Prelúdios Etéreos I: A Ascensão escrita por Raffs


Capítulo 18
Capítulo 17




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Lars detestava esperar. À medida que os minutos ali dentro se passavam, ele se sentia prestes a explodir. Mas como Gael fora educado ao pedir, ele estava decidido a continuar esperando. Só não entendia por que não podia ter ficado na estalagem, em vez de ser obrigado a dividir espaço com beberrões, prostitutas e músicos de qualidade questionável.

Elyrasia era, de fato, a cidade mais rica do reino. Mas isso, com toda a certeza, não significava que ela não possuía uma periferia, repleta de gente da chamada “baixa estirpe”. E o que Lars, naquele momento, via, ouvia, cheirava e comia era a prova cabal disso.

Seu tutor fora, como sempre, encontrar-se com alguém. Disse que voltaria até o fim da noite, e traria outro alguém com ele para a taberna. Gael parecia ocupado nos últimos dias. Ocupado o bastante para sempre alegar “não ter tempo” quando Lars tentava questionar-lhe sobre a fatídica decisão de colocá-lo na Academia. O garoto sentia-se censurado.

Ouviu um grito, seguido de alguns palavrões.

Um bêbado havia aparentemente esbarrado num homem barbudo e bem-vestido, que agora jazia no chão, ao lado de uma mala cinza fechada com sete trancas. A figura, atípica para aquele local, parecia incomodada, mas resignou-se a fazer cara feia para o bebum, limpar-se com um lenço branco que tirou do bolso e se levantar. Já o bêbado, era uma incógnita. Estava rindo, mas ao mesmo tempo proferia ofensas diversas em alto e bom som contra o outro homem.

Ninguém pareceu se importar com o ocorrido. Era só mais uma noite normal no Distrito das Moscas.

De súbito, Lars sentiu como se estivesse mal-acostumado. Ele já havia visto e vivido situações bem piores, mas mesmo assim, estava quase nauseado. A paz da estalagem não estava fazendo bem a seu instinto de sobrevivência.

O taberneiro aproximou-se de Lars, detrás do balcão.

— Já está aqui faz quase uma hora, jovem. O que vai querer?

Ele foi surpreendido. Não estava esperando comunicação com ninguém. Por isso, falou a primeira coisa que veio à mente.

Huh, eu não bebo. Nem tenho idade para isso.

O taberneiro era grande, com ombros e braços largos, e pele queimada por anos de trabalho. Apesar disso, carregava no rosto um sorriso simpático, talvez para atrair clientela.

— E desde quando existe idade para ser feliz?

Lars olhou ao redor. Havia muita música e dança, mas o local fedia e os únicos que pareciam sorrir além do dono do estabelecimento eram as figuras mais ébrias que ele já havia visto.

— Esse local não parece muito feliz.

— Escute, no termo “falsa felicidade”, ainda há a palavra “felicidade”. Então, de certa forma, ele é. – respondeu ele, com sinceridade.

Já que ele vai insistir…

— Certo, me traga um copo d’água. Já é algo a ser pago. – disse, com um suspiro no final.

O sujeito pareceu aceitar a derrota parcial.

Certo. Parece meio solitário. Quer que eu chame alguma das garotas para…

Não. Obrigado, mas não – respondeu Lars, quase que rispidamente. Tinha um sorriso amarelo no rosto – Eu já… já estou esperando alguém.

— Alguém, é? Péssimo lugar para se marcar um encontro, garoto. – ele enchia um copo com água sobre o balcão enquanto falava.

— Não nesse sentido, quero dizer… ah, deixa pra lá.

— É como dizem – ele pôs o copo na frente de Lars – cada um na sua. Você não tem a obrigação de contar. Mas até essa pessoa chegar… se quiser uma das garo…

Não. Fica para a próxima.

O taberneiro deu de ombros.

— Sempre que quiser voltar. O nome é Buck. Ou você pode falar com a Thryss, minha nova ajudante. Muito mais simpática que eu, mas não sabe servir direito. Cada um com seus dotes, certo?

Em seguida, ele foi atender outras pessoas.

Alguns minutos depois, duas pessoas sentaram-se no balcão, à esquerda de Lars. Uma delas, ainda tentando se limpar, era o homem que fora derrubado antes. A maleta estava debaixo de seu braço, apoiado sobre o balcão.

A outra pessoa ficou de costas para Lars, então era difícil saber sua aparência. Tinha em mãos um pequeno saco de couro que tilintava com o movimento. Parecia pesado.

Entediado que estava, resolveu prestar um pouco mais de atenção nos dois. Ambos pareceram não notar a presença de Lars, tamanho o caos no local.

— Então… – falou, em tom discreto, o homem de costas – Trouxe mesmo ou a mala é ornamental?

— Boa piada, Francis. Quero dizer, não tão boa, mas eu entendi. Está tudo aqui dentro. – o barbudo deu duas batidas com o punho na mala.

— Posso…?

— Vai custar algumas moedas a mais.

— Tá falando sério?

O barbudo riu.

— Não. Você é péssimo em captar as piadas.

— Eu não estou pagando por piadas, idiota. Agora, vamos.

Ele olhou para os lados com o canto do olho, puxou a mala para seu colo e discretamente começou a destrancar os cadeados.

— Lucart, meu velho amigo! – eles só não contavam com a intervenção do taberneiro – Ou devo dizer “Barão Lucart”?

Surpreendido, o barbudo trancou novamente a mala com um único movimento manual.

— Buck… olá. Só Lucart está ótimo para você, amigo.

— Ótimo. Não ia conseguir ficar falando esses títulos inúteis sempre que te visse. Bom saber que a humildade permanece. O que faz aqui? Achei que estivesse satisfeito com a vida lá no centro, “ao lado da Academia”, como você dizia! – ele serviu uma taça de vinho barato para o aparente amigo.

— Às vezes é bom… você sabe, matar as saudades. Senti falta desse lugar fedido e caindo aos pedaços.

— Eu também sentiria. – o taberneiro, tocado, levou uma mão ao peito – E quem seria o seu amigo?

— Esse é… Francis. Ele está visitando a cidade. Vem de Galakur.

— E você o trouxe para o Distrito das Moscas? – disse o grandalhão, incrédulo.

— Não há lugar melhor que o lar, não acha?

— Você está sentimental… aposto que tá armando alguma. Mas, como eu imagino, você não pode falar disso na frente do Francis. Depois me conte qual o próximo plano infalível, Luc.

— Você desconfia demais das pessoas, Buck. Isso nunca te fez bem.

— Pelo contrário. Foi isso que me fez chegar aos quarenta anos. – ele serviu outra taça de vinho, essa para Francis. E novamente, afastou-se, mas desta vez para limpar o vômito de algum dos beberrões risonhos no outro lado da taberna.

— Ufa. Achei que ele não ia sair nunca. – comentou Lucart.

— Você acha inteligente ter marcado o encontro aqui? As pessoas daqui parecem te conhecer.

— De fato. Conhecem. Mas nenhuma delas tem miolos suficientes para entender. Os dois sujeitos mais inteligentes deste distrito são o Buck, que você acabou de conhecer, e aquele cara que no momento acabou de escorregar no próprio vômito. Ele sabe calcular raízes. E para por aí.

— Estou depositando minha fé no que você diz, Lucart. Agora, mostre-me logo o que você leva nessa mala.

— Você não devia se apressar tanto. – continuou a falar, enquanto destrancava a mala, desta vez mais agilmente – Seu chefe disse o que é?

— Ele não me paga para fazer essas perguntas.

— Eu posso ver a curiosidade nos seus olhos. Quero dizer, pelo menos em um deles.

— Muito engraçado. Já disse que não estou pagando para ouvir piadas. Mas é verdade que eu estou curioso.

— Bem, chama-se pólvora.

— Pólvora? Quem deu esse nome?

— Algum pesquisador da Academia sem muita criatividade para nomes. Eu prefiro chamar pelo código de ordem, que é P2V2.

— Parece mais profissional.

— Essa é a ideia. – ele abriu a mala. De sua posição, Lars não conseguia ver o conteúdo dela – Lembre ao seu chefe que se trata de algo experimental, então é extremamente instável. Ele não gostaria de tratar mal uma dessas coisas. E pelo mesmo motivo está misturada a outras substâncias, para… amenizar as reações. O resultado é bonito.

— Parecem… dardos. Quero dizer, ao menos em forma.

— Isto é porque são projéteis.

— Achei que fosse pólvora.

— A pólvora está dentro deles. Se estivesse desprotegida aqui dentro, ao mínimo sinal de calor… boom. – ele gesticulou com as mãos.

— Você tem mesmo contatos de qualidade. Sempre achei que os cientistas da Ordem fossem incorruptíveis.

— Qualquer pessoa se livra de seus princípios pelo preço certo. Estamos feitos aqui?

— Preciso que você me dê as senhas dos cadeados, Lucart.

— Ah, é claro…

Um grito feminino foi ouvido a alguns metros de distância.

Seguido disto, risadas grosseiras.

— Ei, Lucart, olha quem eu encontrei aqui! – o bêbado com quem Lucart havia esbarrado antes agarrava de maneira rude uma mulher ruiva, vestida de garçonete.

Lucart olhou para Francis, balbuciou algo como “espere um pouco”, fechou a mala, sem trancar, e dirigiu-se à cena que ocorria no meio da taberna.

— Beor, solte ela. Ela não tem nada a ver com…

Cale a boca! Você vai embora *hirc* para aquele distrito de almofadinhas, volta achando que é o dono das Moscas, esbarra em mim e age como se nada *hirc* tivesse acontecido!? Eu até diria que você merece uma *hirc* lição, mas acho que a Rebecca aqui sentiu mais a sua *hirc* falta do que eu. – outros bêbados aplaudiram e assoviaram para a cena.

Lars engoliu seu último gole de água, mas mesmo assim sentiu a garganta seca. Olhou para os lados, procurando o taberneiro, mas Buck não estava no local. Devia estar limpando os utensílios que usara para lidar com o vômito.

— Eu estou avisando, Beor, é melhor você não…

De maneira que chegava a ser grotesca, Beor beijou a bochecha da garçonete, que apesar de protestar, encontrava-se imobilizada pelo homem.

Lucart partiu para cima dele, afastando-o de Rebecca e derrubando-o no chão.

— Oh, não. – comentou para si mesmo Francis.

Em momentos como aquele, Gael normalmente diria “fique fora disso” para Lars. Para a fortuna da vontade insaciável que o jovem tinha de se intrometer em situações adversas, ele ainda não havia chegado com o outro alguém que dissera.

Disparou para o meio da taberna, onde os dois homens brigavam, e Rebecca tentava limpar as manchas que Beor fizera em suas roupas e sua dignidade.

Para a surpresa de todos no local (até os músicos, que haviam parado com a desafinada festa), um jovem de dezesseis anos havia se posto no meio de dois homens de meia-idade fortes o suficiente para parti-lo ao meio.

Lars pôs as mãos nos peitorais de ambos, separando-os momentaneamente.

— Parem! – disse, meio sem pensar. Assim que as palavras saíram de sua boca, percebeu que não havia pensado em discurso algum, então emudeceu junto com o resto da taberna pelos segundos seguintes.

— Quem é esse? – disse Beor, meio tonto. – Algum amigo *hirc* seu, Lucart?

Lucart abriu a boca, mas antes que pudesse falar qualquer coisa, Lars resolveu introduzir-se.

— Não. Eu não conheço nenhum dos dois. Na verdade, eu não conheço ninguém aqui. Mas o que você acabou de fazer, amigo? Aquilo se chama covardia. E isso não é culpa do álcool. Um mau-caráter é um mau-caráter com ou sem a bebida. Se quer provocá-lo – ele apontou para Lucart, atrás de si – faça qualquer coisa, mas não mexa com outras pessoas, ainda mais se elas não tiverem como se defender. Está ouvindo?

O silêncio geral continuou.

Em seguida, Beor começou a gargalhar. Os outros bêbados que o acompanhavam no festival de mau-caratismo seguiram o exemplo.

Assim foi por alguns breves segundos, pois subitamente o homem pegou uma cadeira de madeira próxima e investiu contra Lars, que pouco pôde fazer a não ser aceitar a pancada.

Todos os bebuns da taberna começaram a quebrar coisas.

— Corajoso *hirc* da sua parte, moleque. Mas ninguém fala assim com os Ursos Negros e sai ileso.

— De novo com essa história de facção, Beor? Você é péssimo, mas ainda é melhor que isso. – disse Lucart, pondo-se em posição de combate.

— Dessa vez – ele tentou atacar Lucart com a mesma cadeira, mas o barbudo esquivou – é *hirc* sério. A gente controla o distrito, se você não ficou sabendo.

Lars não teve muito tempo para continuar acompanhando o diálogo animado por um combate entre os dois homens, pois agora os tais Ursos Negros atacavam ele.

Ele correu para o outro lado da taberna, aliviado, mas o alívio não durou muito tempo quando percebeu que os bêbados vinham de todos os lados. Fazia sentido. Era uma taberna, afinal. Não estava disposto a brigar com ninguém, então pegou uma cadeira e tudo que fez foi tentar se defender. Alguns mais agressivos, porém, eram impossíveis de se lidar sem uma boa pancada na cabeça ou estômago.

As garçonetes, prostitutas e civis corriam, escondendo-se por todos os lados, a maioria por trás do balcão. Ao olhar para o mesmo balcão, Lars viu Francis pegando a mala sorrateiramente e tentando se esquivar da confusão.

Neste pequeno momento de distração, porém, sentiu um forte impacto contra suas costas, sendo jogado para cima de Francis e derrubando-o. A mala deslizou pelo chão. Lars pegou o copo onde bebera água e quebrou-o na cabeça do homem que o empurrou.

Lucart e Beor continuavam com o embate particular, isolados do pandemônio que os cercava. Algumas pessoas manifestaram-se a favor de Lars e do barbudo, enfrentando os Ursos, sem muito resultado.

Após desacordar mais dois homens, Lars tropeçou no corpo de… Buck (o que fora surpreendente). Caiu, sendo chutado pelas várias pernas em incessante movimento. Um homem chutou sua cabeça, o que o desnorteou. Outro, aproveitando a oportunidade, agarrou-o pelo braço e o jogou contra uma parede, quase como se ele não pesasse nada.

Lars caiu perto da lareira.

Ele demorou alguns instantes para se dar conta de que parte de seu braço estava dentro das chamas.

Quando sentiu o calor, instintivamente abanou os braços à frente do corpo. Neste momento, um dos Ursos se aproximou com uma cadeira, pronto para dar o bote. Por reflexo, Lars bateu com o braço na cadeira antes que ela chegasse ao seu rosto.

Quando abriu os olhos, viu que a cadeira estava a vários metros de distância, carbonizando. O homem também não parecia acreditar. Olhava assustado para Lars, até se dar conta de que seu cabelo também pegava fogo e correr em círculos, gritando.

Lars olhou para seu braço direito. Apesar de sentir o calor, o fogo não parecia machucá-lo. Mesmo sem entender o que acontecia, tentou aproveitar-se disso. Atacou os vários homens que ainda restavam, assustando-os com o fogo e causando uma série de queimaduras de segundo grau naquela noite.

O local, porém, era majoritariamente de madeira. Após derrotar o sétimo ou oitavo sujeito, ele sentiu o cheiro de fumaça.

Ops.

Era tarde para tentar apagar o fogo, que já havia se espalhado por toda a taberna. Buck não ia gostar de ver quando acordasse. Restava a Lars tentar sair. Ele era aparentemente imune a fogo, mas não queria testar se o princípio se repetia com fumaça e cinzas.

Beor, porém, pôs-se em sua frente. Lucart estava desacordado, com o torso banhado em sangue.

O homem, agora não tão ébrio como antes (na verdade, carregava um instinto assassino bastante sóbrio nos olhos), tinha na mão esquerda uma estaca pontiaguda de madeira.

— Achou que eu ia esquecer de *hirc* você? O melhor fica para o final.

— Eu não quero bri…

Ele ignorou as palavras de Lars, jogando-se em cima dele. O garoto, porém, deu um tapa na sua face, lançando-o contra o balcão. Beor tinha agora uma marca vermelha em forma de mão na bochecha esquerda. Estava desacordado.

Não havia mais ninguém. Os poucos Ursos que sobravam fugiam do fogo. Tudo que Lars ouvia era o crepitar agonizante do fogo, e pessoas tossindo com a inalação de fumaça. Correu para socorrer Lucart, mas alguém segurou seu tornozelo. Lars olhou para baixo. Um homem caolho de cabelo loiro comprido e rosto repleto de escoriações o agarrava. Era Francis.

— A… mala. – ele tossiu. Seus olhos lacrimejavam.

Lars ouviu algo semelhante a um sibilo. Poderia ser o fogo, mas era… diferente. Francis apontou na direção da lareira. A mala estava ali. Aberta.

Pegando fogo.

Sem pensar muito, Lars correu até a mala, agarrou-a, correu até a janela mais próxima, quebrada pelos delinquentes na confusão, e jogou a mala para fora. A rua se iluminou, e o jovem sentiu um poderoso impacto invisível atingi-lo, avariando ainda mais a estrutura da taberna.

As luzes na rua eram coloridas, e aparentemente mais inofensivas do que o imaginado.

Lars olhou pela janela para o céu. Diversos pontos multicoloridos subiam ao céu com um assovio e faziam companhia às estrelas, sumindo após alguns instantes.

Pensou em falar algo, mas estava com pouca energia até para isso. Aproximou-se do balcão e bebeu desesperadamente um gole d’água direto da garrafa. O fogo em seus braços havia se apagado. Mesmo suas roupas estavam pouco chamuscadas. Juraria ter sido uma ilusão, não fosse o estado do local. Ouviu passos atrás de si e torceu para não ser a guarda da cidade.

Aqueles passos, porém, eram característicos.

— Gael?

Os passos continuaram, mas não houve resposta.

— Gael, eu sei que é você. Escute, isso foi tudo um mal-entendido. O homem no meio do salão, ele… ele está sangrando. Eu ajudaria, mas não tenho… muita energia para… escute, acho que tem uma gangue atrás de nós a partir de agora… melhor sairmos daqui.

— Você derrotou todos? – disse. Seus passos estavam mais próximos.

Huh… como eu disse, foi um mal-entendi…

Lars não conseguiu terminar a frase. Uma pancada na cabeça foi o suficiente para que o mundo se tornasse preto.


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Notas finais do capítulo

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