Você não entende as minhas cartas. escrita por bramorxki


Capítulo 3
Capítulo 3 - Quatro para ás Dez


Notas iniciais do capítulo

O destino de cada um é uma história muito interessante para se ouvir no inferno de um ponto final.



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"Essa semana chegou uma grande tecnologia aqui. Algumas coisa com fotografia, gostei. Porém é de um preço muito alto. Entretanto, ao fim de minha carta, vou anexar essa fotografia minha. E você vai sabe quem eu s..."

 

— Tem mais ferros aqui pra dividî moleque!

 

Eu queria poder estar ouvindo todo tipo de som no momento, menos o português mal pronunciado do Seu Mário Luumi. Seu Mário Luumi não era um homem muito velho não, apesar do nome que o mesmo atende á todos. Na verdade, Seu Mário Luumi era apenas poucos anos mais velho que eu.

 

— Vocês serão todos dispensados hoje na mesma hora rapazes - dizia rosnando - basta vocês apenas fazem o que o pratão aqui manda. Quem é o patrão?

 

Existe um certo selênio até a voz super notável do Seu Mário Luumi cortar o calmo suspeito suspense:

 

— OS MEUS RAPAZES QUEREM 30 MINUTOS A MAIS TRABALHANDO ENTÃO? - diz ele condenando.

 

E quase como um perfeito coro, todos dizem:

 

— O patrão é o Seu Mário Luumi e Mário Luumi é o nosso patrão.

 

Seu Mário Luumi solta um riso forçado e um ar de alívio e fala:

 

— Dispensando rapazes, até a próxima placa enterrada no inferno.

— Sim senhor! - respondemos em coro novamente.

 

Perto de nosso trabalho na Ferraria Luumi, tinha o Bar do Soza. Boatos diziam que aquele bar iria completar cem anos naquele dia e que ia haver uma grande festa, um festão mesmo. Daqueles com direito a parabéns e tudo. Quem cuidava do bar naquele momento era o Senhor Jesus Pereira de Souza, um senhor de sessenta e três (63) anos de idade. O pai dele, Senhor Orácio Pereira de Souza, cuidou do bar á sua vida toda, porém morreu cedo aos seus trinta e sete (37) anos de idade numa briga que ocorreu no seu próprio bar.

 

Vamô pro bá galera? - o honesto Dois Cristo berrou á todos dentro da ferraria com aquela alegria que até esqueceu o ''r'' da palavra 'bar'.

 

O centenário do Bar Soza ia acontecer na noite calma e surda, ou em outras e melhores palavras, na hora que a lua aparecesse linda e cheia no céu. Para quem realmente não consegue imaginar a emoção que seria o centenário do Bar Soza para uma cidade muito pequena e pobre, pode igualar a emoção de você ganhar na loteria, pedir a sua amada em casamento e ela aceitar, você ganhar aquele carro que você sempre quis... se é, que você sempre quis alguma coisa. A vida é sempre cheia de surpresas mesmo. Uma hora você ganha e perde em diferença de milésimos de segundos, na outra, você recupere tudo o que perde. A vida não é injusta, apenas o tempo faz a gente ter o mínimo de esforço o possível para enxergarmos que nem tudo na vida acontece facilmente, e muito menos, por acaso.

— O patrão vai aonde com essa gasolina ativada toda, seu patrão? - pergunta o Santo Patriota de Jorge com uma grande preocupação com o Seu Mário Luumi.

Seu Mário Luumi direcionava o olhar para Santo Patriota de Jorge de uma forma tão rápida que todos conseguem ouvir o estralho do pescoço do patrão. E com uma pausa dramática para um público já sem nenhuma unha na mão, ele fala:

— Olha, eu...


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Notas finais do capítulo

Capítulo 4 - As lágrimas de um rio sem Águas
01/08/2017



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