Entre Dois Mundos escrita por VeraCurva
Para Adele, pedir a autorização fora claramente uma missão fácil de cumprir e sabia de imediato onde se dirigir para encontrar Dean. Desta vez, seria o Bar Fonte da Pipa e ela levava a sua roupa mais bonita e sensual, o cabelo perfumado, a maquilhagem perfeita. Adele parecia um sonho, comparado com a forma de vestir dos restantes clientes que frequentavam aquele espaço. Era o centro das atenções logo à chegada, e acreditava que Dean cairia também assim que a visse.
Sam fora o primeiro a reparar na rapariga, que ainda na porta, olhava em volta e despia o seu casaco de pêlo preto, revelando um curto vestido azul escuro que lhe salientava a silhueta esbelta.
— Dean...olha aquilo...não é a tal rapariga?
Dean, prontamente, voltava-se para trás.
— A tal? Ah aquela….Cum caraças macacos me mordam, morri e fui para o paraíso das gostosas! Belisca-me Sammy.
— Dean se bem te recordas ela foi muito inconveniente naquele dia no Fauno, lembras-te?
— Que se lixe, ela é uma brasa. Se der uma voltinha com ela ninguém morre por isso. Ela está mesmo a pedi-las, não achas? Daquela maneira, já sabe ao que vem.
— Vais voltar ao velho Dean?
— E? Eu tinha-te avisado Sam. Não vou perder o meu precioso tempo nem desperdiçar oportunidades destas por me prender a miúda nenhuma. “Já mé”.
— Mas eu pensei que com a Bella...Pensei que tinhas mudado.
— A Bella é passado... A Bella nunca foi nada, melhor dizendo.
— Nunca foi porque tu também nunca fizeste por ajudar.
— Ai Sammy, cala-te e deixa-me desfrutar da vida, sim?!
— Além disso julguei pelo que disseste naquela noite, que a rapariga nem era nada que se aproveitasse.
— Aquela noite foi aquela noite. Esta noite é esta noite. Hoje vale tudo, só não vale arrancar olhos meu irmão.
— Já não há quem te entenda. Mudas de ideias e opinião como quem muda de cuecas. Não ganhas juízo realmente.
Adele sentava-se numa mesa sozinha, de modo a que tivesse campo de visão para Dean. Desta vez, iria fazer-se de difícil ao início…
O rapaz erguia o seu copo no ar, como que cumprimentando-a de longe e sorrindo, ao que ela ignorava, apesar de controlar sempre pelo canto do olho.
— Olha, olha, a fazer-se difícil...Vou lá Sammy.
— Dean...não me…
— Deixa de ser bebé Sammy, tens aí dinheiro para o comboio se precisares. Isto pode demorar.
Dean chamou o empregado para levar uma bebida a Adele e de novo lhe fez sinal.
Parecia tudo tão fácil agora...decidiu sorrir-lhe em agradecimento quando o empregado a serviu e apontou para Dean, aliás, não tardou muito até que ele abandonasse Sam e se sentasse junto dela.
— Olá. Provavelmente deves querer insultar-me, ou algo do género, pela forma como agi naquele dia e quis compensar-te oferecendo-te uma bebida.
— Muito simpático da tua parte. Desculpas aceites. - Sorria pegando sedutoramente no copo, segurando na palhinha com a língua, dando um longo gole na bebida. Dean engolia em seco. - Então, parece que é a segunda vez que nos encontramos...que te traz por cá?
— Eu? Vim a um sítio diferente, para variar um bocado. Então e tu, vieste sozinha assim, não tens medo que te assaltem?
— Ora eu já conheço isto demasiado bem. E sou… muito… diplomática. - explicou ela num tom de voz enigmático, piscando-lhe o olho e voltando a dar um gole na bebida, desta vez mais curto, como se subitamente se tivesse lembrado de algo. - A propósito, ainda bem que estás aqui, se não tiveres muita pressa, poderíamos conhecer-nos melhor, aliás eu ainda agora cheguei e estou mesmo a precisar de uma boa companhia.
— Ei-la. Sou a melhor companhia que poderias encontrar.
Adele solta uma risada.
— Duvidas? - insistiu ele.
— Isso não vou dizer. Terei de esperar mais uns momentos para saber.
Ela olhava-o de forma inquisitiva, como se lhe quisesse prender o olhar no seu e tentar perceber o tipo de pessoa que ele era para poder saber jogar com ele.
Minutos depois, quando já parecia ser o centro da atenção do rapaz, a feiticeira desculpava-se com uma ida à casa de banho e por sorte, Sam estava a pagar na caixa, deixando abandonado o casaco de Dean na mesa. Da sua bolsa retirou um pano e colou-o na parte interior do bolso, discretamente, de forma a que não se sentisse. O pano surtiria efeito minutos depois. Provavelmente Dean ficaria fixado no olhar dela, faria o possível para que ela não saísse dali sozinha e seria mais simpático para ela, daria até o seu contacto telefónico, quem sabe. E ela só teria de se fazer de difícil para poder pôr todos os feitiços em acção.
A cada dia que passasse, Dean começaria a ser fortemente afectado, chegando mesmo a agir de forma estranha com todos ao seu redor, principalmente com Bella… Adele tinha utilizado Magia Negra, a magia proibida a qualquer aluno, ou até mesmo a qualquer mago naquele país, de exercer, ainda menos tendo como vítima um ser humano muggle.
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