Bom agora são 4:15 da manhã e pela primeira vez em alguns dias esta tudo calmo, mas mesmo estando tudo calmo nos não podemos nos descuidar, hoje faz exatamente 2 anos e 16 dias que o mundo começou a cair, algum vírus escapou de um laboratório em Miami e nesse curto espaço de tempo já matou mais da metade da população mundial, bom os mortos decidiram que não queriam morrer então voltaram para nos assombrar, mas até que a morte chegue a muitos deles antes vem dias ou até mesmo semanas de sofrimento, e apesar desse tempo todo doente o vírus já quase exterminou a raça humana, nada cura a febre altíssima que se instala sobre a pessoa, mas os que tem a má sorte de serem mordidos esses não tem esses meses, normalmente se transformam em poucos dias ou horas.

Meu nome é Camilly e eu e meu marido fazemos parte do exército brasileiro, ou fazíamos antes de toda essa bagunça, estou cobrindo meu turno com meu marido Joseph, nosso trabalho é manter o mortos longe do acampamento, tem sido um trabalho difícil pois atingimos uma superlotação de 400 pessoas nos estamos em uma base militar no meio da Amazônia, há nossa volta temos 6 mil hectares de mata então não devia haver muitos mortos por aqui porém o choro das crianças e o acumulo de pessoas nos torna um belo prato de buffet ao ar livre com uma grande seta sobre nossas cabeças.

Nos temos muitos jovens sendo treinados porem é difícil treinar com armas quando não se pode fazer barulho, isso os atrai mais do que o cheiro creio eu, antes de toda essa bagunça começar eu ia pegar minha licença com meu marido, tinha poucos dias que havíamos nos casado, e íamos para nossa lua de mel, nos juntamos o dinheiro por meses, nos íamos pra nossa segunda lua de mel nas Barramas, mas ao chegarmos no aeroporto tudo começou em um piscar de olhos, tivemos o desprazer de ver uma garotinha de nos máximo 8 anos se transformar em nossa frente e atacar a mãe, a garota arrancou metade do pescoço da pobre mulher, infelizmente as crianças eram as que se transformavam mais rápido, elas não levavam mais de 2:00 horas, foi uma coisa monstruosa de se ver, mas então depois de todo aquele caos recebemos a ligação de nosso superior nos dizendo que nossas férias haviam sido revogadas e teríamos que retornar imediatamente para base, e nos o fizemos o mundo estava acabando bem em nossa frente.

No caminho o que mais vimos foram crianças atacando todos aqueles que conseguiam parecia uma brincadeira macabra.

Ao chegarmos na base fomos levados ao centro para exterminar aqueles que já haviam se transformado e era uma verdadeira carnificina, nos perdemos muitos homens e então fomos removidos dali para este campo de refugiados e aqui estamos tanto tempo depois, nos começamos com quase mil pessoas mas a febre pegou muitos, nossas crianças com febre era exterminadas antes mesmo de morrerem, não podíamos correr o risco, somos cruéis? Talvez mas esse é o mundo em que vivemos agora.

Nosso turno havia acabado e fomos para nossa tenda, nosso turno sempre era no mesmo horário nos preferíamos assim. Ao chegarmos em nossa tenda comecei a tirar meu uniforme a única coisa que eu precisava era de um banho e ali perto tinha um riacho e como eles não entravam na água era o lugar ideal.

— Amor, podíamos ir ao riacho eu preciso de um banho.

— Se você deseja então nos vamos, mas não tire o uniforme ou não vão nos deixar passar.

— Os civis não podem passar mais?

— Não, alguns idiotas adolescentes decidiram que queriam beber fora dos limites

Reviro meus olhos e concordo logo voltando a fechar meu uniforme e a prender meu cabelo me viro pra ele dizendo que estava pronta e logo depois estávamos fora da tenda, seguimos paras os portões e logo nos deixaram passar, depois de um tempo caminhando pude ouvir a água correndo, esse som me acalmava depois de tudo que passava durante o dia ou à noite.

Ao chegar no lago volto a soltar meu cabelo e abro meu uniforme o tirando ficando apenas com minha lingerie, tiro minhas botas e a meia logo pulando na água, sentir a água acolher meu corpo era delicioso, não demora muito e sinto um corpo cair na água também, volto a superfície vendo o homem de cabelos pretos e olhos verdes que eu tanto amava, nado até ele logo passando meus braços em volta de seu pescoço logo envolvendo sua cintura com minhas pernas, logo sentindo suas mãos envolverem minhas pernas.

— Talvez isso um dia acabe e nos possamos ir finalmente para nossa lua de mel – sorri lhe dando um selinho

— Mas eu pensei que já estávamos em lua de mel, calma essa não esta sendo a melhor lua de mel do mundo? – ele fala ‘‘assustado’’

— Qualquer lugar que você esteja comigo vai ser maravilhoso, mas estar em trabalho e no meio de um apocalipse não é muito bem o lugar que uma garota deseja passar sua lua de mel.

— Mas você não é uma garota, é minha mulher maravilha.

Sorrio abertamente com o que ele diz e o beijo, porém logo escuto tiros me afasto dele e nos saímos da água começando as nos vestir rapidamente assim que estamos vestidos seguimos rumo ao acampamento e tinha uma movimentação estranha no lado sul dos muros, ao entrar no acampamento somos informados que uma pequena horda esta vindo em nossa direção. Seguimos para a casa de armas e pego minha arma logo subindo pra uma das torres me posiciono e começo a atirar, antes de tudo isso eu era uma atiradora de elite, ganhei as competições como a melhor do batalhão seis vezes consecutivas, algum tempo depois conseguimos acabar com todos então desci logo devolvendo minha arma e segui atrás do Joseph mas o encontrei sentado contra os portões com o braço sangrando muito corri até ele me ajoelhando em sua frente.

— Quê merda aconteceu?

— Eles precisavam de ajuda pra fechar os portões então eu vim ajudar estava perto – ele para e começa a tossir logo me olhando novamente – eles pegaram o Troy eu tentei o puxar mas fui mordido

— Merda Joseph você não pode morrer agora, não agora que vamos ter um filho!

— Como assim nos vamos ter um bebê?

— É o que se tem quando uma mulher fica grávida mas você tinha que ser mordido seu idiota.

— Eu sou o cara mais feliz do mundo.

O sorriso estampado em seu rosto me fez se sentir um monstro, eu sou tão egoísta por ter um filho nos tempos de hoje, o que será dessa criança, e agora ele havia sido mordido, definitivamente eu não sabia o que era sorte.