Me levantei e fui para a porta deixando Maxon ofegante ao lado de uma estante de livros, sai e quando percebi as meninas olhavam para mim rindo, olhei para minha roupa sem entender, tudo estava dentro do normal.

— Seu cabelo mãe — disse Ester rindo vermelha.

— Certo, vou no banheiro me ajeitar, me esperem lá no salão das mulheres que vou encontrar vocês lá, peçam para uma das criadas verificarem a hora que Aspen e Kriss chegam para me avisar e avisar seu pai, por favor — falei sorrindo.

— Certo — disse Amélie já andando na minha frente.

Fui ao banheiro e me olhei no espelho, meu cabelo estava todo desarrumado, nada muito elegante para uma rainha, ri comigo mesmo as vezes me sentia uma criança, mesmo com minha idade com nossos três filhos, e me sentir assim era maravilhoso. Fiz um coque elegante o mais rápido que pude e desci para ver o que as meninas já tinham preparado.

— Quero esse — disse Amélie olhando para uma foto de um vestido, pelo que via era vermelho, fiquei encostada do lado onde elas não me viam para ouvir a conversa.

— Amélie a mamãe não vai ficar feliz com isso, você vai parecer uma mulher qualquer — disse Ester olhando nos olhos da irmã.

— Vou ficar sexy — disse Amélie dando uma piscadinha.

— Deixa eu ver — falei chegando e sentando do lado dela, peguei a foto o vestido tinha um decote enorme, era vermelho sangue, todo colado ia até o meio da coxa, eu simplesmente não acreditei quando olhei para aquilo, era de um mal gosto, não só por ser vulgar mas por parecer uma camisola mal feita — Você não vai usar isso.

— E porque não? — disse Amélie me olhando.

— Porque é vulgar, não está de acordo com uma princesa — falei olhando para ela.

— Eu quero esse mãe — disse ela me desafiando.

— Faremos assim, se convencer seu pai a deixa-la usar isso, eu estou de acordo, porque não vou criar um atrito com ele por um motivo desse — falei já sabendo que minha guerra estava ganha.

— Você sabe que ele não vai deixar — disse ela — Eu queria ser uma garota normal, poder usar as roupas que eu quero, não essa porcaria de realeza de Illéa, ter uma irmã “perfeitinha” que só diz tudo para vocês.

— Você não usaria isso de jeito nenhum, nem que fossemos “normais”, você tem mais de cinquenta opções de vestidos, tudo a seu dispor, agora vai logo em algo para gerar atrito, escolha outro ou eu mesmo escolho — falei irritada, vi Ester ir para o lado da sala deixando eu sozinha com Amélie.

— Escolhe qualquer porcaria então — disse ela jogando as fotos em cima da mesa.

— Amélie não vou gritar com você não, mas vou conversar com Maxon sobre o que vou ter que fazer para mudar esse seu jeito, essa não foi a educação que eu e seu pai te demos, nem os modos de uma princesa, você tem que assumir essa responsabilidade, tem que agir como a pessoa que você é, um dia vai se casar e assumir um trono ao lado do seu marido, e me diga uma coisa, como vai lidar com a situação de um jeito tão imaturo tão teimoso? — falei olhando para ela.

— Eu não vou casar, quem vai assumir o trono é a Ester, não eu — disse ela revirando o olho.

— Mas você vai casar com algum príncipe e vai estar ao lado dele, o país vai estar nas mãos de vocês — falei séria.

— AGORA ESTÁ DIZENDO QUE VOU SER OBRIGADA A CASAR? — berrou ela.

— Eu não estou dizendo nada, olha tudo isso que está fazendo por um vestido — falei quase chorando — Deu desse escândalo, eu tenho obrigações a fazer e preparar essa recepção, hoje não Amélie, se quiser ficar e me ajudar agradecerei, mas se criar mais uma briga por besteira pode ir para seu quarto.

Falei com ela e ela simplesmente saiu, comecei a chorar, Ester me abraçou eu olhei para ela.

— Não sei mais o que faço com ela Ester — falei olhando para minha filha — Ela grita por qualquer coisa, bateu na princesa da França, nenhuma criada consegue aguentar muito tempo ajudando ela, criei os três iguais e Amélie é a única que age assim, sei que a culpa deve ser minha, mas não entendo onde errei.

— A culpa não é sua mãe — disse Ester afagando meus cabelos — Você não errou, é o gênio dela que é assim, você é uma mãe incrível, eu te amo tanto.

Abracei Ester e ela sorriu para mim.

— Eu também te amo meu amor — falei sorrindo — A gente precisa fazer isso, arrumar tudo para amanhã, mesmo sem a mínima vontade.

— Certo — disse Ester revirando em umas fotos — Olha esse vestido para mim, vê se acha de acordo.

Olhei o vestido era lindo, com brilho e pérolas em cima e rodado em cima.

— O rosa escuro realça seu cabelo — falei sorrindo.

— Ótimo, vou pedir para fazerem esse, disse ela anotando a cor atrás da foto

— Vamos escolher o da sua irmã — falei revirando as fotos, escolhi um azul básico sem muitos detalhes e bordados ela iria gostar Eu e Ester passamos a manhã separando as atividades, colocando a decoração e a escolha de talheres, e louças em ordem, deixei a parte da decoração do salão por conta de Ester, cuidaria da lista de convidados e passaria a escolha dos pratos para Amélie pela tarde, na hora do almoço levantamos e fomos até a mesa do almoço, Maxon e Natan ainda não tinham chegado, olhei no lugar de Amélie e estava vazio, suspirei.

— Olá meu amor —disse Maxon me tirando do meus devaneios, sorri para ele — Cadê a Amélie, está vendo as coisas do baile ainda?

— Não — falei sem querer explicar tudo.

— Quer conversar? — falou ele preocupado.

— Depois — sorri para ele — Vamos almoçar agora.

— Como foi ficar com seu pai hoje Natan — falei olhando para Nat, Natan revirou os olhos.

— Não sei como você aguenta ele mãe — disse ele rindo — Esse homem é louco.

— Maxon — falei de boca aberta — O que você fez com o menino?

— Nada, só pedi para ele passar a limpo o que eu tinha escrito — disse ele com um sorriso travesso.

— Agora entendi, sinto muito meu filho compreendo sua dor — falei lembrando que era difícil entender a letra dele quando Maxon estava com pressa.

Natan afirmou com a cabeça com uma cara de sofrimento, todos na mesa rimos, nosso almoço foi assim, calmo, porém olhar aquele lugar na mesa vazio me trazia uma sensação de vazio como se estivesse faltando um pedaço de mim.

P.O.V Amélie

  Entrei no quarto sentindo a raiva tomar meu corpo, minha mãe não me entendia como daquela vez que fiquei um mês de castigo porque bati naquela sem graça da Camille porque queria pegar meu irmão, era só o que faltava ela me odiava era uma ridícula, não ia entrar na minha família nunca, veio cheia de simpatia me dizendo que meu vestido era lindo, não perdi a oportunidade na mesma hora dei um tapa na cara dela, ficou os cinco dedos naquele delicado rostinho angelical, fico com vontade de rir até hoje, a cara dela foi impagável, porém a rainha Daphne quase acabou com a aliança com Illéa mas como consideração a amizade dela com meu pai desde criança ela decidiu deixar tudo como estava contando que eu não colocasse mais os pés na França, o que para mim era um favor. E aquele castigo não foi nada perto da cara de vaca da Camille chorando.

Fui para o banheiro tomar um banho, sem nenhuma criada pois elas não gostavam de me servir, não gostavam das minhas brincadeiras, muito menos de trazer minhas roupas como eu queria, amava vermelho e preto o que não é de acordo com o que minha mãe e a chata da minha irmã gostam, nem combina para uma princesa. Para mim tudo deveria ser decotado e curto mas por ser da realeza não poderia usar aquelas peças nunca. Hora que sai do banho minha mãe me esperava sentada na cama.

— Olá! — disse ela com um sorriso tristonho.

— Oi mãe! —falei sentando ao lado dela.

— Amor, queria conversar com você — disse ela, ponderando as palavras — Eu sei que isso tudo é difícil pra você, mas vamos com calma, certo?

— Tudo bem — falei não prolongando aquele assunto.

— Certo querida, agora preciso de uma ajudinha — disse ela sorrindo quase implorando.

Revirei os olhos, ela tinha a capacidade de fazer comigo o que quisesse, por mais que estivesse brava, precisava urgentemente de uma aula dessas, de convencer pessoas, com ela.

— Fala criatura — disse e ela me repreendeu com o olhar.

— Olha o palavreado — eu revirei os olhos e ela riu — Quero que prepare o cardápio do baile.

— Posso fazer isso — falei rindo — Fica tranquila, de tarde entrego para o Edward.

Edward era o chefe da cozinha.

— Sabia que podia contar com você, minha menina — disse minha mãe suspirando de alivio e indo em direção a porta.

— Sempre mãe — falei rindo.

Quando minha mãe saiu fiquei pensando o que poderia “preparar” para o jantar, liguei a internet e vi que o príncipe Soren tinha alergia a camarão, sorri com aquilo, era uma informação valiosa, anotei que todas as entradas teriam um toque de camarão. Aquele seria baile interessante.