaram por muita coisa, mas era do tipo para sempre. Até que a morte os separe e além disso. – Inclinei minha cabeça o observando. Eu não havia conhecido seus avós, eles já haviam morrido quando passei a andar com Thea. – Mas eu ainda acho que a sua maneira meus pais se amaram.

— Você me deixa confusa Sr. Queen. – Murmurei atraindo sua atenção.

— Por que você não consegue me chamar de Oliver? – Perguntou parecendo chateado com isso.

— Eu posso. – Afirmei. – Só não tenho essa intimidade ainda. – Dei de ombros. – É a primeira vez que converso com você e estamos abordando algo tão sério como amor. Não consigo chama-lo de Oliver ou Ollie.

— Não me chame de Ollie. – Pediu, parecia mais uma exigência.

— Thea o chama assim. – Murmurei surpreendida.

— Ela é minha irmã. – Falou áspero. – Você não.

— Ok. – Murmurei hesitante. – Desculpe, eu não quis forçar uma intimidade que não existia.

— Não é isso. – Negou. – Eu só não quero ser chamado assim por você. – Assenti embora confusa, estava disposta a atender seu pedido.  Seguiu-se um longo momento em que ficamos em silêncio, eu não sabia como aborda-lo. O assunto anterior havia morrido e eu estranhamente não sabia mais do que falar com Oliver Queen. Era de se esperar que após um tema tão profundo, fosse possível falar sobre qualquer outra coisa, certo? – Eu tinha um apelido para você, sabe? – Franzi o cenho ao escutar isso. Eu não tinha ideia como uma pessoa que nunca falou comigo, tinha um apelido para mim. Percebendo minha confusão ele continuou. – Tommy é uma espécie de irmão mais velho para Thea, sempre que ele chegava em casa ela vinha correndo abraça-lo. Ele a ama assim como eu a amo, então ele gostava de ser recepcionado por ela, quando ela não aparecia ele perguntava por Speedy, você deve saber que é assim que a chamamos. – Observou. Assenti concordando, estava curiosa aonde isso ia levar. Como diabos eu ganhei um apelido de Oliver Queen e por que eu me importava. – Eu respondia “Ela deve está em algum canto com a Smile” Eu te chamava de Felicity Smile. – Sorriu.

— Eu... – Balancei a cabeça sem entender.

— Você estava sempre sorrindo. – Explicou. – Sempre. Era como uma onda constante de alegria, parecia não haver tempo ruim para você.

— Eu tinha 12, o tempo ruim veio após as espinhas. – Brinquei. – Você não estava aqui, ou eu definitivamente estaria sendo chamada de algo mais depreciativo. – Ele meneou a cabeça com clara diversão.  – Eu posso lhe fazer uma pergunta? – Perguntei após fita-lo pelo o que parecia um longo tempo. Ele assentiu concordando. – O que o fez sair das sombras? – Ele me encarou confuso. – Você obviamente estava evitando essa festa, embora eu não entenda por que se deu o trabalho de se vestir perfeitamente para ela, você não apareceu em nenhum momento no salão. – Eu definitivamente teria notado. – Você saiu por alguma porta dos fundos e se escondeu nos jardins, por que você saiu de lá?

— Eu vi você. – Deu de ombros. – Um rosto conhecido. – Acrescentou. - Eu não vi por que continuar aqui sozinho, se eu poderia ter sua companhia. – Respondeu direto.

— Lá dentro há um monte de rostos conhecidos Oliver. – Pisquei percebendo que dessa vez não havia o chamado pelo sobrenome. Como se eu não tivesse cometido esse deslize continuei. – Tommy Merlyn, Sara e Laurel Lance. – Murmurei fazendo  que se encolhesse. – Eles faziam parte de seu grupinho de amigos. Você retornou após anos fora e eu acho que nenhum deles, assim como eu, sabia disso. – Murmurei o observando com cautela. Ele não negou minhas suspeitas, pelo contrário, assentiu.

— Eu me vesti para descer para festa. – Murmurou hesitante. – Estava preparado para enfrentar alguns falsos sorrisos de boas vindas, alguns tapinhas nas costas me felicitando por me tornar o C.E.O da QC aqui, agradecer ignorando o fato de que o único motivo para o qual eu estava assumindo esse cargo havia sido a morte do meu pai. – Deu de ombros. – Sei que faz meses, mas eu ainda não consigo ignorar o quê minha volta a Starling City significa. Eu cheguei há apenas dois dias, fiquei sabendo dessa festa ontem e resolvi concordar apenas por que não queria ver Thea triste no dia do seu aniversário, minha mãe disse que tem sido difícil para ela, e que pela primeira vez entre meses, Thea parecia realmente animada com algo. Então me arrumei, estava parado em frente ao espelho, ajeitando essa gravata esquisita quando eu me dei conta de que não conseguiria. – Deu de ombros. – Caminhei até a janela e vi você chegar. Demorei um pouco para reconhecê-la, tenho visto fotos suas por que Thea me manda as fotos delas e você está em quase todas, mas ainda assim eu não estava preparado para a visão real, Felicity Smile havia crescido e ainda assim o sorriso era o mesmo, eu tive que descer, mas eu ainda não queria enfrentar todos aqueles convidados, então desisti da ideia de me aproximar e você tem razão, fugi para os jardins, eu não esperava que você saísse para varanda, mas quando o fez, eu não podia mais continuar me escondendo.

Fiquei muda diante isso. Ele me observava com expectativa, eu tentava assimilar que dentre todos os motivos para Oliver sair de seu esconderijo, eu havia sido aquela que o atraiu para fora. E eu nem entendia a razão. Oliver tinha uma vida na Rússia, devia conhecer muitas mulheres bonitas, ter seus casos com elas, e ainda assim meu instinto feminino gritava que Oliver Queen estava interessado em mim. Por quê? Em uma noite? Devia ser a influência desse maldito baile.

— Eu a assustei. – Murmurou quebrando a longa onda de silêncio.

— Você me surpreendeu. – Confessei. – Por um instante pareceu que...

— Que eu a quero? – Completou percebendo minha hesitação. – Eu não entendo por que encontro esse seu olhar surpreso diante isso, você é uma mulher linda Felicity.

— Você é bem direto. – Murmurei desviando meu olhar e me sentindo constrangida. Oliver era lindo e eu não negaria me sentir atraída por ele, desde o momento em que ele saiu das sombras havia me chamado atenção, eu só não sabia lidar com isso. Por que não voltamos a conversa sobre amor? Definitivamente era um terreno mais seguro no momento.

— Eu posso voltar ao tema se quiser, apenas não se engane, posso ser um romântico, mas isso não significa que todos os meus pensamentos são castos. – O encarei surpresa por ter feito a maldita pergunta em voz alta. Ele sorriu diante minha expressão. – Eu não quis constrange-la. Eu realmente sou direto quando me convêm. Não se preocupe, eu só estava constando um fato, eu não estou impondo a você nada. Podemos continuar aqui, apenas conversando. – Murmurou olhando para a água.

Observei seu perfil por alguns segundos. O que eu estava fazendo? Não fazia muito tempo eu estava criticando as garotas que agiam de forma afetada lá dentro, e agora aqui estava eu agindo como uma donzela envergonhada, como se nunca antes um homem houvesse me tocado. Oliver não fez mais do que falar e eu corava como se realmente pertencesse a outra época. Para onde havia ido aquela mulher que ia a boate com as amigas, dançava, paquerava e quando estava com humor para isso voltava acompanhada? Tinha que ser esse maldito baile mexendo comigo. Eu não era uma jovenzinha pura, eu era uma mulher que sabia o que queria e quando queria, e neste momento eu queria Oliver. Determinada a deixar essa abominável versão mais tímida de mesma foquei em pegar aquilo que eu queria, sem nenhuma advertência aproximei meu rosto do de Oliver.

Infelizmente para mim além de uma mulher madura e determinada eu era bastante atrapalhada. Oliver escolheu esse momento para virar o rosto e me encarar, o choque de nossas cabeças fez com que eu fechasse meus olhos e me xingasse novamente, Oliver recuou pedindo desculpas, mas ele se esqueceu onde estava seu corpo que havia recuado com intensidade perdeu o equilíbrio, e Oliver caiu na piscina diante meu olhar horrorizado.

Jesus Felicity, você nunca havia beijado antes?!!

Senti meu vestido molhar quando ele tombou e apreensiva o vi afundar antes de emergir com um delicioso sorriso em seu rosto repleto de humor, o encarei incrédula antes que a risada que borbulhava na minha garganta fosse solta, ele riu também, sua risada se misturando com a minha, sua cabeça inclinando para trás.

— Se você queria esfriar as coisas, bastava pedir para eu pensar em outra coisa. – Murmurou se aproximando. – Não precisava me jogar em uma piscina.

— A piscina é aquecida. – Fui tudo o que eu pude dizer. Olhei para baixo, eu ainda seguia sentada e ele se aproximou ficando entre minhas pernas, um braço de cada lado, com a força de seus braços musculosos ele se ergueu se apoiando no cotovelo, seu rosto estava muito próximo do meu que já se inclinava para o seu.

— Então se queria um beijo, tudo o que precisava fazer era pedir. – Murmurou. Tentei pensar em alguma réplica inteligente, qualquer uma que fosse, mas meus lábios já entravam em contato com os seus, um mero toque, a promessa de uma carícia, suspirei em resposta e  tomando isso como uma entrega, ele abriu meus lábios com o toque de sua língua e o beijo se aprofundou.

Oh como era doce o sabor da rendição.

Com os olhos fechados segurei-me em seus ombros, meus lábios movendo-se sobre os seus, respondendo a ele, ao seu ritmo, seus braços me rodearam e me puxaram para baixo. Afundei-me na água, grudada ao seu corpo enquanto me negava mesmo diante o choque de sua ação a separar-me dele, seus lábios ainda tomando os meus.

Oliver Queen acabava de arruinar todos os meus primeiros beijos.

Quando subimos novamente eu abraçava seu pescoço e compartilhávamos do mesmo sorriso idiota, não demorou muito até que seus lábios estavam sobre os meus novamente seu corpo arrastando o meu pela água até a parede de azulejos.

— É assim que você ganha suas garotas Sr. Queen? – Perguntei confortável em seus braços. – Você as seduz com todo o papo romântico e então as jogas em uma piscina e as beija?

— Você me jogou na piscina. – Protestou. – E eu voltei a ser Sr. Queen? – Perguntou confuso.

— Dessa vez foi provocação. – Murmurei antes de voltar a beija-lo, minhas unhas cavando em seu pescoço. – Eu acho melhor saímos antes que alguém venha até aqui. – Murmurei. – E esse vestido está pesado demais.  – Ele assentiu. Parecia um pouco decepcionado. – Talvez você possa me indicar um quarto onde eu possa trocar de roupa. – Sugeri. Ele pegou a mensagem, pois sorriu concordando, o sorriso de menino havia ido embora e o que sobrava era pura malícia. Ele me ajudou a sair da piscina e logo me guiava pela mesma entrada que ele havia usado para evitar a festa, levou-me até seu quarto e me deixou sozinha com uma toalha por alguns momentos, e quando retornou ainda encharcado do nosso banho forçado de piscina, trazia uma garrafa de vinho e duas taças, um pouco de cada comida que encontrou na cozinha, tudo equilibrado em uma bandeja e fechou a porta atrás de si com a ponta do pé. Sorri com sua preocupação e me aproximei para ajuda-lo.

— Quando me viram tentaram fingir que eu não parecia um gato molhado e se apressaram em arrumar essa bandeja. – Piscou. – Eu acho que intimido um pouco as pessoas.

— Não é sempre assim? – Murmurei parada em sua frente. – O lorde carrancudo cujos funcionários o temem, mas na verdade ele não passa de um homem com um grande coração?

— Eu tenho um grande coração, Felicity Smile? – Perguntou-me surpreso.

— Como mais alguém poderia acreditar tão firmemente na ideia do amor?- Perguntei sincera. Ele deu de ombros não me respondendo, sua mão alcançou a minha voltando a me aproximar dele. Não demorou muito estávamos nos beijando novamente, cada beijo levando-nos até sua cama, ele me ajudou a tirar o vestido que agora grudava-se ao meu corpo, o espartilho e todo o conjunto por baixo. Cada gesto feito lentamente, cada toque deixando-me sedenta por mais, ansiosa por eu mesma toca-lo. Enquanto ele me inclinava até deitar-me em sua cama eu lembrava que havia deixado minhas meias e sapatos junto as suas botas, perto da piscina, quando o ajudei a tirar sua roupa, percebi que não me importava.

Oliver mostrou-se um amante incrível, que não se priorizava durante o sexo, ele sabia agradar a nós dois e sexo com ele foi algo do que eu jamais me esqueceria, cada beijo, cada carícia, mesmo a ondulação de seus ombros a cada movimento. A noite foi mais do que eu esperava quando vim até sua casa e fui abandonada por sua irmã. E quando o dia amanheceu e abri meus olhos encontrei os seus ainda sonolentos me encarando com admiração. Aquele sorriso lindo se fazendo presente, os raios de sol iluminavam seu rosto brincando com cada contorno, fazendo-me perceber quão lindo ele era.

E em vez de tímida e constrangida por ter que fazer em breve a caminhada da vergonha, eu me senti em paz.  Seus braços me aproximaram de si e apoiei minha testa em seu ombro, respirando sua pele. Sua boca roçava o lóbulo da minha orelha quando disse:

— Acredito que você me deve algumas centenas de danças, Felicity Smile. – Sorri diante sua frase.

— Centenas? – Perguntei divertida.

— Não achou que eu me contentaria apenas com uma. Não é mesmo? – Perguntou recuando para me encarar. – Nós dois sabemos que o que vai acontecer a seguir não será rápido, não acontecerá em um período curto, e certamente não ocorrerá em apenas uma noite. Podemos conhecer um ao outro, não podemos? – Perguntou-me com expectativa, em seus olhos dançavam a esperança e algo mais. Assenti não conseguindo fazer outra coisa senão isso.

— Podemos Sr. Queen. – Murmurei encostando-me novamente ao seu ombro.

— A propósito, minha cor favorita hoje é azul. – Falou em meu ouvido novamente. – Não qualquer um, o azul ainda coberto pela névoa do sono quando você abriu seus olhos. -  Sorri enquanto meneava minha cabeça.

Eu estava em uma enrascada, de todos os caras naquela festa, eu tinha que ter ido para a cama com o romântico incorrigível que era Oliver Queen.

De alguma forma eu sabia que ele estava decidido a me provar que o amor existia.

E ele o fez, através dos anos seguintes, apesar de toda a confusão, a subida e descida que nosso relacionamento foi, Oliver provou como amar alguém e ser amado era possível. Em cada aniversário de casamento ele trazia a lembrança de nossa primeira noite juntos, em cada aniversário de nossos filhos ele contava com diversão como transformou a garota de coração negro em uma romântica incorrigível, e houve danças, muitas delas, nem todas comigo, uma em especial me fez chorar quando ele levou nossa filha nos braços rodopiando pelo salão no dia de seu casamento, anos mais tarde eu o flagrei ensinando a nossa neta de apenas seis anos, colocando-a nas pontas dos pés e rodopiando até que ela começava a rir, pedindo que ele parasse. Hoje observamos Matt, nosso caçula girando sua noiva em seus braços, enquanto eu descansava minha cabeça em seu ombro, sua mão não era a mesma de tantos anos atrás, pois carregava as marcas do tempo, mas segurava a minha com a mesma firmeza, e quando me puxou para os seus braços eu sorri.

— O que foi Felicity Smile? – Meu sorriso se ampliou ainda mais diante o apelido que nunca foi esquecido, mesmo após tantos anos.

— Eu só estou me lembrando. – Murmurei. Ele me lançou um olhar confuso. – Você estava certo, o amor realmente pode não ser encontrado no final de uma dança, mas de inúmeras delas. – Seus olhos se suavizaram diante minhas palavras.

— Eu sempre estou certo, minha querida. – Murmurou colando sua cabeça ao lado da minha. – Você já devia saber disso após tantos anos.

— E você já devia saber que eu jamais concordarei com isso. – Murmurei fechando meus olhos, saboreando o conforto que era e sempre será estar em seus braços.

Até que a morte nos separe, e além.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e fico no aguardo do feedback de vocês!!

Xoxo, LelahBallu.



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